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24/10/2023

Mulher Vida Liberdade

Pelo direito ao cabelo ao vento


Acabado de editar em Portugal pela Iguana, acompanhando o lançamento a nível internacional, um ano após a morte da iraniana Mahsa Amini, espancada pela polícia local por não estar a utilizar correctamente o véu, Mulher Vida Liberdade ganha uma nova actualidade devido à recente atribuição do Prémio Nobel da Paz à activista iraniana de direitos humanos Narges Mhoammadi.

02/05/2023

Por Tutatis!

Um Astérix que não é o Astérix


O regresso aos universos das grandes séries clássicas franco-belgas que encantaram gerações de leitores das revistas Tintin, Spirou ou Pilote” tão em voga nos os últimos anos, tem sido feito a dois níveis: pela retoma dos cânones tradicionais em continuações que eternizam os parâmetros originais ou, então, em versões de autor baseadas nesses mesmos universos, quase sempre mais estimulantes e criativas. Como exemplos do primeiro caso podem ser apontados Astérix, Blake e Mortimer, Lucky Luke ou Spirou; curiosamente, estes dois últimos surgem também como melhores exemplos da segunda opção.
Por Tutatis!, acabado de editar pela Ala dos Livros, não encaixa em nenhuma das definições mas, se não tivesse sido criado numa (consentida) revelia à editora original, teria tudo para ser um “Astérix por…

04/08/2022

Par Toutatis!

Um Astérix por... ou quase



Não o sendo verdadeiramente - e para dissipar eventuais dúvidas o autocolante na capa afirma-o claramente - este regresso de Lapinot funciona quase como um Astérix por..., à imagem do que assumidamente as respectivas editoras fizeram com Spirou (infelizmente quase inédito por cá...) e Lucky Luke (em boa hora disponibilizado por A Seita).

20/04/2016

Mickey’s Craziest Adventures







A par de Cosey, a ‘honra’ de inaugurar a colecção Mickey vu par… coube igualmente ao duo Lewis Trondheim/Keramidas e o resultado, inevitavelmente, é diferente. Muito mais louco e com um ritmo alucinante.

22/08/2011

Carnet de Bord

1-10 décembre 2001
Lewis Trondheim (argumento e desenho)
L’Association (França, Março de 2002)
140 x 190 mm, 46 p., pb, brochado com badanas

Nascida para distrair e divertir (daí a origem do nome "comics" usado pelos norte-americanos), a banda desenhada ao longo do século e pouco que conta de vida foi-se diversificando, passando, primeiro, à aventura realista, depois enveredando pela ficção-científica, a narrativa histórica, os super-heróis, a crítica social, e, em anos mais recentes, pelo romance desenhado ou as histórias de cariz autobiográfico. E outros caminhos se têm aberto. Há pouco mais de um ano, Étienne Davodeau, com "Rural!" (edição Delcourt), assinava a primeira "grande reportagem" aos quadradinhos; agora, é Lewis Trondheim que propõe a banda desenhada como veículo dos tradicionais textos sobre destinos turísticos.
E fá-lo neste pequeno livro que relata a sua estadia na Ilha de Reunião, onde se deslocou como convidado de um Salão de BD, acontecimento referido apenas de forma pontual no relato.
Este tipo de exercício - quando cumprido de forma honesta pelo autor - tem duas vantagens: permite conhecê-lo melhor e, quando como Trondheim - os desenhos são publicados em "bruto", sem "esquissos preparatórios, sem "tippex" e sem correcções ortográficas" (!) revela pormenores sempre interessantes sobre a sua forma de desenhar.
Claro que Trondheim, mais uma vez, revela o seu mau humor permanente, o seu pessimismo exacerbado e a sua completa (mas passiva) revolta com o mundo, e por isso este livro não tem nenhuma das características dos textos tradicionais sobre viagens.
Por isso, baseado nele, Trondheim nunca será convidado por uma agência de viagens para escrever roteiros turísticos, pois os ganhos em humor (negro q.b.) e subjectividade, seriam insuficientes para compensar a forma como arrasaria qualquer destino...
Tanto é assim que a ideia que nos transmite da Ilha de Reunião, é a de um local cruzado por caminhos agrestes e intransitáveis, banhados por um inclemente sol abrasador que queima todos os milímetros de pele desprotegidos.
Sem dúvida que para o turismo local, e como Trondheim temia no início da viagem, teria sido melhor que o avião explodisse a meio do caminho e "se encontrasse em África onde seria comido por um leão"...!

(Texto publicado no Jornal de Notícias de 2 de Abril de 2002 )

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