28/09/2012

Um (bom) momento

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Após a chamada “silly season” e no sempre custoso regresso de férias – que ocorreu aqui em As Leituras do Pedro a partir da segunda semana de Setembro, tive já oportunidade de sugerir doze livros (recentes) para leitura.
Desses doze, sete são edições portuguesas, o que já é assinalável. Mas, mais ainda, esses sete livros foram editados por seis editoras nacionais diversas.
São sete propostas diferentes que têm como denominador comum o seu suporte, os quadradinhos, e que recordo já a seguir, pela ordem de aparição aqui em As Leituras do Pedro.
 
Libri Impressi
 
 
Levoir/Público
 
ASA
 
 
Devir
 
Saída de Emergência
 
Contraponto
 
Do humor e aventura de Spirou, um dos grandes heróis da BD franco-belga à ficção histórica de Murena, do western de Lance, um clássico norte-americano restaurado impecavelmente por Manuel Caldas, ou do Justiceiro, caso à parte no universo Marvel, à autobiografia de Alison Bechdel em Fun Home, da aventura medieval de O Cavaleiro de Westeros, adaptado do original de Georges R. R. Martin, ao terror – puro e psicológico - de The Walking Dead, são sete propostas para públicos diferentes – cada uma em busca do seu público. E quão importante é que o encontrem.
Por isso, hoje, não trago nenhuma leitura nova. Convido cada um dos meus leitores a (re)descobrir (pelo menos) uma delas. Ou outras das propostas que as mesmas editoras ao mesmo tempo disponibilizaram. Porque há mais para ler!
Há muitos anos ligado à BD em Portugal - sem saber se já tinha alguma vez assistido a algo assim - sei perfeitamente que se trata apenas de uma coincidência, de um (bom) momento feliz, que não é sinónimo de uma realidade editorial consistente.
Embora não deixe de ser reconfortante ver como editoras diferentes decidem apostar na BD, de forma continuada nalguns casos, aproveitando uma parceria com o jornal Público, associando-a a um dos seus best-sellers ou construindo de forma consistente um fundo de catálogo estimulante e desafiador.
Seja como for, mesmo que sendo só um momento – um bom momento – há que desfrutar dele, aproveitá-lo ao máximo, (re)descobrindo as muitas dezenas de páginas que são propostas.
Para corresponder ao investimento editorial e para que o futuro – breve? – nos possa trazer mais (bons) momentos assim.
 
 

27/09/2012

La muerte del Capitán América

 
 
 
 
 
 
 
Colecção Marvel Deluxe - Capitán América #5
Ed Brubaker e Brian Michael Bendis (argumento)
Steve Epting e Mike Perkins (desenho)
Frank D’Armata (cor)
Panini Comics (Espanha, Julho de 2011)
175 x 265 mm, 176 p, cor, cartonado
16,95 €
 
 
Resumo
Compilação dos comics Captain America vol. 5, #25 a #30 da edição original norte-americana, narra o assassinato do Capitão América, na sequência dos acontecimento do final da saga Guerra Civil, e como esse acontecimento afecta todos aqueles que de alguma forma estavam a ele ligados.
 
Desenvolvimento
Se é verdade que as maxi-sagas que recorrentemente abalam os universos da Marvel ou da DC Comics têm primeiramente um vincado intuito comercial, quer pelo impacto mediático, quer pela multiplicação de mini-séries a ela associadas que obrigam à compra de um sem número de edições, a verdade é que, após deixar assentar a poeira levantada, por vezes é possível encontrar boas histórias, especialmente nessas tais séries paralelas.
A Guerra Civil que (mais uma vez) revolucionou o universo Marvel em meados da década passada, não é excepção e o seu momento fulcral – a morte do Capitão América – é um dos casos atrás descritos.
Líder da resistência contra o registo obrigatório dos super-heróis, após um combate com o Homem de Ferro que encabeçava a facção oposta, o Capitão América é preso. Ao ser levado para julgamento, é atingido mortalmente a tiro.
Começava assim, de forma marcante, o Captain America #25, ou não fosse o seu herói titular um dos maiores (se não mesmo o maior) símbolos dos EUA nos comics. Ultrapassando as expectativas dos próprios criadores, a notícia foi então difundida por jornais, rádios e televisões por todos os Estados Unidos e mesmo no estrangeiro, transformando-se num acontecimento mediático planetário.
Deixando estes acontecimentos acessórios de lado, de volta aos quadradinhos, Ed Brubaker, autor que passou pelo Salão de BD do Porto nos anos 90, “responsável pelo assassinato”, constrói uma história consistente e bem sustentada, que, iniciada praticamente com o acontecimento de maior impacto, é desenvolvida depois num crescendo que terá, rapidamente, novo momento marcante com o surpreendente desvendar de quem (aparentemente?) matou o super-herói.
Depois, o relato adopta um tom de espionagem e policial que lhe serve para explorar a forma como as diversas pessoas e organizações receberam a notícia e qual o impacto que o acontecimento teve nelas e no “povo” norte-americano em geral, acentuado pela utilização de flashbacks cirúrgicos que ajudam a compreender acções e reacções e explicar o que o Capitão América representava, transformando esta história também numa sentida homenagem.
Tudo isto enquanto Tony Stark tenta pôr ordem na SHIELD, Nick Fury orquestra na clandestinidade, o Caveira Vermelha, auxiliado pela sua filha Pecado, se revela como o vilão por detrás da morte, Sharon Carter, a braços com perturbantes segredos, tenta recompor-se do abalo e o Falcão, por um lado, e o Soldado Invernal (Bucky Barnes), por outro, com intuitos diversos – a justiça, um, a vingança, o outro – tentam descobrir o responsável pelo assassinato.
O traço seguro, dinâmico e de grande realismo de Epting, ajuda a realçar a ambiência que Brubaker lhe imprimiu, mas revela-se igualmente apto para as cenas e confrontos em que prevalece a faceta super-heróica.
A continuação da história, que passará pela perseguição do assassino mas,também – inevitavelmente – pelo regresso do herói, em moldes a desvendar, pode ser lida em “Capitán América – El peso de los sueños”, em breve aqui no blog.
 
A reter
- A mestria narrativa demonstrada por Brubaker que faz de um acontecimento de grande impacto mas curta duração e final expectável, uma bela história negra em tom policial e de espionagem enquanto também homenageia o herói tombado.
- O traço hiper-realista de Epting.
- A bela capa do volume, correspondente à do comic-book #25.
- A edição irrepreensível da Panini espanhola, com capa dura, inclusão de capas alternativas, uma exemplar introdução de Raimón Fonseca e entrevistas com Ed Brubaker e Steve Epting, entre outros extras.
 
 

26/09/2012

Fun Home

Uma tragicomédia familiar  









Alison Bechdel
Contraponto (Portugal, Setembro de 2012)
150 x 230 mm, 240 p., pb, brochada com badanas
16,60 €
 
 
Resumo
Banda desenhada autobiográfica, Fun Home narra a relação entre a autora, Alison Bechdel, e o seu pai, revista à distância, após a morte (ou suicídio?) daquele.

25/09/2012

Piége Nuptial

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Christian de Metter
Casterman (França, Agosto de 2012)
185 x 260 mm, 128 p., cor, brochado com badanas
18,00 €
 
 
 
Resumo
Nick, um jornalista freelancer norte-americano, em viagem pela Austrália, entre duas reportagens, descura três aspectos fundamentais para sobreviver nas suas imensas planícies:
1)      Não conduzir de noite com os faróis acesos, pois pode-se atropelar um canguru:
2)     Ao recorrer a uma garagem para reparar a viatura, não dar boleia à primeira mulher bonita que aparece e, menos ainda, não ceder aos seus encantos;
3)     Pensar bem, antes de responder a uma pergunta feita durante a noite.
 
 
Desenvolvimento
Por coincidência, os dois livros já apresentados esta semana aqui, em As Leituras do Pedro, são adaptações de obras literárias. Mais, adaptações de obras literárias contemporâneas, fugindo, assim, à habitual apetência pelos clássicos.
Depois de George R. R. Martin, ontem, hoje é a vez de Douglas Kennedy, um norte-americano nascido em 1955, autor de alguns best-sellers, entre os quais “The Dead Heart” (1988), que esteve na origem do presente livro.
Na base da trama, está o facto de Nick ter falhado os três pontos acima enumerados e, em consequência, quando procurava a liberdade e os grandes espaços, dá por si privado da sua autonomia, da sua independência e da possibilidade de circular, sozinho em Wollanup, uma pequena comunidade isolada de estrutura patriarcal e praticamente desconhecida do mundo, para onde a sua “conquista” o arrastou com o propósito de com ele casar – casar com a vítima da sua “armadilha nupcial” de que fala o título francês.
Colocado nesta situação limite e de pesadelo, após uma descida aos infernos em que quase se destruiu, Nick terá primeiro de recuperar a sua autoconfiança, depois encontrar forma de sobreviver no meio de uma comunidade hostil dominada pela força e a violência e, finalmente, agir, contando com uma inesperada ajuda.
Sem adiantar mais, para não estragar o prazer da descoberta, posso adiantar que este é um thriller psicológico que, depois de um arranque que parece banal, facilmente cativa o leitor e o arrasta para a incómoda identificação com Nick.
E que – tal como o relato de ontem – conseguiu encontrar a forma de respirar num suporte narrativo diferente. Só que enquanto “O Cavaleirode Westeros” vivia das cenas de acção e do suporte dos textos de apoio, “Piége Nuptial” assenta em diálogos curtos mas incisivos, em sequências mudas e na transmissão de emoções como o desespero e o abandono e da enorme tensão psicológica que constitui a base da segunda parte da história.
Graficamente, De Metter, tem um excelente trabalho a aguarela, com uma paleta de cores impressionante, com a qual (nos) retrata quer os vastos desertos australianos, imensos, soalheiros, quentes e poeirentos em que nos apetece embrenhar-nos, quer a penumbra dos espaços em que Nick se vê confinado, quer as muitas cenas nocturnas. Tudo com um traço algo impreciso e enquadramentos fechados em que abundam os médios e grandes planos, que reforçam o clima de tensão e de intimidação e a violência psicológica a que Nick está sujeito, sustentado longamente o suspense quanto ao seu desfecho.
 
A reter
- A ideia original de “Piége Nuptial”
- A forma conseguida como De Metter transpôs para a BD este romance de Douglas Kennedy, conseguindo transmitir a tensão e a violência física e psicológica que se avolumam na segunda parte do relato até ao desfecho, de certa forma, libertador.
- O soberbo trabalho gráfico do autor.
 
Menos conseguido
- A página final, pois a visualização da cena de imediato desfaz o efeito pretendido.
 
 

24/09/2012

O Cavaleiro de Westeros

 
 
 


 
 
 
 
Ben Avery (argumento)
Mike S. Miller (desenho)
Mike Crowell (cor)
Saída de Emergência (Portugal, Setembro de 2012)
165 x 240 mm, 196 p., cor, brochada
16,50 €
 
 
Resumo
Baseado no universo de Westeros, onde se desenrolam as Crónicas de Gelo e Fogo, escritas por George R.R. Martin, este livro aborda um período anterior em cerca de 100 anos ao do inicio do primeiro livro das crónicas, no tempo do rei Daeron, com o reino em paz e a dinastia Targaryen no auge do seu poder.
Iniciado com a morte de Sor Arlan, narra a demanda do seu escudeiro Dunk, Sor Duncan, o Alto, para se impor como cavaleiro andante.
 
Desenvolvimento
Esta é uma bela história em ambiente medieval – a sua localização em Westeros, no universo criado por George R. R. Martin não é especialmente determinante para o desenrolar da história contada, pelo menos no que a este primeiro tomo diz respeito – bem construída, e explanada e competentemente recriada no seu novo suporte narrativo, onde apresenta vida própria.
Narrada em ritmo moderado, de certo modo imposto pelo recurso recorrente a texto em off, vai introduzindo ao leitor as questões pertinentes sobre os diversos reinos e dinastias de Westeros, sem que ele quase dê por isso, enquanto aprende a conhecer o protagonista Dunk, aliás Sor Duncan, o Alto, o seu escudeiro Egg e a bela bonecreira Tanselle.
A base da história é simples: um ex-escudeiro, agora cavaleiro andante, procura a honra e a glória (e também a riqueza) nos torneios que frequentemente têm lugar.
Cavaleiro andante, reforce-se a ideia, cuja diferença fundamental, para além de combater apeado, é servir apenas causas justas e estar ao lado dos fracos e oprimidos.
Só que, naquela época, no mundo de Westeros, como nos dias de hoje, no nosso mundo, a honra, a justiça, a verdade e a lealdade nem sempre (raramente?) são os valores mais praticados, como Dunk irá descobrir à sua custa, embora também encontre as virtudes que costumam estar no lado oposto da balança: a amizade, dedicação, entrega e mesmo o amor.
Desenvolvido num crescendo, que culmina numa justa entre dois grupos de sete cavaleiros, cujo resultado determinará o futuro do jovem, falta a essa cena fulcral mais arrojo gráfico – deveria ser mais visual e menos descritiva, possivelmente – para fazer dela um momento mais marcante.
Apesar disso, no geral o traço realista e detalhado de Mike Miller (com várias passagens por alguns dos principais super-heróis da Marvel) mostra-se ajustado ao registo narrativo, não sendo difícil encontrar belos pormenores, a par de uma planificação dinâmica e diversificada que utiliza com frequência planos arrojados que ajudam a ritmar as cenas.
E se é verdade que o final (provisório) é previsível, contem os leitores com diversos desenvolvimentos surpreendentes e alguns volte-faces até ele se concretizar.
 
A reter
- A aposta inteligente da Saída de Emergência numa boa adaptação aos quadradinhos de uma obra de um dos seus autores de referência, que poderá fazer a ponte entre dois universos de leitores: os de George Martin e os de BD.
- Uma boa edição, a que talvez só faltem umas badanas na capa e contracapa para lhe dar um pouco mais de consistência.
- A curiosa inclusão de uma “pré-visualização” do tomo seguinte, “A espada ajuramentada”, em que prossegue a saga de Sor Duncan e de Egg, sinal de que a editora pretende continuar a editar BD.
 
 

22/09/2012

Mônica e Cebola vão dar o nó?

 
 
 
 
 








A notícia chegou há dias: Mônica e Cebolinha (aliás Cebola) vão dar o nó, depois de décadas de planos infalíveis e dolorosas coelhadas.
 
O feliz acontecimento terá lugar no nº 50 da revista Turma da Mônica Jovem, à venda em breve no Brasil (e seis meses depois em Portugal), mas dele apenas se conhece o “Convite de Casamento” da Mônica e do Cebola “para o dia mais feliz” das suas vidas e, até agora, ambos eram apenas adolescentes.

21/09/2012

Un peu de bois et d'acier



 

 
 

 
 

Chabouté
Vents d’Ouest (França, 19 de Setembro de 2012)
170 x 245 mm, 336 p., pb, brochado com badanas
30,00 €

 
1.       Chabouté é um autor cuja carreira tenho acompanhado com intermitência.
2.      Dele, admiro o preto e branco contrastado, sem tons intermédios, de traço fino, preciso, expressivo, atento aos detalhes…
3.      … e a forma como combina ternura, desencanto e crueldade em histórias (aparentemente) banais, que poderiam pertencer ao quotidiano de muitos de nós.
4.      Desta vez, a sua proposta é um pouco diferente, com a ternura – e algum humor – a sobreporem-se ao desencanto - ainda presente – e à (quase ausente) crueldade.
5.      Diferença que se faz também sentir pela absoluta ausência de texto escrito - de balões, portanto - o que torna desde logo distinta a leitura – fundamentalmente contemplativa - deste grosso romance gráfico de mais de 300 pranchas, cujo ritmo é o leitor que determina, pois a composição das prancha, (enganadoramente) monótona, em que predominam, com raras excepções, as tiras horizontais de vinheta única, propíciam que os olhos se demorem numa “leitura” absorvente e mais completa.
6.      Pranchas essas que nos mostram, qual palco teatral, praticamente sempre o mesmo cenário…
7.      … alterado apenas pelas mudanças entre o dia e a noite ou pelos sinais da passagem das sucessivas estações do ano.
8.     (Pois esta obra decorre ao longo de dias, semanas, meses, anos, muitos anos.)
9.      Um palco teatral que reproduz um recanto de um jardim, onde apenas existe, junto a uma árvore, um banco feito de madeira e ferro.
10.  E, o seu tema, que marca nova diferença, é a história do tal banco de jardim. Melhor, as muitas histórias que se passam no curto espaço em torno do banco de jardim.
11.   Um banco que se revela como local de passagem, descanso, reflexão, sonho, desilusão, paixão, trabalho, dormida…
12.  … e por onde vão passando um casal de adolescentes, um homem apressado, um casal de velhinhos apaixonados, um sem-abrigo, um polícia, um trio de solteironas, um músico de rua, um pai com um filhinho pequeno, uma jovem grávida…
13.  Gente anónima – igual a tanta gente com quem nos cruzamos quotidianamente – com sonhos, ambições, problemas, anseios, desejos, medos, rotinas, frustrações, alegrias…, cujas histórias, só afloradas por Chabouté com ternura, de forma contida e púdica, todos nós iremos imaginar.
14.  À nossa maneira, segundo os nossos condicionamentos – e esse é o maior trunfo desta obra: a grande liberdade (criativa/interpretativa) concedida ao leitor, à sua imaginação.

 

20/09/2012

Spirou e Fantásio #50

Nas Origens do Z
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Morvan e Yann (argumento)
Munuera (desenho)
ASA (Portugal, Julho de 2012)
218 x 300 mm, 56 p., cor, cartonado
12,90 €

19/09/2012

Leituras Novas

Setembro de 2012

 

ASA
12 – A Doce
François Schuiten
Léon conhece bem a Doce. Compreende-a melhor do que ninguém e antecipa os seus mínimos desejos.
O que é muito natural, depois de tantos anos passados juntos a devorar quilómetros. Porque a Doce, ou melhor, a 12.004, é uma locomotiva a vapor. Uma rainha da velocidade, com uma mecânica sofisticada, que é o orgulho do seu maquinista.
Mas os tempos mudam, os transportes eléctricos ganham terreno e os dias da Doce estão contados.
Edição disponível com 2 capas diferentes.
É o primeiro livro de BD com realidade aumentada.
 

Astérix entre os Bretões (capa nova)
Goscinny e Uderzo
Decidido a expandir as fronteiras do seu império, Júlio César prepara um exército de legionários altamente treinados para invadir a Bretanha (a actual Grã-Bretanha).
Para ajudar o seu primo bretão Jolitorax na sua luta contra as legiões romanas, Astérix atravessa o Mare Britannicum (Mancha) na companhia de Obélix e de um barril cheio de «mágica poção».
Começa então para os dois amigos um périplo pelo país onde falam ao contrário, bebem cerveja quente, servem javali cozido e jogam râguebi (para grande satisfação de Obélix)!
Será que nossos heróis conseguirão resistir a todos estes desafios? 

 

Contraponto
Alison Bechdel
Vencedor do Eisner Award e do Lambda Book Award
Livro do Ano do New York Times, do Los Angeles Times, do San Francisco Chronicle, da Publishers Weekly, da Salon.com, da Amazon.com, do Guardian e do London Times
Best-seller internacional e obra pioneira, Fun Home descreve a relação frágil que Alison Bechdel manteve com o pai ao longo da sua infância e adolescência. Na sua narrativa, a história íntima e pessoal de uma família transforma-se numa obre cheia de subtileza e poder.
Exigente e distante, Bruce Bechdel era professor de Inglês e dirigia uma casa funerária – a que Alison e a família chamavam, numa pequena piada privada, a «Fun Home». Só quando estava na universidade é que Alison, que recentemente admitira aos pais que era lésbica, descobriu que o pai era gay. Umas semanas depois desta revelação, Bruce morreu, num suposto acidente, deixando à filha um legado de mistério, complexos e solidão.

 

Levoir/Público
Carl Potts e Jim Lee

#11 - “X-Men - Graduação”
Roy Thomas e Neal Adams

#12 - “Guerras Secretas - Heróis vs. Vilões”
Jim Shooter, Mike Zeck e Bob Layton

#13 - “Guerras Secretas - A Batalha Final”
Jim Shooter, Jay Faerber, Mike Zeck e Gregg Schiciel 

 

Saída de Emergência
Ben Avery, Mike S. Miller e Mike Crowell
O continente de Westeros é o cenário onde se desenrola a saga de George R. R. Martin, as Crónicas de Gelo e Fogo.
O Cavaleiro de Westeros decorre cerca de cem anos antes do início do primeiro livro das Crónicas, no tempo do rei Daeron, com o reino em paz e a dinastia Targaryen no auge do seu poder.
Quando a vida de um cavaleiro termina, a sua morte pode ser o começo de uma nova vida para o seu escudeiro. Intitulando-se de “Sor Duncan, o Alto”, o jovem Dunk parte em busca de fama e glória no torneio de Vaufreixo, mas também sonha em prestar juramento como cavaleiro dos Sete Reinos. No caminho, encontra um rapaz misterioso que está determinado em ajudá-lo na sua demanda.
Infelizmente para Dunk, o mundo pode não estar preparado para um cavaleiro que mantém a sua honra. E os seus métodos cavalheirescos podem vir a ser a sua ruína…
Uma história fascinante sobre honra, violência e amizade, pela mão do grande mestre da literatura fantástica: George R. R. Martin.  

 (Os textos, quando existem, são da responsabilidade das editoras)

18/09/2012

La Peau de l’Ours

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Zidrou (argumento)
Oriol (desenho)
Dargaud (França, Julho de 2012)
240 x 320 mm, 64 p., cor, cartonado
14,99 €
 
 
 
Resumo
Diariamente, o jovem Amadeo monta na sua bicicleta, resiste aos descarados avanços de Silvana e sobe até à casa do velho Dom Palermo, para lhe ler e ajudá-lo a banhar-se…
Até que um dia, o idoso lhe começa a contar a sua infância como amestrador de ursos num circo, o encontro com um sanguinário chefe mafioso, a descoberta do amor da sua vida…
Uma história terna mas violenta, em que paixão e vingança se confundem. 
 
Desenvolvimento
Se o tema da vingança em meio mafioso já foi por demais explorado – na BD, na literatura, no cinema… - Zidrou e Oriol conseguiram dar-lhe mais uma (nova) roupagem. Para isso, combinaram a violência (geralmente) inerente ao tema com um pouco de sexo, amor, paixão e cobardia.
Nada de novo, mais uma vez; difere apenas a sensibilidade (!), a ternura (!) e a crueza que lhes serviram de argamassa, dando assim origem a um relato não isento de um toque de inesperado – no rumo que a partir de certo momento toma ou no final apresentado… - bem construído, com a repetição da cena inicial – a ida de Amadeo a casa de Dom Palermo – a servir para aguçar a curiosidade e prender o leitor.
Depois, o relato assume o seu ritmo de cruzeiro – sempre pausado – com o passado e o presente a interligarem-se, com tempo para o leitor o degustar, guiado pelo traço ágil, anguloso e expressivo e a bela utilização da cor, quase sempre tons quentes que acentuam a paixão e os ódios presentes ao longo das pranchas.
Um relato em que a tal “pele de urso” desempenha revela um importante significado e no qual a violência indiscriminada, o sangue que jorra, a linguagem rude, os diálogos crus, a banalização da morte e as diversas faces da cobardia contribuem para um retrato sombrio da alma humana, ao mesmo tempo que fazem sobressair a história - as histórias - de amor que são, afinal, o centro deste livro. 
 
A reter
- O tratamento original dado a um tema batido, com a violência e o lado sórdido a servirem para realçar a ternura e o amor que dominam a história.
- O traço de Oriol, que de início pode causar alguma estranheza mas cujo lado semi-caricatural acentua o tom algo trágico da narrativa.
 
 
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