Começa
hoje com o jornal Público a nova colecção de BD da ASA. Intitulada
Spirou
e Fantásio de Franquin,
é analisada já a seguir sob o mote ‘o bom, o mau e o vilão’
O
bom
A
colecção. Spirou. De Franquin. Não é só boa esta colecção, é
excelente, ou não tivesse Franquin sido um génio da BD e o seu
Spirou
(com Fantásio, e
o Marsupilami, e o conde de Champignac, e Zorglub...)
a melhor fase de sempre da série. E por podermos encontrar nela
TODAS as histórias de Franquin - ou
quase todas se a contabilidade não me falhou - das
mais conhecidas aquelas
- pequenas e curtas - que nalguns casos o tempo fez esquecer...
Não
foi Franquin o criador de Spirou, é verdade (apesar do que alguns
escreveram por estes dias), esse mérito cabe a Rob-Vel.
Também
não foi ele quem o associou a Fantásio, aqui a honra cabe a Jijé.
Mas
foi Franquin quem trouxe a Aventura com A grande para a série, quem
lhe imprimiu o seu humor peculiar, quem a dotou de originalidade e
de génio inventivo em quantidades generosas.
E
foi ele quem introduziu nela o Conde de Champignac e o Marsupilami -
como deve ser visto no volume inaugural da colecção - e também o
primo Zantáfio e o malfadado Zorglub.
O
bom, ainda a ordenação cronológica - quase completa, a excepção,
quase
inevitável
são (algum)as
histórias curtas - dos álbuns que compõem a colecção - o que
parece lógico mas contrasta com o que aconteceu com a colecção
Spirou de 2007, da mesma editora, com o mesmo jornal - o que permite
apreciar a evolução da série e do autor.
E,
bom
já
agora - ou
melhor, boa,
a opção - parece que o modelo veio para ficar - por álbuns de capa
dura - neste caso adornados com uma bela lombada.
E
já que referi este primeiro tomo,
vamos
dar-lhe uma breve vista de olhos. No primeiro relato do álbum a
trama corre em torno de acontecimentos misteriosos - e fantásticos
(ou sobrenaturais?) - na bucólica vila de Champignac e no seguinte
uma competição por uma herança levará Fantasio - com Spirou - a
passar de inventor a piloto de corridas e depois a caçador de
marsupilamis, mas em ambos nota-se uma urgência narrativa e um humor
à desfilada que perdoam algumas incoerências ou saltos
cronológicos.
E
mesmo
que O
Feiticeiro de Champignac
ostente uma planificação demasiado monótona e
graficamente
o traço ágil e nervoso de Franquin ainda não esteja no seu auge,
nele
brilham
já
a
expressividade das personagens, a dinâmica narrativa e a capacidade
de expressar movimento. E, sobretudo, entram
em cena os já citados Conde de Champignac (entre a genialidade e
alguma falta de honestidade, ainda à procura do tom certo) e o
fabuloso Marsupilami - em Os
Herdeiros
- que trariam
muitas e maiores surpresas nos álbuns seguintes.
O
mau
O
mau é que, pouco mais de uma década depois, a mesma editora, com o
mesmo jornal, repite
10
dos 20
títulos
da tal colecção de 2007 e nos 11 álbuns duplos que a compõem,
apenas três - os
três últimos - sejam
(meio por meio) inéditos. Havendo títulos recentes da série por
publicar, havendo por publicar quase todos os álbuns da colecção O
Spirou de…,
não faria mais sentido que a opção tivesse recaído por estes
títulos?
O
vilão
Bem,
o vilão devo ser eu, por me atrever a levantar objecções a uma
excelente colecção como esta é e
que recomendo vivamente...
Spirou
e Fantasio de Franquin
#1
O Feiticeiro de Champignac/Os Herdeiros
Franquin
e Jean Darc (argumento)
Franquin
(desenho)
ASA/Público
Portugal,
24
de Abril
de 2019
212
x 292
mm, 120 p., pb, capa dura
11,90
€
Saiu em bancas: o ultimo volume da colecção BATMAN oitenta anos; Deadpool mata os classicos pela G-floy e em livrarias Lenine pela Gradiva.
ResponderEliminarNo calendário BD nem aparece. Parece que existe uma falta de comunicação por parte da PLaneta e Gradiva.
ResponderEliminarLuís, não é por falta de pedidos (regulares) de informação sobre os lançamentos...
EliminarBoas leituras!
Pedro, o preço é 11,90
ResponderEliminarObrigado pela leitura atenta. É o problema do corta e cola... Já corrigi!
EliminarBoas leituras!