Colecção:
Betty Boop Show Collection
Figura:
Betty Boop Cantora de Cabaré
Fabricante/Distribuidor:
Salvat (Portugal e Brasil)
Número
de figuras: 60
Material
da figura: Resina pintada à mão
Altura:
cerca de 13,5 cm
Preço:
1,99 € (1ª entrega), 4,99 € (2ª entrega); 8,99 (as restantes entregas). Cada
entrega inclui uma figura diferente e um fascículo a cores de 16 páginas com
informação sobre Betty Boop, uma página aos quadradinhos e um pouco da história
dos EUA nos anos 30 (no fascículo #1 a construção do Empire State Building e o
nascimento do famoso Cotton Club)
Nota
final: edição conjunta para Portugal e Brasil, o que se por um lado é de
saudar, faz com que neste número inaugural (pelo menos) tenha alguns textos em
português e outros em brasileira o que, no mínimo, causa alguma estranheza ao
leitor. De todo evitável era que a prancha de BD incluída no fascículo fosse
reproduzida com o texto dos balões em inglês, com a tradução em português por
baixo da página…
Um pouco de história
Frágil,
elegante, olhos grandes, boquinha pequena, a formar beicinho, pernas bem
torneadas, medidas exactas, ombros e pernas nuas, liga na perna esquerda, voz
suave em que pronunciou vezes sem conta o famoso "boop-oop-a-doop".
Esta
é a imagem de marca de Betty Boop que, se hoje pouco mais provoca do que um
sorriso, quando chegou à BD, a 23 de Julho de 1934, em tiras diárias da autoria
de Bud Couniham, possivelmente fez sonhar mais do que um leitor.
Esse
foi, no entanto, o segundo nascimento da sensual pin-up dos anos 30, inspirada
no visual da cantora Helen Kane, já que a sua estreia acontecera a 9 de Agosto
de 1930, em versão animada, num filme intitulado "Dizzy Dishes", da
autoria de Grim Natwick e Max Fleisher.
O
que poucos sabem é que então era uma cadela (literalmente!), fazendo parceria
com o cãozinho Bimbo, numa tentativa de emular o sucesso crescente e imparável
do par Mickey e Minnie Mouse. Como a ideia não teve sucesso, a evolução para
figura humana surgiu como alternativa, em filmes ambientados no meio
cinematográfico, bem explícitos quanto ao tema sexo, com a cantora e actriz a
usar vestidos bem curtos e, por vezes, até transparentes.
Depois
de uma parceria com Popeye, em 1933, a entrada em vigor do Hays Act, uma lei
censória que veio regulamentar e "limpar" o cinema e os quadradinhos,
obrigou a despojar Betty Boop do carácter provocador e provocante que a
distinguia, tornando-lhe a vida breve nos quadradinhos, marcados por um humor
ingénuo. A tira diária terminou logo em Março de 1935 e as pranchas dominicais,
iniciadas em Dezembro de 1934, resistiram apenas até Novembro de 1937.
Nos
anos 80, ensaiou novo regresso à BD, em parceria com o (em tempos também)
popular Felix the Cat, mas a experiência terminaria ao fim de quatro anos.
Hoje,
quando muitos ignoram as suas origens animadas e desenhadas, esta septuagenária
não é mais do que uma popular referência retro, usada e abusada em
merchandising.
(Versão
actualizada do texto publicado no Jornal de Notícias de 23 de Julho de 2009)