Osamu Tezuka (argumento e desenho)
ASA (Portugal, Agosto de 2010)
127 x 182 mm, 208 p., pb, brochada
Se a recensão dos tomos #1 e #2 já deixou diversas pistas de leitura, a presença nas livrarias do terceiro tomo de Astroboy justifica mais estas curtas linhas em período de férias (também aqui nas Leituras).
Porque se trata de (mais) Tezuka – em português – um autor de referência e incontornável, que todos devem conhecer, sejam fãs de manga ou não, e porque significa que a ASA cumpriu o programa editorial que se tinha proposto. O que (infelizmente) tem sido algo raro entre nós na edição de BD, mas não deixa de ser um sinal positivo para os leitores, mais a mais tendo em vista o lançamento – previsivelmente em Outubro – do primeiro volume de Dragon Ball, uma série de outro fôlego para a qual a periodicidade será factor fundamental para agarrar (o seu) público.
09/08/2010
06/08/2010
Mundo dos Super-Heróis #19
Editora Europa (Brasil, Novembro de 2009)
210 x 280 mm, 100 p., cor, brochada, 3,90 €
Já está disponível nas bancas e quiosques nacionais esta revista, especialmente dedicada aos comics de super-heróis, cujo dossier principal é dedicado a heroínas como Mulher-Maravilha, Fénix, Supergirl, Poderosa, Feiticeira Escarlate, Mary Marvel, Miss Marvel, Promethea, Mulher-Aranha, Tempestade, Mulher-Hulk ou Donna Troy.
Do sumário constam também artigos sobre a Vertigo, Arqueiro Verde, Zorro, os Heróis Disney ou Loki e uma entrevista com Ig Guara.
210 x 280 mm, 100 p., cor, brochada, 3,90 €
Já está disponível nas bancas e quiosques nacionais esta revista, especialmente dedicada aos comics de super-heróis, cujo dossier principal é dedicado a heroínas como Mulher-Maravilha, Fénix, Supergirl, Poderosa, Feiticeira Escarlate, Mary Marvel, Miss Marvel, Promethea, Mulher-Aranha, Tempestade, Mulher-Hulk ou Donna Troy.
Do sumário constam também artigos sobre a Vertigo, Arqueiro Verde, Zorro, os Heróis Disney ou Loki e uma entrevista com Ig Guara.
Leituras relacionadas
Bancas,
Editora Europa,
Mundo dos Super-Heróis,
revistas
04/08/2010
Hans, o cavalo inteligente
Miguel Rocha (argumento e desenho)
Polvo (Portugal, Maio de 2010)
230 x 165 mm, 96 p., 2 cores, brochado com badanas
Desengane-se quem adivinha neste livro, por se tratar de uma banda desenhada, facilidade de leitura ou entretenimento ligeiro, pois uma das suas principais características é exigir ao leitor esforço e participação na elaboração, melhor, na interpretação da narrativa. Porque Miguel Rocha, mais do que contar uma história linear, optou por avançar algumas pistas, cabendo-nos interpretá-las e compô-las de acordo com a nossa sensibilidade, capacidade de interpretação e formação social e cultural. Porque, de cada leitura de “Hans”, facilmente resultará uma história diferente, muitas vezes díspar, até.
Na sua génese está o caso verídico, datado do final do século XIX, do equídeo alemão Der Kluge Hans (Hans inteligente), pertença do frenólogo Wilhelm Van Hostens, supostamente capaz de realizar operações matemáticas - incluindo o cálculo de raízes quadradas - que dava a resposta batendo com a pata tantas vezes quanto o resultado pretendido. Rapidamente transformado num popular fenómeno circense, originou a criação de uma comissão – a Hans Kommission - para avaliar se se tratava ou não de um embuste, que acabou por concluir que o animal era especialmente sensível à linguagem corporal dos espectadores, conseguindo pelas suas reacções “adivinhar” os resultados.
Adaptada da peça homónima de Francisco Campos para o Projecto Ruínas, estreada em Setembro de 2006, em Montemor-o-Novo, a banda desenhada de Miguel Rocha, assume uma forte componente teatral e dramática, até porque, muitas vezes, as personagens comportam-se como se estivessem num palco. E, na realidade, é lá que elas muitas vezes estão, havendo mesmo uma cortina a abrir e fechar o livro…
No entanto, a história de Hans em si, é apenas acessória, ou melhor, um elemento de ligação entre várias histórias, pois este livro é sobre relações (dependências?) humanas – ou a dificuldade de relacionamento entre humanos. Pois Van Hostens engravidou a irmã da mulher que amava, não consegue assumir (nem libertar-se) da relação com Ângela (que também não o consegue deixar), falha a abordagem à psiquiatra que devia avaliar Hans – e que também teve um caso mal resolvido com um dos seus pacientes…
Histórias que vão sendo contadas em flash-backs constantes, ao longo dos cinco capítulos (actos) do livro (das suas divisórias e das magníficas “páginas publicitárias” finais, ao estilo das que Alan Moore e Kevin O’Neil criaram para “A Liga dos Cavalheiros Extrardinários”), com os diálogos entrecortados com textos (declamações?) que conferem um tom algo surreal ao todo. Com todos os elementos do livro objecto a fazerem parte do relato enquanto tal.
Para esse tom surreal contribui também o virtuoso grafismo “enevoado” (digitalmente) de Miguel Rocha, mais impressivo do que expressivo, povoado de sombras e indefinições, que (logicamente…) utiliza tons cinzentos/arroxeados – em lugar das cores quentes e vivas doutros relatos – o que leva o leitor, muitas vezes, a ter que adivinhar mais do que o desenhar quis revelar.
(Versão integral do texto publicado na página de Livros do Jornal de Notícias de 26 de Julho de 2010)
Polvo (Portugal, Maio de 2010)
230 x 165 mm, 96 p., 2 cores, brochado com badanas
Desengane-se quem adivinha neste livro, por se tratar de uma banda desenhada, facilidade de leitura ou entretenimento ligeiro, pois uma das suas principais características é exigir ao leitor esforço e participação na elaboração, melhor, na interpretação da narrativa. Porque Miguel Rocha, mais do que contar uma história linear, optou por avançar algumas pistas, cabendo-nos interpretá-las e compô-las de acordo com a nossa sensibilidade, capacidade de interpretação e formação social e cultural. Porque, de cada leitura de “Hans”, facilmente resultará uma história diferente, muitas vezes díspar, até.
Na sua génese está o caso verídico, datado do final do século XIX, do equídeo alemão Der Kluge Hans (Hans inteligente), pertença do frenólogo Wilhelm Van Hostens, supostamente capaz de realizar operações matemáticas - incluindo o cálculo de raízes quadradas - que dava a resposta batendo com a pata tantas vezes quanto o resultado pretendido. Rapidamente transformado num popular fenómeno circense, originou a criação de uma comissão – a Hans Kommission - para avaliar se se tratava ou não de um embuste, que acabou por concluir que o animal era especialmente sensível à linguagem corporal dos espectadores, conseguindo pelas suas reacções “adivinhar” os resultados.
Adaptada da peça homónima de Francisco Campos para o Projecto Ruínas, estreada em Setembro de 2006, em Montemor-o-Novo, a banda desenhada de Miguel Rocha, assume uma forte componente teatral e dramática, até porque, muitas vezes, as personagens comportam-se como se estivessem num palco. E, na realidade, é lá que elas muitas vezes estão, havendo mesmo uma cortina a abrir e fechar o livro…
No entanto, a história de Hans em si, é apenas acessória, ou melhor, um elemento de ligação entre várias histórias, pois este livro é sobre relações (dependências?) humanas – ou a dificuldade de relacionamento entre humanos. Pois Van Hostens engravidou a irmã da mulher que amava, não consegue assumir (nem libertar-se) da relação com Ângela (que também não o consegue deixar), falha a abordagem à psiquiatra que devia avaliar Hans – e que também teve um caso mal resolvido com um dos seus pacientes…
Histórias que vão sendo contadas em flash-backs constantes, ao longo dos cinco capítulos (actos) do livro (das suas divisórias e das magníficas “páginas publicitárias” finais, ao estilo das que Alan Moore e Kevin O’Neil criaram para “A Liga dos Cavalheiros Extrardinários”), com os diálogos entrecortados com textos (declamações?) que conferem um tom algo surreal ao todo. Com todos os elementos do livro objecto a fazerem parte do relato enquanto tal.
Para esse tom surreal contribui também o virtuoso grafismo “enevoado” (digitalmente) de Miguel Rocha, mais impressivo do que expressivo, povoado de sombras e indefinições, que (logicamente…) utiliza tons cinzentos/arroxeados – em lugar das cores quentes e vivas doutros relatos – o que leva o leitor, muitas vezes, a ter que adivinhar mais do que o desenhar quis revelar.
(Versão integral do texto publicado na página de Livros do Jornal de Notícias de 26 de Julho de 2010)
02/08/2010
As Melhores leituras de Julho
Moby Dick, a baleia branca (C.M. Moura), de Fernando Bento
O Cortiço (Editora Ática), de Rodrigo Rosa (argumento) e Ivan Jaf (desenho)
Le Fils D’Hitler (Glénat), de Pieter De Poortere
J. Kendall – Aventuras de uma criminóloga #62 e #63 (Mythos Editora), de Giancarlo Berardi, Lorenzo Calza e Maurizio Mantero (argumento) e Roberto Zaghi, Ernesto Michelazzo e Laura Zuccheri (desenho)
Gaston #1 – Os arquivos do Lagaffe (ASA + Público) , de Franquin
Astroboy #2 (ASA), de Osamu Tezuka
Corps de Pierre (Delcourt), de Joe Casey (argumento) e Charlie Adlard (desenho)
Hans, o cavalo inteligente (Polvo), de Miguel Rocha
Murena #1 e #2 (ASA) e #4 (Dargaud), de Dufaux (argumento) e Delaby (desenho)
Pérolas a Porcos #8 (Bizâncio), de Stephan Pastis
O Cortiço (Editora Ática), de Rodrigo Rosa (argumento) e Ivan Jaf (desenho)
Le Fils D’Hitler (Glénat), de Pieter De Poortere
J. Kendall – Aventuras de uma criminóloga #62 e #63 (Mythos Editora), de Giancarlo Berardi, Lorenzo Calza e Maurizio Mantero (argumento) e Roberto Zaghi, Ernesto Michelazzo e Laura Zuccheri (desenho)
Gaston #1 – Os arquivos do Lagaffe (ASA + Público) , de Franquin
Astroboy #2 (ASA), de Osamu Tezuka
Corps de Pierre (Delcourt), de Joe Casey (argumento) e Charlie Adlard (desenho)
Hans, o cavalo inteligente (Polvo), de Miguel Rocha
Murena #1 e #2 (ASA) e #4 (Dargaud), de Dufaux (argumento) e Delaby (desenho)
Pérolas a Porcos #8 (Bizâncio), de Stephan Pastis
30/07/2010
Bugs Bunny, 70 anos irrequietos
Há 70 anos, Bugs Bunny – ou Pernalonga como entre nós foi conhecido durante muitos anos – fazia a sua primeira aparição, garantindo desde logo boa disposição.
A sua estreia, com o nome que o celebraria como uma das maiores estrelas da animação – ou mesmo a maior de sempre, segundo a “TV Guide”, em 2002 - foi a 27 de Julho de 1940, em “A Wild Hare”, curta-metragem de 8 minutos, dirigida por Tex Avery, em que pela primeira vez faz a cabeça em água ao também estreante caçador Elmer J. Fudd (a quem dá também o primeiro e sonoro beijo). A imagem que hoje lhe reconhecemos, da responsabilidade de Robert McKimson, só chegaria mais tarde, mas a sua voz inimitável já se devia a Mel Blanc, que a definiu como “uma mistura do sotaque do Bronx e de Brooklyn”.
No entanto, o protótipo de Bugs Bunny, um certo Happy Rabbit (Coelho Feliz) aparecera pela primeira vez a 30 de Abril de 1938, em “Porky’s Hare Hunt”, com o pêlo completamente branco e uma personalidade quase paranóica, semelhante à de Daffy Duck, tendo sido figurante de mais quatro filmes, em que apresentou ainda uma gargalhada muito semelhante à que viria a ficar como imagem de marca de Woody Woodpecker (Picapau).
No entanto, segundo alguns historiadores, a sua linha genealógica deveria começar a ser traçada mais atrás, pois a personagem teria sido inspirada em Max Hare, um outro coelho animado, criado por Walt Disney em 1935. Outros, no morder da cenoura, apontam-lhe influências de Groucho Marx e do seu charuto, bem como na repetição de uma frase que aquele popularizou: “Of course you know, this means war!”.
Independentemente destas considerações, o seu “cartão de cidadão” aponta 27 de Julho de 1940 como data oficial de nascimento, embora não especifique se se trata de um coelho ou de uma lebre... Quem o conhece – e há quem não o conheça, afinal? -, tem dificuldade em limitar os adjectivos necessários para o caracterizar: inteligente, mordaz, sarcástico, rápido, decidido, irritante, provocador…
Da sua biografia constam participações na II Guerra Mundial, contra Mussolini, Hitler e os japoneses, e a presença nos aviões de diversas esquadrilhas, como mascote. A conquista de um Óscar – em 1958, por “Knighty Knight Bugs” – em três nomeações e uma estrela na calçada da fama de Hollywood, são alguns dos pontos altos da longa carreira de Bugs Bunny, a quem, após a morte de Blanc, em 1989, também emprestaram a voz Jeff Bergman, Greg Burson e Billy West. E Paulo Oom, na versão portuguesa.
Para lá das dezenas de curtas-metragens que fizeram a sua merecida fama, Bugs Bunny foi também inspiração ou modelo de um infindável número de artigos de merchandising e de uma emissão filatélica nos EUA e estrela de outros suportes, como os videojogos.
Mas muito antes disso, logo em 1941, o sucesso da versão animada transportou-o para os quadradinhos, no número inaugural da “Looney Tunes and Merrie Melodies” (da Dell Publishing), desenhado por Win Smith. Um ano depois estreava título próprio, com o grafismo a cargo de Carl Buettner e, em 1943, passava a protagonizar também tiras diárias de imprensa, que duraram até 1993, menos um ano que a sua revista. Nos quadradinhos conta-se ainda um estranho encontro com Superman, Batman e os outros membros da Liga da Justiça, em 2000.
No cinema que o viu nascer, participou também em longas-metragens como “Who Framed Roger Rabbit” (1988), “Space Jam” (1996), em que dividia o protagonismo com a estrela do basquetebol Michael Jordan, ou “Looney Tunes: Back to Action” (2003)
Se a passagem do grande para o pequeno ecrã foi pacífica e natural, este estreou duas curiosas versões: os Baby Looney Tunes (em 2002), que reúnem Bugs Bunny, Tweety, Silvester, Daffy Duck, Lola e Tazz ainda bebés, e “Loonatics Unleashed” (2005), uma visão futurista dos mesmos protagonistas, “travestidos” de super-heróis.
Hoje, apesar das suas setenta primaveras, o “velho Pernalonga” continua ágil e imprevisível, a soltar com o seu jeito inimitável o característico e sonoro “What’s up, doc?”, garantia infalível de boas gargalhadas.
(Texto publicado no Jornal de Notícias de 27 de Julho de 2010)
A sua estreia, com o nome que o celebraria como uma das maiores estrelas da animação – ou mesmo a maior de sempre, segundo a “TV Guide”, em 2002 - foi a 27 de Julho de 1940, em “A Wild Hare”, curta-metragem de 8 minutos, dirigida por Tex Avery, em que pela primeira vez faz a cabeça em água ao também estreante caçador Elmer J. Fudd (a quem dá também o primeiro e sonoro beijo). A imagem que hoje lhe reconhecemos, da responsabilidade de Robert McKimson, só chegaria mais tarde, mas a sua voz inimitável já se devia a Mel Blanc, que a definiu como “uma mistura do sotaque do Bronx e de Brooklyn”.
No entanto, o protótipo de Bugs Bunny, um certo Happy Rabbit (Coelho Feliz) aparecera pela primeira vez a 30 de Abril de 1938, em “Porky’s Hare Hunt”, com o pêlo completamente branco e uma personalidade quase paranóica, semelhante à de Daffy Duck, tendo sido figurante de mais quatro filmes, em que apresentou ainda uma gargalhada muito semelhante à que viria a ficar como imagem de marca de Woody Woodpecker (Picapau).
No entanto, segundo alguns historiadores, a sua linha genealógica deveria começar a ser traçada mais atrás, pois a personagem teria sido inspirada em Max Hare, um outro coelho animado, criado por Walt Disney em 1935. Outros, no morder da cenoura, apontam-lhe influências de Groucho Marx e do seu charuto, bem como na repetição de uma frase que aquele popularizou: “Of course you know, this means war!”.
Independentemente destas considerações, o seu “cartão de cidadão” aponta 27 de Julho de 1940 como data oficial de nascimento, embora não especifique se se trata de um coelho ou de uma lebre... Quem o conhece – e há quem não o conheça, afinal? -, tem dificuldade em limitar os adjectivos necessários para o caracterizar: inteligente, mordaz, sarcástico, rápido, decidido, irritante, provocador…
Da sua biografia constam participações na II Guerra Mundial, contra Mussolini, Hitler e os japoneses, e a presença nos aviões de diversas esquadrilhas, como mascote. A conquista de um Óscar – em 1958, por “Knighty Knight Bugs” – em três nomeações e uma estrela na calçada da fama de Hollywood, são alguns dos pontos altos da longa carreira de Bugs Bunny, a quem, após a morte de Blanc, em 1989, também emprestaram a voz Jeff Bergman, Greg Burson e Billy West. E Paulo Oom, na versão portuguesa.
Para lá das dezenas de curtas-metragens que fizeram a sua merecida fama, Bugs Bunny foi também inspiração ou modelo de um infindável número de artigos de merchandising e de uma emissão filatélica nos EUA e estrela de outros suportes, como os videojogos.
Mas muito antes disso, logo em 1941, o sucesso da versão animada transportou-o para os quadradinhos, no número inaugural da “Looney Tunes and Merrie Melodies” (da Dell Publishing), desenhado por Win Smith. Um ano depois estreava título próprio, com o grafismo a cargo de Carl Buettner e, em 1943, passava a protagonizar também tiras diárias de imprensa, que duraram até 1993, menos um ano que a sua revista. Nos quadradinhos conta-se ainda um estranho encontro com Superman, Batman e os outros membros da Liga da Justiça, em 2000.
No cinema que o viu nascer, participou também em longas-metragens como “Who Framed Roger Rabbit” (1988), “Space Jam” (1996), em que dividia o protagonismo com a estrela do basquetebol Michael Jordan, ou “Looney Tunes: Back to Action” (2003)
Se a passagem do grande para o pequeno ecrã foi pacífica e natural, este estreou duas curiosas versões: os Baby Looney Tunes (em 2002), que reúnem Bugs Bunny, Tweety, Silvester, Daffy Duck, Lola e Tazz ainda bebés, e “Loonatics Unleashed” (2005), uma visão futurista dos mesmos protagonistas, “travestidos” de super-heróis.
Hoje, apesar das suas setenta primaveras, o “velho Pernalonga” continua ágil e imprevisível, a soltar com o seu jeito inimitável o característico e sonoro “What’s up, doc?”, garantia infalível de boas gargalhadas.
(Texto publicado no Jornal de Notícias de 27 de Julho de 2010)
28/07/2010
Green Lantern: 70 anos
Corria o ano de 1940, Superman e Batman tinham posto os super-heróis na moda, a II Guerra Mundial em curso era terreno de eleição para a sua actuação contra as Forças do Eixo (do mal…) e em Julho, a revista “All-American Comics” #16 estreava mais um, de seu nome Green Lantern – Lanterna Verde, escrito por Bill Finger (também ligado à criação do Homem-Morcego) e desenhado por Martin Nodell.
Como principal marca distintiva ostentava um anel verde, que lhe permitia concretizar tudo o que a sua mente fosse capaz de imaginar. Na sua origem o anel era mágico mas, em vidas (aos quadradinhos) posteriores, seria uma criação tecnológica dos Guardiões do Universo, que em cada mundo habitado designavam o Green Lantern local. Como senão, o anel tinha que ser recarregado a cada 24 horas, numa (quase) cerimónia mística que incluía um juramento no qual o seu portador se comprometia a defender o bem contra as forças do mal.
O Green Lantern original era um engenheiro na vida civil, que esteve para se chamar Alan Ladd, num trocadilho com Aladin, o possuidor de uma lâmpada mágica com um génio dentro! O editor achou fraca ideia e mudou-lhe o nome para Scott. Perdeu uma bela oportunidade de, meses mais tarde aproveitar para fazer uma colagem para um novo actor que começava a brilhar em Hollywood chamado… Alan Ladd!
Com o fim da guerra, as vendas dos super-heróis entraram em declínio e as aventuras de Scott foram suspensas.
Em Outubro de 1959, por iniciativa do editor Julius Schwartz, nascia um novo Green Lantern, que na vida civil era Hal Jordan, piloto de testes da Força Aérea. As suas histórias eram assinadas por John Broome e desenhadas por Gil Kane, que fizeram dele um dos membros da Liga da Justiça.
Hal Jordan viveria os seus melhores momentos nos anos 70, quando Denny O’Neil e Neal Adams o associaram ao Arqueiro Verde (uma espécie de super-Robin Hood) levando-os numa viagem de costa a costa pelos Estados Unidos, na qual descobriram, revelaram e combateram a verdadeira criminalidade: assaltantes, políticos corruptos, promotores imobiliários à margem da lei, traficantes de droga…
O auge do realismo, patente também na abordagem da (complicada) vida sentimental dos dois heróis, foi atingido num arco em que descobriram que Speedy, o jovem pupilo do Arqueiro Verde, era ele próprio um drogado, numa história que marcou uma época e levou os super-heróis às páginas de publicações (sérias…) como o The New York Times, The Wall Street Journal ou a Newsweek. Foi também nesse período que surgiu John Stewart, um Green Lantern negro, o que permitiu uma abordagem à questão do racismo. Apesar do sucesso crítico e mediático as vendas não corresponderam e o título seria de novo suspenso.
Stewart seria mais um dos portadores do anel, tal como Kyle Rayner e Guy Gardner, entre outros. Posteriormente Jordan viria a transformar-se no vilão Parallax, morrendo e regressando como Spectre, ao mesmo tempo que as aventuras se tornavam mais cósmicas e místicas, perdendo o tom realista e apresentando como adversário recorrente Sinestro, um Green Lantern renegado, possuidor de uma anel de cor amarela.
Recentemente, Geoff Johns recuperou o herói como estrela de primeira grandeza do universo da DC Comics nas sagas “Green Lantern: Rebirth” (2004) e “Blackest Night” (2009).
Isso tornou-o um alvo apetecível face ao interesse crescente do cinema pelos super-heróis, estando, assim, em produção um filme realizado por Martin Campbell, escrito por Greg Berlanti, Michael Green, Marc Guggenheim e Michael Goldenberg, que terá como principais protagonistas Ryan Reynolds, Black Lively, Peter Sarsgaard e Mark Strong. O lançamento deverá ocorrer dentro de sensivelmente um ano, em Julho de 2011, devendo seguir-se uma segunda longa-metragem de animação, depois da boa aceitação de “First Flight”, bem como uma série de desenhos animados para o Cartoon Network.
(Versão revista e aumentada do texto publicado no Jornal de Notícias de 27 de Julho de 2010)
Como principal marca distintiva ostentava um anel verde, que lhe permitia concretizar tudo o que a sua mente fosse capaz de imaginar. Na sua origem o anel era mágico mas, em vidas (aos quadradinhos) posteriores, seria uma criação tecnológica dos Guardiões do Universo, que em cada mundo habitado designavam o Green Lantern local. Como senão, o anel tinha que ser recarregado a cada 24 horas, numa (quase) cerimónia mística que incluía um juramento no qual o seu portador se comprometia a defender o bem contra as forças do mal.
O Green Lantern original era um engenheiro na vida civil, que esteve para se chamar Alan Ladd, num trocadilho com Aladin, o possuidor de uma lâmpada mágica com um génio dentro! O editor achou fraca ideia e mudou-lhe o nome para Scott. Perdeu uma bela oportunidade de, meses mais tarde aproveitar para fazer uma colagem para um novo actor que começava a brilhar em Hollywood chamado… Alan Ladd!
Com o fim da guerra, as vendas dos super-heróis entraram em declínio e as aventuras de Scott foram suspensas.
Em Outubro de 1959, por iniciativa do editor Julius Schwartz, nascia um novo Green Lantern, que na vida civil era Hal Jordan, piloto de testes da Força Aérea. As suas histórias eram assinadas por John Broome e desenhadas por Gil Kane, que fizeram dele um dos membros da Liga da Justiça.
Hal Jordan viveria os seus melhores momentos nos anos 70, quando Denny O’Neil e Neal Adams o associaram ao Arqueiro Verde (uma espécie de super-Robin Hood) levando-os numa viagem de costa a costa pelos Estados Unidos, na qual descobriram, revelaram e combateram a verdadeira criminalidade: assaltantes, políticos corruptos, promotores imobiliários à margem da lei, traficantes de droga…
O auge do realismo, patente também na abordagem da (complicada) vida sentimental dos dois heróis, foi atingido num arco em que descobriram que Speedy, o jovem pupilo do Arqueiro Verde, era ele próprio um drogado, numa história que marcou uma época e levou os super-heróis às páginas de publicações (sérias…) como o The New York Times, The Wall Street Journal ou a Newsweek. Foi também nesse período que surgiu John Stewart, um Green Lantern negro, o que permitiu uma abordagem à questão do racismo. Apesar do sucesso crítico e mediático as vendas não corresponderam e o título seria de novo suspenso.
Stewart seria mais um dos portadores do anel, tal como Kyle Rayner e Guy Gardner, entre outros. Posteriormente Jordan viria a transformar-se no vilão Parallax, morrendo e regressando como Spectre, ao mesmo tempo que as aventuras se tornavam mais cósmicas e místicas, perdendo o tom realista e apresentando como adversário recorrente Sinestro, um Green Lantern renegado, possuidor de uma anel de cor amarela.
Recentemente, Geoff Johns recuperou o herói como estrela de primeira grandeza do universo da DC Comics nas sagas “Green Lantern: Rebirth” (2004) e “Blackest Night” (2009).
Isso tornou-o um alvo apetecível face ao interesse crescente do cinema pelos super-heróis, estando, assim, em produção um filme realizado por Martin Campbell, escrito por Greg Berlanti, Michael Green, Marc Guggenheim e Michael Goldenberg, que terá como principais protagonistas Ryan Reynolds, Black Lively, Peter Sarsgaard e Mark Strong. O lançamento deverá ocorrer dentro de sensivelmente um ano, em Julho de 2011, devendo seguir-se uma segunda longa-metragem de animação, depois da boa aceitação de “First Flight”, bem como uma série de desenhos animados para o Cartoon Network.
(Versão revista e aumentada do texto publicado no Jornal de Notícias de 27 de Julho de 2010)
26/07/2010
X-23
Marjorie Liu (argumento)
Filipe Andrade (desenho das pranchas 3-10,12-18, 30-36 e parte das pranchas 19-22)
Nuno Alves (desenho, arte-final e cor das pranchas 1-2, 11, 23-29 e parte das pranchas 19-22)
Jay Leisten (arte-final)
Sandu Flórea (arte-final)
SotoColor (cor)
Marvel Comics (EUA, Maio de 2010)
168 x 257 mm, 48 p., cor, comic-book
Esta é mais uma edição da Marvel com assinatura portuguesa, uma história completa em 36 páginas, escrita por Marjorie Liu, cujo desenho a lápis foi feito por Filipe Andrade (desenhador de BRK)e Nuno Plati Alves, tendo este último sido também responsável pela arte-final e a cor das pranchas em que participou. A passagem a tinta das restantes esteve a cargo de Jay Jensen e Sandu Flórea, que desenhou a saga “Batman: R.I.P.”, na qual o Homem-Morcego perdeu (?) a vida.
Ao Jornal de Notícias, Filipe Andrade revelou que “este trabalho veio como consequência directa da não realização a tempo da autora predestinada ao mesmo” e também “porque devem ter ficado satisfeitos com a minha primeira colaboração com eles”, uma BD do Homem de Ferro, ainda inédita.
E acrescenta: “As maiores dificuldades foram os prazos curtíssimos. Cerca de 20 dias para desenhar 24 pranchas com layouts e estudos de personagens pelo meio”. Andrade teve ainda que suprir o desconhecimento que tinha da personagem principal, X-23: “quando fechei o negócio estava ainda no primeiro dia de Angoulême. Não tive grande tempo para me familiarizar com a personagem. Fui-a conhecendo ao longo da BD”.
X-23 é o pseudónimo de Laura Kinney, uma clone de Wolverine, que possui garras retrácteis nas mãos e também nos pés, que apareceu pela primeira vez na série animada “X-Men Evolution”, tendo depois passado para os quadradinhos onde é actualmente um dos membros da X-Force.
Esta história, conta a sua partida da ilha de Utopia, refúgio dos X-Men, na baía de S. Francisco, e o seu regresso provisório às ruas sombrias e degradadas de Nova Iorque, “um tipo de ambiente com o qual me sinto à vontade, o que me ajudou”, revela o desenhador. E fá-lo numa tentativa de encontrar o seu próprio caminho e começar a lutar por si própria, depois de uma vida em que sempre se sentiu usada por aqueles que a rodeavam, desde a sua criadora aos próprios X-Men, numa narrativa mais próxima do registo psicológico do que do registo de acção habitual no género de super-heróis.
A escolha de dois desenhadores serviu para tornar mais distintos os momentos em que a acção se desenrola no plano real - executados por Filipe Andrade, com um traço mais realista -, daqueles em que a personagem mergulha em si própria, tentando encontrar-se e ao caminho a trilhar - que couberam a Nuno Plati Alves, que optou por um desenho mais estilizado, sem contornos e trabalhados com uma reduzida paleta de cores, em que imperam o negro, o vermelho e o amarelo.
(Versão revista e aumentada do texto publicado no Jornal de Notícias de 9 de Maio de 2010)
Filipe Andrade (desenho das pranchas 3-10,12-18, 30-36 e parte das pranchas 19-22)
Nuno Alves (desenho, arte-final e cor das pranchas 1-2, 11, 23-29 e parte das pranchas 19-22)
Jay Leisten (arte-final)
Sandu Flórea (arte-final)
SotoColor (cor)
Marvel Comics (EUA, Maio de 2010)
168 x 257 mm, 48 p., cor, comic-book
Esta é mais uma edição da Marvel com assinatura portuguesa, uma história completa em 36 páginas, escrita por Marjorie Liu, cujo desenho a lápis foi feito por Filipe Andrade (desenhador de BRK)e Nuno Plati Alves, tendo este último sido também responsável pela arte-final e a cor das pranchas em que participou. A passagem a tinta das restantes esteve a cargo de Jay Jensen e Sandu Flórea, que desenhou a saga “Batman: R.I.P.”, na qual o Homem-Morcego perdeu (?) a vida.
Ao Jornal de Notícias, Filipe Andrade revelou que “este trabalho veio como consequência directa da não realização a tempo da autora predestinada ao mesmo” e também “porque devem ter ficado satisfeitos com a minha primeira colaboração com eles”, uma BD do Homem de Ferro, ainda inédita.
E acrescenta: “As maiores dificuldades foram os prazos curtíssimos. Cerca de 20 dias para desenhar 24 pranchas com layouts e estudos de personagens pelo meio”. Andrade teve ainda que suprir o desconhecimento que tinha da personagem principal, X-23: “quando fechei o negócio estava ainda no primeiro dia de Angoulême. Não tive grande tempo para me familiarizar com a personagem. Fui-a conhecendo ao longo da BD”.
X-23 é o pseudónimo de Laura Kinney, uma clone de Wolverine, que possui garras retrácteis nas mãos e também nos pés, que apareceu pela primeira vez na série animada “X-Men Evolution”, tendo depois passado para os quadradinhos onde é actualmente um dos membros da X-Force.
Esta história, conta a sua partida da ilha de Utopia, refúgio dos X-Men, na baía de S. Francisco, e o seu regresso provisório às ruas sombrias e degradadas de Nova Iorque, “um tipo de ambiente com o qual me sinto à vontade, o que me ajudou”, revela o desenhador. E fá-lo numa tentativa de encontrar o seu próprio caminho e começar a lutar por si própria, depois de uma vida em que sempre se sentiu usada por aqueles que a rodeavam, desde a sua criadora aos próprios X-Men, numa narrativa mais próxima do registo psicológico do que do registo de acção habitual no género de super-heróis.
A escolha de dois desenhadores serviu para tornar mais distintos os momentos em que a acção se desenrola no plano real - executados por Filipe Andrade, com um traço mais realista -, daqueles em que a personagem mergulha em si própria, tentando encontrar-se e ao caminho a trilhar - que couberam a Nuno Plati Alves, que optou por um desenho mais estilizado, sem contornos e trabalhados com uma reduzida paleta de cores, em que imperam o negro, o vermelho e o amarelo.
(Versão revista e aumentada do texto publicado no Jornal de Notícias de 9 de Maio de 2010)
Leituras relacionadas
Filipe Andrade,
Flórea,
Leisten,
Liu,
Marvel,
Nuno Plati Alves,
SotoColor,
X-23,
X-Men
23/07/2010
Astroboy 2
Osamu Tezuka (argumento e desenho)
ASA (Portugal, Julho de 2010)
127 x 182 mm, 208 p., pb, brochada
Se já algo ficou escrito n’As Leituras do Pedro sobre Astroboy, aquando do lançamento do primeiro tomo desta trilogia que a ASA está a editar, a chegada às livrarias do segundo tomo um mês decorrido sobre o lançamento do primeiro – dentro do prazo previsto, portanto, o que nem sempre (raramente?!) tem sido regra em Portugal – justifica nova chamada de atenção para a obra em geral e alguns detalhes dela em particular.
Em geral, porque Tezuka é um dos grandes nomes do manga e da BD e lê-lo em português é uma oportunidade que não deve ser desperdiçada. Até porque a edição, graficamente, está bem cuidada e conseguida (pese embora alguns problemas na impressão dos tons cinzentos) e respeita o sentido de leitura do original japonês.
Depois, porque Astroboy é um clássico que, se tem algumas marcas do tempo que decorreu desde o seu lançamento - nos anos 60 do século passado – como era inevitável numa obra de antecipação tecnológica e científica, continua perfeitamente legível e, em muitos aspectos, actual. E se a primeira impressão é que estamos face a uma obra ingénua – e a ingenuidade está presente nela - e até infantil – devido a algumas das soluções narrativas adoptadas - , uma leitura – que nem necessita de ser muito atenta – contraria de imediato esta ideia porque, com o seu traço (enganadoramente) simplista - mas muito expressivo e dinãmico -, Tezuka consegue desenvolver histórias adultas que podem até ser chocantes e cruéis, destacando-se nestes aspectos, nesta nova compilação, “Sua alteza Deadcross”, o primeiro dos três contos nela inseridos.
Deixo ainda uma chamada de atenção final para a dualidade humanos/robots que perpassa toda a saga de Astroboy, com as criações mecânicas, frequentemente, a ultrapassarem em humanidade os seus criadores humanos…
ASA (Portugal, Julho de 2010)
127 x 182 mm, 208 p., pb, brochada
Se já algo ficou escrito n’As Leituras do Pedro sobre Astroboy, aquando do lançamento do primeiro tomo desta trilogia que a ASA está a editar, a chegada às livrarias do segundo tomo um mês decorrido sobre o lançamento do primeiro – dentro do prazo previsto, portanto, o que nem sempre (raramente?!) tem sido regra em Portugal – justifica nova chamada de atenção para a obra em geral e alguns detalhes dela em particular.
Em geral, porque Tezuka é um dos grandes nomes do manga e da BD e lê-lo em português é uma oportunidade que não deve ser desperdiçada. Até porque a edição, graficamente, está bem cuidada e conseguida (pese embora alguns problemas na impressão dos tons cinzentos) e respeita o sentido de leitura do original japonês.
Depois, porque Astroboy é um clássico que, se tem algumas marcas do tempo que decorreu desde o seu lançamento - nos anos 60 do século passado – como era inevitável numa obra de antecipação tecnológica e científica, continua perfeitamente legível e, em muitos aspectos, actual. E se a primeira impressão é que estamos face a uma obra ingénua – e a ingenuidade está presente nela - e até infantil – devido a algumas das soluções narrativas adoptadas - , uma leitura – que nem necessita de ser muito atenta – contraria de imediato esta ideia porque, com o seu traço (enganadoramente) simplista - mas muito expressivo e dinãmico -, Tezuka consegue desenvolver histórias adultas que podem até ser chocantes e cruéis, destacando-se nestes aspectos, nesta nova compilação, “Sua alteza Deadcross”, o primeiro dos três contos nela inseridos.
Deixo ainda uma chamada de atenção final para a dualidade humanos/robots que perpassa toda a saga de Astroboy, com as criações mecânicas, frequentemente, a ultrapassarem em humanidade os seus criadores humanos…
22/07/2010
Leituras da Turma da Mônica de Julho
Títulos da Maurício de Sousa Produções distribuidos este mês nas bancas portuguesas:
Mônica #37
Cebolinha #37
Cascão #37
Chico Bento #37
Magali #37
Ronaldinho Gaúcho e Turma da Mônica #37
Almanaque da Mônica #19
Almanaque do Cebolinha #19
Almanaque do Cascão #19
Turma da Mônica – Uma aventura no parque #37
Grande Almanaque de Ferias #7
Almanaque da Tina #7
Almanaque Turma do Astronauta #6
Turma da Mónica – Saiba mais #28 – Os Imigrantes
Colecção Histórica da Turma da Mónica #15
Turma da Mônica Jovem #19
Turma da Mônica Jovem em cores #1
Cebolinha #37
Cascão #37
Chico Bento #37
Magali #37
Ronaldinho Gaúcho e Turma da Mônica #37
Almanaque da Mônica #19
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Almanaque do Cascão #19
Turma da Mônica – Uma aventura no parque #37
Grande Almanaque de Ferias #7
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Colecção Histórica da Turma da Mónica #15
Turma da Mônica Jovem #19
Turma da Mônica Jovem em cores #1
21/07/2010
Corps de pierre
Joe Casey (argumento)
Charlie Adlard (desenho)
Delcourt (França, Junho de 2010)
173 x 264 mm, 112 p., pb, brochado com badanas
Resumo
Tom Dare, músico, acabou de passar por um divórcio difícil que deixou marcas profundas. Bem como a descoberta de que a jovem com quem andava está grávida. Alguns dias mais tarde, ao acordar, sente um dedo inchado e adormecido. Na semana seguinte, aquela espécie de paralisia começa a estender-se ao resto do corpo: mãos, braços, pernas, troncos, ao mesmo tempo que o seu peso aumenta de forma brutal e inexplicável. Mesmo para os médicos que consulta, que apenas podem constatar que o seu corpo se está a transformar em pedra…
Desenvolvimento
Começa então uma corrida contra o tempo, em busca de uma solução para o estranho mal. E também em busca de soluções para os conflitos e relações interrompidas (para não escrever estragadas) que Tom foi espalhando: com a mãe, a ex-mulher, a jovem que recentemente engravidou…
Um tempo em que Tom vai acabar por se descobrir e também descobrir, finalmente, quem são os seus verdadeiros amigos, conforme este buscam auxiliá-lo – mesmo que por vezes contra a sua vontade – ou tirar partido – fama, dinheiro – da sua doença.
Um tempo que se revela curto, mas durante o qual Tom (re)encontra uma paz que, possivelmente, nunca conheceu antes.
Este é um relato dramático, em que o tom fantástico da ideia base rapidamente dá lugar a uma narrativa sobre relações humanas, que surpreende por ter como autores dois nomes ligados aos comics norte-americanos, Joe Casey (Uncanny X-Men, Adventures of Superman, G.I. Joe) e Charlie Adlard (Batman e Walking Dead).
O relato, com um curioso ponto de partida, está bem escrito, tem algumas surpresas e um ou outro bom achado – como a venda de “recordações do “homem-de-pedra” – prende e cativa e apesar do crescendo do seu tom trágico, consegue com um inesperado final pacífico e até relaxante, tocar o leitor.
O traço de Adlard, fino, quase só contornos, aqui e ali manchados com o cinzento da pedra em que se está a transformar o corpo de Tom, se não deslumbra, até porque tem alguns desequilíbrios e nalgumas vinhetas se revela falho de dinamismo e expressividade, globalmente cumpre o seu propósito.
Charlie Adlard (desenho)
Delcourt (França, Junho de 2010)
173 x 264 mm, 112 p., pb, brochado com badanas
Resumo
Tom Dare, músico, acabou de passar por um divórcio difícil que deixou marcas profundas. Bem como a descoberta de que a jovem com quem andava está grávida. Alguns dias mais tarde, ao acordar, sente um dedo inchado e adormecido. Na semana seguinte, aquela espécie de paralisia começa a estender-se ao resto do corpo: mãos, braços, pernas, troncos, ao mesmo tempo que o seu peso aumenta de forma brutal e inexplicável. Mesmo para os médicos que consulta, que apenas podem constatar que o seu corpo se está a transformar em pedra…
Desenvolvimento
Começa então uma corrida contra o tempo, em busca de uma solução para o estranho mal. E também em busca de soluções para os conflitos e relações interrompidas (para não escrever estragadas) que Tom foi espalhando: com a mãe, a ex-mulher, a jovem que recentemente engravidou…
Um tempo em que Tom vai acabar por se descobrir e também descobrir, finalmente, quem são os seus verdadeiros amigos, conforme este buscam auxiliá-lo – mesmo que por vezes contra a sua vontade – ou tirar partido – fama, dinheiro – da sua doença.
Um tempo que se revela curto, mas durante o qual Tom (re)encontra uma paz que, possivelmente, nunca conheceu antes.
Este é um relato dramático, em que o tom fantástico da ideia base rapidamente dá lugar a uma narrativa sobre relações humanas, que surpreende por ter como autores dois nomes ligados aos comics norte-americanos, Joe Casey (Uncanny X-Men, Adventures of Superman, G.I. Joe) e Charlie Adlard (Batman e Walking Dead).
O relato, com um curioso ponto de partida, está bem escrito, tem algumas surpresas e um ou outro bom achado – como a venda de “recordações do “homem-de-pedra” – prende e cativa e apesar do crescendo do seu tom trágico, consegue com um inesperado final pacífico e até relaxante, tocar o leitor.
O traço de Adlard, fino, quase só contornos, aqui e ali manchados com o cinzento da pedra em que se está a transformar o corpo de Tom, se não deslumbra, até porque tem alguns desequilíbrios e nalgumas vinhetas se revela falho de dinamismo e expressividade, globalmente cumpre o seu propósito.
20/07/2010
Leituras Marvel de Julho
Títulos da Marvel editados pela Panini Comics (Brasil) distribuídos este mês nas bancas portuguesas:
Homem-Aranha #96
Os Novos Vingadores #71
X-Men #96
Avante Vingadores #35
Universo Marvel #53
Wolverine #60
Homem-Aranha #96
Os Novos Vingadores #71
X-Men #96
Avante Vingadores #35
Universo Marvel #53
Wolverine #60
19/07/2010
Le fils d’Hitler
Pieter De Poortere
Glénat (Junho de 2010)
240 x 320 mm, 64 p., cor, cartonado
Resumo
Dickie, o anti-herói de bigode, com cabeça de Playmobil (sic), que costuma passear pela história, encontra-se esta vez em plena segunda guerra mundial, como filho “perdido” de Hitler, esse mesmo, o Adolf.
Desenvolvimento
O desafio era difícil. Porque De Poortere optou por uma história completamente muda. E porque o seu grafismo, aparentemente simplista, próximo do (tal) visual “Playmobil”, numa linha clara estilizada e depurada, de traço grosso e cores lisas, com uma planificação simples e sóbria, parecia pouco indicado para um retrato, ainda que mordaz da II Guerra Mundial.
Mas o holandês, colaborador regular do jornal “Ferraille”, venceu-o a todos os níveis. A história, rocambolesca, assente numa série de episódios/personagens-tipo deste género de relatos, desenvolvida em vários episódios auto-conclusivos, ao longo dos quais vai apresentando e definindo as personagens principais que se cruzam com seres reais como Staline ou Churchill, está bem conseguida, é consistente e extremamente legível.
O autor começa pela vida de Hitler nas trincheiras da Primeira Grande Guerra, explica como um ferimento o levou a gerar (involuntariamente) um filho cuja existência desconhecia. Como este – o amorfo Dickie - mais tarde se tornou protector (interesseiro) de fugitivos da Gestapo, como o Führer fez de tudo para ter um descendente, como Eva Braun lhe ocultou a existência do filho legítimo, como Adolf fez de tudo para o reencontrar, indo mesmo a um campo de concentração, e como, finalmente,fez com ele, tudo o que um pai anseia: passear, pescar… Até que, com a derrocada final e a perda iminente da guerra, surge o final desconcertante (ou não…), que tem o mérito de repor o ditador no seu lugar, apagando qualquer sombra de limpeza da História que mentes mal intencionadas pudessem tentar descobrir na narrativa.
E com um trunfo irresistível: o humor extremamente inteligente presente em todo o relato. Que pode ser anárquico, irreverente ou cínico até. Que frequentemente passa bem para lá do politicamente correcto - como no suicídio do ditador, falhado por trocar veneno por Viagra. E que outras vezes roça, não, choca violentamente de frente com o mais (saudável) mau gosto (seja lá isso o que for!), como quando, no campo de concentração, a amiga que Dickie procura lhe é trazida… numa urna ou o americano se fere numa explosão provocada por acender um cigarro… numa câmara de gás.
Glénat (Junho de 2010)
240 x 320 mm, 64 p., cor, cartonado
Resumo
Dickie, o anti-herói de bigode, com cabeça de Playmobil (sic), que costuma passear pela história, encontra-se esta vez em plena segunda guerra mundial, como filho “perdido” de Hitler, esse mesmo, o Adolf.
Desenvolvimento
O desafio era difícil. Porque De Poortere optou por uma história completamente muda. E porque o seu grafismo, aparentemente simplista, próximo do (tal) visual “Playmobil”, numa linha clara estilizada e depurada, de traço grosso e cores lisas, com uma planificação simples e sóbria, parecia pouco indicado para um retrato, ainda que mordaz da II Guerra Mundial.
Mas o holandês, colaborador regular do jornal “Ferraille”, venceu-o a todos os níveis. A história, rocambolesca, assente numa série de episódios/personagens-tipo deste género de relatos, desenvolvida em vários episódios auto-conclusivos, ao longo dos quais vai apresentando e definindo as personagens principais que se cruzam com seres reais como Staline ou Churchill, está bem conseguida, é consistente e extremamente legível.
O autor começa pela vida de Hitler nas trincheiras da Primeira Grande Guerra, explica como um ferimento o levou a gerar (involuntariamente) um filho cuja existência desconhecia. Como este – o amorfo Dickie - mais tarde se tornou protector (interesseiro) de fugitivos da Gestapo, como o Führer fez de tudo para ter um descendente, como Eva Braun lhe ocultou a existência do filho legítimo, como Adolf fez de tudo para o reencontrar, indo mesmo a um campo de concentração, e como, finalmente,fez com ele, tudo o que um pai anseia: passear, pescar… Até que, com a derrocada final e a perda iminente da guerra, surge o final desconcertante (ou não…), que tem o mérito de repor o ditador no seu lugar, apagando qualquer sombra de limpeza da História que mentes mal intencionadas pudessem tentar descobrir na narrativa.
E com um trunfo irresistível: o humor extremamente inteligente presente em todo o relato. Que pode ser anárquico, irreverente ou cínico até. Que frequentemente passa bem para lá do politicamente correcto - como no suicídio do ditador, falhado por trocar veneno por Viagra. E que outras vezes roça, não, choca violentamente de frente com o mais (saudável) mau gosto (seja lá isso o que for!), como quando, no campo de concentração, a amiga que Dickie procura lhe é trazida… numa urna ou o americano se fere numa explosão provocada por acender um cigarro… numa câmara de gás.
Um humor, também, irreverente, reforçado pelas páginas duplas que separam os diferentes capítulos, desenhadas ao estilo dos livros-jogo “Onde está Wally?” onde, mais importante do que encontrar a personagem que está escondida, é descobrir e apreciar as incoerências, as situações absurdas e os gags de que estão pejados cada desenho, que combinam o desembarque na Normandia com cenas balneares ou colocam um campo de concentração paredes-meias com estâncias de montanha, nomeio de uma floresta onde passeiam personagens de contos infantis como o Capuchinho Vermelho ou Hansel e Gretel…
Um humor, finalmente, que se consegue claramente divertir o leitor, a partir de um tema que nada tem de engraçado, nunca esquece o propósito de o fazer reflectir neste passeio por uma das facetas (desconhecidas!) da Segunda Guerra Mundial, onde, apesar de tudo, continuam patentes o seu horror e a ultrapassagem que foi feita de muitos dos limites (morais….) que o ser humano nunca deveria transpor.
A reter
- O todo, que merece ser descoberto e fruído.
Um humor, finalmente, que se consegue claramente divertir o leitor, a partir de um tema que nada tem de engraçado, nunca esquece o propósito de o fazer reflectir neste passeio por uma das facetas (desconhecidas!) da Segunda Guerra Mundial, onde, apesar de tudo, continuam patentes o seu horror e a ultrapassagem que foi feita de muitos dos limites (morais….) que o ser humano nunca deveria transpor.
A reter
- O todo, que merece ser descoberto e fruído.
Leituras relacionadas
Dickie,
Glénat,
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18/07/2010
Leituras DC Comics de Julho
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Batman #85
Superman #83
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