Bchh, bchh, bchh
Conhecido como criador e pai inspirado dos Schtroumpfs, de Johan et Pirlouit e de Benoit Bruisefer, Peyo legou-nos outra criação, possivelmente menos mediatizada, mas à qual dedicou muitos anos - de 1949 a 1991, embora com grandes hiatos - e toda a sua capacidade artística: Poussy, o gato.
Pensado para o suplemento infantil do Le Soir, Peyo adoptou por isso um modelo tradicional para esse tipo de suporte: quatro vinhetas de igual dimensão, dispostas em sequência ou sobrepostas duas a duas. Com raríssimas excepções, como pormenoriza a introdução de Hugues Dayez, que traça igualmente o perfil e o quotidiano do autor belga durante esses anos. Mas quatro vinhetas em que, a preto e branco ou a cores, brilha o dinamismo e a composição das vinhetas ao melhor nível do que é imperativo reconhecer a Peyo.
Com um humor que hoje consideramos ingénuo - nem sempre, por vezes pode ser cruel e incómodo - mas que (felizmente) tem a vantagem de não cumprir o politicamente correto que nos nossos dias tanto nos querem impor, Poussy tanto serve de protagonista e titular de acção como de simples figurante, actuando umas vezes como um simples gato e outras como ser inteligente com posições quase humanas, com Peyo - e os colaboradores/autores que lhe sucederam, De Gieter e Daniel Desorgher - a gerir o bichano à medida da piada a contar, sem receios nem covardias.
Curiosamente, este álbum em formato italiano, assume metade da altura dos outros integrais de personagens da época, publicando uma prancha por página, detalhando sempre os locais (Spirou belga ou francês, Le Soir...) e datas de publicação originais.
Poussy
L’intégrale
Peyo, De Gieter, Daniel Desorgher
Dupuis
Bélgica,
2014
162 x
235 mm, 416
p., pb
e cor, capa dura
32,00€
(imagens disponibilizadas pela Dupuis; clicar nelas para as aproveitar em toda a sua extensão)
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