La muerte me persigue
Ed Brubaker (argumento)
Sean Philips (desenho)
Dave Stewart (cor)
Panini Comics
Espanha, Abril de 2013
185 x 260 mm, 136 p., cor,
cartonado
15,00 €
Aclamado (justamente) com um dos melhores argumentistas de
comics (de super-heróis) da actualidade, para mim, Ed Brubaker é – antes de
mais – um excelente argumentista de histórias policiais e/ou espionagem.
Géneros que, aliás, em muitos momentos – e a isso se deve
também o seu sucesso… - tem transposto para o registo de super-heróis com os
resultados conhecidos em histórias do Capitão América ou do Winter Soldier.
“Fatale”, na qual trabalha com o desenhador Sean Philips –
tal como fizera, por exemplo, em “Project Overkill” - é mais uma prova (desnecessária) da qualidade da sua escrita.
Partindo da descoberta de um manuscrito inédito de um
escritor famoso anonimamente falecido, alia ao registo de policial negro
inicial, a pouco e pouco, um (surpreendente) tom fantástico e de terror que,
como o decorrer da narrativa se vai tornando mais e mais presente.
Porque
Brubaker, em vez de avançar de frente para o terror puro com sangue a rodos,
opta por uma versão mais subliminar, psicológica e apenas intuída pelo leitor
com um acrescento de incómodo digno de registo, devido às ameaças desconhecidas,
às sombras omnipresentes e à necessidade de enfrentar algo que se adivinha
terrífico mas que permanece - durante largas páginas – desconhecido, numa linha
narrativa com pontos de contacto com H. P. Lovercraft.
Em contraste com o que atrás descrevi, surge a bela
Josephine, a tal femme fatale que há
décadas desgraça os homens que se deixaram por ela seduzir e arrastar para uma
vida repleta de sexo, terror e morte.
Sean Philips, demonstra mais uma vez como o seu desenho
sóbrio consegue caracterizar ambientes díspares, sejam os encontros quentes com
a bela Josephine, sejam as cenas mais sombrias ou os momentos de puro terror,
numa conseguida simbiose com o texto – escrito ou não – de Brubaker.