Sim, pois,
mas...
As
editoras e, de forma incontornável, os autores também, gostam de
sequelas, prequelas e relatos paralelos de séries de sucesso.
Garantem mais vendas, mais lucros, mais mediatismo
Por
outro lado, os leitores também gosta de sequelas, prequelas e
relatos paralelos das séries que mais apreciam. Permitem-lhes
conhecer o passado, antever
o futuro, conhecer a origem ou o fim das personagens que admiram.
O
seu sucesso é quase sempre certo, muitas vezes até independente da
inspiração dos seus criadores, sejam eles os mesmos ou outros.
Bordado
com muito amor
Se
há mérito que se deve apontar à banda desenhada, é a forma como
se tem sabido reinventar ao longo dos tempos. Nascida 'cómica',
enveredou pela aventura, procurou outros suportes para lá dos
jornais que lhe assistiram ao parto, inventou super-heróis, virou
alternativa, aventurou-se por relatos de grande extensão, aborda
temáticas actuais, controversas, desafiadoras.
Em
suma, ousou experimentar, fazer-se diferente, recriar-se, não só
temática mas também graficamente.
Não
passando de uma excepção a regras criadas para serem quebradas ou
contornadas, Corpo
de Cristo,
uma edição recente da Iguana, espelha muito do que fica atrás
escrito.
Oportuno
Numa
edição do Amadora BD em que foram publicados ainda mais dois livros
sobre banda desenhada - o 'meu' As Leituras do Pedro- 40 anos de boas leituras e Luís Louro - Uma vida a
trabalhar para o boneco - este foi, não me custa afirmá-lo, a
grande surpresa editorial do festival.
Não
só porque esteve no segredo dos deuses - do editor, do autor e
poucos mais... - até ao anúncio do seu lançamento, mas porque é
oportuna - que alguns considerarão oportunista... - análise às
relações de René Goscinny e Albert Uderzo com o nosso país, em
termos profissionais e criativos - leia-se álbuns de Astérix.
Escorpião Azul
Lista
actualizada dos locais onde o livro As
Leituras do Pedro - 40 anos de boas leituras já está à
venda.
Também pode ser encomendado directamente à editora Escorpião Azul ou
ao
autor.
Penguin Random House/Distrito Manga
Um agente secreto, outro heterónimo?
Sabemos
tanto e ao mesmo tão pouco sobre Fernando Pessoa, o escritor, o
poeta, o homem, a face visível de tantos heterónimos, que todos os
delírios e suspeições são legítimos.
Razão
versus
emoção
Há
diferenças palpáveis entre escrever um livro com o coração ou com
a razão.
É
o caso de Alix Garin, que me tinha emocionado com Não
me esqueças,
e que no regresso com
Impenetrável,
apresenta uma narrativa mais didática e racional,
o que não é equivalente a que a obra seja menos interessante. Mas,
para mim, falta-lhe a força da emoção.
Do
outro lado
Mais
curta do que é habitual, por razões pessoais prioritárias, a minha
passagem pelo Amadora BD 2025 levou-me para o outro lado.