16/06/2020

Michel Vaillant: L'intégrale #1

Conhecer




Não sou, nunca fui - (estou convencido que) nunca serei - fã de Michel Vaillant - nem do traço e estilo narrativo de Jean Graton.
Li, mesmo assim, ao longo dos anos, (pelo menos) umas duas dúzias dos álbuns que o piloto francês protagoniza, de forma casual e sem qualquer preocupação sequencial.
Mas, tendo surgido a oportunidade de conhecer de forma cronológica os primeiros anos da série, no - sempre muito aconselhável - formato integral, não a desaproveitei.
E, reconheço, sem renegar a frase que inicia este texto, que valeu a pena [apesar dos maniqueísmos narrativos de Graton, da superioridade moral da família Vaillant, da ingenuidade dos argumentos...], porque é uma série histórica da banda desenhada franco-belga, porque permitiu que compreendesse melhor algum do fascínio que desde sempre exerceu sobre os seus leitores que geralmente são mais do que isso, são verdadeiros fãs.
E também - sempre nos integrais - pela forma como é situada no seu tempo, apesar do dossier (enquanto tal) versar mais sobre a história automobilística, já que os habituais apontamentos sobre o autor, o herói, e a publicação da série estão espalhados ao longo do volume, que também contempla pranchas nunca inseridas em álbum.
Valeu, ainda, pela descoberta de algumas curiosidades que (nalguns casos) desconhecia: a familiaridade de Jean Graton com as grandes figuras do automobilismo; que Michel Vaillant, no início, para além de piloto (também) era jornalista; o seu encontro (cruzado) de algumas pranchas com Jimmy Torrent e Jari, heróis de Raymond Redding...
Ou, igualmente, pelos apontamentos inseridos no relato que retratam a sociedade do final dos anos 1950 - a posição (doméstica) da mulher, a normalidade que o acto de fumar representava, as especificidades das provas automóveis da época, o peso (internacional) da rivalidade entre americanos e soviéticos com a (futura) Europa (unida) à procura do seu lugar…
Porque, afinal, o conhecimento não ocupa lugar - mesmo que para este volume e o seguinte, já na calha para leitura, tenha tido de arranjar espaço n(um)a estante...

Michel Vaillant; Líntégrale #1
Inclui os relatos curtos Bon Sang ne peut mentir, La Vaillante Marathon, La Clé de douze e La 24.ª Heure e os álbuns Le Grand Défi, Le Pilote sans Visage e Le Circuit de la Peur
Jean Graton
Graton Éditeur
Bélgica, 2008
222 x 294 mm, 240 p., cor, capa dura

Nota: actualmente, os integrais de Michel Vaillant fazem parte do catálogo da Le Lombard.

(imagens recolhidas no site oficial de Michel Vaillant e no site Bédétheque; clicar nelas para as aproveitar em toda a sua extensão)

3 comentários:

  1. Gosto mais das aventuras do tetra-tetra-tetra avô dele, o Principe.

    ;-)

    Uma das famílias mais duradouras da BD

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  2. Se cá fosse lançado os Integrais, era de certeza um comprador. Foi o meu primeiro herói de BD Franco-Belga, por quem sou um grande fã. Não é alheio o facto de eu também gostar de automobilismo. Tenho seguido com relativo interesse esta nova fase, que não se foca tanto na competição e mais numa narrativa dramática familiar.
    A propósito Pedro, não consegui ler o post em condições porque isto está cheio de publicidade...

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  3. Homem do Leme,
    tendo dúvidas sobre a validade deste modelo de integrais para o nosso mercado, o Michel Vaillant não seria das minhas primeiras - nem segundas! - escolhas em termos de título, embora lhe reconheça potencial comercial.

    Quanto à publicidade, é uma questão a que sou alheio, que já denunciei ao Blogger sem resultado e que neste momento, juntamente com o bloqueio das ligações ao blog pelo Facebook e pelo Instagram, me leva a questionar o futuro...
    Boas leituras!

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