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29/04/2016

Guerra Civil






A estreia – ontem – do filme Capitão América: Gerra Civil é o pretexto – desnecessário mas justificável até pela oportunidade de comparar os inevitáveis desvios e diferenças, o que ficará eventualmente para nova oportunidade – para voltar à Guerra Civil original, aos quadradinhos e complementar a leitura já feita aqui.

22/09/2015

Capitão América: Sonhadores americanos









Ed Brubaker é, hoje, para mim, um dos poucos argumentistas de super-heróis que me faz comprar uma edição.
Foi o seu nome – embora não só, mas já lá irei – que me fez embarcar neste Capitão América: Sonhadores americanos, nono volume da colecção Poderosos Heróis Marvel da Levoir, distribuída às quintas-feiras com o jornal Público, e a verdade é que, mais uma vez, apesar das surpresas, não saí desiludido.

20/12/2012

Heróis Marvel série II #10 - Novos Vingadores; Guerra Civil











Mark Millar (argumento)
Steve McNiven (desenho)
Dexter Vines (arte-final)
Levoir/Público (Portugal, 20 de Dezembro de 2012)
170 x 260 mm, 192 p., cor, cartonado
8,90 €




Resumo
Uma explosão causada por um grupo de super-heróis ao serviço de um reality-show televisivo, quando tentava capturar alguns super-vilões, provoca a morte de quase um milhar de pessoas, provocando uma reacção de rejeição dos familiares e conterrâneos das vítimas em relação àqueles que era suposto protegê-los.
Na sequência desses acontecimentos o senado norte-americano aprova uma lei que obriga ao registo de todos os super-heróis, o que provoca a criação de duas facções, pró-lei (encabeçados pelo Homem de Ferro) e anti-lei (guiados pelo Capitão América) que terminará num confronto inevitável.

Desenvolvimento
Pode-se dizer que este tomo foi uma forma de a colecção Heróis Marvel terminar em beleza. Não tanto por esta saga em si, mas pela relevância que ela teve aquando da sua publicação original e pelos efeitos que causou ao equilíbrio do universo Marvel – pese embora o facto de, paradoxalmente, quase todos eles terem já sido apagados e tudo tenha voltado (sensivelmente…) à primeira forma.
Da autoria da mesma equipa criativa que deslumbrou com o fantástico “Wolverine: Velho Logan”, não atinge, no entanto, o brilhantismo daquele.
Apesar dos muitos confrontos entre super-heróis que engloba, mostrados pelo traço hiper-realista e muito expressivo de Steve McNiven, “Guerra Civil” nunca atinge a espectacularidade visual de “Velho Logan”, mesmo desenrolando-se a bom ritmo, com uma planificação multifacetada que recorrentemente explode em painéis de página inteira.
O argumento de Mark Millar revela-se consistente e está desenvolvido num crescendo, com (quase todos) os super-heróis a assumirem a posição que deles esperávamos o que provoca uma certa familiaridade com o leitor, com os factos relevantes e marcante a sucederem-se a um ritmo acelerado.
Por isso, logo após a explosão inicial – uma original exploração de algo que recorrentemente acontecia de forma anónima nos comics de super-heróis, onde os danos e as vítimas colaterais raramente eram mencionados – assistimos a um primeiro confronto do Capitão América com a SHIELD e sua consequente deserção e passagem à clandestinidade, à revelação pública da identidade secreta do Homem-Aranha (que posteriormente levará à quase morte da Tia May e à eliminação do casamento de Peter e Mary Jane, uma das duas consequências mais relevantes desta Guerra Civil), ao primeiro combate entre o Capitão América e o Homem de Ferro, ao aparecimento de um falso e mortífero Thor, à morte trágica de um super-herói, à quebra da relação entre Sue e Reed Richards, à prisão de inúmeros heróis, ao dar de carta branca a super-vilões e ao confronto final entre ambas as facções, que terminará de forma a um tempo surpreendente, digna e trágica, pois conduzirá à segunda grande consequência desta saga: a posterior morte do morte do Capitão América.
O suficiente, sem dúvida, para tornar obrigatória este volume que, para lá dos super-heróis propriamente ditos, tem um inegável tom politizado, assente no confronto entre as posições fascizantes de Tony Stark/Homem de Ferro e o discurso idealista de Steve Rogers/Capitão América, potenciado pelas sombras do 11 de Setembro e as perspectivas de novas ameaças que ele abriu.


19/11/2012

Heróis Marvel II - #5 Wolverine: Velho Logan











Mark Millar (argumento)
Steve McNiven (desenho)
Dexter Vines (arte-final)
Levoir/Público (Portugal, 8 de Novembro de 2012)
170 x 260 mm, 216 p., cor, cartonado
8,90 €



Resumo
Há 50 anos, os vilões venceram os super-heróis e passaram a dominar a Terra.
Wolverine – agora apenas Logan – um dos poucos sobreviventes, é agora um agricultor miserável que jurou nunca mais combater nem utilizar as suas garras retrácteis.
Para conseguir pagar aos donos da terra que trabalha, aceita uma proposta do Gavião Arqueiro (que está cego) para o acompanhar como guia numa longa viagem através do território dos EUA, agora dominado por vilões como a família Hulk, o Rei do Crime ou o Caveira Vermelha.

Intróito
Não comprei/vou comprar todos os volumes das séries I e II da colecção Heróis Marvel, que têm sido publicados com o jornal Público desde o início de Julho.
Porque o orçamento não estica, porque já tinha alguns deles em edições que me satisfazem (o Integral Homem-Aranha de Frank MillerHomem-Aranha: A Morte dos Stacy, Guerra Civil) ou porque alguns eram pouco apelativos para mim (Guerras Secretas, Dinastia de M). O que não impediu que, nas compras feitas, experimentasse algumas (fortes) desilusões (Quarteto Fantástico, Nick Fury…)
Em contrapartida, também foi/vai ser uma boa oportunidade de (re)ler outras belas narrativas (Surfista Prateado: Parábola, Demolidor: Renascido), de descobrir fases clássicas (Capitão América – ALenda Viva), de ser surpreendido com boas histórias (X-Men: Os Filhos do Átomo, Hulk: Tempest Fugit, Wolverine: Madripoor, Justiceiro: Diário de Guerra, Homem de Ferro: Extremis)…
Mas, até agora, nenhuma me agradou/surpreendeu/deslumbrou tanto como Wolverine: Velho Logan.

Desenvolvimento
Não fazia parte das minhas opções iniciais, confesso, mas comprei-o por indicação do João Miguel Lameiras – obrigado! – e teve em mim um efeito raro: fui busca-lo ao quiosque, folheei-o, fui para casa, comecei a leitura e só parei quando cheguei ao fim!
Desde logo porque, visualmente é uma obra muito forte. O traço de McNiven e Vines combina um registo hiper-realista, com um trabalho notável ao nível do pormenor (rugas, sombras, músculos…) – apesar dos cenários serem geralmente despojados e quase vazios para darem todo o protagonismo aos seres vivos – com o hiper-exagero das cenas de acção que só é possível encontrar nos comics de super-heróis. Com uma planificação diversificada, que recorrentemente explode em vinhetas de meia página, página inteira ou mesmo dupla página, os donos do traço presenteiam-nos com imagens de impacto indescritível: os saltos do carro-aranha, a derrota do Rei do Crime, o dinossauro Vénon, o esqueleto de Hank Pym estendido na planície árida, os combates contra o Caveira Vermelha ou a família Hulk…
Realçados ainda mais pelo imenso contraste entre o bucolismo da sequência inicial – a opção de Logan - e a violência brutal e sem limites – imagem de marca de Wolverine que este quer esquecer - que esmaga rostos, corta cabeças, estripa corpos, desfigura, retalha, desfaz, explode, destrói…
E se o encanto poderia ficar pelo desenho - e pelo soberbo tratamento de cor que lhe foi aplicado -, a história é tão poderosa como o seu visual. É verdade que evoca de imediato o magnífico western crepuscular Imperdoável, de Clint Eastwood, ou O Regresso do Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller, combina uma mão cheia de outras citações reconhecíveis e que o leitor intui rapidamente qual o final que o aguarda – embora esteja longe de adivinhar o caminho que vai ser trilhado para lá chegar! Mas, mesmo assim, a leitura prende, puxa, arrasta o leitor numa vertigem de irresistível entre a lyuta interior de Logan/Wolverine e a violência extrema que caracteriza muitas das cenas.
Mais a mais, porque, ao longo do relato, as surpresas se sucedem, muitas delas como violentos socos no estômago do leitor desprevenido. À cabeça, a razão para a vitória dos vilões sobre os super-heróis, à qual Wolverine surge associado; depois, a actuação da (nova) Mulher-Aranha, o papel da família Hulk, o confronto com o Caveira Vermelha…
Não inocentemente, Wolverine - ou Logan – é o único sobrevivente dos grandes super-heróis, o que leva a que as atenções se concentrem ainda mais nele e na sua (surpreendente) nova postura, especialmente tendo em conta o carácter explosivo e belicoso que se lhe conhecia.
Sem fugir aos exageros típicos dos super-heróis, que resultam em cenas grandiosas, combates épicos e alguma desproporcionalidade – mas que neste relato concreto até são bem-vindos – Millar desenvolve o seu relato – e o mundo (duplamente) apocalíptico em que ele se desenrola, tornando-os credíveis e razoáveis, página após página, e sustentado plenamente o pressuposto que lhe está na origem.


A reter
- O grafismo fabuloso e de grande impacto de McNiven e Vines, que resulta em páginas e sequências memoráveis.
- A forma como Millar sustenta o argumento e torna credível a sua ideia-base.
- A força do conjunto.

Menos conseguido
- Apenas um senão, a forma como Logan/Wolverine derrota o seu adversário no seu último combate. Também não era preciso exagerar (tanto!)…


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