24/05/2011

Tex Especial Civitelli #1

O Presságio
Claudio Nizzi (argumento)
Fabio Civitelli (argumento e desenho)
Mythos (Brasil, Outubro de 2010)
135x175 mm, 336 p., pb, brochado, 10 €


1. A cronologia não o revela mas a verdade é que uma vez concluída a leitura de O Oeste Segundo Civitelli, a vontade de ler algo desenhado por aquele autor foi irresistível.
2. Na pilha de leituras por fazer estava este tomo inicial da colecção Tex Especial Civitelli, que correspondia aquele pressuposto.
3. Para além disso, tinha dois outros atractivos: permitia ler a versão integral integral de uma das bandas desenhadas exploradas naquele livro teórico…
4. … e tinha também Civitelli como co-autor do argumento.
5. Algo raro na casa Bonelli, o que fazia deste Tex um dos exemplos mais próximos de “BD de autor” na cronologia do ranger, talvez só comparável aos volumes que integram a colecção Tex Gigante - que, no entanto, o desenhador nunca escreve….
6. E, se Civitelli é há muitos anos o grande desenhador de Tex, mostra neste O Presságio que poderia ser também um bom argumentista das histórias do ranger, não fosse aquela actividade demasiado absorvente.

7. A história, é sólida, sem pontas soltas, credível e ritmada e segue a estrutura normal deste western e alguns dos seus clichés – a vingança de um índio invejoso do prestígio de Águia da Noite, ataques a ranchos, militares corruptos ávidos de sangue, glória e dinheiro, a prisão de Tex sob falsa acusação, a amizade insuperável entre os protagonistas, diversos confrontos directos ou tiroteios, perseguições a cavalo, um longo e disputado duelo à faca…
8. … embora revele também algumas nuances que marcam a diferença.
9. Desde logo, o toque fantástico dado pela visão inicial (o presságio que o título refere) embora a sua concretização se revele demasiado cedo.
10. Depois, pelo (quase) envolvimento romântico de Tex com a bela viúva Alison (que completa o luto muito rapidamente, convenhamos…), o que levou muitos “texianos empedernidos” a suspirar por uma segunda senhora Willer.
11. Também, porque a sua extensão permitiu aprofundar o carácter das personagens secundárias, prolongar as cenas mais importantes, deixar respirar a narrativa quando era necessário, dando maior consistência ao todo e um outro fôlego à obra.
12. Escrito isto, volto à minha “guerra antiga” com a Mythos: este seria outros dos volumes a merecer uma edição em formato maior…
13. Sei que o mercado brasileiro recusou – por exemplo – a reedição em formato italiano do Almanaque Tex – mas os mercados também se educam…
14. Para além disso, as características de uma e outra edição são bem diferentes e a presença de Civitelli em São Paulo, quando esta foi lançada, poder-lhe-ia ter dado o impulso necessário…
15. Porque, graficamente – e a comparação das suas pranchas com as publicadas em O Oeste Segundo Civitelli prova-o – o traço do italiano merecia outro formato, maior, para poder ser melhor apreciado
16. Por algumas (poucas) liberdades em termos de planificação, pelo jogo de luz e sombra, pelo pontilhado que define os volumes, pelo traço fino e delicado, pela excelente gestão de grandes planos e de perspectivas mais ousadas, pela expressividade dos rostos, pela dinâmica das cenas, pelo realismo dos cenários, urbanos ou selvagens, pela bela Alison…

(Texto publicado originalmente em 18 de Maio de 2011, no Tex Willer Blog)

23/05/2011

Paul Gillon

1926-2011
A banda desenhada perdeu no passado sábado Paul Gillon, um dos últimos clássicos dos quadradinhos francesa, contava 85 anos completados no dia 11 deste mês.
Natural de Paris, iniciou-se profissionalmente aos 14 anos com capas para canções de Charles Trenet e Tino Rossi e caricaturas relacionadas com o mundo da música, cinema e teatro.
A BD descobriu-o aos 21 anos, na revista Vaillant, onde iniciou um longo percurso pelos quadradinhos, primeiro com argumentistas como Roger Lécureux, Jean Ollivier ou J.C. Forest e mais tarde a solo.
Possuidor de um traço clássico realista, inspirado nos clássicos norte-americanos, em especial Alex Raymond e Milton Caniff, no qual a figura humana – em especial a feminina - teve sempre um papel preponderante, Gillon trabalhou nos mais diversos registos, da aventura à ficção-científica, do erotismo à adaptação de clássicos da literatura, possuindo uma bibliografia vasta, desenvolvida ao longo de mais de cinco décadas.
Nela, avultam títulos como “Lynx Blanc”, “Les voyages de Jéremie”, “Wango” (uma série criada graficamente por Eduardo Teixeira Coelho), “Caméra”, “13, rue de l’Espoir” (uma tira diária que assegurou durante 13 anos), “Notre Dame de Paris”, “Fils de Chine”, “Les Naufrages du Temp”, “Les Leviathans”, “Au nom de tous les miens”, “La dernière des salles obscures” ou “La Survivante”, que, no seu conjunto, lhe valeram ser distinguido com o Grande Prémio de Angoulême em 1982, e o Yellow Kide de Lucca, em 1998, entre muitos outros prémios.
Apesar do classicismo do seu traço, Gillon marcou presença em diversas publicações de ruptura dos quadradinhos franceses, como a Métal Hulant ou a L'Écho des Savannes.
Em Portugal, no final da década de 1970, a Agência Portuguesa de Revistas (APR) publicou os três tomos iniciais de “Os Náufragos do tempo”, uma das suas séries mais marcantes que contava com argumentos de Jean-Claude Forest.
Os dois primeiros, “A estrela adormecida” e “A morte sinuosa” apenas a duas cores, sendo que o terceiro, “Labirintos”, já surgiu em quadricromia. Um desses volumes seria igualmente publicado no 19º volume do “Jornal da BD”, na década seguinte.
Já em 2003, sairia pela ASA “Os conjurados”, o sétimo volume do Decálogo, obra conceptual de Frank Giroud.


(Versão revista e aumentada do texto publicado no Jornal de Notícias de 23 de Maio de 2011)

22/05/2011

Selos & Quadradinhos (47)

Stamps & Comics / Timbres & BD (47)
Tema/subject/sujet: Hergé (22.05.1907-03.03.2007)
País/country/pays: Bélgica/Belgium/Belgique
Data de Emissão/Date of issue/date d'émission: 2007

21/05/2011

Selos & Quadradinhos (46)

Stamps & Comics / Timbres & BD (46)

Tema/subject/sujet: Philatelie de la Jeunesse – Nero
País/country/pays: Bélgica/Belgium/Belgique
Data de Emissão/Date of issue/date d'émission: 1989

20/05/2011

Leituras Novas

Maio 2011


Quarto de Jade
Os Animais Domésticos
Maria João Worm
Sentimos que, para além dos grandes sistemas, existe um sonho por realizar, um equilíbrio instável, volátil e desejadamente transfigurador. Já não é a dúvida desta existência submersa num jogo de espelhos, sem que se adivinhem as direcções mais óbvias; aquelas que as “grandes maiorias” seguem, escravizando os sentidos à sua incapacidade de se relacionarem com os movimentos próprios de uma existência na primeira pessoa. Dessa consciência, que se ergue para além das normas que estipulam a mais vulgar das sobrevivências, conseguimos dar um primeiro passo, traduzindo uma vontade de realização através de uma etiqueta editorial; assumindo-se como extensão da presença virtual do site e do blog. Agora, Quarto de Jade materializa-se, também, numa proposta capaz de se encontrar com os livros de que se enamora.
O primeiro título que publicamos amadureceu no final dos anos 90 e encontrou finalmente o seu espaço de concretização. Os Animais Domésticos, da autoria de Maria João Worm, é um livro objecto, muito dentro da linha de uma publicação anterior – Electrodomésticos Classificados – mas com novas fronteiras por descobrir, já que o universo desta autora se exprime através de uma transcendência irredutível, sobretudo nos tempos que correm, em que a formatização parece ser, estranhamente, a palavra de ordem.
Contudo, nada mais pertinente de que escutarmos aquilo que a Maria João Worm pensa sobre esta primeira edição:
“Este livro foi feito a partir de uma série de gravuras que fiz em 1998. Há muito que tinha pensado reuni-las e fazer uma publicação. Agora, olho para as imagens e para os textos e sei que eles foram feitos com toda a liberdade que parece que ainda é visitada pela Sra. Ingenuidade (aquela que faz limpezas nas cabeças que ainda não têm muito pó).
O que resultou é um livro que quer mostrar esse tempo em que se deixa acontecer, sem querer mais do que fazer do corpo o lugar táctil e sensível que permite construir sem a finalidade artificiosa.
Não é um livro apenas para crianças, não é um livro para quem se deixa cristalizar e não cresce, seja lá o que isso queira exactamente dizer. Este objecto final é uma visita a uma experiência anterior, acumulou tempo, desdobra-se no espaço e tem finalmente um corpo próprio.
Enquanto livro de autor, e por tudo o que me leva a pensar hoje conscientemente, na minha estante ideal, arrumava-o junto aos livros de arte.”
Saiba mais no Quarto de Jade



Libri Impress
Ele Foi Mau Pra Ela - O Grande Romance Americano - Sem Uma Só Palavra - e Também Sem Música
Milt Gross (argumento e desenho)
A primeira edição de He Done Her Wrong foi lançada em 1930 por Doubleday, Doran & Company, que publicaria pelo menos mais duas edições. Nas décadas de 1960 e 1980 a obra voltou a ser reeditada, mas por outras editoras, que resolveram não só mudar-lhe o título mas também suprimir algumas partes. Em 2005, Fantagraphics Books decidiu fazer a "sua" edição, recuperando o título original e as imagens que tinham sido cortadas anteriormente mas, ao mesmo tempo, introduzindo abusivas alterações na obra original.
Esta edição portuguesa é fiel à primeira americana, apesar de num tamanho mais pequeno. Para tal, eliminou-se parte das enormes margens, mas só foi necessário reduzir o tamanho dos desenhos em sete páginas. "a obra de Gross que fez dele uma figura a resgatar nos nossos dias é He Done Her Wrong (1930), a epopeia cómica sem palavras que nos permite vê-lo como um dos mais deslumbrantes precursores do romance gráfico. (...) mal a li convenci-me de que estava perante um dos grandes génios das histórias aos quadradinhos."
Santiago García (argumentista, tradutor e estudioso de banda desenhada, no seu blog Mandorla, em 3 de Maio de 2010)
O preço é de 16 euros, mas pedido directamente ao editor custa apenas 14, com o custo de correio incluído. Caso esteja interessado na edição, faça de imediato o seu pedido, de um ou mais exemplares (para oferecer a alguém que aprecie livros). Pagamento através de cheque ou transferência bancária (NIB 003506660003845690063; não esquecer comunicação por e-mail). Além disso, pode aproveitar para encomendar algum dos outros livros do mesmo editor.
Mais se informa que o 3º volume de "Lance" deverá estar disponível ao público no próximo mês de Julho, coisa que na devida altura a todos será comunicada.

Edições ASA
Tintin - Rumo à Lua
Hergé (argumento e desenho)
Ao regressar do país do Ouro Negro, o capitão Haddock fica a saber que o professor Girassol partira havia três semanas com um estrangeiro desconhecido. Logo em seguida recebe um telegrama do professor, no qual diz que se encontra na Sildávia e pede ao capitão e ao Tintin para lá irem ter com ele. Os dois partem de imediato. No aeroporto da capital da Sildávia, um motorista espera-os e leva-os para o que parece ser uma instalação militar ultra-secreta. Lá encontram o professor a trabalhar num foguetão a bordo do qual partirá rumo à Lua. E ele quer que Tintin e Haddock participem na expedição! Nem é preciso dizer que Dupond e Dupont aparecem desastradamente para tratarem da segurança dos três. Enquanto isso, agentes de uma potência inimiga fazem de tudo para roubar o projecto e sabotar a expedição da Sildávia.


Tintin - Explorando a Lua
Hergé (argumento e desenho)
Os inimigos da Sildávia fracassam, e a expedição liderada pelo professor Girassol finalmente consegue partir. Mas, estranhamente, também agentes estrangeiros, fazem de tudo para que a expedição seja bem sucedida. Porque será que eles desejam tanto que o foguetão chegue à Lua? Os perigos que os nossos astronautas vão enfrentar durante a viagem não serão nada comparados com aquilo que os espera na Lua…


Tintin – O Caso Girassol
Hergé (argumento e desenho)
Nesta aventura, uma série de misteriosos acontecimentos assombra o castelo de Moulinsart. Vidros e espelhos que se partem de repente, copos que se estilhaçam e as preciosas louças da colecção do capitão ficam em pedaços. Para piorar, ouvem-se tiros no parque. Guiados por Milu, o capitão e Tintin encontram um homem ferido, caído numa moita. No meio desta confusão, o professor Girassol viaja para a Suíça e, após a sua partida, verifica-se que os estranhos acontecimentos cessam. Desconfiado, Tintin resolve visitar o laboratório do professor, onde encontra um mascarado, mas o homem consegue escapar. Pressentindo que Girassol possa estar em perigo, os nossos amigos partem para a Suíça. Mas não conseguem encontrar o professor. Escapam a atentados e ciladas, e na pista do Girassol, chegam à Bordúria, que é dominada por um tirano com planos sinistros em mente.


Dragon Ball – Baba, a vidente
Akira Toriyama (argumento e desenho)
Após vencer a Red Ribbon, Goku viu-se obrigado a recorrer ao poder da vidente Baba para tentar saber qual o paradeiro da Dragon Ball em falta. Mas, para satisfazer este pedido, a vidente exigiu que Son Goku enfrentasse primeiro temíveis adversários. Será que vai conseguir ultrapassar tais obstáculos?


Yu-Gi-Oh – vol. 4 – Começa o Projecto
Kasuki Takahashi (argumento e desenho)
Yugi reencontra Kaiba, o seu inimigo de estimação, já recuperado do jogo de castigo e pronto para levar a cabo uma diabólica vingança, juntamente com Mokuba, o seu irmão mais novo. Tudo vai decorrer numa viagem à Kaiba Land (um parque de diversões), onde muitos perigos e armadilhas esperam por Yugi e pelos seus amigos…


Murena #5 – A Deusa Negra
Dufaux (argumento)
Delaby (desenho)
A ambiciosa Popeia toma o lugar da bela Acté no coração de Nero. Este prepara-se para participar e ganhar a grande corrida de carros que se vai disputar em Roma, no Circus Maximus. A competição decorre em clima de grande expectativa e contra tudo o que era esperado, a vitória não vai pertencer ao Imperador, mas sim de um misterioso participante que se descobre ser… uma mulher!


As Águias de Roma - Livro 1
Marini (argumento e desenho)
Após um terrível combate, Ermanamer, filho do príncipe Sigmar, fica refém dos romanos. O imperador Augusto confia-o ao seu fiel Tito Valério Falco, que tem um filho da mesma idade, Marco. Os dois jovens recebem uma rigorosa educação romana, submetidos a uma disciplina de ferro. Ao longo das provas, o ódio mais implacável cede lugar à amizade. Mas o que acontece à fraternidade de espírito e de armas quando surge o amor por uma mulher?

Sinais de Fogo
Os Amigos do Luca #3 – Luca decide fugir
Stephan Valentin (argumento)
Laurent Houssin (desenho)
Com a chegada das férias, o Luca apercebe-se de que não poderá ir com o Tim para a praia. O seu pequeno mundo de «cão» abate-se sob as suas patas. Vai ficar sozinho em casa? Que irão fazer com ele? Não espera pela resposta às suas dúvidas. Decide partir. Assim, de repente… Será que o Tim, a Rosinha, a Tina e o Zeca o vão encontrar?
Uma criança que foge está a manifestar o seu mal-estar e a enviar uma mensagem à família. Angustiante para os pais, este duro golpe poderá transformar-se rapidamente numa má aventura para a criança. Esta pequena história visa prevenir as tentações de fuga numa criança, desdramatizando o acto ao colocar aqui o cão nesse papel.

Kingpin Books
Super Pig: Live Hate
Mário Freitas (argumento, arte final e cor
Carlos Pedro e GEvan (desenho)
Gisela Martins (cor)



Agentes do C.A.O.S.: Nova O.R.D.E.M.
Fernando Dórdio (argumento)
Osvaldo Medina (desenho)
Mário Freitas (cor e argumento adicional)

(Textos da responsabilidade das editoras)

19/05/2011

O Filme da Minha Vida

Eu não reino
Pedro Nora (argumento e desenho, a partir do filme “Vai e Vem”, de João César Monteiro)
João Paulo Cotrim (introdução)
Ao Norte (Portugal, 6 de Maio de 2011)
102 x 148 mm, 40 p., pb, brochado com badanas


A AO NORTE – Associação de Produção e Animação Audiovisual, fundada em Dezembro de 1994, tem patente em Viana do Castelo, no Espaço Ao Norte, na Praça D. Maria II, uma exposição dos originais do décimo livro da colecção O Filme da Minha Vida, que ficará patente até 31 de Julho de 2011.
Pedro Nora
Intitulada “Eu Não Reino”, esta banda desenhada da autoria de Pedro Nora tem como ponto de partida o filme “Vai e Vem”, de João César Monteiro.
Não que este “seja o filme da minha vida, nem sequer o meu filme favorito do João César Monteiro”, diz o autor; “pensar em ‘filme da vida’ é uma falácia”. E esclarece: “para este projecto trabalhei um filme que se prestava a alguns objectivos que defini de antemão. Queria trabalhar um realizador português, um autor polémico e com ligações à literatura. "Vai e Vem" é o último filme de JCM, antes de morrer, e é por isso também um filme-testamento, em que o autor nos dá um derradeiro murro no estômago”.
E acrescenta ainda Nora: o filme “desenvolve-se em torno de temas como a sexualidade, a moral e bons costumes, Portugal, o poder, o cinema, e a morte, temas recorrentes na obra de JCM. É uma apurada mistura de comédia satírica e poema audiovisual”, tendo sido essa a sua opção gráfica, reinterpretando e fixando no papel, em traço negro e duro, praticamente sem texto escrito, alguns dos momentos fortes da narrativa de J.C. Monteiro, deixando ao leitor (relembrá-los e/ou) (re)interpretá-los.
Pedro Nora

Esta foi a única vez que um filme português serviu de base a um dos mini-álbuns do projecto O Filme da Minha Vida, um desafio lançado pela AO NORTE a uma dezena de autores portugueses para que produzissem uma banda desenhada inspirada num filme que tivesse deixado marcas nas suas vidas.
Jorge Nesbit
Iniciado em meados de 2008, com direcção de Tiago Manuel, grafismo de Luís Mendonça e introduções de João Paulo Cotrim, do projecto O Filme da Minha Vida resultaram os seguintes títulos:

01 - O PERCUTOR HARMÓNICO, de André Lemos, baseado no filme ACONTECEU NO OESTE, de Sérgio Leone
02 - EPIFANIAS DO INIMIGO INVISÍVEL, de Daniel Lima, inspirado no filme O DESERTO DOS TÁRTAROS, de Valério Zurlini 03 - SÉTIMO SELO, de Jorge Nesbitt, inspirado no filme homónimo de Ingmar Bergman
04 - ÂNGULO MORTO, de João Fazenda, em volta de A MULHER QUE VIVEU DUAS VEZES, de Alfred Hitchcock
05 - FITZ..., de Filipe Abranches, inspirado no filme FITZCARRALDO, de Herner Herzog
João Fazenda
06 - REPULSA, de Alice Geirinhas, inspirado no filme REPULSA, de Roman Polanski
07 - O DRAGÃO ATACA, de Tiago Albuquerque, a partir do filme homónimo de Robert Clouse.
08 - A VALQUÍRIA E O INOMINÁVEL, de Miguel Rocha, baseado no filme O ANJO EXTERMINADOR, de Luis Buñuel
09 - O ESPÍRITO DA COLMEIA, de Luís Henriques, inspirado no filme homónimo de Victor Erice 10 – EU NÃO REINO, de Pedro Nora, inspirado no filme VAI E VEM, de João César Monteiro

André Lemos


Filipe Abranches

Tiago Albuquerque

18/05/2011

Sale Fric

Collection Dark Night
Brian Azzarello (argumento)
Victor Santos (desenho)
Delcourt (França, 20 de Abril de 2011)
167 x 257 mm, 200 p., pb, brochado com badanas, 14,95 €


Resumo
Este é o segundo volume de uma nova colecção da Delcourt, que publicará bandas desenhadas provenientes do selo Vertigo, pertencente ao catálogo da DC Comics, e que foi iniciada em Março com Le Frisson, de Jason Starr e Mick Bertilorenzi.
O seu protagonista é Richard Junkin, um falhado. Antiga glória do futebol universitário, afastado do desporto por uma lesão, desde então sonha com a fama que a sua prática – em qualquer ocupação – desmente.
Quando o seu patrão lhe pede para deixar o lugar de vendedor de automóveis – em que mais uma vez é uma nulidade – para se tornar o anjo da guarda da sua filha – um chamariz de sarilhos – Junkin está longe de imaginar os sarilhos em que se está a meter.


Desenvolvimento
Este é mais um elo na longa corrente da relação entre a banda desenhada e o policial.
Bem escrita e desenvolvida, a história reúne todos os ingredientes clássicos do género: um protagonista, falhado mas simpático, que parece ter conseguido o seu momento de sorte na vida, um crime que (parece) perfeito, paixão, sexo, violência, traições, surpresas…
Azzarello demonstra a habitual mestria na sua condução. Uma longa introdução para conhecermos Junkin, o seu passado, curto mas glorioso, o presente, longo e decadente, bem como as outras personagens que o acompanharão ao longo da trama.
Depois, o desenvolvimento, de certa forma paralelo, da sua relação com Vicki, a filha mimada do patrão e Sally. A forma como se aproxima da primeira sem esquecer a segunda, o que o conduzirá a um primeiro homicídio. Avançando, segue-se o adensar da trama, a criação de álibis, culpados improváveis ou falsos e o final surpreendente onde, apesar de alguns ajustes, (quase) tudo - todos – volta(m) ao seu lugar.
Em suma, uma história dinâmica e bem ritmada, com potencialidade para segurar o leitor…
… mas que poderia ser bem mais interessante se o desenhador, o espanhol Victor Santos, tivesse sabido acompanhar o seu argumentista ou, pelo menos, manter um traço estável ao longo do livro. Porque, na verdade, esta obra revela um autor em busca da sua identidade gráfica, oscilando entre vinhetas ao nível de (maus) fanzines, com outras cujos modelos são claramente Eduardo Risso e Frank Miller. A par disso, se por vezes consegue apresentar um traço perfeitamente legível, vinhetas há que são quase incompreensíveis, merecendo também nota negativa o tratamento muitas vezes dado aos rostos, inacabados ou com expressões forçadas.
Por isso, o resultado global, desequilibrado e longe dos modelos gráficos seguidos, não ultrapassa o mediano, desperdiçando os créditos concedidos pelo argumento.

A reter
- O argumento de Azzarello, estruturado, credível, com personagens bem definidas, com tudo para agradar aos apreciadores do género e não só.


Menos conseguido
- O traço de Santos, desigual e poucas vezes inspirado.


Curiosidade
- Filthy Rich é o título original do livro.

17/05/2011

Leituras de Banca

Maio 2011
Títulos que começaram ontem a ser distribuídos nas bancas portuguesas.


Panini
Marvel
Avante Vingadores #44
Homem-Aranha #106
Os Novos Vingadores #81
Wolverine #70
X-Men #104
Universo Marvel #4





DC Comics
Batman #95
Liga da Justiça #95
Superman #95
Universo DC #4

Manga
Vampire Knight #3




Turma da Mónica
Almanaque da Mônica #24
Almanaque do Cascão #24
Almanaque do Cebolinha #24
Cascão #47
Cebolinha #47
Chico Bento #47
Grande Almanaque da Turma da Mônica #8
Magali #47
Maurício Apresenta #11 – Turma da Mônica e O Segredo de Papai Noel
Mônica #47
Ronaldinho Gaúcho e Turma da Mônica #47
Turma da Mônica – Uma aventura no parque #47
Turma da Mónica – Saiba mais #38 – Dinossauros
Turma da Mônica Jovem #29


Mythos
Para os fãs de Julia Kendall e/ou Mágico Vento, este é um mau mês, pois estes dois títulos não estarão à venda nas bancas portuguesas, devido a um atraso que ocorreu aquando do seu lançamento no mercado brasileiro.
TEX 466 - Expedição ao México
TEX COLEÇÃO 258 - Tortura
OS GRANDES CLÁSSICOS DE TEX 25 - El Gringo
TEX ANUAL 11 - Nas Trilhas do Oeste
ZAGOR 115 - Resgate Desesperado
ZAGOR EXTRA 79 - Homens e Feras
ZAGOR ESPECIAL 28 - Chico na Ilha do Tesouro
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