O autor norte-americano faleceu aos 80 anos, na sequência de uma operação cardíaca.
Apesar do óbito ter sido no dia 2 deste mês, só agora é que a esposa, Dona Corben, a deu a conhecer através de uma publicação na página do autor no Facebook, destacando o "apreço pela sua arte que os fãs sempre demonstraram" e garantindo que continuará a "administrar o processo contínuo da publicação internacional dos seus trabalhos".
Natural de Anderson, no Missouri, onde nasceu a 1 de Outubro de 1940, Corben diplomou-se no Kansas Art Institute em 1963, iniciando uma década de trabalho na área da animação.
Em paralelo, a partir de 1967, começou a colaborar em publicações alternativas, em que desenvolveu o seu estilo singular, caracterizado por um traço seguro e personagens grotescas, musculadas e desproporcionadas, que evoluem em mundos baseados no compromisso entre o hiper-realismo e o fantástico. Foi assim que, na década seguinte, brilhou em revistas de BD de terror como "Creepy", "Eerie" ou "Vampirella", da Warren Publishing.
Adaptando contos de Edgar Allan Poe ou Harlan Ellison, ou com argumentos próprios ou de Jan Strnad, Corben foi enriquecendo a sua bibliografia com títulos como "Vic and Blood", "Rip in time", "Mutant World" ou "Den", a sua mais marcante criação, uma banda desenhada de ficção-científica condimentada com sexo e violência.
Muito solicitado para ilustrar capas de livros e discos no âmbito do fantástico, graças também à técnica de cor que entretanto desenvolveu, a partir dos anos 90 Corben aproximou-se dos editores de grande público. As suas obras publicadas em português datam deste período: "Hulk", "Hellblazer" e "Cage", com Brian Azzarello, ou "Hellboy", com Mike Mignola.
"Apaixonado, meticuloso, perfeccionista e humilde" nas palavras do seu editor francês, Laurent Lerner, Richard Corben foi "um dos desenhadores de BD que alcançaram o estatuto de verdadeiro artista", através da "sua pesquisa permanente sobre as capacidades do meio, a sua criatividade e sua capacidade de inovação".
Várias vezes premiado, Corben foi distinguido, pelo conjunto da sua obra, com o Grande Prémio de Angoulême, em 2018.
Um dos grandes deixou-nos hoje, um artista com um percurso exemplar e único, infelizmente praticamente ignorado por estas bandas. Será desta que as editoras nacionais vão acordar?...
ResponderEliminarRip vai fazer falta.
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