Aquilo que normalmente marca - ou marcava? - a diferença nos
Tex Gigante - os Textone italianos - é aquilo que - ironicamente… - mais críticas
lhes levanta: a inovação gráfica que é permitida - e procurada - aos seus
desenhadores.
Nomeadamente na sua génese - ou como no caso deste Capitão Jack - quando para eles eram
convidados autores de renome, exteriores à editora Bonelli: Guido Buzelli, Joe
Kubert, Jordi Bernet, Magnus… são alguns (bons) exemplos.
Por isso - ou também por isso - o principal problema deste Capitão Jack - nomeadamente para o núcleo
(mais) duro dos fãs de Tex - é a dificuldade evidente que o desenhador teve em
‘gerir’ as feições do protagonista, que habitualmente lhe (re)conhecemos, mas
que neste livro o tornam muitas vezes (ir)reconhecível.

E, queira-se ou não, essa surge como uma das imagens de
marca deste Tex de Enrique Breccia, argentino, veterano dos quadradinhos e
mestre incontestado do preto e branco, como demonstra de forma brilhante,
repetidamente, em muitas das mais de duzentas pranchas que este volume contém.
Seja nos sucessivos flashbacks mais próximos do traço a lápis, seja nas cenas
nocturnas, seja no uso de tramas para definir volumes e distâncias, seja nos
cenários naturais ou naturalistas (e sem seres humanos…), seja nas cenas
definidas a partir de fortes contrastes de preto e branco, seja na
expressividade e riqueza de pormenores de muitos dos rostos dos figurantes.

Capitão Jack
Tex Edição Gigante #31
Tito Faraci (argumento)
Enrique Breccia (desenho)
Mythos Editora
Brasil, Outubro de 2016
185 x 275 m, 242 p., pb, capa mole
R$ 24,80, 9,00 €
(texto originalmente publicado no Tex Willer Blog; clicar nas imagens para as aproveitar em toda a sua
extensão)
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