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24/08/2021

Sílvia Reig: “A versão em BD de Amor de Perdição, foi criado por uma dupla nacional”



Chegou ontem às bancas e quiosques nacionais
Os Maias em banda desenhada, décimo volume da colecção Clássicos da Literatura em BD.
Foi o pretexto para uma conversa com Sílvia Reig, da editora Levoir, sobre a obra em questão e também sobre outros aspectos da colecção, entre os quais a revelação dos autores portugueses responsáveis pela versão em banda desenhada de Amor de Perdição.

10/06/2019

O Falcão #976

Retalhar, esquartejar...




Entre os milhares de páginas publicados em centenas de números na revista O Falcão, cujo objectivo principal era proporcionar um entretenimento ligeiro aos seus leitores nas décadas de 1960 a 1980, é possível mesmo assim encontrar algumas histórias que mereciam algum relevo mas que possivelmente passaram despercebidas.
Se O Falcão #1015 ostentava (anonimamente!) uma aventura do Major Alvega desenhada por Hugo Pratt, no caso presente a história é de Eduardo Teixeira Coelho. Ou nem tanto assim…

01/03/2010

A Relíquia de Eça de Queiroz

A Relíquia de Eça de Queiroz
Marcatti (argumento e desenho)
Conrad Editora (Brasil, 2007)
160 x 226 mm, 224 p., pb, brochado com badanas

Lançada em 2007 no Brasil, "A Relíquia" (Conrad Editora) é um bom exemplo de uma adaptação bem conseguida de um romance para quadradinhos. O que à partida podia ser posto em causa, dado o tom escatológico da maior parte das obras anteriores de Marcatti, aliás Francisco A. Marcatti Jr., autor underground brasileiro, nascido em São Paulo, a 16 de Junho de 1962.
Só que Marcatti fez o que deve ser feito numa adaptação: interiorizou o espírito do romance de Eça e o seu peculiar sentido de humor, na sua crítica exacerbada à Igreja Católica, aos seus fiéis fanáticos e às suas crenças e credulidades, tarnspondo-os depois para a (sua) nova linguagem. A opção de manter "a estrutura da história original" ajudou à consistência do livro, bem como a utilização, nos textos, de "uma mistura de coloquialidade e erudição para facilitar a leitura sem perder o tom clássico da obra", sem que isso o tornasse demasiado denso ou pesado. Com eles, e apesar do seu traço caricatural, conseguiu recriou em "quadrinhos" o clima tenso e opressivo que Eça deu à sua narrativa, e transmitir o estado de prostração e impotência que Raposão, o boémio sobrinho da beata Titi, sente face à rédea curtíssima com que ela o mantém e, posteriormnte, após cair em desgraça.
Paradoxalmente, é o seu traço caricatural, caracterizado por personagens de olhos vivos e grandes narizes e corpos de inusitada mobilidade, o outro trunfo incontornável do livro, pois a sua vivacidade e dinamismo opoõem-seao tom mais pausado dos textos, ao mesmo tempo que o cmplementam e aprofundam o tom da obra.

E é com ele que Marcatti marca o ritmo da narrativa e expressa à saciedade os diversos estados de espírito (veja-se a transformação de Titi em apenas 3 vinhetas na página 172), mostrando sentir-se como peixe na água na representação das cenas mais picantes, divertidas caricaturas que surgem como oásis na vida de Raposão e como aliviadoras da tensão na leitura do livro, muito bem recebida pela crítica brasileira, que Marcatti faz questão de apresentar como "a sua Relíquia".

(Versão revista e aumentada do texto publicado no BDJornal #20, de Agosto/Setembro de 2007)
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