"Je
pense que je perds la tête...mais le
pire c'est quand ça me revien."
A
avó de Clémence tem Alzheimer.
Vive
num lar, de onde fugiu pela terceira vez. Não
sabia onde estava, queria
regressar a casa porque os seus
pais
deviam
estar preocupados...
A
solução: aumentar o seu cocktail químico para a acalmar. A
quebrar. A matar em vida, pensa Clémence, que decide 'raptá-la',
para a levar à casa da sua infância, esperando que o choque a ajude
a recuperar a memória, a
voltar a si.
Crónica
de uma longa viagem de carro, carregada de emoções, recordações
e... o vazio.
Ao longo de quase 600 quilómetros, numa viagem de carro que as circunstâncias tornam penosas e ainda mais extensa, Clémence vai viver um turbilhão de emoções, aprender um pouco, perceber o muito que perdeu, sofrer com o que a avó se tornou, perceber as muitas vezes que ela própria errou.
Se o vazio, o esquecimento, o apagamento são o mote desta belíssima narrativa, a forma como Alix Garin a traduziu em imagens é ainda mais surpreendente. Com um traço extremamente simples, apagando muitas vezes os fundos, os cenários - o próprio carro em que se deslocam! - transmite com invulgar acuidade todas essas sensações, as emoções que extravasam as imagens, a angústia, o vazio, a solidão, o nada em que uma vida se pode tornar, mas com uma enorme ternura e um ligeiro sentimento de esperança que preenche e conforta o coração do leitor e o ajuda a aceitar - como Clémence - o que é inevitável e a ter vontade de corrigir o que ainda é possível. Na vida real.
Ne
m'oublie pas
Alix
Garin
Le
Lombard
França,
15 de Janeiro de
2021
202 x 268
mm, 224 p.,
cor, capa dura
ISBN:
9782803676231
22,50
€
(imagens disponibilizadas pela Le Lombard; clicar nelas para as aproveitar em toda a sua extensão.
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