Outra vez...
Comer Beber está de
regresso às livrarias nacionais. Uma notícia duplamente boa, no
facto em si - porque é
sempre bom que obras esgotadas mereçam reedição, mais a mais
quando têm autoria portuguesa - e
na forma (do livro), que
merece já a seguir uma série de considerações, através da
comparação entre as duas
edições, separadas no tempo por quase quatro anos.
Há
20 anos, os atentados contra as Torres Gémeas (e enão sõ),
chocaram e a abalaram o mundo e nada ficou como era.
A
banda desenhada não ficou indiferente aos acontecimentos e foram
diversas as abordagens que fez, a mais recente das quais The
Four Fives,
em que o Homem-Aranha e o Capitão América regressam ao Ground Zero.
Eu,
preconceituoso
Já conhecia
a fase em que John Cullen Murphy esteve à frente dos destinos
(gráficos) do Príncipe Valente, mas apenas de forma superficial e
através de umas
poucas leituras esparsas e desgarradas e nunca senti muita vontade de aprofundar esse conhecimento.
Assim, fiz a leitura destes
primeiros anos desse consulado sob o signo desse preconceito, que
não consegui afastar, pelo que não respondo pela isenção das
linhas que se seguem.
Sentimento
ambíguo
Termino a leitura - e
a releitura também… - com um sentimento
ambíguo. Se
compreendo o caminho escolhido - qualquer super-herói tem um passado
traumático que precisa de ser (mais) explorado - fiquei com a
sensação que faltou unidade a este álbum do Corvo, não
inocentemente o V (quinto) de Vicente…
Vamos lá tentar explicar.
Banda
desenhada de conforto
Se
o conceito de ‘comida de conforto’ é hoje em dia recorrente e tem muitos adeptos,
nunca ouvi falar de ‘Banda
desenhada
de conforto’. Mas ela existe e Verões
Felizes,
de que a Arte de Autor acaba de editar o terceiro díptico, é um bom
exemplo deste
conceito (inexistente).
Origens…?
O
subtítulo deste livro é As
origens de uma lenda do Oeste
mas, como todos sabemos, quando alguém chega ao estatuto intangível
de ‘lenda’, destrinçar entre a realidade (histórica) e os
‘pontos’ que lhe foram sendo acrescentados por todos os que
narraram a sua história é difícil, se não mesmo impossível.
Pouco
importa, se a narrativa for boa… e contribuir para fazer crescer a
lenda.
É
o caso deste primeiro tomo de Wild
West,
dedicado a um dos poucos heróis de saias do Oeste selvagem.