02/03/2012

Bedeteca de Beja - Março

Exposições

De 10 de Março a 28 de Abril
ANDRÉ CAETANO
Exposição de Banda Desenhada
Local: Galeria da Bedeteca (1º andar, ala esquerda)
Organização: CMB (Bedeteca de Beja) / André Caetano
Nota: a exposição inaugura dia 10, às 16h30

De 10 de Março a 28 de Abril
JOÃO RAZ
Exposição de Ilustração
Local: Galeria Principal (1º andar, centro)
Organização: CMB (Bedeteca de Beja) /João Raz
Nota: a exposição inaugura dia 10, às 16h30



Workshop de Técnicas Digitais

Dias 8 e 15 de Março, das 18h30 às 20h00
WORKSHOP DE TÉCNICAS DIGITAIS APLICADAS À ILUSTRAÇÃO E À BANDA DESENHADA
Com NUNO GÓIS
Horário: quintas-feiras, das 18h30 às 20h00
Local: Bedeteca de Beja (1º andar, ala esquerda)
Organização: CMB (Bedeteca de Beja) / Nuno Góis


Livros do mês na Bedeteca
GOOD-BYE CHUNKY RICE, de Craig Thompson
Esta é a história de Chunky Rice, uma pequena tartaruga que deixa o ambiente familiar e o seu melhor amigo para partir à descoberta de novos horizontes.

BLANKETS, de Craig Thompson
Uma banda desenhada autobiográfica que nos fala da infância e da adolescência de Thompson: a família, a religião, o seu primeiro amor… Uma obra comovente e intimista que conquistou milhares de leitores em todo o Mundo…


Clubes

LEMON STUDIO – CLUBE DE MANGÁ
Horário: sextas-feiras, das 16h00 às 18h30
Local: Bedeteca de Beja (1º andar, ala esquerda)
Entrada livre
Organização: CMB (Bedeteca de Beja) / Lemon Studio


Ateliês

ATELIÊ DE ILUSTRAÇÃO CIENTÍFICA
Com Ana Lopes
Horário: terças e quintas-feiras, das 19h30 às 21h15
Local: Sala de Desenho (1º andar, ala direita)
Organização: Associação Pegada no Futuro
Parceria: CMB (Bedeteca de Beja)

OURIÇO-DO-MAR – ATELIÊ DE BANDA DESENHADA
Com Paulo Monteiro
Dos 8 aos 12 anos
Horário: todas as terças-feiras, das 18h30 às 20h00
Local: Bedeteca de Beja (1º andar, ala esquerda)
Organização: CMB (Bedeteca de Beja)

TOUPEIRA – ATELIÊ DE BANDA DESENHADA
Com Paulo Monteiro
A partir dos 13 anos
Horário: todas as quintas-feiras, das 18h30 às 20h00
Local: Bedeteca de Beja (1º andar, ala esquerda)
Organização: CMB (Bedeteca de Beja)


Estrada Fora

A BEDETECA FORA DE PORTAS
No dia 2 de março, sexta-feira, estaremos em Odemira, para fazer parte do júri que avaliará os trabalhos do Concurso de Banda Desenhada da BDTECA – Mostra de Banda Desenhada de Odemira
No dia 17, sábado, estaremos no Centro Cultural de Sines, das 14h00 às 17h00, para falar da História da Banda Desenhada, e para fazer um ateliê prático (também é bom por “as mãos na massa”).


Outros serviços

CEDÊNCIA DE ESPAÇO PARA ATIVIDADES
Apoio e cedência de espaços, a escolas e outras instituições, para a realização de reuniões e eventos na área da banda desenhada ou da ilustração.

APOIO A ALUNOS E PROFESSORES
Apoio a alunos e professores para a realização de exposições ou outros projectos específicos na área da banda desenhada e ilustração.


Contactos e Horários

BEDETECA DE BEJA
Edifício da Casa da Cultura
Rua Luís de Camões
7800 – 508 Beja
Telefone: 284 313 318
Telemóvel: 969 660 234
E-mail: bedetecadebeja@cm-beja.pt
Horário: de terça a sexta-feira, das 14h00 às 23h00 Sábados das 14h00 às 20h00


Parceiros

APOIOS E PARCEIROS PARA A PROGRAMAÇÃO
Associação para a Defesa do Património Cultural da Região de Beja / Associação Pegada no Futuro / Lemon Studio / Livraria Contracapa / Museu Regional de Beja / NCreatures / Prisvídeo / Unimundos

PARCEIROS PARA A DIVULGAÇÃO NA NET
AS LEITURAS DO PEDRO, CENTRAL COMICS, DRMAKETE, KUENTRO, LEITURAS DE BD e NOTAS BEDÉFILAS

(Texto da responsabilidade da Bedeteca de Beja, com alteração para a grafia pré-Acordo Ortográfico da responsabilidade de As Leituras do Pedro)

01/03/2012

Melhores leituras

Fevereiro 2012



El Invierno del dibujante (Astiberri)
Paco Roca
 

BD Reporter (Glénat)
Chappatte
 

Hal Foster
 

O Menino Triste - Punk Redux (Qual Albatroz)
João Mascarenhas
 

São Jorgeda Mata Escura (RV Cultura e Arte)
Marcello Fontana, André Leal, António Cedraz e Naara Nascimento
 

Castro (Casterman)
Reinhard Kleist


Tiras Clássicas da Turma da Mônica vol. 7 (Panini Brasil)
Maurício de Sousa
 

Laudo Ferreira e Omar Viñole
 

Pablo #1 - Max Jacob (Dargaud)
Julie Birmant e Clément Oubrerie
 

Mutts #5 - Os nossos Mutts (Devir)
Patrick McDonnell

29/02/2012

Histórias do Clube da Esquina











Laudo Ferreira (argumento e desenho)
Omar Viñole (arte-final e cor)
Devir Livraria (Brasil, Agosto de 2011)
160 x 230 mm, 48 p., cor, brochado com badanas
R$ 22,50



Resumo
O Clube da Esquina foi o nome dado  à “esquina que ficava no cruzamento da rua Divinópolis com Paraisópolis, no bairro de Santa Tereza, em Belo Horizonte”, local de encontro de gente jovem, entre os quais alguns músicos que, com as suas melodias e as suas letras, haveriam de fazer história na música popular brasileira.
Nomes como Lô Borges, Toninho Horta ou Milton Nascimento, aos quais outros se haveriam de juntar.

Desenvolvimento
Histórias do Clube da Esquina é um álbum que evoca a sua história, as suas histórias, combinando excertos de entrevistas, pequenas anedotas, episódios reais e o respectivo enquadramento histórico.
Aparentemente denso – o pequeno formato do álbum contribui para essa ideia (errónea) de pranchas cheias e com muito texto – Histórias do Clube da Esquina revela-se um surpreendente documentário em BD, bem estruturado e desenvolvido, sem momentos mortos nem palavras a mais, pelo equilíbrio que Laudo Ferreira conseguiu entre os diversos momentos apresentados, apesar da sua forte carga informativa.
Retrato emocional – da parte do autor, da parte dos entrevistados - de um momento único da música, da cultura brasileira, terá para além da sua consistência enquanto obra narrativa, um significado especial para a geração - as gerações – que cresceram a ouvir Milton Nascimento e os outros membros do Clube da Esquina, sim, mas também Chico Buarque, Maria Bethânia, Simone ou tantos outros que de uma ou outra forma foram por ele influenciados ou cantaram as suas canções.
Por isso, obrigado Laudo, obrigado Omar, pelas memórias que a sua leitura evocou, pelas memórias futuras que a sua leitura criou.

 A reter
- A conseguida ligação entre os vários registos do relato, cuja estrutura apresenta um dinamismo insuspeito à partida.
- A justa evocação de músicos e canções que marcaram gerações. E a mim!



28/02/2012

Gaston Lagaffe: 55 anos de trapalhadas









Se a história da banda desenhada humorística é feita em boa parte
à custa de preguiçosos e trapalhões, poucos terão encarnado tão bem esses dois papeis como Gaston Lagaffe, que se estreou nos quadradinhos há 55 anos.
Criação de André Franquin (1924-1997), que já tinha passado com bastante sucesso pelas aventuras de Spirou, onde criou o Marsupilami, Gaston, curiosamente, começou por deambular pelas margens das páginas da revista Spirou, antes de ter direito a espaço próprio.
Isso aconteceria a partir do nº985, de 28 de Fevereiro de 1957, onde Gaston surgiu com uma aparência bem diferente daquela que mais tarde assumiria: cabelo curto, blaser e lacinho vermelho, que progressivamente se transformaram em camisola de gola alta verde e jeans azuis que combinavam melhor com o seu cabelo farto, revolto e desgrenhado, com a sua personalidade distraída, inventiva e fantasiosa e com a sua preguiça proverbial.
Por isso, o trabalho sempre atrasado, o correio por entregar, uma habilidade especial para fazer gorar os contratos com o sr. De Desmaeker, as invenções com tanto de surpreendente quanto de inútil, o velho Fiat 509 literalmente a cair aos pedaços, os seus irritantes animais de estimação (um gato hiper-activo e uma gaivota sarcástica) e, acima de tudo, o ensurdecedor broncofone, levaram ao desespero muitas vezes os seus colegas da redacção da revista Spioru, onde decorriam as suas aventuras de papel.
Com ele, Franquin, um autor introvertido e de carácter depressivo, deu largas ao seu génio de contador de histórias em quadradinhos e revelou um sentido de humor irreverente e contagiante que fizeram dele um grande sucesso ao longo de cerca de 40 anos de publicação.
Em Portugal, a criação de Franquin foi estreada como Zacarias no nº2 do Foguetão, em Maio de 1961, revista em que teve passagem meteórica. Depois, divertiu igualmente os leitores do Zorro, Spirou, Jacaré e Selecções BD.
A primeira edição nacional em álbum, como Gastão Dabronca, esteve a cargo da Arcádia, a partir de 1978, tendo estado presente igualmente nos catálogos da Meribérica/Líber (a partir de 1989) e da ASA, que fez a sua edição integral na colecção Gaston -Os Arquivos do Lagaffe, distribuídos com o jornal Público no Verão de 2010.


27/02/2012

Castro











Colecção écritures
Reinhard Kleist
Casterman (França, 4 de Janeiro de 2012)
173 x 241 mm, 328 p., pb, brochada com badanas
18,00 €



Resumo
Biografia aos quadradinhos do líder cubano Fidel Castro, desde a juventude até abdicar do poder, mais de quarenta anos depois.

26/02/2012

As Figuras do Pedro (XVI)

Les Inventions de Gaston
1. L’Hélice à moteur pour patineur



Figura: Hélice a motor para patinador
Colecção: Les Inventions de Gaston
Fabricante/Distribuidor : Hachette Collections (França)
Ano : 2004
Altura : 13 cm
Material: Resina
Preço original: 3,00 € (nº 1)
Colecção: 45 figuras
Extras: Fascículo A4, com 20 páginas + capas a cores, com diversas abordagens a Gaston Lagaffe, ás suas invenções e à obra de Franquin. 


25/02/2012

Selos & Quadradinhos (73)

Stamps & Comics / Timbres & BD (73)


Tema/subject/sujet: Centenário do Nascimento de Edgar P. Jacobs /Centenary of the Birth of Edgar P. Jacobs /Centenaire de la naissance de Edgar P. Jacobs
País/country/pays: França e Bélgica/France and Belgium/France et Belgique
Data de Emissão/Date of issue/date d'émission: 2004






24/02/2012

Garfield











FUNtástico
Viva a Dieta!
Jim Davis
Booktree (Portugal, Fevereiro de 2012)
200 x 200 mm, 96 p., pb, brochado
12,00 €




“A que se deve o êxito de Garfield? Esta é a pergunta (invejosa...?) que se repete sempre que uma obra (uma BD, um romance, um filme, ...) alcança um sucesso acima da média.
Uma parte da resposta, está sempre relacionada com as características intrínsecas do produto.
Em Garfield, a par do sentido de humor e da invulgar capacidade de Jim Davis renovar ciclicamente as mesmas piadas, a forma como facilmente nos identificamos com o protagonista não deve ser esquecida.
Ou não é Garfield a imagem de tudo aquilo que nós seríamos se nos deixassem?
Porque é indiscutível que todos detestamos as segundas-feiras e os despertadores, dietas e balanças “demasiado sinceras”, tanto quanto gostamos de comer.
E trocamos tudo por um bom mimo, ao mesmo tempo que gostaríamos de espezinhar os indefesos como forma de afirmação pessoal, enquanto buscamos uma efémera glória numa qualquer passarela, mesmo que esta seja a cerca dos fundos do nosso quintal (da nossa tv?)...
Garfield, e através dele, nós, realiza tudo isto e foi aqui que Jim Davis jogou a sua melhor cartada, ao fazer-nos rir de nós próprios, através de um gato gordo e cor de laranja...
A escolha de Davis, um gato, num mundo das tiras de imprensa onde abundavam os cães protagonistas (dos quais o mais famoso será Snoopy, tão-só personagem secundário de tira alheia, os “Peanuts” de Charles Schulz) contribuiu também para a adesão do público, apesar da tira não apresentar grandes inovações a nível gráfico, pese embora o excelente trabalho de Davis ao nível da expressividade das personagens.
Mas, na resposta à questão inicial, há dois outros aspectos incontornáveis: por um lado, a forte aposta no merchandising; por outro, a diversificação de suportes, não limitando Garfield à BD, mas passando-o também ao cinema de animação, sem perda de qualidades nem características.” 

O texto acima, publicado no Jornal de Notícias, a 19 de Junho de 2003, então a propósito do lançamento no mercado nacional das primeiras compilações de Garfield pela Booktree, mantém toda a actualidade no momento em que mais dois títulos daquela editora – Viva a dieta! e FUNtástico – chegam às livrarias nacionais.
E neles, como escrevi então, “como em todos os álbuns de recolhas de tiras de jornal, criadas para serem lidas diariamente, ressalta um aspecto: a repetição (quase à exaustão) das mesmas situações, com as mesmas personagens.
Em Garfield, se isto acontece (por isso, pela enésima vez o vemos a fazer jus ao título de gato mais preguiçoso do universo; a assaltar o frigorífico ou a roubar comida ao seu dono (ou será mais escravo...?), a humilhá-lo ou a pontapear Oddie, o cão pateta; em busca de um momento de glória na cerca do fundo do jardim, ou a praticar o seu passatempo favorito: esmagar aranhas), a forma como Jim Davis consegue sempre surpreender-nos com os (novos) desfechos que dá a (velhas) situações, convidam a uma leitura continuada, com a certeza que será entremeada muitas vezes por sorrisos francos ou mesmo saudáveis gargalhadas”. 

E, concluindo hoje: porque Garfield é, de alguma forma, uma instituição – com tudo o que isso tem de bom e pouco do que é negativo - dentro do seu género. Porque com ele, sabemos o que contamos e como contamos.
Poderão uns apontar o traço simples e repetitivo; outros as limitações em termos de cenário – o interior da casa (cama, mesa, sofá, pouco mais…) ou a cerca do jardim; alguns apontarão a limitada galeria – Garfield, Jon, uma (rara) namorada de um deles, Oddie, o sobrinho do gato, as aranhas (pouco mais do que figurantes e carne para canhão… ou jornal!)…
O que só dá mais força a uma verdade incontornável: a cada nova leitura e a cada leitura nova, Garfield diverte, desconcerta, surpreende e faz (pelo menos) sorrir.
O que, neste tempo – em qualquer tempo – não é de todo displicente.

Nota 1: Hoje como em 2003 – e como em (quase) todas as colectâneas de tiras de imprensa – nestes livros de Garfield falta a indicação (clara – na ficha técnica?) da data original de publicação das bandas desenhadas nos jornais (embora seja possível descobri-las nas “letras pequeninas” de cada tira diária ou prancha dominical).
O que podendo ser pouco significativo para a maioria dos leitores, a alguns (poucos?) ajudará  a contextualizar os gags no seu tempo e a sua posição na cronologia da série.
E isso revela-se tanto mais importante quando – porquê? - o álbum Viva a Dieta! inclui as tiras diárias e pranchas dominicais de 1 de Março a 14 de Setembro de 1999 juntamente com as de 11 de Abril a 27 de Maio de 1993…!
Quanto a Funtástico, publica as tiras diárias e pranchas dominicais de 29 de Junho de 1998 a 28 de Fevereiro de 1999. 

Nota 2: Embora algumas tenham sido publicadas aqui a cores, as pranchas dominicais e tiras diárias reproduzidas nestes dois álbuns são-no todas a preto e branco.

23/02/2012

São Jorge da Mata Escura











Marcello Fontana (argumento)
André Leal, António Cedraz e Naara Nascimento (desenho)
RV Cultura e Arte (Brasil, 2011)
2220 x 165 mm, 56 p, cor e pb, brochado
R$ 15,00



Resumo
Passada na cidade da Bahia (como Jorge Amado escreveu), esta é a enésima versão do eterno triângulo amoroso, formado por Bárbara, Jorge e Jarcisley, que cresceram juntos mas a quem o destino separará.

Desenvolvimento
Mas é uma versão com algumas variantes originais o que, a par da forma intensa como está narrada aos quadradinhos, a tornam interessante e justificam plenamente a sua leitura.
Desde logo pelos sentimentos – por vezes antagónicos – que predominam ao longo de toda a narrativa. E que unem os três protagonistas, que se conhecem desde a infância. Ou que os separam.
Porque se entre eles há amor, paixão e desejo, há também ódio e aversão. E tudo isto, combinado com interesses e ambições, acaba por resultar numa mistura explosiva, numa história (bem) ambientada numa zona problemática da cidade da Baía, o bairro da Mata Escura (que o título do livro evoca), desejado por gangs e traficantes (de droga, de gente…) e que funciona bem como estereótipo de um certo Brasil, tantas vezes presente nas notícias, em que o belo e o sombrio se confundem.
Desde criança, a bela Bárbara sempre preferiu Jorge, humilde, sincero e correcto, a Jarcisley, menos vistoso mas mais ambicioso e empreendedor, embora nem sempre dentro da legalidade. É isso que nos mostram as duas páginas inicias, as únicas coloridas, onde António Cedraz, com o seu traço agradável, traça o retrato de um paraíso que o tempo se encarregará de destruir.
Porque, com o crescimento, a chegada à vida adulta, recheada de problemas e complicações, de desemprego, sonhos adiados e contas para pagar, os sentimentos são postos à prova. E a ambição acaba por prevalecer sobre o amor e a paixão. Mesmo que o preço a pagar seja alto. Porque, se são muitos os sentimentos em jogo, prevalece em São Jorge da Mata Escura a história de vidas difíceis de se viverem. Como Jorge, primeiro, e Bárbara, (logo) depois, vão comprovar, numa espiral decadente, orquestrada por Jarcisley, numa narrativa sem heróis nem vencedores - quase apetece escrever só com vencidos… - só com seres humanos…
Sem avançar mais no enredo, que tem ainda mais algumas variações e surpresas, para não retirar o prazer da leitura que eu já experimentei, quero ainda adiantar que a par da história deste trio, Marcello Fontana entremeia páginas – desenhadas em estilo mais realista e sujo por Naara Nascimento – em que evoca a lenda do mártir São Jorge combinada com as crenças e religiosidade local, cuja história – a espaços, em momentos – se irá cruzar, enquanto inspiração (e protector?) com a de Jorge, dando-lhe um toque irreal e fantástico, combinando sagrado e profano, identificando cada um dos protagonistas com divindades locais, de forma bem conseguida.
Como bem conseguida está toda a narrativa gráfica, com os diálogos bem medidos contrabalançados com sequências mudas mas expressivas, que ajudam a realçar o traço fino e semi-realista de André Leal, bem apoiado numa planificação diversificada em que destaca os momentos mais fortes e no uso de manchas cinzentas que definem volumes e ambientes, e onde se distingue o bom tratamento dado à figura humana, em especial à bela Bárbara.

A reter
- Se é verdade que esta é mais uma versão do eterno triângulo amoroso, esta é uma versão forte, original e cativante, bem escrita e desenhada. Pode-se pedir mais?
- Apoiada pela Fundação Cultural Estado da Bahia e pelo governo da Bahia, entre outras instituições (Fomento à Cultura, Secretaria da Cultura, Secretaria da Fazenda) esta edição ilustra algo que há muito defendo: uma BD ambientada numa cidade real, para cativar apoios institucionais, pode – e deve – ir muito além da simples evocação da história dessa cidade. Algo que em Portugal raramente tem sido feito. Por falta de visão dos responsáveis (geralmente) autárquicos que têm subsidiado tantos álbuns nacionais ou porque a oferta não vai além dos temas históricos?



22/02/2012

Às quintas falamos de BD

Por Esta Peregrinação Acima







Amanhã, dia 23 de Fevereiro, pelas 21h00, no Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem, terá lugar mais uma edição de Às Quintas Falamos de BD, com o encontro Por Esta Peregrinação Acima que conta com a participação do músico e compositor Fausto, do autor de BD José Ruy, e da jornalista Ana Margarida Carvalho.
Na ocasião será exibido um poema sinfónico, uma adaptação em vídeo das pranchas do álbum Fernão Mendes Pinto e a sua Peregrinação, de José Ruy, com música de Por Este Rio Acima, de Fausto Bordalo Dias.
Na última quinta-feira do mês convidamo-lo a tomar café connosco.
Apareça, contamos consigo.



(Texto da responsabilidade da organização)


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