07/04/2012

Bedeteca de Beja - Abril

Exposições

De 27 a 29 de Abril
O 2 CAVALOS NA BANDA DESENHADA – 1º ENCONTRO 2CV PAX JÚLIA
Exposição de Banda Desenhada com reproduções de pranchas de Frank Margerin, Franquin, Hergé, Roba e muitos outros.
Local: Entrada da Casa da Cultura
Organização: CMB (Bedeteca de Beja)/Os Faruk’s de Beja

Até 28 de Abril
ANDRÉ CAETANO
Exposição de Banda Desenhada
Local: Galeria da Bedeteca (1º andar, ala esquerda)
Organização: CMB (Bedeteca de Beja) / André Caetano

Até 28 de Abril
JOÃO RAZ
Exposição de Ilustração
Local: Galeria Principal (1º andar, centro)
Organização: CMB (Bedeteca de Beja) /João Raz


Livros do mês na Bedeetca de Beja

O ABADE JOÃO, de Lurdes Breda (texto) e André Caetano (ilustrações)
Este livro ilustrado relata uma velha lenda de Montemor-o-Velho que ainda hoje povoa o imaginário da região. Uma bela ocasião para apreciar a escrita de Lurdes Breda e o desenho de André Caetano, cujo trabalho se encontra exposto entre nós até 28 de Abril…

QUANDO MEU PAI SE ENCONTROU COM O ET FAZIA UM DIA QUENTE, de Lourenço Mutarelli
Uma tragédia interrompe o quotidiano de um reformado da Companhia Telefónica. O que é que acontece quando a vida sai dos trilhos? Depois de vários anos afastado da banda desenhada, Mutarelli volta a brindar-nos com uma história onde dá corpo às suas obsessões. Um autor genial a (re)descobrir…

Clubes
Ao longo de todo o ano
LEMON STUDIO – CLUBE DE MANGÁ
Horário: sextas-feiras, das 16h00 às 18h30
Local: Bedeteca de Beja (1º andar, ala esquerda)
Entrada livre
Organização: CMB (Bedeteca de Beja) / Lemon Studio


Ateliês
Até 26 de Junho
ATELIÊ DE BANDA DESENHADA
OURIÇO-DO-MAR (Dos 8 aos 12 anos)
Com PAULO MONTEIRO
Horário: todas as terças-feiras, das 19h30 às 20h30
Organização: CMB (Bedeteca de Beja)

Até 28 de Junho
ATELIÊ DE BANDA DESENHADA
TOUPEIRA (A partir dos 13 anos)
Com PAULO MONTEIRO
Horário: todas as quintas-feiras, das 19h30 às 20h30
Organização: CMB (Bedeteca de Beja)

Até 7 de Junho
ATELIÊ DE ILUSTRAÇÃO CIENTÍFICA
Com ANA LOPES
Horário: terças e quintas-feiras, das 19h30 às 21h15
Organização: Associação Pegada no Futuro
Parceria: CMB (Casa da Cultura)


Eventos
CONCURSO AVENIDA MARGINAL
O Concurso Internacional de BD Avenida Marginal, apoiado pela Bedeteca de Beja, entra agora na sua segunda edição, e é uma iniciativa que fomenta a criatividade e o intercâmbio cultural.
É dirigido a todos os cidadãos portugueses interessados pela arte da Banda Desenhada (HQ) e este ano, também a todos os cidadãos brasileiros e dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP). Toda a informação aqui.


Outros Serviços

ESPAÇO INTERNET
O Espaço Internet dispõe de 4 computadores de acesso livre. Está aberto ao público de terça a sexta-feira, das 14h00 às 17h30, e aos sábados, das 14h00 às 20h00.

CEDÊNCIA DE ESPAÇOS PARA ATIVIDADES
Apoio e cedência de espaços, a escolas e outras instituições, para a realização de reuniões e eventos.

APOIO A ALUNOS E PROFESSORES, NA BEDETECA DE BEJA
Apoio a alunos e professores para a realização de exposições ou outros projectos específicos na área da banda desenhada e ilustração.


Contactos e Horários
BEDETECA DE BEJA
Edifício da Casa da Cultura
Rua Luís de Camões
7800 – 508 Beja
Telefone: 284 313 318
Telemóvel: 969 660 234
E-mail: bedetecadebeja@cm-beja.pt
Horário: de terça a sexta-feira, das 14h00 às 23h00. Sábados das 14h00 às 20h00.


Parceiros

PARCEIROS PARA A PROGRAMAÇÃO
Associação para a Defesa do Património Cultural da Região de Beja / Associação Pegada no Futuro / Lemon Studio / Museu Regional de Beja / NCreatures / Prísvideo

PARCEIROS PARA A DIVULGAÇÃO NA NET
AS LEITURAS DO PEDRO, CENTRAL COMICS, DRMAKETE, KUENTRO, LEITURAS DE BD e NOTAS BEDÉFILAS

(Texto da responsabilidade da Bedeteca de Beja, com alteração para a grafia pré-Acordo Ortográfico da responsabilidade de As Leituras do Pedro)

06/04/2012

Marjane Satrapi

“A banda desenhada é um meio de narração muito específico e muito especial”










Há cerca de 11 anos, aquando da passagem da iraniana Marjane Satrapi pelo XI Salão Internacional de Banda Desenhada do Porto, de que foi uma das convidadas e onde os originais de “Persépolis”  estiveram expostos, tive oportunidade de conversar com ela.
A propósito da recém-edição portuguesa, pela Contraponto, daquela obra de referência, aproveito para recordar essa entrevista com Satrapi, originalmente publicada no Jornal de Notícias de 7 de Outubro de 2001.

Jornal de Notícias – Como é que decidiu fazer banda desenhada?
Marjane Satrapi – A banda desenhada é um meio de narração muito específico e muito especial, a meio caminho entre o mundo das imagens e o mundo das palavras. Na literatura tudo funciona ao nível da imaginação e, por exemplo, no cinema, ao nível visual. A banda desenhada fica a meio do caminho entre ambas e funciona a nível visual, mas exige também o uso da imaginação para entender a sequência da narrativa. Gosto de desenhar e de contar histórias e, por isso, a BD é o meio de expressão que me convém.

JN – Não leu BD quando era pequena, pois ela não existia no Irão. Como é que descobriu esta arte?
MS – Descobri a banda desenhada quando cheguei a França há sete anos [1994]. A primeira obra que me marcou, lembro-me bem, foi “L’ascension du haut mal”, de David B., uma obra muito específica, muito gráfica, auto-biográfica, para adultos. Até então, a minha visão da BD limitava-se a Astérix, Tintin, Lucky Luke, muito caricaturais, humorísticas… Com “L’ascension…”, vi que se podiam fazer coisas diferentes, que se podia fazer BD para adultos. Depois encontrei pessoas como [Christophe] Blain, [Joann] Sfar, David B., [Emmanuel] Guibert, e a proximidade com eles e com as suas obras deu-me vontade de fazer BD. Embora inicialmente os achasse malucos. Eu fazia ilustrações para livros infantis e 13 ilustrações eram um livro. Em BD, 13 desenhos são uma ou duas páginas. Não percebia porque tinham tanto trabalho. Depois, descobri as possibilidades narrativas da BD e senti que era aquilo que eu queria fazer.

JN – Normalmente, diz-se que quem não leu banda desenhada em pequeno não sabe como a ler quando é adulto. Isso aconteceu consigo?
MS – Sem dúvida. Quando comecei a ler BD, primeiro, via todas as imagens, depois lia o texto todo, e depois é que olhava para o conjunto! Ler BD é uma coisa que é preciso aprender a fazer. Mas é como tudo.

JN – “Persépolis” é a sua primeira BD?
MS – Sim. Antes tinha sido grafista, tinha feito desenho de imprensa, algumas ilustrações para livros infantis, mas nunca tinha vendido nenhuns, porque tinha pouca autoconfiança e apresentava-me muito mal aos editores, desvalorizava as minhas próprias obras…

JN – “Persépolis” recebeu em Angoulême o “Alph-Art” para o melhor primeiro álbum. Isso foi importante?
MS – Foi muito importante num só aspecto: credibilizou-me aos meus próprios olhos. Fez-me acreditar em mim. Depois dele ganhei confiança e vendi facilmente os trabalhos que tinha feito anteriormente.

JN – Porque é que há tão poucas mulheres a fazer BD?
MS – A BD foi durante muitos anos uma leitura de distracção e era suposto as mulheres aprenderem a tocar piano e a distraírem-se e a cozinhar e não distraírem-se. Por outro lado, as heroínas apresentadas não eram mulheres com quem as leitoras se gostassem de identificar. A primeira heroína francesa, Bécassine, por exemplo, era um pouco pobre de espírito. As outras heroínas tinham grandes seios e pernas longas e também não eram personagens com quem as mulheres se identificassem. Portanto, a BD não era uma leitura que se destinasse a nós. E ainda há outro aspecto: a BD é um trabalho obsessivo e eu acho que os homens têm uma obsessão criativa maior do que as mulheres, que desde sempre tiveram de se preocupar com outras coisas, como tratar das crianças, etc.

JN – As mulheres trazem uma sensibilidade diferente À BD?
MS – Acho que não. A discussão é a mesma que em relação à literatura feminina. Acho que não há razão para fazer essa diferenciação. Alguém disse que a literatura não tem sexo e com a BD passa-se o mesmo.

05/04/2012

Persépolis






  








Marjane Satrapi
Contraponto (Portugal, 5 de Abril de 2012)
150 x 235 mm, 352 p., pb, brochado
19,90 €

04/04/2012

Thorgal - Aarícia








 


Jean Van Hamme (argumento)
Grzegorz Rosinski (desenho)
ASA + Público (Portugal, 4 de Abril de 2012)
225 x 295 mm, 48 p., cor, cartonado
4,90 €



1.      Este é o primeiro tomo da nova parceria entre a ASA e o jornal Público, vendido hoje com o jornal, dedicado a Thorgal , uma série magnífica que, situada no tempo dos vickings, combina a grande aventura com um tom místico e fantástico, que lhe conferem uma aura única.
2.      Como primeira nota prévia ao que de seguida vou escrever, quero deixar claro que considero esta uma das melhores escolhas que podia ter sido feita dentro da linha de banda desenhada popular que tem norteado as colecções conjuntas da ASA e do Público.
3.      E, como segunda nota prévia, afirmo que concordo com a opção editorial feita de começar esta colecção – constituída apenas por volumes inéditos em português - no tomo #14 da saga original…
4.      … porque os volumes #1 a #3 e #7 a #10 já tiveram edição portuguesa…
5.      … porque o #4 foi distribuído entre nós em edição brasileira…
6.      … e integra o ciclo de Brek Zarith concluído nos tomos #5 e #6…
7.      … tal como os tomos #11 a #13 fazem parte do ciclo do País Qâ, iniciado no tomo #9 e que a ASA conta concluir até meados de 2013.
8.      Mas, apesar de tudo o que atrás escrevo, acho que este não deveria ter sido o tomo inicial da colecção.
9.      Isto, porque acredito que a venda destas colecções de BD com o jornal pretendem mais do que atingir aqueles que já são/foram leitores de quadradinhos…
10. … ou seja, também conquistar novos leitores de banda desenhada…
11.  … e por isso não me parece que Aarícia seja o volume mais indicado para introduzir a série a quem não a conhece.
12.  Tal como “O Filho das Estrelas” (tomo #7), “Aarícia” é um conjunto de histórias curtas.
13.  Aquele abordava a infância de Thorgal, o actual volume, com histórias publicadas entre 1984 e 1988, narra episódios marcantes da infância da sua esposa: a morte da mãe; a morte de Leif Haraldson, pai adoptivo de Thorgal e a consequente coroação de Gandalf, o louco; a reintegração de Thorgal no seio da aldeia; a utilização das jóias com que a deusa Frigg a presenteou aquando do seu nascimento.
14.  Entre a ternura própria das crianças, algum humor, o início das intrigas em torno de Thorgal, a exploração da mitologia nórdica e o fantástico, servem acima de tudo para justificar a ligação entre os dois desde criança, explicar o posicionamento de Thorgal na comunidade vicking que o acolheu e reforçar o protagonismo que Aarícia vai conquistando ao longo desta longa saga.
15.  No entanto, falta-lhe o tom mais adulto presente nos álbuns “tradicionais” da série que fizeram de Thorgal um caso único no panorama da BD francófona e que teriam um maior potencial para conquistar novos leitores.
16.  Por isso, em meu entender – sem saber se isso era contratualmente exequível – penso que teria sido mais proveitoso deixar este tomo para mais tarde – mesmo que mantivesse o número 1 na lombada, para respeitar a sequência original – e introduzir Thorgal aos leitores do Público na notável exploração da temática “saltos temporais” que é “O Senhor das Montanhas” (volume #2 desta colecção, disponível na próxima quarta-feira, quando aqui escreverei sobre ele).
17.  Por isso, recomendo aos que fiquem desiludidos com “Aarícia”, um pouco de paciência ou que concedam uma segunda oportunidade a Thorgal, porque os próximos volumes – todos eles completos em si mesmo, apesar de constituírem peças de um mosaico mais vasto - já serão bem mais cativantes…
18.  E, no tomo #7 da colecção, “A marca dos banidos” (#20 na numeração original), iniciar-se-á o magnífico ciclo dedicado ao pirata (…?) Shaigan, a vários níveis cativante e surpreendente, com sequências memoráveis e um desfecho de todo inesperado, que ocupará quatro tomos que merecem um lugar de grande destaque no conjunto desta série.
19.  Que, reforço, é muito aconselhável e recomendável.

03/04/2012

Provérbios... com gatos













A ideia de que, o espaço que os livros e os eventos de BD ocupam nas prateleiras e nas agendas das livrarias é muito exímio (o melhor é sempre possível!) tem-me acompanhado nos últimos tempos, um pouco como eco das mensagens que me chegam directamente ou que leio aqui e acolá neste ou naquele blogue.
Quero por isso partilhar convosco a notícia de que estamos a desenvolver, em conjunto com os nossos colegas responsáveis pelas Livrarias Leya, e em algumas lojas que são da sua responsabilidade directa, um Espaço BD.
Trata-se de um espaço de mostra/venda de livros, mas pretende-se que se torne, gradual e simultaneamente, um espaço de actividades, de convívio e de troca de ideia.
O primeiro desses espaços será localizado em Lisboa, na Livraria LEYA na BUCHHOLZ (Rua Duque de Palmela, 4) e será “inaugurado” no próximo dia 3 de Abril, aquando do lançamento do livro “Provérbios…com Gatos”, cujo convite vos envio em anexo.
Na ocasião, e porque a autora do livro, a Catherine Labey, é também pintora de formação, inauguraremos uma exposição/venda das suas aguarelas.
Esta exposição ficará patente ao público até Maio.
Quanto a nós, pretendemos congregar e reunir neste espaço, pelo menos uma vez por mês, todos aqueles que desenvolvam qualquer actividade em torno da 9ª arte, sejam autores, editores, críticos, bloguistas…
Estou disponível para vos ouvir e fico à espera das vossas propostas.

Alguns repararão na data em que marcámos este primeiro evento: a primeira 3ª feira do mês. Esta data foi escolhida porque a consideramos emblemática para a BD, pois é uma data associada à Tertúlia BD Lisboa, da responsabilidade do Geraldes Lino.
A sua escolha é também uma “homenagem” ao trabalho de divulgação que o Geraldes Lino tem feito em prol da Banda Desenhada.
Assim, no dia 3 de Abril propomos a todos que a Tertúlia BD Lisboa comece mais cedo, na Livraria Leya na Buchholz, seguindo-se depois o habitual jantar do restaurante A Gina, do Parque Mayer.
Até terça-feira.

(Texto de Maria José Pereira)


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