'Outro' Jayme Cortez...
Outra
vez
Jayme Cortez, depois
de
O Terror Negro,
no volume inicial da colecção que a Polvo achou por bem - e muito
bem! - dedicar-lhe, organizada por Fabio Moares.
Depois
do terror puro, agora é a vez do super-herói Zodiako, já parcialmente publicado entre nós na Riquiqui, da Portugal Press, no longínquo ano de 1979. Ou talvez não
propriamente
super, mas indiscutivelmente herói.
Final
inglório
É
um sinal de tempos mais ou menos recentes, o revisitar
das
origens de heróis da banda desenhada, e
não só para tentar tirar partido da sua popularidade e da sua
pertença ao imaginário colectivo.
Este
tipo de exercício, feliz nalguns
casos, infeliz noutros,
comporta
sempre dois riscos: por um lado, quanto maior é a popularidade da
personagem revisitada, mais arriscado se torna mexer com o que
maravilhou
gerações; por outro lado, se
a
nova obra beneficia sempre
do
conhecimento prévio do original por
parte do leitor, também tem
que se apresentar autónoma
em
si mesma, para seduzir
quem
se aproxima dela virgem do tema.
É
neste último aspecto que falha o volume final deste tríptico de Mister
No,
que
transpõe as suas deambulações para
25 anos depois do tempo em que o
situou o seu criador.
Congo,
1880. Uma expedição portuguesa percorre as selvas inexploradas
daquele país, com o objectivo de cartografar uma das regiões mais
inóspitas e desconhecidas do continente africano. Nomeado pelo
monarca português, Afonso Ferreira, explorador de renome, chefia a
expedição - também com o objectivo secreto de tentar conquistar
algum terreno ao reino da Bélgica - mas nem mesmo ele estava
preparado para o que ia encontrar: cenários dantescos, povoados por
dinossauros, que se transformam na antecâmara de uma experiência de
puro terror.
Continuidade.
Intemporalidade. Competência.
Dois
títulos recém-chegados ao mercado nacional, justificam uma
abordagem, segundo os vectores referidos acima.
Vamos
a ela.
Finalmente
Se,
como
escrevi aqui,
Durango
era
uma lacuna nos meus conhecimentos de western, já
Ringo
era uma lacuna parcial na
leitura e também na
minha biblioteca, onde
até agora só existia ‘espalhado’
pelo Mundo
de Aventuras,
Tintin
Sélection
e pelo (único) álbum (publicado em português) da
Bertrand.
Para complicar, as cinco histórias (na
verdade seis…) que
protagonizou até
hoje
tinham sido compiladas uma única vez, em
dois volumes de 2004,
na
colecção
Tout
Vance,
há muito desaparecidos
dos mercados.
Agora, finalmente, a publicação integral desta série escrita e desenhada pelo grande William Vance (nos dois momentos iniciais) e depois, sucessivamente, com argumentos de Jacques Acar, Yves Duval e André-Paul Duchateau, permitiu-me a sua leitura cronológica e de uma assentada.
Viver
em função da vingança
Anjo ou demónio?
Entre
as (muitas) qualidades das Graphic MSP - o selo editorial dedicado apublicar versões de autor das personagens criadas por Maurício deSousa - está a demonstração da diversidade, vitalidade e potencial
de
todos esses heróis.
Se
todos éramos capazes de referir a Mônica, o Cebolinha, a Magali, o
Cascão
ou o Chico Bento quando
questionados sobre as criações daquele autor brasileiro,
enquanto leitores das Graphic MSP podemos
(re)descobrir a Turma da Mata, o Papa-Capim, o Jeremias ou o Capitão
Feio. Ou, agora, o Anjinho.
Nas
novas versões, claro, que evocam as antigas.