Cada
vez mais atormentado pelos seus fantasmas, pelos fantasmas dos outros
e - talvez mais ainda - pelos que ainda não o são, o comissário
Ricciardi protagoniza o mais doloroso dos seus inquéritos, numa
Nápoles atormentada pela chuva copiosa
que
não pára e que, em lugar de lavar a cidade, parece realçar a sua
sujidade e o lado negro daqueles que nela habitam.
Infelizmente, quando o argumento - pesado e sofrido, acentuado pelo tom bordeaux carregado que acompanha o branco e o negro das pranchas - pedia tanto um traço firme e consistente, a escolha de Luigi Siniscalchi - desenhador regular da Bonelli, onde já desenhou Dylan Dog, Julia, Martin Mystère, Nick Raider, Mágico Vento… - revela-se algo infeliz, especialmente ao nível do trabalhado dos rostos, sempre demasiado indefinidos e com aparência de apenas esboçados, também por isso, menos expressivos.
Infelizmente, quando o argumento - pesado e sofrido, acentuado pelo tom bordeaux carregado que acompanha o branco e o negro das pranchas - pedia tanto um traço firme e consistente, a escolha de Luigi Siniscalchi - desenhador regular da Bonelli, onde já desenhou Dylan Dog, Julia, Martin Mystère, Nick Raider, Mágico Vento… - revela-se algo infeliz, especialmente ao nível do trabalhado dos rostos, sempre demasiado indefinidos e com aparência de apenas esboçados, também por isso, menos expressivos.
El
Día de Difuntos
começa com o aparecimento do cadáver de um pequeno órfão,
abandonado
numa escadaria - mas não pelo seu
cão. Ao contrário do habitual, Ricciardi não vê - literalmente -
o seu fantasma a pedir justiça no momento da morte e isso intriga-o.
A autópsia revela que a criança foi envenenada e lança o
comissário em sucessivas pistas que o levam ao padre que gere um
pequeno orfanato, à benfeitora que mimava o pequeno Tettè, ao
ladrão que o usava nos seus assaltos, aos amigos que o atormentavam
por ser o mais pequeno e gago…
Mas
a identidade - e as motivações - do assassino tardam
a ser descobertas e
Ricciardi, torturado por uma forte gripe e dividido - sem o saber -
entre a ingénua e doce Enrica e a bela e sensual Livia, terá mais
uma vez de afrontar o poder instituído - para mais nas vésperas de
uma visita de Il
Duce
a Nápoles - e contar com uma inesperada ajuda para levar a bom termo
a sua investigação.
Que,
mais uma vez, mais do que a descoberta de um criminoso, é uma
oportunidade para Maurizio
de Giovanni
(continuar
a) traçar
um duro
retrato
da Nápoles - e
da Itália (fascista) - dos
anos 1930, dividida entre a ostentação de alguns e a pobreza
extrema de outros, com a miséria moral a demonstrar não ser
exclusivo de nenhuma classe social nem de ninguém.
El
Otoño del Comisario Ricciardi
El
Día de Difuntos
Maurizio
de Giovanni (argumento)
Sergio
Brancato, Claudio Falco e Paolo Terracciano (guião)
Luigi
Siniscalchi (desenho)
Marco
Matrone (cor)
Panini
Espanha, 22 de Agosto de 2019
ISBN:
9788491679813
195
x 259
mm, 176
p., cor, capa dura
18,00
€
(capa disponibilizada pela Panini Comics
espanhola; pranchas disponibilizadas pela Sergio Bonelli Editore;
clicar nas imagens para as aproveitar em toda a sua extensão)
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