Por...
Este
díptico passaria poderia perfeitamente integrar uma colecção do
género
Batman por…,
a exemplo do que, a nível franco-belga, tem sido (tão bem feito)
com Lucky
Luke
ou Spirou...
Exemplar
único - neste contexto, na época específica - de visão/versão
europeia do Homem-Morcego, justifica plenamente a leitura por parte
dos admiradores do super-herói, tanto quanto por parte dos que
seguem Marini.
Na verdade, O Príncipe Encantado das Trevas tem tudo o que seria de esperar numa história de super-heróis, deste super-herói em particular: a perpetuação do confronto entre o Batman e o Joker, com uma participação significativa de secundários como a Catwoman, Alfred ou Harley Quinn, perfeitamente ajustadas ao universo que todos (re)conhecemos.
Mas, a esta base sólida e imutável, Marini, acrescentou uma planificação mais europeia, um maior representação da violência e da capacidade de sedução - e de exibicionismo (aqui e ali) despudorado - da Harley e de Selina e, principalmente, um argumento com uma premissa curiosa - o rapto pelo Joker de uma suposta filha de Bruce Wayne - que explora de forma bem conseguida, humanizando o multimilionário de forma bem mais profunda do que (quase) todo o relato faria esperar, graças ao inesperado volte-face final.
Para além disso, inevitavelmente, o desenhador colocou todo o seu virtuosismo gráfico - belas mulheres, rostos expressivos, traço dinâmico, perfeita representação do corpo humano, composição ousada de cenas… - ao serviço da história, transformando um argumento relativamente simples e linear, numa bela leitura que proporciona uma agradável fuga à rotina quotidiana e a que apetece voltar a curto prazo.
Batman:
O Príncipe Encantado das Trevas #1/#2
Marini
Levoir
Portugal,
2018
217
x 326 mm, 80 p. (cada),
cor, capa dura
17,90€
(cada)
(imagens disponibilizadas pela Levoir; clicar nelas para as aproveitar em toda a sua extensão)
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