Já o escrevi mais de uma vez. Descobri Tex na adolescência -
em edições emprestadas. Não sei quantas li mas, curiosamente - digo eu agora -
a imagem que me ficou deste western tradicional, foram os confrontos
fantásticos do ranger e dos seus pards com a dupla de feiticeiros Mefisto/Yama,
pai e filho. É o pretexto para trazer o ranger da Bonelli a esta ‘Semana do
Western’ de As Leituras do Pedro -
onde ele na verdade não podia faltar.
Acentuando o carácter realista das histórias de Tex Willer, outra dupla de pai e filho, Gianluigi e Sergio (Bonelli), como autores e editores, souberam criar-lhe sucessivamente novos adversários, raramente recorrentes, para dar força à excepção: os dois atrás citados, mesmo assim só pontualmente presentes nas suas aventuras. Na verdade, entre a criação de Mefisto, em 1971, e este relato de 2016 que agora abordo, uma mão cheia é suficiente para contar os confrontos que tiveram com o ranger.
Acentuando o carácter realista das histórias de Tex Willer, outra dupla de pai e filho, Gianluigi e Sergio (Bonelli), como autores e editores, souberam criar-lhe sucessivamente novos adversários, raramente recorrentes, para dar força à excepção: os dois atrás citados, mesmo assim só pontualmente presentes nas suas aventuras. Na verdade, entre a criação de Mefisto, em 1971, e este relato de 2016 que agora abordo, uma mão cheia é suficiente para contar os confrontos que tiveram com o ranger.
Comum a todas elas é a escolha de grandes autores - dos
nomes mais fortes das equipas criativas do ranger de cada época - para darem
corpo a mais um momento de um longo confronto tornado eterno pela imortalidade
sobrenatural dos magos e a imortalidade (própria de um herói de papel) de Tex.
Desta vez, são Mauro Boselli e Fabio Civitelli - autores que dispensam
apresentação - os responsáveis por mais um relato fantástico - duplamente
fantástico, na sua dimensão sobrenatural e na sua força narrativa.
Porque, se é verdade que com ligeiras excepções as histórias
de Tex ancoram no mais sólido realismo, estes confrontos assumem um carácter
sobrenatural e de terror, que Boselli e Civitelli, - o primeiro pelo tom
escolhido, o segundo pela sua tradução em belas e impactantes imagens, ambos
pela dimensão que conferem ao todo - acentuam num longo intróito, de mais de
três dezenas de pranchas em que assistimos à ressurreição - mental - de Yama,
através da combinação de elementos fantásticos - um longo desfile de demónios,
presciências e visões - com outros elementos naturais - um tornado que se abate
violentamente (orquestrado pelas tais forças sobrenaturais…?) sob um pequeno
povoado do oeste.
Após este início de cortar a respiração, começa então a
aproximação entre caçadores e caçados - mesmo que por vezes os papéis pareçam
inverter-se ou se invertam mesmo - com Yama, à distância, aparentemente a mexer
todos os cordelinhos, guiando os seus inimigos para a armadilha que
laboriosamente preparou.
É um percurso lento, com avanços e recuos, com momentos chave
e acontecimentos que virão a ganhar importância, que vão prendendo o leitor e
fazê-lo ansiar pelo confronto final - com algum receio pelo destino dos seus
preferidos.
Mas, se o intróito foi longo e detalhado, o final, sem ser
abrupto como de outras vezes, surge mais cedo do que o esperado e não se mostra
à altura das expectativas (tão bem) criadas, deixando um sabor a pouco - ou
pelo menos conformando-se apenas ao que era expectável...
Publicada no final de 2016, em Itália, teve edição brasileira na colecção regular de Tex - nos números
#573 a #575, onde li esta história. Desde Maio último, O Sinal de Yama existe também disponível numa edição de grande
formato, bom papel e capa dura. O leitor - ou a sua carteira por ele! - fará a
escolha, mas sem dúvida, este é um dos casos em que o tamanho importa e faz a diferença.
Tex: O Sinal de Yama
Mauro Boselli (argumento)
Fabio Civitelli (desenho)
Mythos Editora
Tex #573, #574 e #575
Brasil, Julho, Agosto e Setembro de 2017
135 x 175 mm, 11 4 p., pb, capa mole, mensal
R$ 8,90/ 3,60 €
Brasil, Maio de 2018
190 x 260 mm, 330 p., cor, capa dura
R$ 74,90 €
[O
acaso - com uma pequena ajuda - juntou nas minhas leituras - ou mais
exactamente nas minhas escritas - uma série de westerns, completamente
díspares, que têm em comum, para além dessa temática genérica, a qualidade que
os torna leituras aconselháveis.
Bouncer, Cisco Kid, Ken Parker, Matt Marriott, Tex Willer
(não obrigatoriamente por esta ordem alfabética em que foram citados) irão
ocupar este espaço por estes dias, transformando-o quase numa ‘semana do
western’, onde, por exemplo, também podia ter entrado Duke.]
(imagens
disponibilizadas por José Carlos Francisco; clicar nelas para as aproveitar em
toda a sua extensão)
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