Volto
- ainda… - ao Príncipe Valente - a propósito mais uma vez da
colecção
integral que a Planeta DeAgostini está distribuir em bancas e
quiosques,
para chamar a atenção para dois pontos marcantes deste volume - do
ano de 1938, portanto.
O
primeiro tem a ver com o progressivo ajuste do rumo da série. O tom
fantástico - evidente nos monstros e nas bruxas vistos em 1937 -
progressivamente vai desaparecer para ser substituído por um (bem
mais) interessante realismo que, apesar do carácter aventuroso que
predomina, se evidencia pelo destaque dado a sentimentos como a
paixão, o amor, a amizade ou a honra.
O
desaparecimento dessa componente - algo inverosímil no contexto que
conhecemos hoje - surge
realçado logo no episódio inicial, em que Valente combate o embuste
do ‘suposto ogre’ com armas similares, que passam por uma
manipulação inteligente de um dos sentimentos mais básicos do ser
humano: o medo do inexplicável.
A
outra referência, é para a sequência que se inicia na página 32
(deste volume) e culmina na (incontornável) vinheta inferior da prancha reproduzida
na página 37 - a 71.ª
prancha da saga, mostrada aqui a cores e a preto e branco e
parcialmente reproduzida nas guardas do volume - considerada por
muitos a mais bela prancha de Foster - e acreditem que a escolha não
é fácil!
Nela,
Valente e o príncipe Arn, rivais na luta pelo coração da bela
Ilene, juntam forças para a libertar dos seus captores. Iniciada com
um combate entre ambos, a sequência rapidamente se transforma numa
aliança - mesmo que com
contornos passageiros - para
o combate ao inimigo comum. Na
perseguição, uma vez chegados
à ponte de Dundorn Glen, Valente oferece-se para ficar para trás e
fazer frente a um bando de inimigos que
se aproxima, enquanto Arn
parte para tentar libertar Ilene.
O
final trágico que se seguirá - invulgar então como hoje nas bandas
desenhadas de herói - aponta claramente para a já referida mudança
de paradigma da criação de Foster.
Outro
aspecto fundamental deste episódio, é a oferta por Arn, ao
protagonista, da famosa Espada Cantante (felizmente não ‘Cantarina’
(!) como surgia
no folheto de apresentação desta colecção), que a partir daí o
acompanhará (quase) sempre. Uma espada - supostamente…? - mágica,
forjada e encantada ao mesmo tempo que a famosa Excalibur, cujos
‘poderes’ só seriam efectivos quando brandida por alguém de
coração puro…
Príncipe
Valente: 1938
Hal
Foster
Planeta
DeAgostini
Brasil,
distribuição em Portugal em Abril de 2019
230
x 315 mm, 64 p., cor, capa dura
5,99
€
(capa
disponibilizada pela editora, pranchas provenientes de edições
norte-americanas; clicar nelas para as aproveitar em toda a sua
extensão)
Mal comprei fui logo a procura... Ate fiz uma festa quando vi que era a Cantante! Lol
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