Depois
das (muito) boas impressões que o primeiro volume de The
Promised Neverland
me provocou, hesitava na leitura do segundo, temendo uma
(compreensível?) quebra, mas a verdade é que os autores aguentaram
bem as premissas iniciais.
É
verdade que o tom varia um pouco, é mais introspectivo, mas o
ambiente de terror que está subjacente à temática mantém-se
omnipresente ao longo das páginas e é ele que define o tom.
Apostados
em conseguir fugir do orfanato em que residem - e em levarem consigo
todas as crianças - Emma, Norman e Ray têm de perceber como escapar
ao controlo e à vigilância das duas adultas, como sair da casa e,
mais ainda, de descobrir quem é o traidor que está a revelar os
seus planos.
Por
esse motivo, este volume assume um registo mais dedutivo e de
observação, com todos os detalhes a serem analisados - e
explicados - para o que os leitores são também convidados, com
avanços e recuos que vão revelando uma ou outra surpresa e permitem
à dupla Shirai e Demizu definirem e aprofundarem as suas
personagens.
Acima
de tudo, e uma vez que a narrativa continua fechada sobre si própria,
o leitor continua em suspenso em relação à verdadeira razão de
existir de um orfanato que parecia um modelo e a tentar perceber o
que ele realmente esconde.
The Promised
Neverland #2
Kaiu Shirai (argumento)
Posuka Demizu (desenho)
Devir
Portugal, Julho
de 2019
126 x 190 mm, 196 p., pb, capa mole
9,99 €
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