E a montanha...
Sem
a intensidade dramática e o grafismo soberbo de Bonhomme, sem as
situações hilariantes e os conseguidos trocadilhos do Lucky Luke ciclista de Mawil e da mudez do Jolly Jumper de Bouzard, o que fica
do Lucky Luke visto por... Ralf König?
Na
verdade, não muito.
Confesso que conheço pouco da obra deste autor - porque o seu grafismo e temáticas nunca me despertaram grande interesse - mas tinha bastante curiosidade de ver como ele iria transpor as suas imagens de marca para (mais) uma versão do cowboy que dispara mais rápido que a própria sombra, sabendo o terreno perigoso que ia pisar.
Se graficamente há alguns momentos interessantes e um certo dinamismo, mas apenas pontualmente utilizado, não consigo contornar a preguiça que revelam a repetição de cenários e posturas, que acabam por cansar e distrair do que deveria ser fundamental.
Quanto à história, entre a guarda de vacas (choco)lei(a)teiras e a corrida aos autógrafos (sic!), soa a pouco, parecendo apenas um pretexto como outro qualquer para introduzir a temática da homossexualidade n(o espírito d)a série, com a agravante de mostrar como vulgar o que - até em ternos da credibilidade narrativa - deveria surgir como excepção, entre relações assumidas e outras apenas sugeridas - e as reacções que provocam.
E apesar de um ou outro trocadilho bem conseguido e de referências mais ou menos evidentes, cujos efeitos não passam de um breve sorriso, e da presença de saudar dos sempre idiotas irmãos Dalton e de Calamity Jane, passei o álbum todo à espera de um clímax que na verdade nunca surge, e que poderia ter tornado uma história apesar da sua simplicidade, bem estruturada e consistente, em algo mais do que isso.
O que na verdade Bonhomme, Mawil e Bouzard conseguiram.
Lucky Luke: Os
Choco-boys
Colecção
Lucky Luke visto
por...
Ralf König
A Seita
Portugal, Abril
de 2022
220 x 290
mm, 64 p., cor, capa dura
16,95 €
(imagens disponibilizadas pela editora; clicar nelas para as apreciar em toda a sua extensão; clicar nos textos a cor diferente para saber mais sobre os temas destacados)
O mais aborrecido livro que li do Lucky Luke e isto não tem nada a ver com a temática abordada. Nunca esbocei um sorriso. Chato mesmo...
ResponderEliminarChato, também não diria; mas que é o menos divertido dos cinco, não tenho dúvidas.
ResponderEliminarBoas leituras!