#5 – Contra o universo
#6 – No seu melhor
Bryan Lee O’Malley (argumento e desenho)
Booksmile (Portugal, Outubro e Novembro de 2011)
127 x 190 mm, 184p. e 248 p. p, cor e pb, brochado
9,99 € e 10,99 €
Resumo
Com seis dos sete ex-namorados maléficos de Ramona vencidos, Scott Pilgrim enfrenta agora o maior desafio da sua vida: encontrar o seu caminho.
Desenvolvimento
Desta vez deixem-me começar pelo que normalmente deixaria para o fim: o trabalho editorial da Booksmile.
Lançar uma série completa – de 6 livros, atente-se – com protagonista anteriormente desconhecido, em apenas um ano, é um acontecimento, que não deverá ter paralelo em Portugal. E que teve o bom senso – algo que raramente tem sido atributo dos editores nacionais - de surgir à boleia da estreia do filme há cerca de uma ano, para tentar dessa forma alavancar as vendas dos livros.
Para mais é uma edição bem conseguida, com uma boa tradução, linguagem actual e adequada à faixa etária que retrata e uma boa legendagem.
Um trabalho assim, merece ser compensado – em vendas – algo que pessoalmente desejo, para que esta primeira incursão da Booksmile na BD possa ter continuidade. Em breve. Porque o mercado – pequeno e limitado – só fica a ganhar.
Agora, passemos à obra. E eu confesso que quase desisti dela a meio. Porque, apesar do bom arranque, Brian Lee O’Malley perdeu-se um tanto por volta do volume 3. Perdeu-se no caminho, tal como a sua personagem andou sempre perdida, sem saber qual o seu caminho. Mas O’Malley emendou bem a mão a partir do quarto tomo – o Scott demorou mais! - e concluiu a sua série com três belos volumes.
Simples no traço orientalizado – apesar de O’Malley se ter revelado um excelente desenhador em determinados momentos – que ao longo da obra foi melhorando na definição individual das diferentes personagens, simples no traço, escrevi eu atrás, mas bem eficaz – bem mais do que isso, até – na narrativa gráfica, quase sempre de ritmo acelerado – como a vida actual – dinâmica, viva, numa perfeita interligação acção/desenho que conduz – arrasta, muitas vezes – o leitor através da teia de amizades de Scott Pilgrim e do seu complexo quotidiano – como complexos são todos os nossos quotidianos...
Scott Pilgrim, deixemos assente, não é tematicamente original – narra as dificuldades de relacionamento do protagonista - um adolescente tardio ou um jovem retardado?, realidade incontornável de tantos hoje em dia - consigo, com os amigos, com a(s) namorada(s), com o mundo real. Mas, a forma como faz essa abordagem, essa sim é original e, quase ouso escrever, única em termos de banda desenhada. Porque é uma abordagem a um tempo divertida mas certeira, que assenta num retrato bastante fiel do que deve ser o quotidiano de muitos adolescentes/jovens ocidentais hoje em dia, mas que combina esse retrato realista com realidades a consubstanciação de situações importadas da BD/anime/jogos-vídeo, o que leva Pilgrim a tentar resolver muitos dos seus problemas através de tácticas/opções próprias desses universos, numa metáfora bem conseguida da fuga da (dura) realidade para ambientes oníricos (mais confortáveis).
Uma abordagem sui-generis, é inegável, mas eficaz, que consegue transmitir os diferentes estados de espírito porque vão passando Scott, Ramona, Knives, Wallace e os outros, abordando temáticas como o namoro, a homossexualidade, a saída de casa dos pais (e o regresso…), a entrada no mundo do trabalho, a procura de emprego, a necessidade de fazer opções, de assumir escolhas, de lutar por elas. Ou seja, em resumo, aquilo que todos nós temos de fazer cada dia, mas que, possivelmente, surge em maior número e com maior impacto, na passagem (cada vez mais tardia) da adolescência para a idade adulta.
Um retrato divertido, sim, mas por vezes também tocante, dos medos, anseios, desejos e ambições que todos nós já tivemos/enfrentamos e de um tempo em que temos que assumir o que escolhemos, um tempo em que temos de nos assumir – com as nossas qualidades, defeitos e erros - um tempo em que “as coisas nunca foram o que eram” e “a mudança é o que acontece”.
A reter
- A edição dos 6 tomos de Scott Pilgrim num ano. Em Portugal. É um marco.
- A fluência narrativa demonstrada por O’Malley.
- O surpreendente realismo do retrato caricatural traçado.
- O final aberto, que desafia o leitor a interpretá-lo segundo as suas condicionantes próprias. Como acontece com a (nossa) vida…
Menos conseguido
- Não sabermos ainda qual será a nova edição aos quadradinhos da Booksmile…!
14/12/2011
Scott Pilgrim
Leituras relacionadas
Booksmile,
O'Malley,
Scott Pilgrim
13/12/2011
Fell - Cidade selvagem
Warren Ellis (argumento)
Ben Templesmith (desenho)
GFloy Studio (Portugal, Novembro de 2011)
170 x 260 mm, 144 p., cor, brochado com badanas
15,99 €
Resumo
Detective destacado para Snowtown, por motivos (pouco abonatórios?) que só ele e os seus superiores conhecem, Fell trava aos poucos conhecimento com os estranhos habitantes de uma cidade que prima pelo clima opressivo, o medo latente e os factos inexplicáveis.
Desenvolvimento
Fell é um policial duro, negro, sombrio e violento.
Duro como Fell, o detective que lhe dá nome, que a co-protagoniza, que, na melhor tradição do policial negro, se revela um indivíduo determinado, (falsamente) confiante, capaz de se interessar pelos casos apenas pelos dramas que lhes estão inerentes, avesso à autoridade - será por isso que está exilado em Snowtown? – habituado a fazer valer a sua opinião, mesmo que para isso tenha que usar métodos menos ortodoxos, que considera válidos desde que lhe permitam atingir o fim desejado. Em resumo, um duro na melhor acepção do termo, mas que mais do que uma vez revela um coração (surpreendentemente) sensível.
Negro, sombrio e violento como Snowtown, a cidade onde a acção decorre e que tem no relato uma papel (pelo menos) tão importante como o de Fell, porque é nela que vivem vítimas e executores, é nas suas entranhas – é difícil chamar ruas aos espaços de Snowtown – que a acção decorre, é o seu (mau) ambiente que ajuda a criar o clima incómodo que percorre todas e cada uma das histórias aqui narradas.
Snowtown – nome enganador… - é uma cidade negra, sempre obscurecida por um denso manto, misto de nevoeiro e fumo, que a envolve permanentemente. Snowtown é uma cidade repleta de segredos, negra também pela amoralidade dos seus habitantes, que podem ser divididos em duas categorias principais: os que tentam sobreviver a qualquer custo – não vendo, não ouvindo, não falando… - dissolvendo-se nas sombras para passarem despercebidos, gente inadaptada a tentar adaptar-se ao inadaptável, (sobre)vivendo e sonhando passar a ponte para um mundo melhor (?), e aqueles que se deixam dominar pela atmosfera opressiva, encontrando nela a justificação para praticarem os crimes mais abjectos e violentos.
Se para alguns, Snowtown - que dista apenas o comprimento de uma ponte da cidade soalheira e aprazível que ocupa a outra margem do rio, ponte essa que o protagonista está impedido de atravessar, tão grave ou notório foi o erro (os erros?) que o levaram para ali - serve de trampolim (enganador?) para subir na carreira, para Fell é local de exílio - e de auto-punição? Por isso, vai tentando adaptar-se à estranha cidade, travando conhecimentos - algo que o seu carácter de solitário, obstinado e reservado, não facilita - e descobrindo (alguns d)os seus segredos e (d)os seus muitos podres.
Relato tradicional embora com laivos de originalidade, composto por vários episódios curtos – duros, negros, sombrios e violentos… - que nos vão dando a conhecer Fell e vão definindo e aprofundando o seu carácter e o daqueles com quem se vai cruzando, Fell tem tudo para agradar aos fãs de policiais, sim, mas também a todos os que gostam de uma história bem contada.
Pois é isso que faz Ellis, com um guião consistente – duro, negro, sombrio e violento – potenciado pelo traço de Templesmith, mais impressionista ao mostrar Snowtown, pintada com tons escuros que acentuam o ambiente sombrio e a violência das acções, mais caricatural no retrato dos seres humanos que a habitam e que nela parecem deslocados.
A reter
- A boa surpresa que esta edição constitui.
- - O tom sombrio, opressivo e incómodo da narrativa de Ellis…
- … que Templesmith soube captar e transmitir através do seu traço bem original.
Ben Templesmith (desenho)
GFloy Studio (Portugal, Novembro de 2011)
170 x 260 mm, 144 p., cor, brochado com badanas
15,99 €
Resumo
Detective destacado para Snowtown, por motivos (pouco abonatórios?) que só ele e os seus superiores conhecem, Fell trava aos poucos conhecimento com os estranhos habitantes de uma cidade que prima pelo clima opressivo, o medo latente e os factos inexplicáveis.
Desenvolvimento
Fell é um policial duro, negro, sombrio e violento.
Duro como Fell, o detective que lhe dá nome, que a co-protagoniza, que, na melhor tradição do policial negro, se revela um indivíduo determinado, (falsamente) confiante, capaz de se interessar pelos casos apenas pelos dramas que lhes estão inerentes, avesso à autoridade - será por isso que está exilado em Snowtown? – habituado a fazer valer a sua opinião, mesmo que para isso tenha que usar métodos menos ortodoxos, que considera válidos desde que lhe permitam atingir o fim desejado. Em resumo, um duro na melhor acepção do termo, mas que mais do que uma vez revela um coração (surpreendentemente) sensível.
Negro, sombrio e violento como Snowtown, a cidade onde a acção decorre e que tem no relato uma papel (pelo menos) tão importante como o de Fell, porque é nela que vivem vítimas e executores, é nas suas entranhas – é difícil chamar ruas aos espaços de Snowtown – que a acção decorre, é o seu (mau) ambiente que ajuda a criar o clima incómodo que percorre todas e cada uma das histórias aqui narradas.
Snowtown – nome enganador… - é uma cidade negra, sempre obscurecida por um denso manto, misto de nevoeiro e fumo, que a envolve permanentemente. Snowtown é uma cidade repleta de segredos, negra também pela amoralidade dos seus habitantes, que podem ser divididos em duas categorias principais: os que tentam sobreviver a qualquer custo – não vendo, não ouvindo, não falando… - dissolvendo-se nas sombras para passarem despercebidos, gente inadaptada a tentar adaptar-se ao inadaptável, (sobre)vivendo e sonhando passar a ponte para um mundo melhor (?), e aqueles que se deixam dominar pela atmosfera opressiva, encontrando nela a justificação para praticarem os crimes mais abjectos e violentos.
Se para alguns, Snowtown - que dista apenas o comprimento de uma ponte da cidade soalheira e aprazível que ocupa a outra margem do rio, ponte essa que o protagonista está impedido de atravessar, tão grave ou notório foi o erro (os erros?) que o levaram para ali - serve de trampolim (enganador?) para subir na carreira, para Fell é local de exílio - e de auto-punição? Por isso, vai tentando adaptar-se à estranha cidade, travando conhecimentos - algo que o seu carácter de solitário, obstinado e reservado, não facilita - e descobrindo (alguns d)os seus segredos e (d)os seus muitos podres.
Relato tradicional embora com laivos de originalidade, composto por vários episódios curtos – duros, negros, sombrios e violentos… - que nos vão dando a conhecer Fell e vão definindo e aprofundando o seu carácter e o daqueles com quem se vai cruzando, Fell tem tudo para agradar aos fãs de policiais, sim, mas também a todos os que gostam de uma história bem contada.
Pois é isso que faz Ellis, com um guião consistente – duro, negro, sombrio e violento – potenciado pelo traço de Templesmith, mais impressionista ao mostrar Snowtown, pintada com tons escuros que acentuam o ambiente sombrio e a violência das acções, mais caricatural no retrato dos seres humanos que a habitam e que nela parecem deslocados.
A reter
- A boa surpresa que esta edição constitui.
- - O tom sombrio, opressivo e incómodo da narrativa de Ellis…
- … que Templesmith soube captar e transmitir através do seu traço bem original.
Leituras relacionadas
Ellis,
Fell,
GFloy Studio,
Templesmith
12/12/2011
IX Troféus Central Comics (2)
Os Vencedores
Melhor Autor
Filipe Melo & Juan Cavia (Dog Mendonça e Pizza Boy vol.1)
Melhor Publicação Nacional
Melhor Publicação Nacional
As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizza Boy vol.1 (Tinta da China), de Filipe Melo, Juan Cavia e Santiago Villa
Melhor Publicação Estrangeira
Scott Pilgrim vol.1 – Na Boa Vida (Booksmile), de Brian Lee O’Malley
Melhor Publicação Clássica
Dragon Ball vol.1 – Son Goku (Edições ASA), de Akyra Toriyama
Melhor Publicação de Humor (ex-acqueo)
Cartoons do Ano 2010 (Assírio & Alvim)
O Gato do Simon vol.2 – Pula a Cerca (Objectiva), de Simon Tofield
Melhor Publicação Independente
O Amor Infinito que te Tenho (Polvo), de Paulo Monteiro
Melhor Publicação Técnica
Dicionário Universal de BD, de Leonardo de Sá (Pedranocharco)
Melhor Obra Curta
Empregado precisa-se, de J. B. Martins & Carla Rodrigues (in Zona Negra #2)
Troféu Especial do Júri
José de Matos-Cruz
11/12/2011
IX Troféus Central Comics
Data: 11 de Dezembro de 2011, às 16h
Local: Auditório do Hard Club, no Mercado Ferreira Borges, no Porto
Programa
- Cerimónia de Entrega dos IX Troféus Central Comics (apresentada por Hugo Jesus);
- Sorteio da mini-bedeteca de oferta do IX TCC (apresentado por Daniel Maia);
- Sessão de Autógrafos;
- Área comercial da loja O Lobo Mau (15H-18H)
Lançamentos editoriais
- O MENINO TRISTE: PUNK REDUX, de J.Mascarenhas (Qual Albatroz);
- Fanzines LODAÇAL COMIX #3 e LODAÇAL COMIX #4, de Rudolfo;
- Fanzine MUSCLECHOO, de Rudolfo.
Apresentações e Projecções
- Projecção do trailer/motion-comic “As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy II”, de Filipe Melo;
- Plano Editorial para 2012 da Edições ASA, com Maria José Pereira (Editora);
- PONTAS SOLTAS vol.1 – AS CIDADES, com Ricardo Cabral (Edições Asa);
- MAHOU: NA ORIGEM DA MAGIA (vol.1), com Ana Vidazinha e Hugo Teixeira (Edições Asa);
- O INFANTE PORTUGAL E AS SOMBRAS MUTANTES, de José de Matos Cruz (Apenas Livros);
- Antologias ZONA para 2012, com Fil (Editor/autor);
- Projecto SOHEI, de André Oliveira e Pedro Carvalho (Autores);
- Apresentação Especial (apenas revelada no dia do evento)
Antevisões para 2012
- THE ADVENTURES OF DOG MENDONÇA AND PIZZABOY #4, in Dark Horse Presents, de Filipe Melo e Juan Cava;
- Próximos projectos de RICARDO CABRAL (Edições Asa);
- MAHOU vol.2, de Ana Vidazinha e Hugo Teixeira (Edições Asa);
- VOYAGER vol.2, com Rui Ramos (R’lyeh Dreams);
Estarão presentes no evento vários dos nomeados a concurso e profissionais do sector, como Ana Vidazinha (autora), André Oliveira (autor/editor), Carla Rodrigues (autora), Diogo Campos (autor), Hugo Teixeira (autor), Fil (autor/editor), Filipe Pina (autor), Maria José Pereira (editora), Paulo Monteiro (autor/director da Bedeteca de Beja), Rudolfo (autor/editor), Rui Ramos (autor/editor), e ainda o autor Ricardo Cabral (a confirmar), entre muitas outras pessoas ligada à banda desenhada nacional.
* Destacamos a participação dos parceiros do evento: Loja O Lobo Mau, Arga Warga, Associação Tentáculo, Edições Asa, Filipe Melo & Dark Horse Publishing, Pato Profissional, Qual Albatroz e R’lyeh Dreams.
(Texto da responsabilidade da organização)
Local: Auditório do Hard Club, no Mercado Ferreira Borges, no Porto
Programa
- Cerimónia de Entrega dos IX Troféus Central Comics (apresentada por Hugo Jesus);
- Sorteio da mini-bedeteca de oferta do IX TCC (apresentado por Daniel Maia);
- Sessão de Autógrafos;
- Área comercial da loja O Lobo Mau (15H-18H)
Lançamentos editoriais
- O MENINO TRISTE: PUNK REDUX, de J.Mascarenhas (Qual Albatroz);
- Fanzines LODAÇAL COMIX #3 e LODAÇAL COMIX #4, de Rudolfo;
- Fanzine MUSCLECHOO, de Rudolfo.
Apresentações e Projecções
- Projecção do trailer/motion-comic “As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy II”, de Filipe Melo;
- Plano Editorial para 2012 da Edições ASA, com Maria José Pereira (Editora);
- PONTAS SOLTAS vol.1 – AS CIDADES, com Ricardo Cabral (Edições Asa);
- MAHOU: NA ORIGEM DA MAGIA (vol.1), com Ana Vidazinha e Hugo Teixeira (Edições Asa);
- O INFANTE PORTUGAL E AS SOMBRAS MUTANTES, de José de Matos Cruz (Apenas Livros);
- Antologias ZONA para 2012, com Fil (Editor/autor);
- Projecto SOHEI, de André Oliveira e Pedro Carvalho (Autores);
- Apresentação Especial (apenas revelada no dia do evento)
Antevisões para 2012
- THE ADVENTURES OF DOG MENDONÇA AND PIZZABOY #4, in Dark Horse Presents, de Filipe Melo e Juan Cava;
- Próximos projectos de RICARDO CABRAL (Edições Asa);
- MAHOU vol.2, de Ana Vidazinha e Hugo Teixeira (Edições Asa);
- VOYAGER vol.2, com Rui Ramos (R’lyeh Dreams);
Estarão presentes no evento vários dos nomeados a concurso e profissionais do sector, como Ana Vidazinha (autora), André Oliveira (autor/editor), Carla Rodrigues (autora), Diogo Campos (autor), Hugo Teixeira (autor), Fil (autor/editor), Filipe Pina (autor), Maria José Pereira (editora), Paulo Monteiro (autor/director da Bedeteca de Beja), Rudolfo (autor/editor), Rui Ramos (autor/editor), e ainda o autor Ricardo Cabral (a confirmar), entre muitas outras pessoas ligada à banda desenhada nacional.
* Destacamos a participação dos parceiros do evento: Loja O Lobo Mau, Arga Warga, Associação Tentáculo, Edições Asa, Filipe Melo & Dark Horse Publishing, Pato Profissional, Qual Albatroz e R’lyeh Dreams.
(Texto da responsabilidade da organização)
10/12/2011
Dia em cheio na Mundo Fantasma
Data: 10 de Dezembro de 2011Local: Galeria Mundo Fantasma, loja 509/510, Centro Comercial Brasília, Avenida da Boavista, 267, 1º andar, Porto
Horário: das 10h às 22h
A livraria Mundo Fantasma, no Centro Comercial Brasília, no Porto, organiza hoje o seu primeiro 12-Hour Comics Day, das 10h às 22h.
Às 17 horas será inaugurada a exposição Retroexpectativa, com originais de Jorge Mateus, que estará presente, seguindo-se a apresentação dos seguintes álbuns:
"Mahou – Na origem da magia" (ASA) de Ana Vidazinha e Hugo Teixeira
"Mr. Klunk e o Senhor Klaxon" (Livros Espontâneos), de Paulo Azevedo e Jorge Matos,
igualmente com a presença dos respectivos autores para uma sessão de autógrafos.
12-Hour Comics Day
O que é o (24) 12-Hour Comics Day?
É um evento realizado um pouco por todo o Mundo que desafia argumentistas e desenhadores para criarem um comic de 24 páginas em 24 horas consecutivas. A nossa versão é um pouco menos exigente por ser uma primeira experiência e para garantir que o comic é publicado imediatamente: criar uma história de 12 páginas em 12 horas consecutivas.
O que significa criar uma história em 12 horas?
Significa criar tudo: o texto, a arte, a arte final, cor, balonagem, revisão... tudo. Mal a caneta toque no papel ou no computador, o relógio começa a contar. Não é permitida nenhuma preparação prévia que inclui sketches, layouts, resumo de argumento... mas pode-se planear indirectamente, organizando os materiais, referências, música, comida... Cada autor deve trazer todo o material que acha que vai necessitar.
Em que formato?
As folhas não devem ser menores que A4. As folhas devem ser da proporção do A4. O trabalho pode ser a cores ou a preto e branco. Com ou sem balões.
Em que horas?
Das 10h00 às 22h00 do dia 10 de Dezembro de 2011. As horas são contínuas. Pode interromper para almoçar, mas o relógio continua. Se no fim das 12 horas a história não estiver terminada, ou utiliza a variante de Gaiman e termina como está, ou utiliza a variante de Eastman, continuando até estar pronto. São variantes que representam uma falha nobre e dentro do espírito. O importante é que tenha realmente a intenção de terminar nas 12 horas disponíveis.
Onde?
Na livraria Mundo Fantasma. Parte do dia será em mesas no corredor pois haverá também a inauguração de uma exposição (de Jorge Mateus) e lançamento de dois livros ("Mahou" de Hugo Teixeira e "Mr. Klunk e o Senhor Klaxon" de Paulo Azevedo e Jorge Matos.
Para quê?
A intenção é editar uma publicação com as histórias nos dias seguintes ao evento. Para isso cada autor compromete-se a comprar 10 exemplares (eventualmente 3,00€ x 10 = 30,00€), esse é o preço da inscrição. A tiragem será de 200 exemplares e a livraria Mundo Fantasma assegura o restante da edição. Também oferecemos um jantar rápido num dos cafés do Brasília (Brasília 3).
Há letrinhas pequenas?
São do mesmo tamanho... na publicação a capa e a ordem das histórias irá obedecer a critérios de edição subjectivos da livraria. A apresentação dos autores na capa, na contracapa ou no interior será por ordem alfabética do último nome. Histórias incompletas não serão publicadas. Se o custo de impressão for de 3,00€, o preço de venda será 5,99€O evento nestas condições está limitado a 10 autores.
O 24-Hour Comics Day original foi criado por Scott McCloud.
O desenho é do Rudolfo da Silva.
Retroexpectativa
De 10 de Dezembro de 2011 a 22 de Janeiro de 2012
De 2ª a sábado, das 10h às 20h: Domingos e feriados, das 15h às 19h
Abrirá hoje ao público, pelas 17H00, com a presença do autor, a exposição RETROEXPECTATIVA, de Jorge Mateus
(Apesar de) nascido em Angola, adoptei Lisboa como minha. suguei-lhe o meu quinhão de tágides, Tejo e tudo. Ainda a sua inverosímil luz que espalha de brancos os contornos da cidade. os magníficos recantos e pormenores, tão bem traduzidos por Cardoso Pires.
Lisboa recebeu-me de braços, bares e bairros abertos em suma e, pomposamente, um cidadão do mundo em geral e de Lisboa em particular. Não será censurável ao visitante que se questione por alma de que santa tanta algaraviada (ou mourisca) prosa sobre Lisboa aquando a presente exposição se encontra num outro pólo lusitano e, onde, quiçá poderá haver alguma-t()riv(i) alidade invicta.
A jeito de resposta o autor (eu) argumenta, acreditando como verdadeira e arrebatadora a alegação: se, por um lado tomei Lisboa, o Porto, por sua vez, ofereceu-me tudo – O Amor e um leve cinzento gótico.
Dito isto estão presentes coisas novas, coisas antigas e outras coisas – Qu’est-ce que c’est.
JORGE MATEUS (Angola, 1971) é ilustrador do semanário Expresso, das revistas Visão e Time Out, da editora Leya. Iniciou-se nos anos 1990, na revista LX Comics, tendo participado em diversos projectos colectivos, como José Muñoz: Cidade, Jazz da Solidão (Livros Horizonte/CML, 1994), Noites de Vidro (CML, 1994) ou Para Além dos Olivais (Bedeteca de Lisboa, 2000). Em 1996 encetou uma colaboração com o Diário de Notícias, como cartunista e caricaturista, que durou cerca de uma década e foi sobejamente premiada. Criou, em 2001, a editora Má Criação, da qual é director de arte, onde lançou Noites de Lisboa, mais um título de um conjunto que foi enriquecido, em 2008, com dois outros álbuns de BD: O Futuro Tem 100 Anos (Bizâncio) e Schoenberg (Tugaland). Experimentou também sentar-se na cadeira de realizador com a curta-metragem de animação 10 Contos e, em 2011, criou o atelier de ilustração mural O Meu quarto é…
Participou em diversas exposições em Portugal e no estrangeiro e foi premiado, entre outros, com o 2.º prémio do concurso do XIII Salão Luso-Galaico de Caricatura (2009), o Grande Prémio do Salão Nacional de Ilustração (2005) e o 1.º Prémio do Salão Internacional de BD Comicarte (1991).
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(Textos da responsabilidade da organização)
Horário: das 10h às 22h
A livraria Mundo Fantasma, no Centro Comercial Brasília, no Porto, organiza hoje o seu primeiro 12-Hour Comics Day, das 10h às 22h.
Às 17 horas será inaugurada a exposição Retroexpectativa, com originais de Jorge Mateus, que estará presente, seguindo-se a apresentação dos seguintes álbuns:
"Mahou – Na origem da magia" (ASA) de Ana Vidazinha e Hugo Teixeira
"Mr. Klunk e o Senhor Klaxon" (Livros Espontâneos), de Paulo Azevedo e Jorge Matos,
igualmente com a presença dos respectivos autores para uma sessão de autógrafos.
12-Hour Comics Day
O que é o (24) 12-Hour Comics Day?
É um evento realizado um pouco por todo o Mundo que desafia argumentistas e desenhadores para criarem um comic de 24 páginas em 24 horas consecutivas. A nossa versão é um pouco menos exigente por ser uma primeira experiência e para garantir que o comic é publicado imediatamente: criar uma história de 12 páginas em 12 horas consecutivas.
O que significa criar uma história em 12 horas?
Significa criar tudo: o texto, a arte, a arte final, cor, balonagem, revisão... tudo. Mal a caneta toque no papel ou no computador, o relógio começa a contar. Não é permitida nenhuma preparação prévia que inclui sketches, layouts, resumo de argumento... mas pode-se planear indirectamente, organizando os materiais, referências, música, comida... Cada autor deve trazer todo o material que acha que vai necessitar.
Em que formato?
As folhas não devem ser menores que A4. As folhas devem ser da proporção do A4. O trabalho pode ser a cores ou a preto e branco. Com ou sem balões.
Em que horas?
Das 10h00 às 22h00 do dia 10 de Dezembro de 2011. As horas são contínuas. Pode interromper para almoçar, mas o relógio continua. Se no fim das 12 horas a história não estiver terminada, ou utiliza a variante de Gaiman e termina como está, ou utiliza a variante de Eastman, continuando até estar pronto. São variantes que representam uma falha nobre e dentro do espírito. O importante é que tenha realmente a intenção de terminar nas 12 horas disponíveis.
Onde?
Na livraria Mundo Fantasma. Parte do dia será em mesas no corredor pois haverá também a inauguração de uma exposição (de Jorge Mateus) e lançamento de dois livros ("Mahou" de Hugo Teixeira e "Mr. Klunk e o Senhor Klaxon" de Paulo Azevedo e Jorge Matos.
Para quê?
A intenção é editar uma publicação com as histórias nos dias seguintes ao evento. Para isso cada autor compromete-se a comprar 10 exemplares (eventualmente 3,00€ x 10 = 30,00€), esse é o preço da inscrição. A tiragem será de 200 exemplares e a livraria Mundo Fantasma assegura o restante da edição. Também oferecemos um jantar rápido num dos cafés do Brasília (Brasília 3).
Há letrinhas pequenas?
São do mesmo tamanho... na publicação a capa e a ordem das histórias irá obedecer a critérios de edição subjectivos da livraria. A apresentação dos autores na capa, na contracapa ou no interior será por ordem alfabética do último nome. Histórias incompletas não serão publicadas. Se o custo de impressão for de 3,00€, o preço de venda será 5,99€O evento nestas condições está limitado a 10 autores.
O 24-Hour Comics Day original foi criado por Scott McCloud.
O desenho é do Rudolfo da Silva.
Retroexpectativa
De 10 de Dezembro de 2011 a 22 de Janeiro de 2012
De 2ª a sábado, das 10h às 20h: Domingos e feriados, das 15h às 19h
Abrirá hoje ao público, pelas 17H00, com a presença do autor, a exposição RETROEXPECTATIVA, de Jorge Mateus
(Apesar de) nascido em Angola, adoptei Lisboa como minha. suguei-lhe o meu quinhão de tágides, Tejo e tudo. Ainda a sua inverosímil luz que espalha de brancos os contornos da cidade. os magníficos recantos e pormenores, tão bem traduzidos por Cardoso Pires.
Lisboa recebeu-me de braços, bares e bairros abertos em suma e, pomposamente, um cidadão do mundo em geral e de Lisboa em particular. Não será censurável ao visitante que se questione por alma de que santa tanta algaraviada (ou mourisca) prosa sobre Lisboa aquando a presente exposição se encontra num outro pólo lusitano e, onde, quiçá poderá haver alguma-t()riv(i) alidade invicta.
A jeito de resposta o autor (eu) argumenta, acreditando como verdadeira e arrebatadora a alegação: se, por um lado tomei Lisboa, o Porto, por sua vez, ofereceu-me tudo – O Amor e um leve cinzento gótico.
Dito isto estão presentes coisas novas, coisas antigas e outras coisas – Qu’est-ce que c’est.
JORGE MATEUS (Angola, 1971) é ilustrador do semanário Expresso, das revistas Visão e Time Out, da editora Leya. Iniciou-se nos anos 1990, na revista LX Comics, tendo participado em diversos projectos colectivos, como José Muñoz: Cidade, Jazz da Solidão (Livros Horizonte/CML, 1994), Noites de Vidro (CML, 1994) ou Para Além dos Olivais (Bedeteca de Lisboa, 2000). Em 1996 encetou uma colaboração com o Diário de Notícias, como cartunista e caricaturista, que durou cerca de uma década e foi sobejamente premiada. Criou, em 2001, a editora Má Criação, da qual é director de arte, onde lançou Noites de Lisboa, mais um título de um conjunto que foi enriquecido, em 2008, com dois outros álbuns de BD: O Futuro Tem 100 Anos (Bizâncio) e Schoenberg (Tugaland). Experimentou também sentar-se na cadeira de realizador com a curta-metragem de animação 10 Contos e, em 2011, criou o atelier de ilustração mural O Meu quarto é…
Participou em diversas exposições em Portugal e no estrangeiro e foi premiado, entre outros, com o 2.º prémio do concurso do XIII Salão Luso-Galaico de Caricatura (2009), o Grande Prémio do Salão Nacional de Ilustração (2005) e o 1.º Prémio do Salão Internacional de BD Comicarte (1991).
Blog
(Textos da responsabilidade da organização)
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Mundo Fantasma
09/12/2011
Tex Gigante #24
Os Rebeldes de Cuba
Guido Nolitta (argumento)
Mauro Boselli (guião)
Orestes Suarez (desenho)
Mythos Editora (Brasil, Outubro de 2010)
182 x 277 mm, 242 páginas, pb, capa brochada
9,00 €
Resumo
A pedido de Henri Picard, um amigo de Montales, este último e Tex deslocam-se a Cuba, que vive um agitado período revolucionário, para tentarem encontrar o filho de Picard, raptado por um feiticeiro local.
Desenvolvimento
Nascido por inspiração da participação de Sergio Bonelli num inusitado encontro de banda desenhada que teve lugar em Cuba em 1994, esta aventura, tal como o (excelente) Tex Gigante anterior, Patagônia, leva o ranger para longe do seu local habitual de acção – mas de forma mais credível, saliente-se.
Só que, ao contrário daquele, este livro, para mim, revelou-se uma desilusão. Parcial, pelo menos. Possivelmente porque as expectativas eram altas, em função dos ecos que já me tinham chegado sobre ele mas que a sua leitura não mas confirmou.
Passo a explicar porquê.
Desde logo, pelo argumento, menos conseguido, que começa logo por ser pouco claro quanto às razões do rapto.
E que, de seguida utiliza demasiadas páginas na introdução e para descrever a chegada de Tex e Montales a Cuba e despoletar a sua inimizade com os militares locais, páginas essas que poderiam ter sido melhor utilizadas para explorar o dia-a-dia e as razões dos revolucionários cubanos e, principalmente, no confronto final entre o pragmático Tex e as artes mágicas de Rayado – evocando até os confrontos (míticos e marcantes) daquele com Mefisto.
Porque estes dois aspectos, que deveriam ser maiores e mesmo o cerne da narrativa, acabam por ser de certa forma “despachados“ em menos de um terço do livro.
E ainda pelo fraco desenvolvimento da (trágica) situação final, da forma narrada de todo desnecessária, porque serve apenas para a “conversão” (muito forçada e escusada) do fazendeiro.
Também graficamente, este Tex Gigante do cubano Orestes Suarez está bastante abaixo do virtuosismo demonstrado por Pasquale Frisenda em Patagônia. As personagens de Suarez demonstram, a espaços, alguma rigidez, o trunfo que seria o facto de ele conhecer pessoalmente os locais da acção não é suficientemente explorado, o que não invalida que revele um bom domínio da técnica de narrar em quadradinhos ao longo de todo o álbum, com uma planificação sóbria mas dinâmica que embala e conduz o leitor.
Mas, quero esclarecer, o que atrás fica escrito, no entanto, não significa que estejamos em presença de um mau western ou de uma fraca aventura de Tex, pelo contrário. Os fãs – os mesmos que me induziram em erro?! – ou mesmo alguns leitores ocasionais - encontrarão sem dúvida bons motivos para amar a história, pela temática fora do habitual que a rege. Mas eu, esperava mais, pelas tais expectativas elevadas e porque tem sido isso que me tem sido proporcionado pela maioria das edições gigantes de Tex.
A reter
- O bom desenvolvimento de algumas personagens: Etienne, Alonso, Serrano.
- Alguns aspectos positivos do argumento: as cenas em que domina a magia, a causa revolucionária, o confronto esclava-gistas/abolicionistas…
Menos conseguido
- … infelizmente insuficientemente exploradas no relato.
- A tragédia que quase encerra o livro, forçada e de todo desnecessária.
(Texto piublicado originalmente no Tex Willer Blog)
Guido Nolitta (argumento)
Mauro Boselli (guião)
Orestes Suarez (desenho)
Mythos Editora (Brasil, Outubro de 2010)
182 x 277 mm, 242 páginas, pb, capa brochada
9,00 €
Resumo
A pedido de Henri Picard, um amigo de Montales, este último e Tex deslocam-se a Cuba, que vive um agitado período revolucionário, para tentarem encontrar o filho de Picard, raptado por um feiticeiro local.
Desenvolvimento
Nascido por inspiração da participação de Sergio Bonelli num inusitado encontro de banda desenhada que teve lugar em Cuba em 1994, esta aventura, tal como o (excelente) Tex Gigante anterior, Patagônia, leva o ranger para longe do seu local habitual de acção – mas de forma mais credível, saliente-se.
Só que, ao contrário daquele, este livro, para mim, revelou-se uma desilusão. Parcial, pelo menos. Possivelmente porque as expectativas eram altas, em função dos ecos que já me tinham chegado sobre ele mas que a sua leitura não mas confirmou.
Passo a explicar porquê.
Desde logo, pelo argumento, menos conseguido, que começa logo por ser pouco claro quanto às razões do rapto.
E que, de seguida utiliza demasiadas páginas na introdução e para descrever a chegada de Tex e Montales a Cuba e despoletar a sua inimizade com os militares locais, páginas essas que poderiam ter sido melhor utilizadas para explorar o dia-a-dia e as razões dos revolucionários cubanos e, principalmente, no confronto final entre o pragmático Tex e as artes mágicas de Rayado – evocando até os confrontos (míticos e marcantes) daquele com Mefisto.
Porque estes dois aspectos, que deveriam ser maiores e mesmo o cerne da narrativa, acabam por ser de certa forma “despachados“ em menos de um terço do livro.
E ainda pelo fraco desenvolvimento da (trágica) situação final, da forma narrada de todo desnecessária, porque serve apenas para a “conversão” (muito forçada e escusada) do fazendeiro.
Também graficamente, este Tex Gigante do cubano Orestes Suarez está bastante abaixo do virtuosismo demonstrado por Pasquale Frisenda em Patagônia. As personagens de Suarez demonstram, a espaços, alguma rigidez, o trunfo que seria o facto de ele conhecer pessoalmente os locais da acção não é suficientemente explorado, o que não invalida que revele um bom domínio da técnica de narrar em quadradinhos ao longo de todo o álbum, com uma planificação sóbria mas dinâmica que embala e conduz o leitor.
Mas, quero esclarecer, o que atrás fica escrito, no entanto, não significa que estejamos em presença de um mau western ou de uma fraca aventura de Tex, pelo contrário. Os fãs – os mesmos que me induziram em erro?! – ou mesmo alguns leitores ocasionais - encontrarão sem dúvida bons motivos para amar a história, pela temática fora do habitual que a rege. Mas eu, esperava mais, pelas tais expectativas elevadas e porque tem sido isso que me tem sido proporcionado pela maioria das edições gigantes de Tex.
A reter
- O bom desenvolvimento de algumas personagens: Etienne, Alonso, Serrano.
- Alguns aspectos positivos do argumento: as cenas em que domina a magia, a causa revolucionária, o confronto esclava-gistas/abolicionistas…
Menos conseguido
- … infelizmente insuficientemente exploradas no relato.
- A tragédia que quase encerra o livro, forçada e de todo desnecessária.
(Texto piublicado originalmente no Tex Willer Blog)
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Dezembro de 2011
Devir
Blankets
Craig Thompson
Publicada pela primeira vez em 2003, esta obra tornou-se um clássico e uma das referências das novelas gráficas.
É a história do crescimento de um rapaz nascido no Wisconsin, no seio de uma família e comunidade extremamente devotas. Percorre o caminho da infância até à entrada da universidade, e centra-se no relacionamento com os seus pais, o irmão mais novo e a sua primeira namorada, sempre sob o pano de fundo do questionamento religioso.
O que torna esta obra tão profundamente bela é a atenção aos pequenos detalhes dos grandes movimentos da vida. A descoberta do amor, a perda da fé, o amor familiar, as descobertas e as incertezas, o ridículo e o trágico, todos estes grandes temas são tratados com uma intimidade e sensibilidade que nos arrasta para a narrativa e nos deixa a relembrar o nosso próprio processo de crescimento. Só com emoções se tocam emoções.
Prémios
Harvey Award para Melhor Cartoonist, Melhor álbum gráfica de trabalho original (2004)
Eisner Award para Melhor Álbum Gráfico, Melhor Escritor/Desenhador (2004)
Ignatz Award para Melhor Artista e Melhor Novela Gráfica ou Coleção (2004)
Prix de la Critique – Association des Critiques et Journalistes de Bande Dessinée – France (2005)
Lista da Time das 10 melhores Novelas Gráficas de Sempre (2005)
The Walking Dead – Vol. 02, Um Longo Caminho
Robert Kirkman, Charlie Adlard e Cliff Rathburn
Este é o 2º volume da série de grande sucesso que já tem direito a série de televisão.
Neste volume o grupo de Rick aumenta, mas serão estas pessoas de confiança? Lori tem uma grande notícia para partilhar com todos, mas apesar do grupo encontrar um local seguro para viver, nem tudo é o que parece...
A situação passa de má a pior quando um dos elementos do grupo sofre um acidente grave, e a ajuda tem um gosto amargo...
ASA
A Arte das Aventuras de Tintin
Cris Guise
Livros Espontâneos
Mr. Klunk e o Senhor Klaxon
Jorge Matos e Paulo Azevedo
“Mr. Klunk e o Senhor Klaxon” é o título abrangente dos 5 actos que compõem este livro. São cinco estações frias balançadas entre uma linguagem por vezes crua, por vezes poética, e que dão corpo a duas personagens, um homem e um cão, que se entrelaçam numa vagabunda amizade que na maior parte das vezes é composta por atritos.
Klunk é um orgulhoso diletante com duas paixões na vida, a literatura e a corrida, e que chega à meia-idade consumido pelas suas dúvidas existenciais e por uma vida adiada.
Klaxon é um cão de rua que nas ocasiões de maior introspecção pensa Fernando Pessoa. Um dos momentos centrais deste livro é o despertar da Fé em Klaxon. Em a “Maldita Fé” (4º acto do livro), Klaxon encontra-se dividido entre a sua condição canina e a procura da Humanidade, cujo fim é a sua salvação eterna.
Bizâncio
Baby Blues #28 – Corta!
Rick Kirkman e Jerry Scott
Shaun Tan
Emigrantes em busca de um futuro melhor, refugiados políticos, deslocados de guerra… esta novela gráfica sem palavras de Shaun Tan é uma magistral homenagem a todos aqueles que empreenderam uma viagem definitiva, física e existencial, nas suas vidas. O protagonista de “Emigrantes” deixa o seu lar e a sua família, uma cidade mergulhada na crise, e é acolhido por um país onde enfrenta uma língua desconhecida, costumes diferentes e incertezas. A obra plasma também a nostalgia pelos entes queridos, as experiências de outros emigrantes, o duro processo de adaptação à nova realidade, a passagem do tempo e a hospitalidade da povoação.
(Textos da responsabilidade das editoras)
Devir
Blankets
Craig Thompson
Publicada pela primeira vez em 2003, esta obra tornou-se um clássico e uma das referências das novelas gráficas.
É a história do crescimento de um rapaz nascido no Wisconsin, no seio de uma família e comunidade extremamente devotas. Percorre o caminho da infância até à entrada da universidade, e centra-se no relacionamento com os seus pais, o irmão mais novo e a sua primeira namorada, sempre sob o pano de fundo do questionamento religioso.
O que torna esta obra tão profundamente bela é a atenção aos pequenos detalhes dos grandes movimentos da vida. A descoberta do amor, a perda da fé, o amor familiar, as descobertas e as incertezas, o ridículo e o trágico, todos estes grandes temas são tratados com uma intimidade e sensibilidade que nos arrasta para a narrativa e nos deixa a relembrar o nosso próprio processo de crescimento. Só com emoções se tocam emoções.
Prémios
Harvey Award para Melhor Cartoonist, Melhor álbum gráfica de trabalho original (2004)
Eisner Award para Melhor Álbum Gráfico, Melhor Escritor/Desenhador (2004)
Ignatz Award para Melhor Artista e Melhor Novela Gráfica ou Coleção (2004)
Prix de la Critique – Association des Critiques et Journalistes de Bande Dessinée – France (2005)
Lista da Time das 10 melhores Novelas Gráficas de Sempre (2005)
The Walking Dead – Vol. 02, Um Longo Caminho
Robert Kirkman, Charlie Adlard e Cliff Rathburn
Este é o 2º volume da série de grande sucesso que já tem direito a série de televisão.
Neste volume o grupo de Rick aumenta, mas serão estas pessoas de confiança? Lori tem uma grande notícia para partilhar com todos, mas apesar do grupo encontrar um local seguro para viver, nem tudo é o que parece...
A situação passa de má a pior quando um dos elementos do grupo sofre um acidente grave, e a ajuda tem um gosto amargo...
ASA
A Arte das Aventuras de Tintin
Cris Guise
A ARTE DE “AS AVENTURAS DE TINTIN”, que conta com prefácios de Steven Spielberg e Peter Jackson é um livro em capa dura e sobrecapa, profusamente ilustrado, que acompanha o lançamento do novo filme da Paramount Pictures e da Columbia Pictures, o qual tem como ponto de partida os álbuns de Tintin, o célebre repórter criado por Hergé e cujas aventuras a ASA tem vindo a publicar desde 2010.
A animação, efeitos visuais e design deste filme em 3D foram desenvolvidos pela Weta (responsável por filmes de sucesso como “O Senhor dos Anéis” ou “Avatar”), tendo o livro sido criado pelos mesmos artistas que transpuseram a obra de Hergé para o grande ecrã. Desde as primeiras ilustrações conceptuais às cenas tais como as vimos no ecrã, passando pelo material que foi sendo entretanto desenvolvido, este livro oferece uma visão única do processo criativo que envolve a feitura de um filme deste género.
Livros Espontâneos
Mr. Klunk e o Senhor Klaxon
Jorge Matos e Paulo Azevedo
“Mr. Klunk e o Senhor Klaxon” é o título abrangente dos 5 actos que compõem este livro. São cinco estações frias balançadas entre uma linguagem por vezes crua, por vezes poética, e que dão corpo a duas personagens, um homem e um cão, que se entrelaçam numa vagabunda amizade que na maior parte das vezes é composta por atritos.
Klunk é um orgulhoso diletante com duas paixões na vida, a literatura e a corrida, e que chega à meia-idade consumido pelas suas dúvidas existenciais e por uma vida adiada.
Klaxon é um cão de rua que nas ocasiões de maior introspecção pensa Fernando Pessoa. Um dos momentos centrais deste livro é o despertar da Fé em Klaxon. Em a “Maldita Fé” (4º acto do livro), Klaxon encontra-se dividido entre a sua condição canina e a procura da Humanidade, cujo fim é a sua salvação eterna.
Bizâncio
Baby Blues #28 – Corta!
Rick Kirkman e Jerry Scott
Dirigido por Kirkman e Scott, Corta! é uma filmagem a partir do interior do lar dos MacPherson, uma família perfeitamente normal com vidas perfeitamente caóticas.
Este 28.º volume de Baby Blues continua a ilustrar magistralmente porque é que nunca há pensos rápidos em stock, de que forma as tagarelices e as provocações rapidamente degeneram em castigos e porque é que as visitas ao dentista ou ao mecânico ocorrem sempre em alturas de desequilíbrio orçamental.
Kalandraka
EmigrantesShaun Tan
Emigrantes em busca de um futuro melhor, refugiados políticos, deslocados de guerra… esta novela gráfica sem palavras de Shaun Tan é uma magistral homenagem a todos aqueles que empreenderam uma viagem definitiva, física e existencial, nas suas vidas. O protagonista de “Emigrantes” deixa o seu lar e a sua família, uma cidade mergulhada na crise, e é acolhido por um país onde enfrenta uma língua desconhecida, costumes diferentes e incertezas. A obra plasma também a nostalgia pelos entes queridos, as experiências de outros emigrantes, o duro processo de adaptação à nova realidade, a passagem do tempo e a hospitalidade da povoação.
(Textos da responsabilidade das editoras)
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06/12/2011
Sous L’Entonnoir
Sibylline (argumento)Natacha Sicaud (desenho)
Delcourt (França, 19 de Outubro de 2011)
194 x 255 mm, 144 p., cor, cartonado
17,50 €
Resumo
Aline ficou órfã de mãe aos 7 anos, quando esta se matou com um tiro de carabina na barriga. Aos 17 tentou suicidar-se ingerindo medicamentos.
Sous l’entonnoir aborda o período de cerca de um mês em que esteve internada numa instituição psiquiátrica.
Desenvolvimento
Mas desengane-se quem imagina aqui uma versão em BD do célebre Voando sobre um ninho de cucos ou uma denúncia desabrida dos métodos e tratamentos infligidos aos doentes por enfermeiros e médicos.
Obra autobiográfica, baseada na experiência real da argumentista, escrita cerca de 15 anos após as situações narradas no livro, Sous l’entonnoir é antes uma obra extremamente pudica e contida, mais uma catarse pessoal do que obra de auto-comiseração, denúncia ou louvor. Apenas um retrato – algo destorcido pela memória de uma paciente (não muito doente)? – do quotidiano e das situações banais – no contexto – da instituição.
Por isso – apesar disso? talvez por isso? – a obra é tocante e emotiva porque Sibylline e natacha Sicaud conseguiram passar para os quadradinhos do papel a angústia, a tensão, a demanda, o sofrimento, as dúvidas, os receios, as dificuldades de comunicação, a coabitação com o bizarro e o anormal, a solidão partilhada com quem se desconhece, com quem não se comunica, com alguém cujas histórias não se conhecem, experimentados no hospital psiquiátrico ao longo de um mês que – para os leitores e para a protagonista – pareceu muito mais tempo.
Efeito voluntário, acentuado pelo ritmo pausado da narrativa, pela sua estrutura, assente em capítulos curtos mas incisivos, pelo traço despojado mas seguro no retratar de poses e olhares, pelas poucas palavras e os muitos silêncios – incómodos – que percorrem as páginas de Sous l’entonnoir.
A reter
- O pudor da narrativa, completamente despido de qualquer pretensão sensacionalista.
- A forma como as autoras conseguiram materializar nos quadradinhos o ambiente opressivo e tenso da clínica.
Curiosidade
- A argumentista chama-se Sibyline porque o seu pai, grande leitor de banda desenhada, admirava bastante a pequena ratinha criada por Raymond Macherot.
Delcourt (França, 19 de Outubro de 2011)
194 x 255 mm, 144 p., cor, cartonado
17,50 €
Resumo
Aline ficou órfã de mãe aos 7 anos, quando esta se matou com um tiro de carabina na barriga. Aos 17 tentou suicidar-se ingerindo medicamentos.
Sous l’entonnoir aborda o período de cerca de um mês em que esteve internada numa instituição psiquiátrica.
Desenvolvimento
Mas desengane-se quem imagina aqui uma versão em BD do célebre Voando sobre um ninho de cucos ou uma denúncia desabrida dos métodos e tratamentos infligidos aos doentes por enfermeiros e médicos.
Obra autobiográfica, baseada na experiência real da argumentista, escrita cerca de 15 anos após as situações narradas no livro, Sous l’entonnoir é antes uma obra extremamente pudica e contida, mais uma catarse pessoal do que obra de auto-comiseração, denúncia ou louvor. Apenas um retrato – algo destorcido pela memória de uma paciente (não muito doente)? – do quotidiano e das situações banais – no contexto – da instituição.
Por isso – apesar disso? talvez por isso? – a obra é tocante e emotiva porque Sibylline e natacha Sicaud conseguiram passar para os quadradinhos do papel a angústia, a tensão, a demanda, o sofrimento, as dúvidas, os receios, as dificuldades de comunicação, a coabitação com o bizarro e o anormal, a solidão partilhada com quem se desconhece, com quem não se comunica, com alguém cujas histórias não se conhecem, experimentados no hospital psiquiátrico ao longo de um mês que – para os leitores e para a protagonista – pareceu muito mais tempo.
Efeito voluntário, acentuado pelo ritmo pausado da narrativa, pela sua estrutura, assente em capítulos curtos mas incisivos, pelo traço despojado mas seguro no retratar de poses e olhares, pelas poucas palavras e os muitos silêncios – incómodos – que percorrem as páginas de Sous l’entonnoir.
A reter
- O pudor da narrativa, completamente despido de qualquer pretensão sensacionalista.
- A forma como as autoras conseguiram materializar nos quadradinhos o ambiente opressivo e tenso da clínica.
Curiosidade
- A argumentista chama-se Sibyline porque o seu pai, grande leitor de banda desenhada, admirava bastante a pequena ratinha criada por Raymond Macherot.
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