Mostrar mensagens com a etiqueta Sara Ferreira. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Sara Ferreira. Mostrar todas as mensagens

28/06/2013

SuperPig: Roleta nipónica







Mário Freitas (argumento)
Osvaldo Medina (desenho)
Gisela Martins e Sara Ferreira (cores e cinzas)
Kingpin Books
Portugal, Maio de 2013
185 x 230 mm, 48 p., cor e pb, brochado com badanas
10,50 €


À exígua galeria dos heróis portugueses de banda desenhada – e entenda-se aqui o termo “heróis” para designar personagens recorrentes, protagonistas de várias aventuras, pode já acrescentar-se o nome do SuperPig que, depois de “SuperPig” e “Live Hate”, protagoniza também este “Roleta Nipónica”.
Apesar disso – e comparativamente com os heróis já existentes nessa hipotética galeria – SuperPig apresenta (pelo menos) uma característica que o distingue, o facto de saltar de registo em registo – gráfico e narrativo – não tanto à procura de si próprio ou do tom mais adequado, mas sim ajustando esse tom não só ao estilo de cada um dos parceiros (gráficos) que Mário Freitas – o seu criador – vai escolhendo neste trajecto já com alguns anos, mas também, de algum modo, aos tempos que se vão vivendo.
Nesse trajecto, desta vez, SuperPig é até pouco mais do que simples narrador, deixando o protagonismo ao seu pai, que se vê a braços com um antigo inimigo e uma tríade japonesa, na sequência do rapto (involuntário e com fins gastronómicos!) do filho.
Sob (alguma) influência manga, a história desenvolve-se a bom ritmo, merecendo especial atenção a forma como (o texto d)a narração de Pig alterna/encaixa/contrasta com o respectivo desenho, ritmando/caracterizando/conduzindo a leitura de forma especialmente bem conseguida.
Aventura pura, condimentada com algum humor, um bom ritmo, sequências dinâmicas e algumas surpresas, “Roleta nipónica” – um título especialmente feliz - se não se trata de uma obra de referência que vai ficar nos anais da BD portuguesa – seja lá isso o que for – cumpre sem dúvida um propósito que essa mesma BD portuguesa raramente soube/tem sabido: entreter e divertir, dentro de assinaláveis padrões de qualidade.

O que, possivelmente, é bem mais necessário nos tempos que correm, se ainda acreditamos que a banda desenhada nacional pode ter um futuro.

A reter
- A qualidade dos diálogos.
- O traço de Osvaldo Medna, diferente do que já lhe víramos em “A Fórmula da Felicidade” ou em “Mucha”, mas com a mesma qualidade e legibilidade.
- A distribuição desta obra no circuito das FNAC, o que lhe pode granjear a visibilidade que justifica.


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...