O volume anterior de Valérian abria assim [na versão da
Meribérica…]: “Negros espaços infinitos
do universo, sóis escaldantes iluminando terras desconhecidas… quantos milhões
de civilizações, quantos milhões e milhões de seres humanos podeis abrigar?...”
É este o verdadeiro espírito desta série.
Em Alflolol, planeta há séculos colonizado pela Terra e
transformado em imensa máquina celeste de produção intensiva, onde se extrai
minério, se plantam alimentos, se constroem naves espaciais, onde o trabalho é
uma prioridade, um culto e um propósito, a chegada inesperada dos habitantes
locais, que se criam extintos, vai perturbar - e de que maneira! - a ordem
estabelecida e obrigar Valérian e (não) Laureline, a um intenso jogo
diplomático.
A sede de liberdade face à seriedade do trabalho, a razão
fundamentada no passado face à força dos detentores presentes, transportam para
um planeta longínquo situações a que a Terra assistiu repetidas vezes, quase
sempre - como em Alflolol? - com soluções pouco gratificantes e satisfatórias...
A História terrestre - ou histórias dessa História - vão ter
também lugar num planeta sem nome, transformado em cemitério de naves espaciais
e dominado por um misterioso senhor, que escraviza habitantes e recém-chegados,
pondo-os a trabalhar para o seu prazer.
Mais uma vez, agora sem diplomacia, mais como
revolucionários, Valérian e (desta vez) Laureline vão ter que dar o seu melhor
no combate ao tirano e aos estranhos seres que o servem e controlam tudo.
Sabendo, sempre, que o derrube de um tirano, tantas vezes faz despertar uns
quantos candidatos ao lugar…
A par da definição - e do crescimento - da dupla de agentes espácio-temporais,
se as analogias são evidentes e todos somos capazes de recordar situações
similares ou mesmo aquelas que Christin (principalmente) e Meziéres tinham em
mente no momento de criação destas histórias, o traço livre e barroco do
desenhador e a imaginação transbordante da dupla de criadores consegue transmitir
o deslumbramento que a imensidade do cosmos provoca e ver com fantásticas
roupagens novas histórias, um sem número de vezes contadas.
Valérian #3
Bem-vindos a Alflolol / Os Pássaros do Mestre
Pierre Christin (texto)
Jean-Claude Mezières
(desenho)
ASA/Público
Portugal, 11 de Agostos de 2017
220 x 280 mm, 104., cor, capa mole
8,90 €
(clicar nas imagens - as pranchas são do volume 2 da versão
integral francesa - para as aproveitar em toda a sua extensão)
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