O (re)encontro
habitual
É o best-seller bianual e incontornável - na francofonia, em
Portugal, na Alemanha… - e as tiragens que atinge, mais do que reflectir um
hábito mostram a adesão dos leitores.
E o mínimo que se pode escrever é que a ida de Astérix e
Obélix à Península Itálica proporciona uma leitura agradável e divertida. Não é
pouco.
No princípio, temos uma corrida organizada por César - que
se apropria de uma ideia já em curso - para proclamar a grandeza de Roma e das
suas estrada - que afinal, então, como agora as nossas - nem sempre são
transitáveis, deixam a desejar em termos de sinalização e apresentam muitos
buracos… Nada de novo, portanto!
Aberta a todos os povos do Mundo Conhecido, junta romanos e
bárbaros, bem como os povos aculturados - uns mais do que outros, mas todos
muito pouco! - entre os quais uma dupla… lusitana. Com presença recorrente e um
inesperado protagonismo final.
Numa história que decorre por etapas, há que salientar a assinalável
fluência do relato - sem os saltos ou os encadeamentos forçados que por vezes
nestes casos ostentam - e, acima de tudo, o maior à-vontade que Ferri e Conrad
revelam, moldando, aos poucos, subtilmente e de forma coerente Astérix, Obélix
e restante galeria de personagens à sua forma de narrar e às ideias que
pretendem introduzir. A auto-citação é um exemplo dessa (r)estruturação, bem
como o maior destaque dado a Obélix, a introdução de um concorrente mascarado
como adversário - apenas e não vilão como pré-anunciado - cuja identidade
acabará por proporcionar mais do que uma surpresa, num álbum bem-disposto,
pelas situações e os trocadilhos - de palavras e à própria série -, os piscares
de olho à actualidade bem como à cultura e à gastronomia italianas e a
introdução de personalidades reais reconhecíveis.
Aos que - inevitavelmente - o desejarem comparar com os anteriores da série, deixo uma citação de Conrad de uma entrevista que As Leituras do Pedro vão publicar muito em breve: “numa série como Astérix, quase sempre o teu álbum favorito está entre os primeiros livros dela que leste, geralmente os três primeiros. A maior parte dos leitores opta por um título do seu tempo.”
Astérix e a Transitálica
Aos que - inevitavelmente - o desejarem comparar com os anteriores da série, deixo uma citação de Conrad de uma entrevista que As Leituras do Pedro vão publicar muito em breve: “numa série como Astérix, quase sempre o teu álbum favorito está entre os primeiros livros dela que leste, geralmente os três primeiros. A maior parte dos leitores opta por um título do seu tempo.”
Astérix e a Transitálica
Disponível também em
versão em mirandês: Asterix an Eitalia, em Novembro
Jean-Yves Ferri (argumento)
Didier Conrad (desenho)
ASA
Portugal, 19 de Outubro de 2017
218 x 290 mm, 48 p., cor4, capa dura
10,90 €
(imagens disponibilizadas pela editora; clicar nelas para as
aproveitar em toda a sua extensão)
E os Lusitanos voltam aos livros do Asterix...
ResponderEliminarÉ pena também não haver alguém para continuar a obra de Hergé; acho que uma nova abordagem de TinTim seria interessante, a menos que isso não seja possível e eu esteja aqui a dizer uma calunia!?
ResponderEliminarE no final, a taça foi para os Lusitanos :)
ResponderEliminarLuís Campos