Na banda desenhada como na literatura, o universo Star Wars
experimentou uma enorme expansão que contribuiu decisivamente para fazer desta
franquia uma das mais amadas e rentáveis de sempre. A Trilogia de Thrawn – nascida em romances de Timothy Zhan, aqui na
sua adaptação em BD - é um dos exemplos mais relevantes, por mais de um motivo.
O principal, é o facto de ela representar, a continuidade
das duas primeiras trilogias cinematográficas. Corresponde a três romances - Heir to the Empire (1991), Dark Force Rising (1992) e The Last Command (1993) – e a sua acção
tem lugar 5 anos após os acontecimentos descritos em O Retorno de Jedi (1983). Ou seja, retoma a história no momento em
que os rebeldes vencem o império e dão origem à Nova República, após a
destruição da Estrela da Morte e da derrota de Darth Vader e do Imperador.
Reencontramos, por isso os principais intervenientes da
trilogia original, Han Solo e a princesa Leia, casados e à espera de gémeos,
Luke Skywalker, primiro de uma nova linhagem de cavaleiros jedi, e Chewie, a
braços com a enorme tarefa de estabelecerem a nova ordem, face às sombras do
império que, sob as ordens do Almirante Thrawn tentam reunir as suas forças e
conseguir material bélico para tentar retomar o poder e destruir a Nova República.
Na prática a ordem estabelecida e os rebeldes invertem
posições, mas a luta pelo poder e pelo controle – mais ou menos musculado – dos
milhares de planetas do universo continua na ordem do dia.
Assistimos, assim, a uma história movimentada, ambientada em
diversos mundos, cada um com as suas especificidades e surpreendentes habitantes,
com sucessivas alianças e traições, atentados e fugas miraculosas, actos de
coragem de um lado e de outro e vemos como se reposicionam no grande xadrez
espacial os diversos protagonistas de um e outro lado, com a introdução de
novas personagens ou a concessão de maior relevância a algumas já existentes.
Outro aspecto curioso desta adaptação em banda desenhada da
trilogia literária original é o facto de se sucederam como seus responsáveis gráficos
três duplas diferentes: os franco-belgas Oliver Vatine e Fred Blanchard no arco
inicial, e depois Terry Dodson/Kevin Nowlan e Edvin Biukovic/Eric Shanower.
Se
isso implica diferentes abordagens gráficas – até em função das ‘bagagens’ que
trazem – sem que no entanto nunca percam como indicadores as fisionomias dos
actores que interpretam os papéis no cinema, o facto de o argumento ser
integralmente assinado por Mike Baron garante a unidade da obra e a sua coerência
em termos de cadência, coerência e capacidade de prender o leitor, mesmo daqueles
que não sejam fãs empedernidos da saga Star Wars, como é o meu caso. O que
ajuda a perceber o impacto que a saga criada por Georges Lucas teve – e continua
a ter.
O terceiro aspecto relevante que quero salientar nesta breve
análise prende-se com o facto de o mais recente filme da franquia, Star Wars Episode VII: O despertar da força
(2015), ter seguido uma direcção totalmente diferente, o que transformou esta
trilogia – para desgosto de muitos seguidores - no mínimo numa versão
alternativa, quase um desenvolvimento num mundo paralelo, algures “numa galáxia
muito, muito distante…”
Nota final: Esta trilogia já foi publicada em BD português, nos
volumes
40 e 41 da colecção Comics Star Wars, por isso, se seguirem o link atrás
encontrarão mais algumas pranchas da obra, bem como os resumos que a editora
então forneceu.
Star Wars: A Trilogia de Thrawn
Mike Baron (argumento)
Oliver Vatine, Fred Blanchard, Terry Dodson, Kevin Nowlan, Edvin
Biukovic e Eric Shanower (desenho)
Planeta
Portugal, Maio de 2016
155 x 235 mm, 440 p., cor, capa dura
37,95 €
(imagens disponibilizadas pela editora; clicar nelas para as
aproveitar em toda a sua extensão)
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