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11/05/2023

Contrition

De Espanha...


Costuma dizer-se que ‘De Espanha nem bom vento nem bom casamento.’ e faço a citação mesmo sabendo quem me conhece como gosto pouco de ditos e provérbios, embora aceite que possam ter um fundo de verdade ou da chamada sabedoria popular.
No caso vertente, não sei a razão ou a justeza do que atrás ficou escrito. Nem me interessa. Mas sei, e escrevo-o com segurança, que de Espanha tem vindo muita e boa banda desenhada e podia até vir mais.

06/08/2021

Pin Up Integral

De uma ponta à outra


Com a leitura iniciada em meados da década de 1990 e feita ao longo da primeira mão-cheia de álbuns, ao ritmo da edição francesa, até final do século passado, Pin Up foi uma série cuja conclusão, pelos mais diversos motivos, fui adiando ao longo de quase duas décadas (!).
Terminei-a agora - aliás, fi-la (em parte, de novo) toda, de seguida, na edição integral espanhola - confirmando os seus muitos méritos mas também alguns pontos menos meritórios.

28/06/2021

Contrapaso

Aqui ao lado...


Ao contrário de Portugal, a Espanha - os seus autores - tem sabido explorar os duros tempos da Guerra Civil Espanhola - e da II Guerra Mundial - e aqueles - ainda mais duros…? - que se lhes seguiram sob a ditadura franquista.
Directa ou indirectamente, citando de cabeça e apenas obras editadas em português, lembro A Arte de Voar, A Asa Quebrada, Neve nos Bolsos, A Solidão do Executivo, Os Trilhos do Acaso, O Inverno do desenhador, Soldados de Salamina… E, inevitavelmente, mas em castelhano, Paracuellos ou Los Profisionales, de Carlos Giménez.
Este Contrapaso, da (até agora para mim) desconhecida Teresa Valero, vem juntar-se àquela lote (incompleto) - sem qualquer tipo de favor, mesmo olhando aos nomes e aos títulos referidos.

06/09/2012

El Eternauta

 
 
 
 
 
Edicion Especial 50º Aniversario
H. G. Oesterheld (argumento)
F. Solano Lopez (desenho)
Norma Editorial (Espanha, Dezembro de 2010)
280 x 220 mm, 368 p., pb, cartonado
22.00 €
 
 
 
1.       Na semana em que se completam 55 anos sobre a data original de publicação da sua primeira página, escrevo finalmente sobre uma leitura há muito prometida na caixa na coluna aqui ao lado (e há muito feita).
2.      Refiro-me a “El Eternauta”, um relato de ficção-científica, que a Argentina descobriu a partir de 4 de Setembro de 1957, nas páginas da revista “Hora Cero Semanal” (onde a pôde acompanhar ao ritmo de 7 pranchas semanais durante quase 2 anos) e também um dos grandes clássicos da BD mundial, cuja imagem de marca é um homem de olhar duro, vestido com um escafandro artesanal.
3.      Nesse início, Salvo, um escritor de BD (o próprio Oesterheld?) via materializar-se do nada, à sua frente, um homem que se anunciava como o Eternauta, um viajante do tempo, e que se propunha contar-lhe a sua história.
4.      É esse relato que nós, leitores, vamos ler a partir daí
5.      Um relato que nos leva a Buenos Aires, na Argentina – então num futuro muito próximo – numa noite fria na cidade onde raramente neva, em que uma estranha neve fosforescente cobriu toda a cidade. E se revelou mortal para qualquer ser vivo, aniquilando em pouco tempo a maioria da população da cidade.
6.      Os raros sobreviventes, foram a pouco e pouco tentando organizar-se, acabando por descobrir que o estranho fenómeno tinha ocorrido em todas as grandes metrópoles, tinha origem extraterrestre e antecipava uma invasão em massa ao nosso planeta.
7.      É verdade que lido hoje em dia, 55 anos depois da sua criação, El Eternauta não tem a mesma força e o mesmo impacto de então, essencialmente devido a dois factores fundamentais.
8.     O primeiro, o facto de muitos leitores da “Hora Cero” serem de Buenos Aires, centro de toda a acção, podendo identificar – e identificar-se com – a cidade, as suas artérias, as suas casas (os seus concidadãos ameaçados?) numa proximidade marcante e até incómoda, num tempo em que o mundo era bem mais pequeno (e mais distante), num tempo em que o mundo de cada um era o seu bairro, a sua cidade ou pouco mais,
9.      A segunda, advém do facto de o tempo ter deixado algumas marcas em El Eternauta, por isso, alguns dos conceitos utilizados, especialmente no que aos invasores e às suas armas diz respeito, são hoje, no mínimo ingénuos.
10.  Isso não invalida a força que o relato mantém, a capacidade de prender e de atemorizar o leitor que revela a escrita elegante e cativante de Oesterheld, apesar de algum classicismo, desde logo pela forma difusa e pouco clara como os invasores são mostrados ao longo das primeiras dezenas de pranchas, o que aumenta o medo e o terror que inspiram, redobrado pelo livre curso que é dado à imaginação do leitor para os valorizar.
11.   Depois, pela constante alternância entre os momentos de euforia ou de desilusão vividos pelos protagonistas, que tão depressa passam da quase certeza da vitória para a sensação da inevitabilidade da derrota.
12.  Igualmente pela tensão constante que perpassa todo o livro, resultante da situação desesperada e da ignorância quase total em que vivem os sobreviventes, entre os quais os choques, as discordâncias e os confrontos se multiplicam.
13.  Ainda pela mensagem política que Oesterheld transmite, umas vezes claramente, outras com mais subtileza.
14.  E, finalmente pelo final, soberbo, em aberto, que reequaciona toda a narrativa e mergulha o leitor numa dupla dúvida…
 
Nota final: Se a minha leitura foi feita a partir da edição espanhola da Norma Editorial, no Brasil a Martins Fontes disponibiliza “OEternauta” desde o início do ano, numa edição que me parece similar a esta, apenas com a troca do prefácio de Carlos Trillo pelo de Paulo Ramos, do Blog dos Quadrinhos.
 
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