Vitor Cafaggi
Edição de autor
(Brasil, Novembro de 2011)
92 p., pb e branco e
rosa
R$ 12,00
Nota Prévia
Embora exista uma edição em papel, confesso – lamentando –
que o que adiante escrevo se baseia na leitura online das primeiras 64 pranchas
de “Valente para sempre”, originalmente publicadas no jornal “O Globo”,
disponíveis aqui.
Desenvolvimento
Com “Valente para sempre”, Vítor Cafaggi revela-se, mais uma
vez, um dos mais sensíveis e interessantes novos autores brasileiros.
Depois de “As Incríveis Aventuras do Pequeno Parker”, terna
e deliciosa ficção sobre a infância de Peter Parker e de muitos outros
integrantes do universo Marvel (disponíveis para leitura no mesmo blog e que
urge editar em livro), agora este “Valente para sempre” revisita o conturbado e
assustador período da adolescência por que todos passamos, no qual surgem os
primeiros amores, as primeiras ilusões – e as primeiras e catastróficas decepções
– que nos fazem sentir capazes das maiores proezas ou os mais infelizes de
todos os seres humanos (e no qual formamos boa parte do nosso caracter e nos
preparamos (ou não) para enfrentar a vida adulta), quando os sonhos mais loucos
e exaltados teimam em chocar com a dura e inevitável realidade.
E, de novo, Cafaggi retrata-o com uma poesia, um humor leve e ternurento e uma sensibilidade irresistíveis que tocam o leitor, o prendem e o obrigam a ler prancha após prancha – a visitar o blog semana após semana – para saber como (o cãozinho) Valente - com a ajuda da (macaquinha) Bu - consegue – ou não… - comunicar os seus sentimentos à bela (gatinha) Dama, primeiro, e depois – após uma trágica separação! - à doce (pandinha) Princesa.
Porque, apesar desta opção por (pequenos e fofos) animais
antropomorfizados, traçados de forma simples mas muito expressiva e agradável,
e preenchidos em tons de branco e cinza, no início, ou de um rosa acastanhado
sujo (que faz toda a diferença), Cafaggi consegue que nos identifiquemos perfeitamente
com eles, com os seus sonhos, anseios, medos e hesitações, numa prova
inequívoca de que por detrás destas belas pranchas aos quadradinhos há muito de
verdade.
A verdade que já experimentaram todos aqueles que se apaixonaram - na adolescência, em qualquer idade? – mudando, por isso, hábitos, rotinas, opções, gostos – sei lá que/quanto mais! – para conseguir mais uns momentos perto do alvo da nossa paixão, trocar mais algumas palavras, caminhar ao seu lado durante mais alguns metros, ter vontade de prolongar para sempre o toque dos dedos, o aperto da mão, um abraço, o roçar de uns lábios, para sentir que o dia horrível valeu a pena pelo instante em comum que conseguimos viver…
… naquela idade em que, apesar de todos os medos,
inseguranças e desilusões, amanhã é sempre um novo dia que pode vir repleto de
surpresas!