A capa de “Astérix e a Transitálica”, disponível a partir de
19 de Outubro, foi divulgada em Paris, no Automobile Club de France, numa conferência que contou com a
presença dos autores, Jean-Yves Ferri e Didier Conrad, na passada segunda-feira.
Curiosamente, apesar de álbum sim, álbum não, deixarem a sua pequena aldeia para partirem em viagem, de Itália os gauleses só conheciam Roma, onde decorre grande parte da acção de “Astérix Gladiador” (1964) e de “Os Louros de César” (1972). E como “a Itália não se resume a César, a Roma e ao Coliseu!”, afirmam os autores, “já era tempo de Astérix e Obélix ficarem com uma ideia mais exacta sobre aquilo que era verdadeiramente a Itália!”. Desta forma, nos cenários da nova aventura estão presentes monumentos antigos de grande beleza e ao longo dela Astérix e Obélix vão provar uma gastronomia suculenta e generosa, embora seja previsível que este último continue a preferir javali assado. Para além disso, como habitualmente, vão cruzar-se com figuras públicas bem conhecidas de todos.
Em “Astérix e a Transitálica”, tudo começa quando Júlio César,
para afirmar o prestígio de Roma e a unidade dos povos da península itálica,
decide autorizar uma corrida aberta a todos os povos do Mundo Conhecido, a fim
de mostrar a excelência das vias romanas que, como se sabe, conduzem sempre a
Roma. A única condição imposta pelo tirano é que a equipa romana tem de cruzar
a meta antes de godos, persas, sármatas e… gauleses. Recebendo mais
protagonismo nesta história, Obélix será o auriga principal, cabendo a Astérix
o papel de co-piloto.
Seguindo a máxima de Alfred Hitchcock de que “quanto melhor
é o vilão, melhor é o filme”, os autores introduzem em “Astérix e a
Transitálica”, Coronavirus. Vestido de vermelho, numa clara alusão à Ferrari e
como piscar de olhos a Uderzo, que colecciona carros da marca italiana há mais
de 40 anos, o condutor romano mantém a sua identidade em segredo ao longo da
corrida, graças à máscara dourada que ostenta.
A escolha de Itália acaba por ser uma prenda para Albert
Uderzo, co-criador com René Goscinny (1926-1977) do pequeno guerreiro gaulês, pois
foi lá que ele nasceu, há 91 anos. O desenhador, esteve ausente da conferência
de imprensa devido a problemas de saúde, mas enviou um emotivo vídeo em que elogiou
os seus continuadores: “o seu trabalho é formidável, extraordinário”. Ferri
“tem muita astúcia e muito talento” e Conrad é “um desenhador formidável que
conseguiu manter a minha ‘pata’, se assim posso dizer!”
Depois de “Astérix entre os Pictos” e “O Papiro de César”,
“Astérix e a Transitálica” é o terceiro álbum assinado por Jean-Yves Ferri
(argumento) e Didier Conrad (desenho).
(versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de
10 de Outubro de 2017; imagens disponibilizadas pela editora, clicar nelas para as aproveitar em toda a sua extensão)
Boa noite.
ResponderEliminarO meu comentário é um aparte deste artigo. Quem adquiriu o último número que apareceu da colecção da Salvat: Demolidor som e fúria, no final do livro onde esta a apresentação da colecção está Demolidor: marcado para morrer. Este livro estava previsto na colecção? Se não, que significa? Obrigado
Jopac
"Marcado para morrer" está referenciado como "nesta coleção" que é de 60 livros.
ResponderEliminarAcho que nunca cheguei a ver referido quais eram os titulos 59 e 60 pelo que possivelmente será um desses.
Sim estava incluído na lista final
ResponderEliminar59. Marvel: A União faz a força (Marvel Team-up)
ResponderEliminar60. Demolidor: Marcado para morrer (Daredevil: Marked for murder)
São estes os 59 e 60.
Letrée