Não sou, nunca fui - (estou convencido que) nunca serei - fã de Michel Vaillant - nem do traço e estilo narrativo de Jean Graton.
Li, mesmo assim, ao longo dos anos, (pelo
menos) umas duas dúzias dos álbuns que o piloto francês
protagoniza, de forma casual e sem qualquer preocupação sequencial.
Mas, tendo surgido a oportunidade de conhecer
de forma cronológica os primeiros anos da série, no - sempre muito
aconselhável - formato integral, não a desaproveitei.
E, reconheço, sem renegar a frase que inicia
este texto, que valeu a pena [apesar dos maniqueísmos narrativos de
Graton, da superioridade moral da família Vaillant, da ingenuidade
dos argumentos...],
porque é uma série histórica da banda desenhada franco-belga,
porque permitiu que compreendesse melhor algum do fascínio que desde
sempre exerceu sobre os seus leitores que geralmente são mais do que
isso, são verdadeiros fãs.

Valeu, ainda, pela
descoberta de algumas curiosidades que (nalguns casos) desconhecia: a
familiaridade de Jean Graton com as grandes figuras do automobilismo;
que Michel Vaillant, no início, para além de piloto (também) era
jornalista; o seu encontro (cruzado) de algumas pranchas com Jimmy
Torrent e Jari, heróis de Raymond Redding...
Ou, igualmente, pelos apontamentos inseridos no
relato que retratam a sociedade do final dos anos 1950 - a posição
(doméstica) da mulher, a normalidade que o acto de fumar
representava, as especificidades das provas automóveis da época, o
peso (internacional) da rivalidade entre americanos e soviéticos com
a (futura) Europa (unida) à procura do seu lugar…
Porque, afinal, o conhecimento não ocupa lugar
- mesmo que para este volume e o seguinte, já na calha para leitura,
tenha tido de arranjar espaço n(um)a estante...
Michel Vaillant; Líntégrale #1
Inclui os relatos curtos Bon
Sang ne peut mentir, La Vaillante Marathon, La Clé de douze e La
24.ª Heure e os álbuns Le Grand Défi, Le Pilote sans Visage e Le
Circuit de la Peur
Jean Graton
Graton
Éditeur
Bélgica, 2008
222 x 294 mm, 240 p., cor, capa dura
Nota: actualmente,
os integrais de Michel Vaillant fazem parte do catálogo da Le
Lombard.
Gosto mais das aventuras do tetra-tetra-tetra avô dele, o Principe.
ResponderEliminar;-)
Uma das famílias mais duradouras da BD
Se cá fosse lançado os Integrais, era de certeza um comprador. Foi o meu primeiro herói de BD Franco-Belga, por quem sou um grande fã. Não é alheio o facto de eu também gostar de automobilismo. Tenho seguido com relativo interesse esta nova fase, que não se foca tanto na competição e mais numa narrativa dramática familiar.
ResponderEliminarA propósito Pedro, não consegui ler o post em condições porque isto está cheio de publicidade...
Homem do Leme,
ResponderEliminartendo dúvidas sobre a validade deste modelo de integrais para o nosso mercado, o Michel Vaillant não seria das minhas primeiras - nem segundas! - escolhas em termos de título, embora lhe reconheça potencial comercial.
Quanto à publicidade, é uma questão a que sou alheio, que já denunciei ao Blogger sem resultado e que neste momento, juntamente com o bloqueio das ligações ao blog pelo Facebook e pelo Instagram, me leva a questionar o futuro...
Boas leituras!