Spirou in “A
esperança nunca morre… - terceira parte”
Não
encontro outra forma de o dizer: A
esperança nunca morre…, o soberbo Spirou de Émile Bravo, é uma sucessão de murros no
estômago. Duros, violentos, impiedosos, aplicados da forma e no
sítio que mais magoam.
Integrado
na colecção Spirou
por...,
que apresenta versões relativamente livres do famoso aventureiro
vestido de groom,
A
esperança nunca morre
é a inesperada continuação de O diário de um ingénuo,
porque esta série era até aqui formada apenas por álbuns
auto-conclusivos.
Depois
do crescendo, com o avolumar dos horrores
da guerra - de todas as guerras... - este é
claramente um álbum de descompressão,
com a chegada dos aliados. [E
sigam por vossa conta e risco porque, no texto que se segue, sem dizer
especificamente nada, posso ter escrito genericamente demais...]
A
guerra. A
guerra é assim.
Um conjunto de bestialidade, de comportamentos
irracionais (e) incompreensíveis, violência a todos os níveis e
desprezo pela vida humana. Mostrada
e/ou evocada inúmeras
vezes, de inúmeras formas, em inúmeros suportes, continua a chocar,
a bater forte, a horrorizar. Mais ainda, quando é uma série juvenil
de aventuras a fazê-lo.
Com
o mercado português de banda desenhada em crescimento, alicerçado
numa grande diversidade de géneros, temáticas e estilos, é
possível a edição de obras como esteA
minha mamã está na América e encontrou o Buffalo Bill,
que a ASA fez
chegar às livrarias
há poucas semanas.
A minha
geração - possivelmente por influência da anterior, que viveu,
mesmo que à distância (e com a sombra guerra colonial de perto) os
efeitos
da II Guerra Mundial, sempre teve uma apetência especial por esta
temática.
A
um ritmo mais lento do que desejava, que o obrigará a entrar por
Fevereiro, prossegue aqui em As
Leituras do Pedro
o Balanço de 2023, no
que à BD diz respeito, agora com um olhar sobre as publicações
feitas no próprio blog.