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10/10/2022

Juventude

Surpresa, dúvida e confirmação



As palavras acima, descrevem os sentimentos que muitos poderão sentir perante Juventude, o mais recente livro de Marco Mendes.
Passo à explicação, já a seguir.

29/09/2022

Variantes - Uma homenagem à BD Portuguesa

A boa, velha e inexistente BD nacional


Reduzir a BD portuguesa - o período de 1872 a 1999 - a (apenas) 25 obras, era um risco enorme, mas Júlio Moreira fê-lo para esta co-edição A Seita/Turbina que, para alem de um belíssimo livro, evocou em mim - em muitos da minha geração mas não só - boas recordações… sobre algo que aparentemente não existe.
As palavras deste paradoxo são do próprio Júlio e deixo aos leitores de Variantes descobrir a sua justificação para o que escreve.

04/10/2021

Concerto para 8 Infantes e 1 Bastardo seguido de NiuIoRk

Honrar os clássicos


Sendo incontestável a evolução positiva que o mercado português de banda desenhada sofreu em anos recentes, continua a faltar-lhe capacidade de reeditar os seus clássicos.
Concerto para 8 Infantes e 1 Bastardo seguido de NiuIoRk, um regresso a Fernando Relvas, um nome incontornável da banda desenhada portuguesa das décadas 1980/2000, que deixou uma obra imensa, espalhada por revistas e jornais, é apenas uma gota num imenso mar que corre grave rico de esquecimento.

07/05/2020

Tutti Frutti

O autor e os outros



No segundo semestre de 2018, o topo direito da página de editorial - página 2 - do Jornal de Notícias, foi ocupado por Marco Mendes, com uma banda desenhada/cartoon - a definição do género não é consensual...
O total dessas publicações, mais de 200 pranchas a cores, incluindo as que na altura não foram aceites pelo jornal, estão reunidas nesta compilação intitulada Tutti Frutti.

12/06/2018

O Espião Acácio


A(s) história(s) do bisbilhoteiro






Nascido há 40 anos nas páginas da revista Tintin, O Espião Acácio é das obras mais emblemáticas de Relvas e uma daquelas que melhor aguentou a passagem do tempo - e a passagem da publicação semanal para (este) álbum.

06/08/2017

Leitura Nova: Memória da Crise





(prefácio disponibilizado pela editora)
“A memória é a consciência inserida no tempo”
Fernando Pessoa

O tema estava por todo o lado. Nas palavras de todos, nas preocupações de muitos, nas justificações de alguns, no sofrimento de demasiados.

12/12/2014

Zombie




Depois do (aplaudido) Diário Rasgado e de Anos Dourados, Zombie marca o regresso de Marco Mendes, desta vez numa narrativa longa.
O livro, cuja minha leitura vem já a seguir, será apresentado amanhã, sábado, 13 de Dezembro, às 15h30, na Biblioteca Almeida Garrett, no Porto, no âmbito da exposição Sub 40.

31/08/2013

Melhores Leituras – Agosto

Agosto, mês de férias, o que no meu caso – estranharão muitos! – significa menos leituras, trouxe, mesmo assim, edições que merecem atenção redobrada.
Antes da habitual listagem, no entanto, uma referência para a colecção As mais divertidas histórias da Mônica, que está a ser distribuída aos domingos com o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias que, não tendo tido até agora nenhum volume excelente, tem em todos eles histórias marcantes que justificam – se necessário fosse - o lugar que a Mônica e a sua Turma alcançaram.


Balcão Trauma
Álvaro
Insónia

Death Note #5 – Recomeço
Tsugumi Ohba e Takeshi Obata
Devir 


Marco Mendes
Turbina/Mundo Fantasma 


Super-Heróis DC Comics #5 - Joker
Alan Moore, Brian Bolland, Brian Azzarello e Lee Bermejo
Levoir/Público 


vvaa
Goody

The Walking Dead #6 - Esta triste vida
Kirkman, Adlard, Rathburn
Devir 


Tex Ouro #64 – A tragédia do trem 809
Boselli e Marcello
Mythos Editora 


Les Personnages de Lucky Luke et la véritable histoire de la conquête de l’Ouest
Vvaa

Sophia Publications

26/08/2013

Leituras Novas - Agosto de 2013

Os textos, quando existem, são da responsabilidade das editoras, com alteração para a grafia pré-Acordo Ortográfico da responsabilidade de As Leituras do Pedro.
Algumas das edições aqui apresentadas podem ter sido editadas anteriormente,
mas só agora tomei conhecimento delas.

Associação Turbina/Mundo Fantasma
Marco Mendes 


Devir
The Walking Dead #6 – Esta Triste Vida
Kirkman, Adlard e Rathburn
Ainda presos pelo Governador, Rick, Michonne e Glenn são torturados e tentam sobreviver à sua estadia em Woodbury. E, apesar de conseguirem fugir ao sadismo do Governador, a segurança do grupo de Rick não é garantida.
Terão que se apressar para avisar os restantes companheiros que estão escondidos na prisão que têm vizinhos e que estes não são nada amigáveis...

Death Note #6 – Toma lá, dá cá
Ohba e Obata
Embora tenham reunido uma grande quantidade de provas que ligam os sete membros do bando Yotsuba ao Kira mais recente, Light, L e o resto da equipa de investigação não estão mais perto de descobrir qual deles está na posse do Death Note. Desesperado para obter algum tipo de vantagem, L pede a Misa para se infiltrar no bando e lhes passar informação calculada para fazer Kira aparecer.
Mas o deus da morte Rem revela a Misa quem são os Kiras, e, armada com essa informação, Misa está disposta a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para ajudar Light.
Mas isso deixa L numa situação delicada…

Viagem Medieval em Terra de Santa Maria
D. Afonso II em Terra de Santa Maria 


Edição de Autor
Topedro 



Edições Online

Olindomar Estúdio (Angola) e Grupo Extractus (Portugal)
De Angola, Bocolo Daniel, Hermenegildo Pimentel, Júlio Pinto, Tiago Abrantes e Nelo Tumbula (autor da prancha ao lado), do Brasil, Marcelo D’Salete e de Portugal, Joana Afonso, Rita Vilela, Álvaro, J. Mascarenhas e GEvan

Nelo Tumbula, Altino Chindele, Tiago Abrantes, Olímpio e Lindomar de Sousa (Angola), Wander Antunes (Brasil), Sai Rodrigues (Cabo Verde), Zorito Chiwanga (Moçambique), Paulo Monteiro, Andreia Rechena, Rita Vilela, Ines Myuuhailurusu Freitas, Miguel Mendes e Cristina Sá (Portugal) 



The Lisbon Studio


13/08/2013

Anos Dourados







Marco Mendes
Associação Turbina e Mundo Fantasma
Portugal, Julho de 2013
290 x 215 mm, 100 p., pb
12,00 €


Depois do bom acolhimento de “Diário Rasgado”, Marco Mendes está de volta com este novo livro editado em jeito de catálogo da exposição “Maré Baixa” que integrou a XV semana Cultural da Universidade de Coimbra.
Desta vez, embora o tom fortemente autobiográfico do seu trabalho gráfico continue bem patente – a maior parte dos desenhos reproduz os seus amigos, o seu local de trabalho… - em lugar de bandas desenhadas curtas temos essencialmente desenhos – soltos – embora muitos deles pudessem – possam? – servir de ponto de partida – de passagem? de chegada? – para outras tantas narrativas. Embora muitos deles, mesmo confinados a um só quadro – e, nalguns casos, que quadros! – consigam narrar/mostrar/contar muito mais do que muitos autores em páginas e páginas.
Desta forma, no apagamento – será? - voluntário do Marco Mendes narrador, servem estas páginas – antes, mas não só – para apreciarmos o Marco Mendes artista e (re)descobri-lo como um dos grandes ilustradores/desenhadores portugueses do momento, estejam diante dos nossos olhos simples – simples? - esboços, desenhos semitrabalhados ou acabamentos hiper-realistas, que revelam a sua soberba técnica a preto e branco na definição de texturas e volumes, na reprodução de ambientes, no retrato e/ou no tratamento da figura humana.


30/07/2013

Leituras Novas – Julho de 2013

Os textos, quando existem, são da responsabilidade das editoras, com alteração para a grafia pré-Acordo Ortográfico da responsabilidade de As Leituras do Pedro.
Algumas das edições aqui apresentadas podem ter sido editadas anteriormente,
mas só agora tomei conhecimento delas.

ASA
Murena #9 – A vingança das cinzas
Dufaux e Delaby
Estamos no ano de 64 e Roma foi devastada por um enorme incêndio. Nero já sonha com a reconstrução de uma nova e sumptuosa cidade, a sua cidade. Mas há que acalmar a cólera do povo, pois correm rumores de que o incêndio foi provocado por Nero. A quem se pode imputar essa responsabilidade? As intrigas da corte e da política, os interesses de alguns grupos, o amor e o ódio vão determinar que a escolha recaia sobre os Cristãos. Começam as perseguições e o apóstolo Pedro é cruxificado. A par disto, desenrola-se o romance de Murena com a bela Cláudia, mostrando-nos cenas eróticas e sensuais. Será que esta relação vai impedir Murena de se bater contra esta injustiça...


Associação Turbina/Mundo Fantasma
Anos Dourados
Marco Mendes


Banzai #3
Joana Rosa Fernandes, Natália Batista, Cristina Dias, Shuang Wu e Manuela Cardoso
Em Julho a BANZAI está de volta!
Depois de um ano de paragem, a revista de banda desenhada manga de autores portugueses “Banzai” está de volta às lojas a partir de 7 de Julho.
Queremos agradecer a todos vós terem ficado do nosso lado neste longo e difícil ano.
Foi uma longa travessia pelo deserto que finalmente trouxe a BANZAI de volta.
Neste edição encontram as obras:
- TMG # 5 (Joana Rosa Fernandes)
- Miau Miau #2 (Natália Batista)
- Kuroneko (Cristina Dias)
- O Mundo de Joana Presunto (Shuang Wu)
- Zphyr #2 (Manuela Cardoso)
... e como sempre temos as nossas aulas de “Como Desenhar Manga”.
Tudo de bom!
Team BANZAI


Devir
Naruto #1 - Uzumaki Naruto!
Masashi Kishimoto
O mangá mais popular do mundo
Naruto é um jovem ninja em formação com uma queda incorrigível para a traquinice. As suas loucas tropelias arreliam os seus companheiros, mas há algo que Naruto leva muito a sério: vir a ser um dia o maior ninja da sua aldeia!
UZUMAKI NARUTO!
Há doze anos atrás, a Aldeia Oculta sob as Folhas foi atacada por uma ameaça temível. A raposa demónio com nove caudas tirou a vida ao chefe da aldeia, o Hokage, bem como a muitos outros aldeões.
Hoje, a aldeia vive em paz, e um rapaz desordeiro chamado Naruto luta para se formar na Academia Ninja. A sua grande aspiração é tornar-se Hokage, mas o destino que verdadeiramente o espera será muito mais complexo!
A aventura começa agora!


Insónia
Balcão Trauma
Álvaro 


Motociclismo
As Aventuras de um Motard #6
Luís Pinto Coelho 


Planeta Júnior
Geronimo Stilton #10 - A estranha máquina dos livros
Stilton, Bufi e Andolfo


Edição de Autor
Estrelinha e Outras páginas
José Abrantes 

11/06/2013

Crónicas de arquitectura









Pedro Burgos
Turbina
Portugal, Março de 2013
230 x 300 mm, 28 p., pb, brochado, com sobrecapa com badanas
7,99 €


Por vezes, os aspectos menos conseguidos de uma obra, podem contribuir para destacar o que ela tem de melhor.
De certa forma, isso aconteceu comigo em relação a este “Cróniacs de Arquitectura”, uma compilação da dúzia de crónicas desenhadas publicadas por Pedro Burgos, entre 2009-2012 no JA – Jornal de Arquitectura, a convite de Manuel Graça Dias.
E, o grande defeito é exactamente esse: são apenas 12 (+1) cartoons de página inteira que – mesmo que complementados com o esboço preparatório e um prefácio de Manuel Graça Dias – sabem a muito pouco. Não só porque são realmente poucos – não consegui escrevê-lo de outra forma! – mas porque abrem o apetite para (muito) mais… que não existe. O que - e aqui vem a vantagem... - me obrigou  a nova leitura, para tentar tirar o máximo de uma edição demasiado curta – apesar de integral!
Olhar mordaz e satírico sobre o mundo da arquitectura em Portugal, sobre este país de arquitectos, sobre os arquitectos deste país e sobre a forma como ele vai sendo – arquitectado e – construído, revelam uma inteligência, uma capacidade de síntese e um olhar impiedoso sobre a nossa realidade, o urbanismo moderno, os tiques dos arquitectos ou a situação económica, política e social do país.

Temas que ganham nova dimensão, pela forma como Burgos constrói cada um deles, aliando à legibilidade uma original, complexa e estimulante composição de página, realçando e explorando nalguns deles algumas das (imensas) potencialidades narrativas de uma simples prancha de BD.


15/04/2013

BD Portuguesa trilha novos caminhos







Nos últimos meses têm-se multiplicado os livros de banda desenhada lançados pelos próprios autores ou por pequenos selos editoriais, enquanto se dão pequenos passos na edição online. São formas de os quadradinhos nacionais contornarem a crise e os seus efeitos.

Face a um mercado em recessão e aos altos custos que a distribuição acarreta, são cada vez mais os autores que optam por editarem os seus próprios livros aos quadradinhos ou por o fazerem online ou em projectos editoriais associativos ou de pequena dimensão. O que traz a vantagem acrescida de terem total controle, em termos criativos e de qualidade do produto final, algo que nem sempre acontece nas editoras tradicionais.
Inimaginável há poucos anos, isto só se tornou possível graças às facilidades que as novas tecnologias trouxeram para a edição, permitindo livros de boa qualidade com preços reduzidos e baixas tiragens.
Por isso, muitos dos livros de BD nacionais recentes não passam das duas ou três centenas de exemplares, que são divulgados de boca-em-boca ou nos sites e blogs dedicados aos quadradinhos e vendidos de mão em mão, nas lojas especializadas ou em eventos dedicados à BD, como os festivais de Beja ou da Amadora, que se revelam épocas por excelência para o aparecimento deste tipo de edições.
“Biogra Fria – O pequeno outro” é apenas um dos exemplos. Obra de tom autobiográfico, balizada pelos carros e namoradas que o autor teve, é um lançamento de Topedro, que conta já vários títulos no seu “catálogo” auto-editado.
O mesmo caminho seguiu o cartoonista Mário José Teixeira, que se estreou com “’Tamos tramados”, posfaciado por Manuel Freire, que recolhe cartoons de crítica social.
A um outro nível, registam-se os “Cadernos” de José Abrantes, um autor com mais de duas dezenas de álbuns infanto-juvenis publicados, que optou igualmente pela auto-edição para divulgar histórias dispersas por diversas publicações bem como trabalhos inéditos.
Quanto a “Crónicas de Arquitectura”, de Pedro Burgos, uma recolha de crónicas desenhadas pré-publicadas no jornal da Ordem dos Arquitectos, é o segundo lançamento da Associação Turbina após “Diário Rasgado”, uma compilação de obras originalmente publicadas online por Marco Mendes.
O recurso a pequenos editores, dispensa investimento financeiro por parte dos criadores e, nalguns casos, assegura uma distribuição mais diversificada. O principal exemplo é a Polvo, com quinze anos de vida e quase uma centena de títulos de BD em catálogo, a maioria de autores portugueses, cujos lançamentos mais recentes foram “Han Solo”, relato intimista e autobiográfico de Rui Lacas, e “Há Piores 2”, com o humor mordaz de Geral e Derradé.
A Chili Com Carne, com um trajecto já longo na área da BD alternativa e de autor, acaba de apresentar “Kassumai”, um diário de viagem de David Campos, que ilustra os seis meses que passou na Guiné-Bissau, num projecto de uma O.N.G. de apoio à população local.
Quanto à Kingpin Books, tem-se destacado pelo cuidado editorial com que cada edição é tratada, sendo “O Baile”, uma história de zombies sob o signo da PIDE, no período da ditadura salazarista, de Nuno Duarte e Joana Afonso, o livro mais recente.
A edição online, tem vindo a ganhar espaço. O segundo número do “Minizine”, disponível gratuitamente é um dos casos mais recentes, combinando relatos introspectivos, de acção e de ficção-científica.
Com cerca de quatro anos de vida, o projecto Zona, que aposta na divulgação dos novos valores da BD nacional, tem-se destacado pela sua dinâmica pois já leva editadas uma dezena de antologias aos quadradinhos.
Com títulos reveladores dos conteúdos – “Zona Negra”, “Zona Fantástica”, “Zona Gráfica”, “Zona Monstra” ou “Zona Nippon” - para editar o “Zona Desenha” optou por recorrer ao crownfunding – algo que pode ser traduzido como “financiamento público” (mas não institucional!) – um sistema em crescimento que funciona como uma espécie de assinatura prévia.
O valor recebido, dependendo da dimensão do projecto, serve para financiar a edição, distribuição e/ou o trabalho dos autores. Os financiadores, em função do dinheiro investido (que obedece a uma tabela prévia) recebem apenas a edição ou extras como outros livros, desenhos autografados ou mesmo originais.
Em preparação, abertos a colaboração, estão o “Zona Nippon” #2 e o “Zona Gráfica” #3.
São formas diversas de os autores nacionais darem largas à criação e de conseguirem que as suas obras cheguem aos potenciais leitores que, perante este panorama, são obrigados a uma postura mais interactiva para encontrarem as obras que pretendem ler.

(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 8 de Abril de 2013)


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