18/11/2009

Le Télescope

Jean Van hamme (argumento)
Paul Teng (desenho)
Casterman França, Novembro de 2009)
242 x 321 mm, 86 p., cor, cartonado


Resumo
Julien, Marcello, Charles, René e Louis somam em conjunto 300 anos; Jo, a bela e sensual desconhecida que regularmente espreitam através de um telescópio, pela janela do apartamento em frente ao de Julien, não passou ainda dos 25.
Eles, estão no ocaso da vida, com os sonhos perdidos e as esperanças desvanecidas; sobrevivem, apenas, em grande parte devido à amizade que há muito os une. Ela, habituada a viver de luxos conseguidos à custa do seu corpo e dos seus (falsos) afectos, tem ainda muitos sonhos para cumprir.
O encontro dos seis, vai ter consequências (in)esperadas.

Desenvolvimento
Após esse encontro, os cinco velhos – não haja medo de o escrever, são-no já nos corpos e nas mentes – vão viver seis semanas de sonho (para eles…) e reencontrar uma razão para (voltarem a) viver – vão como que rejuvenescer. Ou para viverem pela primeira vez, esgotando-se fisicamente, esgotando os seus recursos financeiros, como se tivessem todo o tempo do mundo para se recuperarem.
Jo – surpreendentemente – desse contacto, desse tempo, desses encontros, descobre que a vida pode ser bem diferente, que os sonhos não têm que seguir sempre os mesmos caminhos, que a felicidade pode ser menos custosa e estar mais perto do que imagina.
Dessas curtas seis semanas, nasce uma curiosa proposta: tirar partido das informações sigilosas que a bela jovem reuniu enquanto acompanhava um poderoso construtor com fortes ligações ao poder político para que os cinco homens façam fortuna. E, quem sabe, a façam (de novo) feliz.
Com esta base, Jean Van Hamme, longe dos relatos de acção (XIII, Largo Winch, etc.) que o celebrizaram, constrói uma trama de crítica social, sobre a velhice e a (consequente) perda de ilusões, o amor e os seus custos, e as ligações entre a imobiliária e a política.
Fá-lo com a competência habitual, sem deslumbrar mas divertindo, multiplicando as surpresas, mudando o rumo da narrativa a seu bel-prazer, da crónica quotidiana à intriga financeira e ao policial, com toques de humor e ternura, para a terminar como um verdadeiro conto de fadas. Em que todos casam e vivem felizes para sempre. Ou quase.
Que se perdoa e aceita, porque por vezes é preciso acreditar nos sonhos. Nem que seja nos dos outros.
Paul Teng, holandês, 54 anos, foi o escolhido para colocar em imagens este conto urbano, ao qual aplicou um traço semi-realista que evoca o de Boucq, com o qual criou personagens distintas e consistentes, seres humanos vulgares, não super-heróis nem modelos ou actores, sobressaindo apenas os traços da bela Jo.

Curiosidade
- Este álbum é a adaptação de um romance da autoria do próprio Jean Van Hamme, datado de 1992.

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