A mesma história
Para aqueles
que defendem que só há um número muito restrito de histórias para
contar, mudando depois a forma e o estilo para as tornar diferentes,
El
alma de la ciudad é
um bom exemplo disso.
Relato
policial de contornos humanos, tanto se podia situar no mundo
hiper-futurista de Nathan Never, como em qualquer
outro tempo e espaço - atrevo-me a dizer em todo e qualquer dos
universos Bonelli...
Na sua origem, está a figura do bom gigante, inocente da acusação de homicídio de uma adolescente - com o protagonista não ingenuamente baseado nos traços de Michael Clarke Duncan, intérprete principal de The Green Mile - o que nãoim pede que seja preso e condenado.
A partir daqui, o argumentista Alberto Ostini começa a fazer a diferença, desde logo pela forma como a história está contada, saltitando entre diversos intervenientes, introduzidos nas páginas iniciais como elementos anónimos da alma da grande cidade, aparentemente desconexos e sem nada que os relacione. O facto de Nathan Never parecer sempre um passo atrás do que devia, o peso das ambições políticas e pessoais, a facilidade com que um sistema de justiça pode errar e o constante sentimento de impotência e de 'não vale a pena' são os restantes elementos de uma história que se lê com interesse crescente, mas que no fim deixa um sabor muito amargo, pese o (aparente?) final feliz...
Nathan
Never #7 El alma de la ciudad
Alberto
Ostini (argumento)
Andrea
Cascioli (desenho)
Aleta
Ediciones
Espanha,
Setembro de 2006
160
x 210 mm, 96 p., pb, capa cartão
(clicar nas imagens para as aproveitar em toda a sua extensão)
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