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03/04/2019

El Asombroso Spiderman: El peligro de las drogas

Serviço público


Nem há uma semana, escrevi aqui no blog, a propósito de Indeh - Uma história das Guerras Apaches, escrito pelo actor e realizador Ethan Hawke, que ‘há obras cuja notoriedade se faz à custa de questões (mais ou menos) acessórias, que não estão intrinsecamente relacionadas com a sua qualidade em si - não a questionando também’
Este livro, é mais um exemplo - por razões diferentes.

02/08/2012

Heróis Marvel #5

Homem-Aranha - A Morte dos Stacy









Stan Lee, Gerry Conway e Lee Weeks (argumento)
John Romita, Gil Kane e Lee Weeks (desenho)
Levoir+Público (Portugal, 2 de Agosto de 2012)
170 x 260 mm, 200 p., cor, cartonado
8,90 €



Resumo
Este volume compila as revistas “Amazing Spider-Man” #88 a #90 e #121 a #123 e a mini-série “Death and Destiny” e nas suas páginas estão narradas as mortes de três personagens que foram fundamentais na vida de Peter Parker/Homem-Aranha.

Desenvolvimento
Quinto tomo da colecção Heróis Marvel e segundo dedicado ao Homem-Aranha, este volume contém uma das histórias mais marcantes da bibliografia do aracnídeo, aquela que narra a morte de Gwen Stacy, então namorada de Peter Parker. Mais do que marcante, esta BD pode ser considerada uma das pedras basilares da mitologia deste super-herói, não só porque abriu caminho para a relação de Peter com Mary Jane, com quem viria a casar e a viver durante muitos anos, mas também porque serviu para acentuar o lado trágico da vida do Aranha e para aumentar exponencialmente o peso que já carregava nos ombros pela morte do seu tio Ben.
No entanto, antes de chegar a ela, o leitor terá primeiro de assistir à morte do capitão Stacy (que descobrira e guardara para si a identidade secreta do Homem-Aranha), que Peter então via como um pai. Ocorrido numa BD datada do início da década de 1970, como dano colateral num confronto com o Doutor Octopus, provocou em Parker um enorme sentimento de culpa e de dúvida em relação ao seu futuro, não só quanto a continuar como super-herói, mas também no que dizia respeito à sua relação com a bela Gwen.
Este dilema, explorado sem grande brilho na mini-série “Death and Destiny” – mais recente, pois foi originalmente publicada no ano 2000 – igualmente presente neste tomo, viria a atingir o seu auge em 1973, numa BD que marcou uma geração e que hoje, quase 40 anos depois, continua a ser de leitura obrigatória, não só pelo seu impacto, mas também pelas suas qualidades intrínsecas: legibilidade, ritmo, tensão, combinação entre acção, drama e tragédia, planificação diversificada e dinâmica e planos arrojados.
Conhecida como a banda desenhada cujo título apenas foi revelado no final, numa época em que as mortes nas histórias de super-heróis ainda eram definitivas (como convém lembrar), está muito bem construída por Gerry Conway e Gil Kane, que ao longo das páginas fazem subir a tensão que atingirá o clímax num confronto entre o Homem-Aranha e o Duende Verde que tinha raptado Gwen e que de forma vingativa a lançará do alto da ponte George Washington, num acto que, de forma surpreendente, terá consequências funestas.
E que levará a um novo e também trágico confronto entre o super-herói (com muita raiva quase incontida) e o vilão, num acentuar do lado humano do Homem-Aranha mas também num reforço do seu lema imutável: “com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades”.

A reter
- A boa qualidade gráfica da edição, mais a mais se considerado o seu preço.
- A importância clássica do conteúdo deste tomo.
- A forma exemplar como os arcos mais antigos estão desenvolvidos, avançando num crescendo de tensão dramática para o clímax e o final trágico de cada um.

Menos conseguido
- A mini-série Death and Destiny no seu todo, embora seja compreensível a sua inclusão neste livro. De fora ficou a mais interessante “O Beijo”, história de DeMatteis e John Romita Sr., publicada em “Amazing Spiderman” #365, que mostra como as memórias de Gwen acompanharam Peter ao longo dos anos com a compreensão de Mary Jane.
- Bastante falada em sites e blogs - e não só naqueles dedicados aos quadradinhos - esta colecção iniciada há já um mês, continua com alguns (incompreensíveis) problemas de distribuição que poderão afastar potenciais leitores e ser um óbice a um (maior? e) merecido sucesso.

Nota – As imagens com texto em português que ilustram este texto foram retiradas do portal Central Comics.



10/08/2011

Wolverine – Inimigo do Estado

Volume 1
Mark Millar (argumento)
John Romita Jr. (desenho)
Kalus Janson (arte-final)
Pauls Mounts e Jose Villarrubia (cor)
Devir (Portugal, Junho de 2011)
168 x 257 mm, 144 p., cor, brochado
14,99 €

Resumo
Capturado e controlado pela Hidra, Wolverine transforma-se numa máquina de matar nas mãos erradas que nem todos os super-heróis do planeta parecem conseguir deter.

Desenvolvimento
Compreendo – com excepção do referente à lula - as palavras de Garth Ennis no prefácio: “Na maior parte das vezes, prefiro pregar uma lula raivosa na minha cara do que ler uma banda desenhada de super-heróis. Não é a minha onda, nunca foi. Os poderes, os fatos, os discursos, as atitudes, os nomes que dão às personagens. Não estou para me incomodar com tudo isso”.
Para mim, pessoalmente, os super-heróis também não são a minha onda. Nem a minha praia. O que não impede, confesso, que leia regularmente bandas desenhadas por eles protagonizadas. Por obrigação profissional, se assim posso escrever. O que se transforma em prazer, por vezes.
Como no caso deste Wolverine – Inimigo do Estado. Para cuja leitura tive de partir pondo de parte alguns preconceitos, aceitando alguns pré-conceitos. Após o que li um relato divertido – sem ligações a cronologias hiper-complicadas - e diversificado – muito por culpa da sucessiva aparição dos maiores heróis Marvel como Elektra, Quarteto Fantástico, Demolidor, Capitão América… - que consegue prender e cativar, mesmo um não-fã de super-heróis como eu. Porque enquanto vai sabotando, matando, ameaçando, atentando, Wolverine tem que se bater com muitos dos seus ex-aliados, ao mesmo tempo que luta consigo mesmo, tentando quebrar o domínio com que a Hidra o mantém controlado.
E se nisso Millar tem uma boa quota-parte da responsabilidade – apesar de algumas fraquezas argumentais inerentes ao género (desculpem, não consegui deixar de o escrever) – a ela também não é alheio o belo traço de Romita Jr., um dos meus desenhadores de comics preferidos, pela sua linha clara detalhada e bonita, excelente (quase sempre) no tratamento da figura humana, em especial ao nível dos rostos (femininos), e com a dinâmica necessária para retratar as (muitas e muito) preenchidas cenas de acção, das quais destaco a sequência do combate de Elektra com os ninjas ou o confronto entre Wolverine e o Demolidor.
Ao terminar o volume, se é verdade que o relato pouco avançou – algo usual nos super-heróis… - pois para além da “troca” de Wolverine por alguém que me abstenho de nomear, pouco mais aconteceu, após um tempo que considero bem empregue, reconheço que fiquei suspenso da sua continuação, com vontade de ler o resto de imediato. Fica o pedido à Devir que não esqueça os leitores que nela acreditarem comprando esta edição, para que seja célere na publicação do tomo seguinte com a sua conclusão.

A reter
- O regresso da Devir à edição, simultaneamente em banca e livraria. Com o desejo que não seja apenas (mais) um intervalo nas suas intermitências, mas o início de um (novo) ciclo de edições regulares.
- A distinção – com o selo “em português” – presente nas edições distribuídas nas bancas, que poderá cativar alguns leitores.
- A forma como a narrativa de Millar cativa e arrasta o leitor.
- O traço magnífico de Romita Jr., com pormenores magníficos – como a cena em que Wolverine abate o tubarão - embora…

Menos conseguido
- … a bela e delicada Sue Storm pareça anoréxica..
- … e o Capitão América que esmurra Wolverine quase no final tenha uma expressão pouco feliz, o que, sei, pode ser devido à arte-finalização de Janson.
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