Stamps & Comics / Timbres & BD (57)
Tema/subject/sujet: X-Men
País/country/pays: St. Vincent and The Grenadines
Data de Emissão/Date of issue/date d'émission: 2003
31/07/2011
Selos & Quadradinhos (57)
Leituras relacionadas
2003,
Marvel,
Selos e Quadradinhos,
St. Vincent and the Grenadines,
X-Men
30/07/2011
As Figuras do Pedro (II)
Figurines Tintin – la Collection Officielle
2. Haddock dubitatif
Figura: Haddock
Colecção: Figurines Tintin – la Collection Officielle
Número : 2
Fabricante/Distribuidor : Moulinsart + TF1 Enterprises
Ano : 2011
Altura : 13 cm
Preço original: 6,99 €
Extras: Livro formato 170 x 190 mm, com 16 páginas a cores, cartonado, com diversas abordagens à figura e à personagem - Votre figurine, le personage, À l’aventure, Portfolio, Hergé dans le texte, la séquence commentée, Chef-d’oeuvre á la une, Le saviez-vous? - e Passaporte Haddock.
Curiosidades: Esta é a segunda figura desta colecção, para já lançada apenas a título de teste em algumas regiões francesas.
Se o teste com 5 fascículos – Tintin, Haddock, Tournesol, Dupond, Milou – resultar, a colecção deverá estar disponível no mercado francófono no final do ano.
2. Haddock dubitatif
Figura: Haddock
Colecção: Figurines Tintin – la Collection Officielle
Número : 2
Fabricante/Distribuidor : Moulinsart + TF1 Enterprises
Ano : 2011
Altura : 13 cm
Preço original: 6,99 €
Extras: Livro formato 170 x 190 mm, com 16 páginas a cores, cartonado, com diversas abordagens à figura e à personagem - Votre figurine, le personage, À l’aventure, Portfolio, Hergé dans le texte, la séquence commentée, Chef-d’oeuvre á la une, Le saviez-vous? - e Passaporte Haddock.
Curiosidades: Esta é a segunda figura desta colecção, para já lançada apenas a título de teste em algumas regiões francesas.
Se o teste com 5 fascículos – Tintin, Haddock, Tournesol, Dupond, Milou – resultar, a colecção deverá estar disponível no mercado francófono no final do ano.
29/07/2011
Outras leituras (IV)
Desespero para os coleccionadores: as muitas capas variantes de The Amazing Spider-Man #666
Eisner Awards: os vencedores
Turma da Mônica reinventa êxitos do cinema brasileiro
Marcelo Naranjo no UniversoHQ
Novas Estátuas de Tintin
Eisner Awards: os vencedores
Turma da Mônica reinventa êxitos do cinema brasileiro
Marcelo Naranjo no UniversoHQ
Novas Estátuas de Tintin
Leituras relacionadas
Eisner Awards,
Marvel,
Spiderman,
Tintin,
Turma da Mônica
28/07/2011
Leituras Novas
Julho de 2011 (II)
ASA
Corto Maltese – As Etiópicas
Hugo Pratt (argumento e desenho)
Paredes brancas calcinadas pelo sol, moitas de figos de piteira, minaretes e escorpiões, camelos imóveis ao sol e metralhadoras prontas a rasgar o silêncio. E uma cidade com igrejas ocultas. A Etiópia.
Neste país, há coisas misteriosas... diz Corto Maltese a Cush.
Corto é irónico; Cush é integralista. Corto encarna o Ocidente; Cush, o guerreiro danakil, encarna a África; mas a diferença não é clara. Pratt confronta-os, mas, no fundo, mistura e confunde os seus carácteres. Viajam juntos no deserto, sem se incomodarem com o calor e os escorpiões. Conversam sobre o melhor momento para tomar chá, e combatem lado a lado.
Em As Etiópicas, cultura, natureza e aventura formam o tríptico de pedra no qual se baseiam as aventuras de Corto. Tudo o resto é apenas magia.
Corto Maltese – A Lagoa dos M stérios
Hugo Pratt (argumento e desenho)
As lagoas de Hugo Pratt formam a ponte sonhada entre as águas do delta do Orinoco, as florestas húmidas da Guiana e as brumas de Veneza. É daí que partem os mistérios. Tudo começa com os manuscritos antigos e um mapa de 1750 traçado na pele de um franciscano esfolado pelos índios Jivaros da Amazónia, um mapa que indicava, segundo dizem, o caminho para as míticas cidades de ouro de Cibola. Missionários, monges, aventureiros, homens de negócios sem escrúpulos, soldados e conquistadores, enfrentaram as flechas envenenadas, as serpentes-coral e as mais violentas febres para lhes arrancarem os seus tesouros.
Corto Maltese fez a mesma viagem, mas em vez do ouro escolheu o sonho...
Dragon Ball #11 - O Grande Desafio do Torneio
Akira Toriyama (argumento e desenho)
O Tenka’ichi Budokai está a aquecer, e só pode haver um vencedor! O campeão do último torneio, Jackie Chun, enfrenta Tenshinhan, o discípulo do Corvo Genial! Sucede-se o muito esperado combate entre os ex-colegas Goku e Krillin – e o vencedor defronta Tenshinhan. Mas este não está apenas a lutar para ganhar: invadido por um rancor mortífero, quer vingar o seu mestre, o Corvo Genial, cujo irmão foi morto por Son Goku…
YU-GI-OH! #6 – Luta de Monstros!
Kasuki Takahashi (argumento e desenho)
Pacato e fácil de intimidar, Yugi, do 10º ano, passava a maior parte do seu tempo sozinho, a jogar... até que resolveu o Puzzle do Milénio, um misterioso artefacto egípcio que lhe foi passado pelo seu avô. Possuído pelo puzzle, Yugi tornou-se Yu-Gi-Oh, o Rei dos Jogos, e desafiou rufias e criminosos para estranhos jogos onde o derrotado perde a sua mente! Mas contra novos e estranhos jogos e novos inimigos, será o Yugi capaz de proteger os seus amigos... ou mesmo ele próprio?
ASA
Corto Maltese – As Etiópicas
Hugo Pratt (argumento e desenho)
Paredes brancas calcinadas pelo sol, moitas de figos de piteira, minaretes e escorpiões, camelos imóveis ao sol e metralhadoras prontas a rasgar o silêncio. E uma cidade com igrejas ocultas. A Etiópia.
Neste país, há coisas misteriosas... diz Corto Maltese a Cush.
Corto é irónico; Cush é integralista. Corto encarna o Ocidente; Cush, o guerreiro danakil, encarna a África; mas a diferença não é clara. Pratt confronta-os, mas, no fundo, mistura e confunde os seus carácteres. Viajam juntos no deserto, sem se incomodarem com o calor e os escorpiões. Conversam sobre o melhor momento para tomar chá, e combatem lado a lado.
Em As Etiópicas, cultura, natureza e aventura formam o tríptico de pedra no qual se baseiam as aventuras de Corto. Tudo o resto é apenas magia.
Corto Maltese – A Lagoa dos M stérios
Hugo Pratt (argumento e desenho)
As lagoas de Hugo Pratt formam a ponte sonhada entre as águas do delta do Orinoco, as florestas húmidas da Guiana e as brumas de Veneza. É daí que partem os mistérios. Tudo começa com os manuscritos antigos e um mapa de 1750 traçado na pele de um franciscano esfolado pelos índios Jivaros da Amazónia, um mapa que indicava, segundo dizem, o caminho para as míticas cidades de ouro de Cibola. Missionários, monges, aventureiros, homens de negócios sem escrúpulos, soldados e conquistadores, enfrentaram as flechas envenenadas, as serpentes-coral e as mais violentas febres para lhes arrancarem os seus tesouros.
Corto Maltese fez a mesma viagem, mas em vez do ouro escolheu o sonho...
Dragon Ball #11 - O Grande Desafio do Torneio
Akira Toriyama (argumento e desenho)
O Tenka’ichi Budokai está a aquecer, e só pode haver um vencedor! O campeão do último torneio, Jackie Chun, enfrenta Tenshinhan, o discípulo do Corvo Genial! Sucede-se o muito esperado combate entre os ex-colegas Goku e Krillin – e o vencedor defronta Tenshinhan. Mas este não está apenas a lutar para ganhar: invadido por um rancor mortífero, quer vingar o seu mestre, o Corvo Genial, cujo irmão foi morto por Son Goku…
YU-GI-OH! #6 – Luta de Monstros!
Kasuki Takahashi (argumento e desenho)
Pacato e fácil de intimidar, Yugi, do 10º ano, passava a maior parte do seu tempo sozinho, a jogar... até que resolveu o Puzzle do Milénio, um misterioso artefacto egípcio que lhe foi passado pelo seu avô. Possuído pelo puzzle, Yugi tornou-se Yu-Gi-Oh, o Rei dos Jogos, e desafiou rufias e criminosos para estranhos jogos onde o derrotado perde a sua mente! Mas contra novos e estranhos jogos e novos inimigos, será o Yugi capaz de proteger os seus amigos... ou mesmo ele próprio?
27/07/2011
Astérix tem novo argumentista
Segundo a revista francesa “Casemate” de Agosto / Setembro, ontem posta à venda em França, Jean-Yves Ferri será o novo argumentista das aventuras de Astérix. O anúncio foi feito pelo próprio Albert Uderzo, co-criador do pequeno guerreiro gaulês há 52 anos em conjunto com René Goscinny, originalmente responsável apenas pelo desenho, mas que passou a assinar os argumentos após o falecimento daquele, em 1977. Na altura, o pai de Astérix referiu que “Ferri trará com certeza sangue novo à série, criando novas personagens, algumas delas recorrentes”.Ferri, colaborador regular da revista satírica “Fluide Glacial”, desenvolve a sua escrita habitualmente numa linha humorística adulta, contando na sua bibliografia a série “Le Retour à la Terre”, com Larcenet, e “De Gaulle à la Plage”, uma crítica mordaz à presidência francesa.
Como já tinha sido tornado público, o desenho do novo álbum, ainda sem data de lançamento marcada, estará a cargo de Frédéric e Thierry Mébarki, há vários anos colaboradores e assistentes de Uderzo, que está a supervisionar todo o processo criativo, apesar de contar já 84 anos.
Entretanto, foi também divulgado que o novo filme com as aventuras de Astérix, Obélix e os outros gauleses, inspirado no álbum “Astérix e os Bretões”, que deveria intitular-se “Astérix et Obélix: God Save Britannia”, foi rebaptizado como “Astérix et Obélix: Au service de sa majesté”, num piscar de olhos a James Bond. Com estreia marcada para Outubro de 2012, o quarto filme com actores reais baseado nos álbuns de Goscinny e Uderzo tem realização de Laurent Tirard e conta com Edouard Baer e Gérard Depardieu nos dois principais papéis.
Astérix, que se estreou a 29 de Outubro de 1959, no número inaugural da revista “Pilote”, já protagonizou 34 álbuns que, no seu conjunto, venderam mais de 330 milhões de exemplares em todo o mundo.
Como já tinha sido tornado público, o desenho do novo álbum, ainda sem data de lançamento marcada, estará a cargo de Frédéric e Thierry Mébarki, há vários anos colaboradores e assistentes de Uderzo, que está a supervisionar todo o processo criativo, apesar de contar já 84 anos.
Entretanto, foi também divulgado que o novo filme com as aventuras de Astérix, Obélix e os outros gauleses, inspirado no álbum “Astérix e os Bretões”, que deveria intitular-se “Astérix et Obélix: God Save Britannia”, foi rebaptizado como “Astérix et Obélix: Au service de sa majesté”, num piscar de olhos a James Bond. Com estreia marcada para Outubro de 2012, o quarto filme com actores reais baseado nos álbuns de Goscinny e Uderzo tem realização de Laurent Tirard e conta com Edouard Baer e Gérard Depardieu nos dois principais papéis.
Astérix, que se estreou a 29 de Outubro de 1959, no número inaugural da revista “Pilote”, já protagonizou 34 álbuns que, no seu conjunto, venderam mais de 330 milhões de exemplares em todo o mundo.
Leituras relacionadas
Albert Uderzo,
Astérix,
Jean-Yves Ferri
26/07/2011
Lance
Volume 3 (de 4)
Libri Impressi (Portugal, Julho de 2011)
235 x 335 mm, 88 p., cor e pb, brochado com badanas
26,50 €
Resumo
Terceiro dos quatro tomos previstos com a reedição integral de Lance, um western criado por Warren Tufts na década de 1950.
Desenvolvimento
Há dias, num site francês, num comentário a um artigo eram criticados os magníficos integrais francófonos – várias vezes referenciados aqui em As Leituras do Pedro - em que têm sido recuperadas obras desde os anos 1940, considerando-os um artifício de marketing para aproveitar os “últimos estertores” da geração que na infância e adolescência leu Jerry Spring, Buck Danny, Gil Jourdan ou Johan et Pirlouit, entre muitos outros.
Em resposta a esse comentário, alguém – acertadamente - contestava que obras como as citadas terão sempre público.
É óbvio que quem assim respondeu tem a noção exacta do que é um “clássico” – não apenas algo antigo (o que significa velho, ultrapassado, para alguns) – mas algo intemporal que, pelas suas características intrínsecas proporcionará sempre prazer e descoberta em cada nova (re)leitura (audição, visualização…).
De certa forma, é o caso deste Lance, uma das paixões de Manuel Caldas. Não de forma tão absoluta – se esta é uma “classificação” possível – como, por exemplo, o “seu” Príncipe Valente, mas uma obra intemporal, que se (re)lê com evidente prazer – e proveito – mais a mais tratando-se de (mais) uma (soberba) edição como esta.
Porque, sendo, na sua base, um western, é um western atípico, protagonizado por um soldado e não um cowboy, com menos cenas de acção do que é habitual do género. Não pelo facto em si, mas pelo que essa factor implica em termos de argumento, por onde passa uma forte componente política e militar, até porque Tufts introduz uma assinalável vertente histórica na sua ficção.
Também – mais ainda – porque Lance é um western humanista, no qual tiroteios, perseguições ou combates, mais do que procurar justiça, vingança ou glória, têm que ver com sentimentos, emoções, restabelecimento de relações. Quase sempre entre homens e mulher ou familiares.
Por isso, em vez de um pistoleiro, um xerife, um ranger, um caçador de prémios ou um cowboy solitário, os protagonistas – ao lado de Lance, por vezes em vez de Lance – são a sua bela e determinada mulher – mesmo quando cega – um bando de colonos perdidos na neve, uma índia branca, um bebé que chora – chora sempre…
As mulheres, aliás, têm um grande protagonismo em Lance. Não de armas na mão, embora as empunhem por vezes. Não como seres belos, sensuais e apetecíveis, como Valle, a esposa de Lance – outra prova da atipicidade deste western – ou a californiana Maria, embora muitas delas o sejam. Não, ainda, como seres frágeis e dependentes, constantes vítimas de raptos e maus-tratos que dêem ao herói a oportunidade de brilhar. Não. Em Lance, as mulheres surgem muitas vezes como desencadeadoras – e continuadoras – da acção ou mesmo no seu centro, como verdadeiras mulheres, firmes, fortes, determinadas. Humanas. Credíveis. Preponderantes, quase sempre, sejam protagonistas de primeiro plano ou quase anónimas, como a mãe do bebé já citado. Por elas, por causa delas, também, Lance é às vezes mais espectador do que actor, mais seguidor do que comandante.
Os episódios narrados, mesmo quando há perseguições, tiroteios ou combates, mesmo quando se articulam com a realidade histórica – como no caso da Guerra dos Estados Unidos com o México pela posse da Califórnia, que será mostrada no último tomo de Lance – têm mais ponderação do que acção, mais diálogos – ou pensamento – do que movimento…
Em Lance, ainda – também – a Natureza – selvagem, imparcial, poderosa, dominadora – tem um papel fundamental. Não é apenas simples cenário – se é que podemos apelidar de simples as paisagens que Tufts traça com belas e intensas cores, de forma marcante e impressionista, em profunda calmaria ou assolada pelos elementos – mas, muitas vezes, decisora dos destinos daqueles que a ousaram afrontar, indiferente às suas razões, nacionalidade, idade, condição social.
Por isto, tudo isto – por mais do que isto, que aconselho cada um a descobrir - Lance é um clássico que merece ter sido (re)editado, cuja leitura se justifica.
A reter
- A composição de tantas pranchas, vigorosas, fortes, dinâmicas, de traço ágil, seguro e de cores intensas e belas.
- O tom humanista do relato.
- A dinâmica da narrativa, apesar de assentar em vinhetas com texto escrito por baixo, embora esta característica vá desaparecendo progressivamente ao longo deste volume.
- A qualidade da edição, assente numa restauração (quase) obsessiva dos traços e cores originais obtida a partir de várias reproduções, que chega ao pormenor de indicar “defeitos” originais e de repetir uma prancha que entretanto foi possível reproduzir melhor…
Menos conseguido
- … mas que falha redondamente na “legenda” solta no centro da prancha 182.
Curiosidade
- Neste tomo termina a reprodução das tiras diárias que durante algum tempo conviveram com as pranchas dominicais em que Lance se iniciou.
Urgente
- Dadas as fracas vendas – vá-se lá saber porquê… – dos dois tomos iniciais, que se devem repetir neste, para garantir a edição do quarto e último tomo (já em preparação), Manuel Caldas pede que este tomo lhe seja directamente adquirido – o que garante ao comprador portes gratuitos e um magnífico poster gigante com a reprodução de uma prancha no seu formato original e ao editor não perder a (grossa) fatia que a distribuição devora - e que seja feita uma “pré-subscrição” do volume 4. Para o efeito, fica o contacto: mcaldas59apo.pt
Leituras relacionadas
integral,
Lance,
Libri Impressi,
Tufts
25/07/2011
Visita às pirâmides
Com Mortimer e Jacobs
(Texto e fotos publicadas no jornal Primeiro de Janeiro de 7 de Outubro de 1990)
(Texto e fotos publicadas no jornal Primeiro de Janeiro de 7 de Outubro de 1990)
24/07/2011
Selos & Quadradinhos (56)
Stamps & Comics / Timbres & BD (56)
Tema/subject/sujet: Fête du Timbre – Lucky Luke
País/country/pays: França / France
Data de Emissão/Date of issue/date d'émission: 2003
Tema/subject/sujet: Fête du Timbre – Lucky Luke
País/country/pays: França / France
Data de Emissão/Date of issue/date d'émission: 2003
Leituras relacionadas
2003,
França,
Lucky Luke,
Selos e Quadradinhos
23/07/2011
As Figuras do Pedro (I)
Figurines Tintin – la Collection Officielle
1. Tintin en french coat
As férias obrigam e por isso aqui vai mais uma nova secção deste blog, dedicada às figuras que (me) fazem perder a cabeça e que enchem uma das várias estantes que me vejo obrigado a dedicar aos produtos derivados da banda desenhada.
Depois de muito pensar, decidi abrir com Tintin, não só pelo muito que admiro a criação de Hergé, mas pela (relativa) raridade desta figura que está soberba!
Figura: Tintin
Colecção: Figurines Tintin – la Collection Officielle
Número: 1
Fabricante/Distribuidor: Moulinsart + TF1 Enterprises
Ano: 2011
Altura: 13 cm
Preço original: 2,99 €
Extras: Livro formato 170 x 190 mm, com 16 páginas a cores, cartonado, com diversas abordagens à figura e à personagem - Votre figurine, le personage, À l’aventure, Portfolio, Hergé dans le texte, la séquence, Chef-d’oeuvre á la une, Le saviez-vous? - e Passaporte Tintin.
Curiosidades: Esta é a primeira figura desta colecção, para já lançada apenas a título de teste em algumas regiões francesas e que mão (muito) amiga fez chegar às mãos da minha esposa para ela me oferecer!
Se o teste com 5 fascículos – Tintin, Haddock, Tournesol, Dupond, Milou – resultar, a colecção deverá estar disponível no mercado francófono no final do ano.
1. Tintin en french coat
As férias obrigam e por isso aqui vai mais uma nova secção deste blog, dedicada às figuras que (me) fazem perder a cabeça e que enchem uma das várias estantes que me vejo obrigado a dedicar aos produtos derivados da banda desenhada.
Depois de muito pensar, decidi abrir com Tintin, não só pelo muito que admiro a criação de Hergé, mas pela (relativa) raridade desta figura que está soberba!
Figura: Tintin
Colecção: Figurines Tintin – la Collection Officielle
Número: 1
Fabricante/Distribuidor: Moulinsart + TF1 Enterprises
Ano: 2011
Altura: 13 cm
Preço original: 2,99 €
Extras: Livro formato 170 x 190 mm, com 16 páginas a cores, cartonado, com diversas abordagens à figura e à personagem - Votre figurine, le personage, À l’aventure, Portfolio, Hergé dans le texte, la séquence, Chef-d’oeuvre á la une, Le saviez-vous? - e Passaporte Tintin.
Curiosidades: Esta é a primeira figura desta colecção, para já lançada apenas a título de teste em algumas regiões francesas e que mão (muito) amiga fez chegar às mãos da minha esposa para ela me oferecer!
Se o teste com 5 fascículos – Tintin, Haddock, Tournesol, Dupond, Milou – resultar, a colecção deverá estar disponível no mercado francófono no final do ano.
22/07/2011
Outras Leituras (III)
Gibicon em Curitiba, o Angoulême brasileiro
Paulo Ramos no Blog dos Quadrinhos (post de dia 17 de Julho)
… e a reportagem em BD
De Daniel Gnatalli, via Quadro a Quadro
Destino, a animação nascida do encontro de Salvador Dali e Walt Disney
Emerson de Oliveira no Folio de Emerson
Toponímia italiana homenageia autores de BD
Matteos no Fumettologicamente!
Troco em banda desenhada?
Marcelo Naranjo no UniversoHQ
Paulo Ramos no Blog dos Quadrinhos (post de dia 17 de Julho)
… e a reportagem em BD
De Daniel Gnatalli, via Quadro a Quadro
Destino, a animação nascida do encontro de Salvador Dali e Walt Disney
Emerson de Oliveira no Folio de Emerson
Toponímia italiana homenageia autores de BD
Matteos no Fumettologicamente!
Troco em banda desenhada?
Marcelo Naranjo no UniversoHQ
Leituras relacionadas
Dali,
Disney,
Gibicon,
Outras Leituras
21/07/2011
História com Humor
Data: 22 de Julho 2011 a 30 de Junho 2012Local: Centro Nacional de BD e Imagem, Av. do Brasil, nº 52 A, Amadora
Horário: de 2ª a 6ª, 9h30/12h30; 14h00/17h00
Hoje, dia 21 de Julho, pelas 19h00, no CNBDI, inauguramos a Exposição História com Humor, um retrato da História de Portugal e suas personagens através do traço de Artur Correia e das histórias de António Gomes de Almeida.
Esta mostra, onde as peripécias e façanhas dos heróis nacionais são apresentadas com um enorme sentido de humor, introduz ainda o tema central do 22º AmadoraBD que este ano é dedicado ao Humor.
Apareça, contamos consigo.
(Texto da responsabilidade da organização)
Horário: de 2ª a 6ª, 9h30/12h30; 14h00/17h00
Hoje, dia 21 de Julho, pelas 19h00, no CNBDI, inauguramos a Exposição História com Humor, um retrato da História de Portugal e suas personagens através do traço de Artur Correia e das histórias de António Gomes de Almeida.
Esta mostra, onde as peripécias e façanhas dos heróis nacionais são apresentadas com um enorme sentido de humor, introduz ainda o tema central do 22º AmadoraBD que este ano é dedicado ao Humor.
Apareça, contamos consigo.
(Texto da responsabilidade da organização)
Leituras relacionadas
Amadora,
Artur Correia,
BD para ver,
CNBDI,
Gomes de Almeida
20/07/2011
O Western na BD portuguesa (III)
Depoimentos (II)
A propósito dos 70 anos de “O Cavaleiro Misterioso”, primeiro western realista dos quadradinhos portugueses, eis o depoimento de dois autores que experimentaram o género, José Ruy e João Amaral:
1. Qual a importância do western na sua obra?
José Ruy - Este género não tem realmente uma incidência muito grande no conjunto de bonecos que tenho feito. No que hoje se chama «fanzine» que publicava em 1943, garatujei uma história de Cow-Boys assinando «Domador», para dar a ideia de ter mais colaboradores na revistinha, com uma tiragem de 50 provas para distribuir pelos amigos. Já colaborador de «O Papagaio», quando o Roussado Pinto passou a fazer parte da Redacção, achou que eu devia fazer um Western e elaborou um argumento. Chamava-se «Os Cavaleiros do Vale do Negro», e depois de muitos episódios, ao sair da Redacção, disse-me para continuar a história, pois não lhe dava jeito manter essa colaboração, e que eu tinha condições para tal. E o resto desse Western foi de minha inteira autoria. Quando se publicou a 2ª série de O Mosquito, editada pelo Ezequiel Carradinha e depois por mim, fiz um Western para as páginas centrais da publicação, só porque não tinha na colaboração importada uma história desse género.
João Amaral - Sobre a importância do western na minha obra, devo dizer que apesar de não ser muito visível no imediato, ela se encontra lá de alguma forma. Basta dizer que este foi um dos primeiros géneros que conheci em miúdo, com as revistas de O Falcão, Tex Tone ou Relâmpago, entre aquelas que agora me lembro, e mais tarde no Mundo de Aventuras e no Tintin, onde me lembro de acompanhar a saga do Tenente Blueberry, com muita satisfação e emoção. E essas revistas motivavam de tal forma a minha imaginação, que me tenho a ideia de, aos oito anos, fazer uma história baseada nesses heróis que lia.
Depois, veio o cinema e foi aí que colhi muitas influências, algumas das quais se encontram patentes (ainda que de forma muito indirecta) na própria “A Voz dos Deuses”. Lembro-me que, apesar de me querer manter fiel à obra de João Aguiar, queria, dentro da medida do possível, narrar algumas sequências, um pouco de uma forma semelhante à de um western. Sobre isso, lembro-me desse tipo de influência, numa cena em que Tôngio se encontra com um grupo de desertores romanos.
E, já posteriormente, elaborei para as Selecções BD, “O Fim da Linha” que se pode traduzir como um falso western. É verdade que a acção se passa numa aldeia portuguesa no último dia do ano 2000, mas em tudo é um western, apesar da época ser a actual. Afinal, não é mais do que um remake e uma homenagem a um dos meus filmes favoritos: O Comboio Apitou Três Vezes, de Fred Zinneman. E, apesar da acção diferir nalguns aspectos do original, tentei que as influências ficassem todas lá. E lembro-me de ter visto e revisto vários filmes para conseguir imagens fortes, por exemplo, para o duelo final que a história representa.
Mais recentemente e, depois de falar com o Jorge Magalhães, decidimos fazer “OK Corral”, para o Festival de Moura, uma história curta de quatro páginas que misturava dois géneros aparentemente distintos: o western (um claro pastiche do célebre filme de John Sturges, com Kirk Douglas e Burt Lancaster) e a ficção científica. Mais não fosse, só por isso, é um género para mim muito importante, porque, como poucos, consegue captar ambiências, que se podem estender a outras áreas.
2. Quais os autores e obras nacionais que considera mais significativos?
José Ruy - Em relação ao Western de autores portugueses, vou referir os autores, pois as histórias dos que menciono, considero-as todas boas. O Vítor Péon, que inicialmente sofria de grandes influências de autores estrangeiros e do português E.T. Coelho, veio a criar um estilo próprio, mas as histórias eram de qualidade. Curiosamente, foi o Cardoso Lopes, Tiotónio, quem lhe «ensinou» os pormenores deste tipo de personagens.
Gosto do Western de Eduardo Teixeira Coelho, e considero muito bem conseguido o que o Fernando Bento realizou. Presentemente aprecio as histórias deste género do José Pires, que neste momento está a elaborar uma belíssima história, na minha opinião, de grande envergadura, com muito rigor e acabamento impecáveis. Talvez a melhor das que ele já publicou.
João Amaral - Sobre os autores e obras nacionais que considero significativos, posso dizer que algumas delas só conheci muito posteriormente ou estou ainda a conhecê-las, como seja o caso das de Fernando Bento ou Vítor Péon. Os que mais me marcaram foram indiscutivelmente a dupla Augusto Trigo e Jorge Magalhães. Lembro-me que fiquei extasiado com uma história curta no Mundo de Aventuras, intitulada, se a memória não me falha, “A Sombra do Gavião”.
“Wakatanka”, dos mesmos autores, é uma história que ainda hoje leio e releio com muito agrado, tendo pena de ainda não ter conseguido arranjar o primeiro volume, que julgo ter visto pela primeira vez num suplemento de A Capital. O outro autor português que acho especialmente dotado para o western (que é aliás o seu género favorito) e cuja obra me maravilha desde há muito, é o José Pires, com os seus “Os Homens do Oeste”, mas sobretudo “Will Shannon - O Poço da Morte” e “Irigo”.
Nota: Pranchas destas duas bandas desenhadas podem ser vistas no blog de João Amaral.
Sobre o mesmo tema ler também:
- O Western na BD portuguesa
- O Western na BD portuguesa: depoimentos de Jorge Magalhães e João Paulo Paiva Boléo
A propósito dos 70 anos de “O Cavaleiro Misterioso”, primeiro western realista dos quadradinhos portugueses, eis o depoimento de dois autores que experimentaram o género, José Ruy e João Amaral:
1. Qual a importância do western na sua obra?
José Ruy - Este género não tem realmente uma incidência muito grande no conjunto de bonecos que tenho feito. No que hoje se chama «fanzine» que publicava em 1943, garatujei uma história de Cow-Boys assinando «Domador», para dar a ideia de ter mais colaboradores na revistinha, com uma tiragem de 50 provas para distribuir pelos amigos. Já colaborador de «O Papagaio», quando o Roussado Pinto passou a fazer parte da Redacção, achou que eu devia fazer um Western e elaborou um argumento. Chamava-se «Os Cavaleiros do Vale do Negro», e depois de muitos episódios, ao sair da Redacção, disse-me para continuar a história, pois não lhe dava jeito manter essa colaboração, e que eu tinha condições para tal. E o resto desse Western foi de minha inteira autoria. Quando se publicou a 2ª série de O Mosquito, editada pelo Ezequiel Carradinha e depois por mim, fiz um Western para as páginas centrais da publicação, só porque não tinha na colaboração importada uma história desse género.
João Amaral - Sobre a importância do western na minha obra, devo dizer que apesar de não ser muito visível no imediato, ela se encontra lá de alguma forma. Basta dizer que este foi um dos primeiros géneros que conheci em miúdo, com as revistas de O Falcão, Tex Tone ou Relâmpago, entre aquelas que agora me lembro, e mais tarde no Mundo de Aventuras e no Tintin, onde me lembro de acompanhar a saga do Tenente Blueberry, com muita satisfação e emoção. E essas revistas motivavam de tal forma a minha imaginação, que me tenho a ideia de, aos oito anos, fazer uma história baseada nesses heróis que lia.
Depois, veio o cinema e foi aí que colhi muitas influências, algumas das quais se encontram patentes (ainda que de forma muito indirecta) na própria “A Voz dos Deuses”. Lembro-me que, apesar de me querer manter fiel à obra de João Aguiar, queria, dentro da medida do possível, narrar algumas sequências, um pouco de uma forma semelhante à de um western. Sobre isso, lembro-me desse tipo de influência, numa cena em que Tôngio se encontra com um grupo de desertores romanos.
E, já posteriormente, elaborei para as Selecções BD, “O Fim da Linha” que se pode traduzir como um falso western. É verdade que a acção se passa numa aldeia portuguesa no último dia do ano 2000, mas em tudo é um western, apesar da época ser a actual. Afinal, não é mais do que um remake e uma homenagem a um dos meus filmes favoritos: O Comboio Apitou Três Vezes, de Fred Zinneman. E, apesar da acção diferir nalguns aspectos do original, tentei que as influências ficassem todas lá. E lembro-me de ter visto e revisto vários filmes para conseguir imagens fortes, por exemplo, para o duelo final que a história representa.
Mais recentemente e, depois de falar com o Jorge Magalhães, decidimos fazer “OK Corral”, para o Festival de Moura, uma história curta de quatro páginas que misturava dois géneros aparentemente distintos: o western (um claro pastiche do célebre filme de John Sturges, com Kirk Douglas e Burt Lancaster) e a ficção científica. Mais não fosse, só por isso, é um género para mim muito importante, porque, como poucos, consegue captar ambiências, que se podem estender a outras áreas.
2. Quais os autores e obras nacionais que considera mais significativos?
José Ruy - Em relação ao Western de autores portugueses, vou referir os autores, pois as histórias dos que menciono, considero-as todas boas. O Vítor Péon, que inicialmente sofria de grandes influências de autores estrangeiros e do português E.T. Coelho, veio a criar um estilo próprio, mas as histórias eram de qualidade. Curiosamente, foi o Cardoso Lopes, Tiotónio, quem lhe «ensinou» os pormenores deste tipo de personagens.
Gosto do Western de Eduardo Teixeira Coelho, e considero muito bem conseguido o que o Fernando Bento realizou. Presentemente aprecio as histórias deste género do José Pires, que neste momento está a elaborar uma belíssima história, na minha opinião, de grande envergadura, com muito rigor e acabamento impecáveis. Talvez a melhor das que ele já publicou.
João Amaral - Sobre os autores e obras nacionais que considero significativos, posso dizer que algumas delas só conheci muito posteriormente ou estou ainda a conhecê-las, como seja o caso das de Fernando Bento ou Vítor Péon. Os que mais me marcaram foram indiscutivelmente a dupla Augusto Trigo e Jorge Magalhães. Lembro-me que fiquei extasiado com uma história curta no Mundo de Aventuras, intitulada, se a memória não me falha, “A Sombra do Gavião”.
“Wakatanka”, dos mesmos autores, é uma história que ainda hoje leio e releio com muito agrado, tendo pena de ainda não ter conseguido arranjar o primeiro volume, que julgo ter visto pela primeira vez num suplemento de A Capital. O outro autor português que acho especialmente dotado para o western (que é aliás o seu género favorito) e cuja obra me maravilha desde há muito, é o José Pires, com os seus “Os Homens do Oeste”, mas sobretudo “Will Shannon - O Poço da Morte” e “Irigo”.
Nota: Pranchas destas duas bandas desenhadas podem ser vistas no blog de João Amaral.
Sobre o mesmo tema ler também:
- O Western na BD portuguesa
- O Western na BD portuguesa: depoimentos de Jorge Magalhães e João Paulo Paiva Boléo
Leituras relacionadas
João Amaral,
José Ruy,
Western
19/07/2011
O Western na BD portuguesa (II)
Depoimentos (I)
A propósito dos 70 anos de “O Cavaleiro Misterioso”, primeiro western realista dos quadradinhos portugueses, eis o depoimento sobre este temática de dois dos maiores conhecedores da BD nacional, Jorge Magalhães e João Paulo Paiva Boléo:
Jorge Magalhães
Quanto à sua intenção de evocar os 70 anos de "O Cavaleiro Misterioso", de outro grande e inesquecível Mestre, o Fernando Bento, felicito-o vivamente pela ideia, mas lembro-lhe que na BD portuguesa há "westerns" mais antigos, ainda que de índole humorística e em estilo caricatural. Portanto, convém frisar que este terá sido o precursor, entre nós, do "western" sério, chamemos-lhe assim, ainda que apresentado num estilo também semi-caricatural, longe da forma sofisticadamente realista que o traço de Bento evidenciaria mais tarde; o seu conteúdo, porém, era nitidamente inspirado no modelo que, pela mesma altura, começava a vigorar nas histórias de "cowboys" europeias, distinguindo-se por completo, nesse aspecto, das criações humorísticas das décadas de 20 e 30.
Verdadeiramente, o "western" realista, tanto no fundo como na forma, só nasceu entre nós em 1943, com a publicação n'O Mosquito da primeira história de Vítor Péon, "Falsa Acusação", esse sim um "western" com todos os condimentos do género e muito inspirado pelo estilo das HQ inglesas, nomeadamente as de Reg Perrott, como "A Flecha de Oiro" e "Red o Vingador".
Péon haveria ainda de realizar mais dois "westerns": "O Juramento de Dick Storm", também n'O Mosquito, e "Três Balas", n'O Pluto, antes de E.T. Coelho se estrear com outra história do género n'O Mosquito: "O Grande Rifle Branco", embora esta tivesse sido realizada inicialmente para a revista espanhola Chicos, onde surgiu em 1944. Coelho foi outro autor importantíssimo na evolução do género entre nós, pela valiosa contribuição artística e temática que lhe conferiu com aventuras como "Falcão Negro, o Filho de Jim West", "Tempestade no Forte Benton", "As Vítimas do Sol", "Terra Turbulenta" e sobretudo "Lobo Cinzento", todas publicadas n'O Mosquito. Só depois disso é que começou a afirmar-se o seu pendor para a BD histórica, género em que se especializou durante a época em que foi colaborador do Vaillant. Neste e no Pif Gadget, ainda realizou alguns "westerns" dignos de nota, como "Davy Crockett" e "Ayak, o Lobo Branco", mas num estilo já bastante distanciado do fulgor inicial, patente também nas numerosas ilustrações que fez para O Mosquito, sobretudo nas capas que dedicou às esfusiantes novelas de José Padinha ou no "Jim West", de Raul Correia, onde nasceu, em sentido literal, a personagem Falcão Negro.
Quanto a Péon, o seu contributo para o "western" na BD portuguesa foi tanto ou mais relevante que o de E.T. Coelho, ressalvadas, claro, as diferenças de nível artístico, não só devido ao volume da sua produção como ao impacto que teve junto dos leitores, especialmente com o mais carismático dos seus heróis, Tomahawk Tom, cuja longa carreira durou desde 1950 até 1975, com breves intervalos. A sua influência, tal como a de Coelho, estendeu-se a outros autores mais jovens, como José Garcês, José Ruy e Jayme Cortez, que não resistiram a abordar também este género, mas sem o mesmo relevo nem a mesma assiduidade. Praticamente, todos os desenhadores dessa época, em que a BD popular estava no auge - embora revelassem mais aptidões para outro tipo de aventuras -, renderam homenagem, ainda que esporadicamente, ao "western". O próprio Fernando Bento não foi excepção.
Só nos anos 80, o "western" teve entre nós um breve, mas assinalável revivalismo, com José Pires e Augusto Trigo, ambos desenhadores de veia realista e muito influenciados pelas criações de autores europeus como Giraud, Hermann, Blanc-Dumont ou Derib. Pires, cuja estreia no género data de 1962, no Cavaleiro Andante, teve uma excelente criação no Tintin belga, o Irigo, realizada de parceria com Jean Dufaux, e Trigo revelou-se um desenhador de grandes recursos com Wakantanka, uma série que eu lhe sugeri e que, de início, era para ter só um episódio com 12 páginas, mas acabou por transformar-se numa série com dois álbuns publicados e um terceiro que nunca passou das intenções.
É claro que o "western" atravessou a história da nossa BD, desde os anos 40, como um género maior e extremamente popular, que permitiu aos pioneiros da escola realista como Péon e Coelho criarem um estilo próprio, libertando-se gradualmente da influência, sobretudo estética, da BD inglesa. E sugestionou também, embora de forma esporádica, aqueles autores que hoje consideramos seus discípulos, que ao abordarem um género "difícil" e exigente insuflaram novo vigor ao seu próprio estilo. Até humoristas como Artur Correia e Carlos Roque não escaparam à atracção do género, abordando-o de forma original. A popularidade das aventuras de "cowboys" nunca diminuiu, como prova a sua proliferação no Mundo de Aventuras e noutras revistas, com histórias tanto de origem americana como inglesa, que contribuíram largamente para que uma geração de novos desenhistas surgisse nos anos 70 e 80, continuando a prestar-lhes tributo. Exemplos: Vassalo Miranda, Zenetto, António Ruivo e Joa (Joaquim de Oliveira). Além de Trigo e José Pires, evidentemente. Mas, depois deles, foi o canto de cisne do "western" na BD portuguesa...
A terminar este longo comentário - mais longo do que era meu propósito - gostaria de dar conhecimento de uma classificação que fiz em tempos (obviamente parcial e subjectiva) dos 10 melhores "westerns" da BD portuguesa:
• "Falsa Acusação", de Vitor Péon - O Mosquito, 1943 (por ser verdadeiramente o primeiro e notável como obra de estreia)
• "O Grande Rifle Branco", de E.T. Coelho - Chicos, 1944 e O Mosquito, 1946
• "O Rei da Campina", de António Barata e Orlando Marques - O Faísca, 1944
• "Falcão Negro, o Filho de Jim West", de E.T. Coelho e Raul Correia - O Mosquito, 1946
• "O Segredo das Águas do Rio", de José Garcês - O Mosquito, 1947
• "Lobo Cinzento", de E.T. Coelho - O Mosquito, 1948
• "A Vingança do Jaguar", de Vitor Péon - O Mosquito, 1949
• "Tomahawk Tom, o Aventureiro", de Vitor Péon e Edgar Caygill (Roussado Pinto) - Mundo de Aventuras, 1950 (com destaque para o 1º episódio)
• "Wakantanka, o Povo Serpente", de Augusto Trigo e Jorge Magalhães - Álbum da Meribérica, 1988 (peço desculpa por me incluir também nesta lista, mas o grande "culpado" é o Trigo)
• "Shannon: O Poço da Morte", de José Pires - Álbum da Futura, 1989
João Paulo Paiva Boléo
Pensava ter tempo para uma investigaçãozinha, sob pena de poder não me lembrar de coisas importantes. Assim, vou só alinhavar meia dúzia de notas, mas só autorizo a sua reprodução se for expressamente referido que é um brevíssimo apontamento de memória, com o que isso implica de poderem faltar coisas importantes.
Mas há um ponto prévio fundamental – é um erro (que me abstenho de adjectivar) dizer que a historinha de Bento no PPP é o primeiro western português.
Assim, convém ter presente que o primeiro western português aos quadradinhos não é O Cavaleiro Misterioso de Fernando Bento no Pim Pam Pum!, mas, em princípio, “As estupendas façanhas do Cow-boy façanhudo”, na 2ª série do ABC-zinho em 1926, de António Cristino, um espantoso precursor pouco lembrado e pouco conhecido, isto se não considerarmos western a segunda aventura de Cottinelli Telmo na revista ABC, “A grande fita americana” em 1920-21. E também não podem ser esquecidas, no Senhor Doutor,em 1934-35, as “Aventuras de “Tom Migas”e do seu cavalo “Caralinda” de Oskar Pinto Lobo, notável em termos gráficos e de cor.
A importância do western na BD portuguesa está relacionada com a popularidade do género (cinematográfico) em Portugal desde muito cedo, o que levou à popularidade na própria BD e a fazer parte das influências que marcaram a história da BD portuguesa desde muito cedo. Mesmo sem ir para exemplos mais antigos, como Red Ryder, Cuto nos domínios dos Sioux ou Lance (Flecha, actualmente a ser editado por Manuel Caldas), a popularidade do género está viva em exemplos como Blueberry ou Comanche.
Resumindo, destacaria quatro desenhadores, dois da “idade clássica” e dois herdeiros dela. Vítor Péon teve westerns importante em Portugal e no estrangeiro, com realce para “Tomahawk” Tom, um dos mais populares heróis da BD portuguesa. Eduardo Teixeira Coelho, o mais reputado, com “Falcão Negro” e outros, de que me permito destacar Lobo Cinzento. E mais tarde, José Pires, nomeadamente com “Irigo” na Bélgica, e Augusto Trigo (com o argumentista Jorge Magalhães) com “Wakantanka”.
Mas claro que houve muitos mais, de Carlos Botelho a António Barata, etc. O melhor é recomendar o erudito estudo de Jorge Magalhães, editado pela Câmara Municipal de Moura, O Western na BD portuguesa.
E não se poderá de algum modo considerar um western bem português o excelente “A lei do trabuco e do punhal: Mataram-no duas vezes”, de Pedro Massano” (com Luís Avelar)?
Sobre o mesmo tema ler também:
- O Western na BD portuguesa
- O Western na BD portuguesa: depoimentos de José Ruy e João Amaral (amanhã)
A propósito dos 70 anos de “O Cavaleiro Misterioso”, primeiro western realista dos quadradinhos portugueses, eis o depoimento sobre este temática de dois dos maiores conhecedores da BD nacional, Jorge Magalhães e João Paulo Paiva Boléo:
Jorge Magalhães
Quanto à sua intenção de evocar os 70 anos de "O Cavaleiro Misterioso", de outro grande e inesquecível Mestre, o Fernando Bento, felicito-o vivamente pela ideia, mas lembro-lhe que na BD portuguesa há "westerns" mais antigos, ainda que de índole humorística e em estilo caricatural. Portanto, convém frisar que este terá sido o precursor, entre nós, do "western" sério, chamemos-lhe assim, ainda que apresentado num estilo também semi-caricatural, longe da forma sofisticadamente realista que o traço de Bento evidenciaria mais tarde; o seu conteúdo, porém, era nitidamente inspirado no modelo que, pela mesma altura, começava a vigorar nas histórias de "cowboys" europeias, distinguindo-se por completo, nesse aspecto, das criações humorísticas das décadas de 20 e 30.
Verdadeiramente, o "western" realista, tanto no fundo como na forma, só nasceu entre nós em 1943, com a publicação n'O Mosquito da primeira história de Vítor Péon, "Falsa Acusação", esse sim um "western" com todos os condimentos do género e muito inspirado pelo estilo das HQ inglesas, nomeadamente as de Reg Perrott, como "A Flecha de Oiro" e "Red o Vingador".
Péon haveria ainda de realizar mais dois "westerns": "O Juramento de Dick Storm", também n'O Mosquito, e "Três Balas", n'O Pluto, antes de E.T. Coelho se estrear com outra história do género n'O Mosquito: "O Grande Rifle Branco", embora esta tivesse sido realizada inicialmente para a revista espanhola Chicos, onde surgiu em 1944. Coelho foi outro autor importantíssimo na evolução do género entre nós, pela valiosa contribuição artística e temática que lhe conferiu com aventuras como "Falcão Negro, o Filho de Jim West", "Tempestade no Forte Benton", "As Vítimas do Sol", "Terra Turbulenta" e sobretudo "Lobo Cinzento", todas publicadas n'O Mosquito. Só depois disso é que começou a afirmar-se o seu pendor para a BD histórica, género em que se especializou durante a época em que foi colaborador do Vaillant. Neste e no Pif Gadget, ainda realizou alguns "westerns" dignos de nota, como "Davy Crockett" e "Ayak, o Lobo Branco", mas num estilo já bastante distanciado do fulgor inicial, patente também nas numerosas ilustrações que fez para O Mosquito, sobretudo nas capas que dedicou às esfusiantes novelas de José Padinha ou no "Jim West", de Raul Correia, onde nasceu, em sentido literal, a personagem Falcão Negro.
Quanto a Péon, o seu contributo para o "western" na BD portuguesa foi tanto ou mais relevante que o de E.T. Coelho, ressalvadas, claro, as diferenças de nível artístico, não só devido ao volume da sua produção como ao impacto que teve junto dos leitores, especialmente com o mais carismático dos seus heróis, Tomahawk Tom, cuja longa carreira durou desde 1950 até 1975, com breves intervalos. A sua influência, tal como a de Coelho, estendeu-se a outros autores mais jovens, como José Garcês, José Ruy e Jayme Cortez, que não resistiram a abordar também este género, mas sem o mesmo relevo nem a mesma assiduidade. Praticamente, todos os desenhadores dessa época, em que a BD popular estava no auge - embora revelassem mais aptidões para outro tipo de aventuras -, renderam homenagem, ainda que esporadicamente, ao "western". O próprio Fernando Bento não foi excepção.
Só nos anos 80, o "western" teve entre nós um breve, mas assinalável revivalismo, com José Pires e Augusto Trigo, ambos desenhadores de veia realista e muito influenciados pelas criações de autores europeus como Giraud, Hermann, Blanc-Dumont ou Derib. Pires, cuja estreia no género data de 1962, no Cavaleiro Andante, teve uma excelente criação no Tintin belga, o Irigo, realizada de parceria com Jean Dufaux, e Trigo revelou-se um desenhador de grandes recursos com Wakantanka, uma série que eu lhe sugeri e que, de início, era para ter só um episódio com 12 páginas, mas acabou por transformar-se numa série com dois álbuns publicados e um terceiro que nunca passou das intenções.
É claro que o "western" atravessou a história da nossa BD, desde os anos 40, como um género maior e extremamente popular, que permitiu aos pioneiros da escola realista como Péon e Coelho criarem um estilo próprio, libertando-se gradualmente da influência, sobretudo estética, da BD inglesa. E sugestionou também, embora de forma esporádica, aqueles autores que hoje consideramos seus discípulos, que ao abordarem um género "difícil" e exigente insuflaram novo vigor ao seu próprio estilo. Até humoristas como Artur Correia e Carlos Roque não escaparam à atracção do género, abordando-o de forma original. A popularidade das aventuras de "cowboys" nunca diminuiu, como prova a sua proliferação no Mundo de Aventuras e noutras revistas, com histórias tanto de origem americana como inglesa, que contribuíram largamente para que uma geração de novos desenhistas surgisse nos anos 70 e 80, continuando a prestar-lhes tributo. Exemplos: Vassalo Miranda, Zenetto, António Ruivo e Joa (Joaquim de Oliveira). Além de Trigo e José Pires, evidentemente. Mas, depois deles, foi o canto de cisne do "western" na BD portuguesa...
A terminar este longo comentário - mais longo do que era meu propósito - gostaria de dar conhecimento de uma classificação que fiz em tempos (obviamente parcial e subjectiva) dos 10 melhores "westerns" da BD portuguesa:
• "Falsa Acusação", de Vitor Péon - O Mosquito, 1943 (por ser verdadeiramente o primeiro e notável como obra de estreia)
• "O Grande Rifle Branco", de E.T. Coelho - Chicos, 1944 e O Mosquito, 1946
• "O Rei da Campina", de António Barata e Orlando Marques - O Faísca, 1944
• "Falcão Negro, o Filho de Jim West", de E.T. Coelho e Raul Correia - O Mosquito, 1946
• "O Segredo das Águas do Rio", de José Garcês - O Mosquito, 1947
• "Lobo Cinzento", de E.T. Coelho - O Mosquito, 1948
• "A Vingança do Jaguar", de Vitor Péon - O Mosquito, 1949
• "Tomahawk Tom, o Aventureiro", de Vitor Péon e Edgar Caygill (Roussado Pinto) - Mundo de Aventuras, 1950 (com destaque para o 1º episódio)
• "Wakantanka, o Povo Serpente", de Augusto Trigo e Jorge Magalhães - Álbum da Meribérica, 1988 (peço desculpa por me incluir também nesta lista, mas o grande "culpado" é o Trigo)
• "Shannon: O Poço da Morte", de José Pires - Álbum da Futura, 1989
João Paulo Paiva Boléo
Pensava ter tempo para uma investigaçãozinha, sob pena de poder não me lembrar de coisas importantes. Assim, vou só alinhavar meia dúzia de notas, mas só autorizo a sua reprodução se for expressamente referido que é um brevíssimo apontamento de memória, com o que isso implica de poderem faltar coisas importantes.
Mas há um ponto prévio fundamental – é um erro (que me abstenho de adjectivar) dizer que a historinha de Bento no PPP é o primeiro western português.
Assim, convém ter presente que o primeiro western português aos quadradinhos não é O Cavaleiro Misterioso de Fernando Bento no Pim Pam Pum!, mas, em princípio, “As estupendas façanhas do Cow-boy façanhudo”, na 2ª série do ABC-zinho em 1926, de António Cristino, um espantoso precursor pouco lembrado e pouco conhecido, isto se não considerarmos western a segunda aventura de Cottinelli Telmo na revista ABC, “A grande fita americana” em 1920-21. E também não podem ser esquecidas, no Senhor Doutor,em 1934-35, as “Aventuras de “Tom Migas”e do seu cavalo “Caralinda” de Oskar Pinto Lobo, notável em termos gráficos e de cor.
A importância do western na BD portuguesa está relacionada com a popularidade do género (cinematográfico) em Portugal desde muito cedo, o que levou à popularidade na própria BD e a fazer parte das influências que marcaram a história da BD portuguesa desde muito cedo. Mesmo sem ir para exemplos mais antigos, como Red Ryder, Cuto nos domínios dos Sioux ou Lance (Flecha, actualmente a ser editado por Manuel Caldas), a popularidade do género está viva em exemplos como Blueberry ou Comanche.
Resumindo, destacaria quatro desenhadores, dois da “idade clássica” e dois herdeiros dela. Vítor Péon teve westerns importante em Portugal e no estrangeiro, com realce para “Tomahawk” Tom, um dos mais populares heróis da BD portuguesa. Eduardo Teixeira Coelho, o mais reputado, com “Falcão Negro” e outros, de que me permito destacar Lobo Cinzento. E mais tarde, José Pires, nomeadamente com “Irigo” na Bélgica, e Augusto Trigo (com o argumentista Jorge Magalhães) com “Wakantanka”.
Mas claro que houve muitos mais, de Carlos Botelho a António Barata, etc. O melhor é recomendar o erudito estudo de Jorge Magalhães, editado pela Câmara Municipal de Moura, O Western na BD portuguesa.
E não se poderá de algum modo considerar um western bem português o excelente “A lei do trabuco e do punhal: Mataram-no duas vezes”, de Pedro Massano” (com Luís Avelar)?
Sobre o mesmo tema ler também:
- O Western na BD portuguesa
- O Western na BD portuguesa: depoimentos de José Ruy e João Amaral (amanhã)
Leituras relacionadas
João Paulo Paiva Boléo,
Jorge Magalhães,
Western
Subscrever:
Mensagens (Atom)