Escrevia
eu há 20 anos no Jornal de Notícias de 17 de Setembro: ‘Tal
como o western,
também
o policial tem sido ciclicamente reinventado, situando a acção em
passados históricos ou futuros imaginários, ou através de novos
protagonistas, sejam eles homens ou mulheres, detectives particulares
ou polícias oficiais, musculosos ou de grande capacidade dedutiva. E
esta reinvenção pode acontecer, mesmo quando a história contada já
o foi centena ou milhares de vezes, como é o caso de Blacksad
#1 - Algures entre as sombras.
A
6 de Agosto de 1945, a primeira bomba atómica era lançada sobre a
cidade japonesa de Hiroxima, provocando milhares de mortos - no
imediato e a curto, médio e longo prazo - e pondo um fim oficial à
Segunda Guerra Mundial. A
Bomba,
banda desenhada em dois volumes (na edição portuguesa da Gradiva)
ao longo das suas mais de 450 páginas narra os passos que conduziram
àquele momento.
Com
o volume #4, encerrou esta colecção ASA/Público e, obviamente, é
mais uma série completa em português, cumprindo-se aquela que
parece ser a 'nova normalidade ' editorial por cá. Com
a história decorrer local e temporalmente em vários momentos, com
mais de um século de intervalo, a sua conclusão dá as respostas
necessárias eganha
relevo por duas coincidências que explico mais abaixo.
Dadas
muitas respostas, definidos posicionamentos e motivações, The
Promised Neverland chega
ao fim daquilo que podemos designar como 'primeiro ciclo' ao fim de
11 volumes. Isto
não significa o final da série nem a estanquicidade do que até
aqui foi narrado, mas permite terminar por aqui a leitura de forma
satisfatória - mas não completa e desde já me confesso leitor
futuro e atento do que Shirai e Demizu ainda nos vão narrar.
A
mega-saga do momento - nas edições brasileiras que vão chegando
mensalmente a Portugal - é Rei
das Trevas
e esta edição é parte dela, embora se possa ler uma sem a outra e
vice-versa. Na
temática que (re)une os super-heróis Marvel desta vez, perante a
ameaça de Knull - o tal rei
referido
- a habitual legião de super-seres não foi suficiente e por isso
foi necessário recorrer a outras forças. Entre elas a Maré
Negra, cuja origem nos é aqui contada.
Estou
certo de que, se questionados sobre a mais famosa história de
vingança que conhecem, a maior parte dos leitores evocaria O
Conde Monte Cristo,
de Alexandre Dumas, e confesso que foi esse romance que me veio à
cabeça quando comecei a leitura de A
vingança do Conde Skarbek,
recém-editado pela Arte de Autor.
Uma
pequena aldeia perdida algures numa zona montanhosa vive atemorizada
por uma fera que caça nas suas imediações. O problema agrava-se
quando a besta começa a caçar os homens.