Por
vezes, as memórias surgem de onde menos se espera, desenterrando
imagens, ideias, momentos que julgávamos perdidos - que não
julgávamos nada, aliás,
porque estavam pura e simplesmente esquecidos.
Lepanto,
o terceiro volume da colecção As Grandes Batalhas Navais,
que continua a ser aposta da Gradiva, foi um desses gatilhos.
Há
livros de que nos aproximamos, sabendo o que esperar. Antevemos que
não vamos ser surpreendidos, mas também não vão desiludir. O
que para alguns pode significar desencanto, para outros pode ser
sinónimo de segurança, e muitas vezes é isso que queremos de uma
determinada leitura.
...e
finalmente terminei a leitura de
Black Crow,lendo
de uma
só vez o tríptico
que encerra a coleção de seis volumes
que a ASA disponibilizou com o jornal
Público há poucas semanas Apesar
do facilitismo de algumas soluções que abreviaram a narrativa,
estes três livros de uma forma geral confirmaram a boa impressão
que o início da série tinha deixado.
Com
um certo afastamento para me dar tempo para acomodar o primeiro livro
de Black
Crowno
meu ‘registo de catalogação e classificação internos’, no
final da leitura destes dois volumes que funcionam como um díptico
(quase)
independente de leitura autónoma,
senti-me mais entusiasmado do que, sinceramente, estava a prever.
É
possível um livro - uma banda desenhada neste caso… - contar o fim
logo nas primeiras pranchas e, mesmo assim, ter capacidade de
surpreender os leitores? A
colina de sangue, primeiro
tomo dos
seis da colecção Black
Crow que
a ASA e o Público começaram ontem a disponibilizar ao ritmo de um
por semana, responde que sim.
Conforme anunciado no Calendário BDdesde o dia 1 de Abril, Black Crow, de Jean-Yves Delitte, é a nova colecção da ASA, a distribuir semanalmente com o jornal Público, entre 19 de Abril e 24 de Maio.
Publicada originalmente em França entre 2009 e 2015, é composta por 6 seis álbuns de capa dura, com 48 páginas cada um, que na edição portuguesa custarão 10,90 €.
Pode
soar estranho e possivelmente não é mais do que reflexo da atracção
irresistível do ser humano pelo abismo, mas há temáticas que
parecem não passar de moda e regressam regularmente aos gostos do
público.
Com
o volume #4, encerrou esta colecção ASA/Público e, obviamente, é
mais uma série completa em português, cumprindo-se aquela que
parece ser a 'nova normalidade ' editorial por cá. Com
a história decorrer local e temporalmente em vários momentos, com
mais de um século de intervalo, a sua conclusão dá as respostas
necessárias eganha
relevo por duas coincidências que explico mais abaixo.
A
um bom ritmo narrativo - e de publicação: um álbum por semana,
durante 4 semanas - a mini-série U-Boot
neste
segundo tomo começa já a dar as primeiras respostas - embora
levante
outras
(tantas
- ou mais) questões.