12/01/2013
Tintin por... Marcel Ruijters
11/01/2013
Death Note #3 e #4
#3 – Corrida louca
#4 – Amor
Tsugumi Ohba
(argumento)
Takeshi Obata
(desenho)
Devir
(Portugal, Outubro/Novembro
de 2012)
130 x 190 mm, 200
p., pb, brochado
9,99 €
Se tivesse que escolher apenas um adjectivo para classificar
Death Note, entre os vários aplicáveis, seria, possivelmente, viciante.
Tendo pegado no volume #3, para continuar a ler esta densa
trama policial de tom fantástico, só consegui parar no final do tomo #4, tendo
ficado a salivar por mais.
Na verdade, quando parecia que nos dois livros iniciais tudo
já tinha ficado mais ou menos definido em termos de estrutura do relato, nestas
400 páginas (apenas cerca de 17 % da obra integral), as surpresas e volte-faces
concretizados ou apenas anunciados são vários.
A abrir, tempos o confronto directo entre L - o detective
encarregado de descobrir quem anda a assassinar criminosos e polícias à
distância - e Kira – aliás Light Yagami, o assassino, detentor do Death Note,
um caderno que confere ao seu detentor o poder de matar todos aqueles cujo nome
escrever nele. Autêntico “mind games”, este confronto, tenso e dramático, em
que ambos os contendores antecipam e tentam ludibriar o seu adversário, evoca
um brilhante jogo de xadrez, e vai-se desenvolvendo, de forma dramática, ao
longo destes dois livros
Mas, depois, de surpresa em surpresa, surge um segundo
“Kira”, L e Light desenvolvem uma improvável relação de amizade, este último encontra
Misa Amane, que se torna a sua surpreendente namorada e ambos terminam presos
no final do quarto tomo.
Se graficamente a obra continua a exibir um nível elevado,
num tom bastante realista, que numa planificação muito diversificada privilegia
os grandes planos, fortes e expressivos, que ajuda a consolidar e a dar
credibilidade ao relato, é no argumento que “Death Note” se distingue, pela
forma como Ohba estrutura a narrativa.
Ao tom policial e fantástico que a
marcam desde o início, acrescenta um contido retrato crítico da sociedade
japonesa, explora a importância da televisão no mundo de hoje e explora os
sentimentos que se estabelecem entre os principais protagonistas como mais uma
via do seu relato.
Tudo isto num crescendo de tensão, apesar do ritmo propositadamente
lento que serve para explorar até ao âmago cada uma das situações congeminadas.
E conseguindo manter, apesar das sucessivas surpresas para o leitor, a elevada
qualidade e o tom de suspense que leva a querer chegar depressa ao fim da
série, parecendo parecer displicente o bom ritmo de publicação (4 tomos num
ano) que a Devir tem conseguido.
Leituras relacionadas
Death Note,
Devir,
Obata,
Ohba
10/01/2013
A arte de... Laurent Bonneau
Douce Pincée de Lèvres en ce Matin d'Eté
Laurent Bonneau
Dargaud
(França, Janeiro de 2013)
222 x 295 mm, 112 p., cor, cartonado
16,45 €
Leituras relacionadas
A arte de...,
Bonneau,
Dargaud
09/01/2013
Batman - Asilo Arkham
Uma séria casa em um sério mundo
Grant Morrison (argumento)
Dave McKean (desenhos)
Panini Comics (Brasil, Novembro de 2012)
170 x 260 mm, 216 p., cor, cartonado
No início dos anos 80, Batman, à imagem do mercado de comics,
era uma personagem que parecia gasta e esgotada.
Foi então que três obras (mais
o filme de Tim Burton) contribuíram para a sua renovação, em especial pela
forma como salientaram o lado mais negro do Homem-Morcego: “O regresso do
Cavaleiro das Trevas” (1986), de Frank Miller, “A piada mortal” (1988), de Alan
Moore e Brian Bolland, e “Batman – Asilo Arkham” (1989) que, como as
anteriores, é bem mais do que uma aventura de Batman, não só pela viagem
psicológica pela mente humana e pelos limites da sanidade/loucura, mas também
pelo brilhante trabalho experimental do ilustrador Dave McKean.
Como ponto de partida da narrativa, está uma revolta dos
criminosos internados no Asilo Arkham, que exigem a presença de Batman, que os
prendeu a todos, em troca da vida dos reféns que fizeram, desafio que Batman
aceita. Um Batman que nunca se vê, só se vislumbrando esboçado, como sombra ou
esbatido em ambientes enevoados.
Este é, aliás, o aspecto geral da obra, já que raramente as
imagens são nítidas e bem contrastadas. Excepções há poucas: um cinzeiro de
vidro, uma cartão do Teste de Rorschach, uma carta de Tarot…
Ou seja, só não é difuso o que é palpável, os pontos de
contacto com a sã (?) normalidade, como também acontece quando Batman se sangra
a si próprio para se manter alerta – lúcido – na sua fuga pelo manicómio,
acossado pelos vilões.
Um Batman que enfrenta este dilema (onde está a fronteira
entre a normalidade e a loucura?) ao longo de todo o livro. Por isso revela
“sentir-se em casa” quando entra no asilo ou o receio de estar louco, de se
poder equiparar aqueles que combate. Um Batman que parte ferido no seu
amor-próprio pelas alusões de homossexualidade que o Joker lhe faz à chegada,
que facilmente estropia e mata, ao lutar pela sua sobrevivência (só?) e por
manter a sua sanidade, mesmo que isso implique portar-se como um louco aos
olhos do leitor. A quem não surpreende, por isso, o tétrico convite que o
Joker, líder da rebelião, faz no final a Batman: “quando as coisas correrem
mal, há sempre um lugar para ti, aqui dentro”.
A narrativa vai sendo intercalada com a história do próprio
asilo - criado por um louco e regido por estranhas noções: “Por vezes é preciso
destruir” (a personalidade) “para se reconstruir”, para curar (!?) - imaginado
nos anos 70 por Dennis O’Neil, em homenagem à cidade fictícia de Lovecraft,
cuja influência, em termos de ambiente de terror, se reconhece nesta obra,
mostrando como ambas as histórias se interligam, como o edifício (a
instituição?) subverte e influencia quem nele entra.
Mas não só Lovecraft é citado, sendo diversas as referências
literárias que Grant Morrison vai deixando para o leitor descobrir, não sendo
de todo inocentes as citações de Lewis Carrol, que abrem e fecham esta
narrativa, a que só se pode apontar a excessiva linearidade de algumas
analogias.
O notável trabalho de Dave McKean, que revela aqui já a multiplicidade de
técnicas com que viria a salientar-se como reputado designer, autor de centenas
de capas de livros, revistas e discos e de bandas desenhadas como “Cages”, é o
primeiro sinal distintivo desta obra, pela forma como McKean combina design,
ilustração e colagem, de forma densa e expressiva, complementando o argumento
de Morrison e permitindo segundas leituras e sentidos, com os elementos que
servem de fundo a muitas das pranchas a poderem encaminhar o leitor para
diversas interpretações, todas válidas, todas possíveis.
À medida, talvez, da loucura de cada um…
(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de
20 de Fevereiro de 2005, a propósito da edição portuguesa da Devir; com
excepção da capa, as imagens que ilustram este texto também foram retiradas
dessa edição)
08/01/2013
Vencedores do Passatempo Comics Star Wars
E pronto, está encerrado este primeiro passatempo d’As Leituras do Pedro em colaboração com a editora Planeta DeAgostini.
É tempo de revelar as respostas e de conhecer os vencedores.
Antes, uma curta nota para referir que pensava que a
pergunta colocada era mais simples. Nenhum dos participantes deu a resposta
completa, sendo vencedores os dois que mais se aproximaram dela.
Assim, dar uma resposta completa à questão "Qual o(o) título(s) das
mini-séries Star Wars já lançadas pela Planeta DeAgostini em Portugal?", implicava indicar os cinco títulos seguintes:
Star Wars – O Conselho Jedi (2
volumes)
Star Wars – O Fim Do Infinito (2 volumes)
Star Wars – StarWars - Qui-Gon & Obi-Wan
Star Wars – JangoFett,
Época De Caça (4 volumes)
Star Wars – Episódio II - O Ataque
dos Clones (4 volumes)
Optimus
Prime (Manuel Ferreira)
que indicou quatro dos cinco títulos
André
Azevedo
que indicou três dos cinco títulos
Para atribuir o segundo lugar foi necessário utilizar
o critério de desempate previsto, tendo a estimativa de 1000 comentários do André
Azevedo ficado mais próxima (por defeito) dos 1977 comentários que realmente
foram feitos neste blog até ontem às 15h.
Os dois vencedores vão receber em casa o n.º 1 da colecção
Comics Star Wars, que é posto à venda em Portugal na próxima quinta-feira, dia 10 de Janeiro.
À Planeta DeAgostini e a todos os que participaram, o meu
muito obrigado!
Leituras relacionadas
Passatempo,
Planeta DeAgostini,
Star Wars
Biogra Fria – O pequeno outro
Topedro
Ar.Ed (Portugal, Dezembro de 2012)
150 x 230 mm, 100 p., pb,
brochado
9,00 €
Hesitei em trazer aqui este livro, porque as primeiras 60
páginas correspondem a “Auto Grafia – O nome do Pai” já aqui referenciado.
No entanto, a leitura atenta convenceu-me. Extensão daquela
(auto)biografia (ou uma versão díspar dela…?), destaca-se agora pelo facto de
as memórias transcritas para o papel se esfiarem ao ritmo das paixões,
namoradas e conquistas (não, não é tudo a mesma coisa…) enquanto que as outras
desfilavam sobre as quatro rodas dos carros conduzidos.
Curiosamente – e essa é uma das razões para este regresso de
Topedro às minhas leituras, a quem admiro a naturalidade das posições femininas
e a sensualidade de muitas – o tom é (enganadoramente?) o mesmo, como se ambas
as (suas) referências biográficas – carros e mulheres – fossem apenas âncoras –
similares? - das suas memórias…
Que, apesar de memórias, são desfiadas (quase sempre) num tom estranhamente distante e desprovido de emoções, como se fosse narrada a biografia de outrem, sem qualquer interesse.
Ou, noutra perspectiva, carros e mulheres funcionariam como
elementos unificadores destes relatos, obviamente complementares, que, no
entanto, podem existir independentemente, como o autor prova nas duas partes
que compõem o actual volume.
Por tudo o que atrás fica escrito, podendo ser um exercício
interessante tentar “montar” a biografia de Topedro a partir dos dois relatos, “combinando”
carros e mulheres em cada momento, fico-me pela proposta da análise das
primeiras quatro páginas de cada um dos relatos, para descobrirem como o mesmo
texto – escrito – embora por ordem diversa, assume tom e significado distinto
de acordo com as imagens que o acompanham…
Algo que, no fundo, talvez se possa classificar como manipulação das
memórias…
07/01/2013
Passatempo Comics Star Wars
PASSATEMPO TERMINADO
As Leituras do Pedro em colaboração com a editora PlanetaDeAgostini promovem um passatempo relacionado com o lançamento, no próximo dia 10, da colecção Comics Star Wars.
O regulamento deste passatempo é o seguinte:
1. O passatempo terá a duração de 24 horas, desde as 15h30 do dia 7 de Janeiro de 2013 até às 15h29 do dia 8 de Janeiro de 2013.
2. O prémio são dois exemplares do primeiro volume daquela
colecção, que a Planeta DeAgostini enviará para a morada dos dois vencedores.
3. Poderão participar todos aqueles que indicarem uma morada
válida em Portugal Continental ou nas Regiões Autónomas dos Açores ou da
Madeira.
4. Os participantes terão de responder às perguntas seguintes:
4.1. Qual o(o) título(s) das
mini-séries Star Wars já lançadas pela Planeta DeAgostini em Portugal?
4.2. Quantos comentários já foram
feitos neste blog até às 15h00 do dia 7 de Janeiro de 2013?
5. Os vencedores serão os dois participantes que respondam
correctamente à primeira pergunta ou mais se aproximem da resposta certa. A
segunda serve apenas como critério de desempate, se necessário. Neste caso,
serão vencedores os dois participantes que se aproximem mais, por defeito, do
número de comentários. Este será comprovado por um printscreen que fiz e que
publicarei amanhã, juntamente com as respostas à primeira pergunta e o nome dos
dois vencedores.
6. A resposta à primeira pergunta deverá ser feita por
correio electrónico para pedro.cleto64@gmail.com.
7. A segunda resposta, que valida a primeira, deverá ser
dada num comentário neste post. Em caso de empate será vencedor quem tiver
comentado primeiro.
8. A resposta, certa ou errada, à primeira pergunta, num
comentário, implicará a exclusão imediata de quem o fizer.
9. A participação neste passatempo pressupõe a aceitação
integral deste regulamento.
Optei por uma questão relativamente simples, para
possibilitar a participação do maior número possível de interessados. Agora, toca
a responder!
Boa sorte a todos!
Leituras relacionadas
Passatempo,
Planeta DeAgostini,
Star Wars
O Mistério do Traction 22
As Investigações de Margot #1
Olivier Marin (argumento e desenho)
Emilio Van Der Zuiden (desenho)
NetCom2 Editorial
(Portugal, Dezembro de 2012)
240 x 320 mm, 48 p., cor, cartonado
15,00 €
Resumo
Margot é uma jovem estagiária de uma revista desportiva a
quem entregam uma reportagem “impossível”: descobrir o rasto do mítico Citroen
Traction 22, um protótipo dos anos 30 que nunca chegou à linha de produção.
Mas, decidida a fazer boa figura, insistente e perspicaz, Margot
acaba por chegar bem mais longe do que esperavam os colegas que contavam rir-se
à sua custa…
Desenvolvimento
O aparecimento de uma nova editora em Portugal é uma boa
notícia. Para mais, porque tem um plano editorial bem definido – decalcado do
que é seguido (com sucesso) pela casa mãe espanhola – o que não tem acontecido muitas
vezes entre nós.
No caso, o estilo é a linha clara e o modelo aquele que fez
a glória da banda desenhada franco-belga. Dirigido, por isso, a um público
específico, possivelmente saudosista da revista Tintin, embora não sejam os
seus heróis aqueles que vão encontrar (o que não invalida que estas primeiras
apostas não encaixassem perfeitamente na sua linha editorial).
“As investigações de Margot”, primeira das duas séries
disponibilizadas (a segunda é “Keos”, de sobre a qual conto escrever em breve),
para além das características já indicadas atrás, tem como atractivo extra - para
um segmento específico, onde se encontram, por exemplo, os fãs de Michel Vaillant
– a temática automóvel, neste caso em torno da marca Citroen.
Com os defeitos geralmente associados ao tomo inicial de uma
série de autores também em estreia – um desenho aqui e ali inseguro, ainda à procura
da sua própria identidade; a falta de familiaridade com as personagens; uma ou
outra falha argumental – “O mistério do Traction 22”, ambientado no final da
década de 1950, revela-se uma leitura ligeira e despreocupada, com uma
construção relativamente consistente, em crescendo, com algumas surpresas pelo
meio e próxima do registo policial pelo tom de investigação que assume, da qual
ressalta a paixão do argumentista (e desenhador dos cenários e viaturas!) pela
história automóvel. De realçar ainda o toque de realismo devido ao facto de o
tema central do livro se basear num mistério real, pois o Citroen Traction 22 existiu
mesmo, sabendo-se que foram fabricados dele apenas entre 6 e 20 exemplares.
Van Der Zuiden é um pouco vítima da indefinição do tom deste
de estreia, onde ressalta um erotismo demasiado púdico e um espírito algo
benevolente, mas a clara evolução do seu traço ao longo do álbum e algumas
belas vinhetas e páginas nele incluídas deixam vontade de descobrir novos
trabalhos deste autor.
A reter
- Uma nova editora de BD é sempre uma boa notícia.
- O toque de credibilidade dado pela base verídica da
história.
- A bela Margot que Van Der Zuiden nos mostra a espaços.
- O dossier que encerra o álbum, com a “justificação” de
Olivier Marin para a série…
- … e com o Traction 22 e Margot desenhados por outros
autores. Que deixa água na boca ao imaginar a série ilustrada por Romain
Hugault…!
Menos conseguido
- A parca distribuição deste álbum (disponível apenas online, onde é possível ler as primeiras páginas deste álbum e em lojas seleccionadas) o que lhe retira visibilidade e, consequentemente, vendas(?).
- Alguma indefinição em termos do tom a adoptar, apesar de
tudo “desculpáveis” num primeiro álbum.
Leituras relacionadas
Marin,
NetCom 2,
Van Der Zuiden
Blogues do Ano 2012
As Leituras
do Pedro são um dos candidatos à distinção de Blog do Ano 2012, na categoria de
Banda Desenhada, numa iniciativa promovida pela segunda vez pelo blog Aventar.
Fiz essa
inscrição, por dois motivos principais.
O primeiro,
corresponder a um desafio do Nuno Amado, do Leituras de BD, para tornar
possível a abertura de uma categoria de Banda Desenhada – o mínimo eram 7
inscrições – algo que foi plenamente atingido pois as 26 inscrições tornam esta
categoria a sexta com mais concorrentes.
O segundo
motivo, foi alargar o âmbito de divulgação do trabalho que aqui desenvolvo
diariamente, fora do círculo (mais ou menos) restrito daqueles que gostam de
banda desenhada.
Independentemente
de tudo isto, como se trata de um concurso, desafio aqueles que costumam passar
aqui por As Leituras do Pedro a votarem – preferencialmente neste blog, se
consideram que é aquele que mais próximo está do vosso modelo ideal, ou noutro
qualquer - até para mostrar que havia razão para a criação da categoria Banda
Desenhada.
A votação,
que deve ser feita neste link, onde devem procurar a categoria de Banda Desenhada, decorre em
duas fases, a primeira, agora iniciada, vai até 19 de Janeiro para seleccionar
os cinco mais votados em cada categoria.
A segunda,
entre 21 e 25 de Janeiro, servirá, depois, para escolher os Blogues do Ano
2012.
Voltarei ao
assunto, quando a primeira fase terminar.
06/01/2013
A arte de… Nuno Plati
Ultimate Spider-Man #7
Jacob Semahn e Clay
McLeod Chapman (argumento)
Nuno Plati (desenho e cor)
Ty Templeton (desenho)
Marvel Comics
(EUA, 24 de Outubro de 2012)
170 x 260 mm, 32 p.,
cor, comic-book mensal
Leituras relacionadas
A arte de...,
Marvel,
Nuno Plati Alves,
Spiderman
05/01/2013
Comics Star Wars
A Planeta DeAgostini começa 2013 em grande no que à BD diz
respeito, com o anúncio de um coleccionável com uma selecção abrangente das
histórias aos quadradinhos dedicadas ao universo de Star Wars que, tal como
este, completaram 35 anos no ano transacto.
É o retorno desta editora a um universo que chegou a editar
no nosso país, desta vez em grande, uma vez que estão previstos 70 volumes, em
capa dura, de periodicidade quinzenal, ao preço de 9,99 € cada, com excepção do
#1 (1,99 €) e do #2 (5,99€).
Mais informações, incluindo as capas e o conteúdo dos tomos
iniciais, pode ser consultada no site da Planeta DeAgostini, onde também eestá disponível um mapa com a (imensa) cronologia deste universo
Hei-de voltar ao tema, mas para já fica a informação
disponibilizada pela editora:
“A colecção Comics
Star Wars oferece o melhor dos 35 anos de histórias da saga de A
Guerra das Estrelas em Banda Desenhada. São títulos míticos de equipas de guionistas
e de artistas de reconhecido prestígio na indústria da BD.
Nos volumes desta colecção
encontrarás histórias apaixonantes, verdadeiras Graphic Novels agrupadas
por sagas, que permitem mergulhar em relatos tão interessantes e espectaculares
como é de esperar do universo de Star Wars.
Algumas das sagas da colecção:
• Clássicos
• Cavaleiros da Antiga República
• Império
• Tempos Negros
• A Guerra dos Clones
• Rebelião
• Academia Jedi
• Legado
• Boba Fett
… entre muitos outros!
• Inclui as histórias que nunca apareceram nos filmes
• Diversos títulos inéditos em Portugal
• Páginas ilustradas a cores, e edição de coleccionador em capa dura.
• Criatividade e talento de ilustradores e guionistas de renome
Uma colecção imprescindível para os amantes de A Guerra das Estrelas e
da banda desenhada em geral.”
Resta dizer que o
primeiro tomo chega às bancas já na próxima quinta-feira, dia 10 de Janeiro – por apenas 1,99
€ - e que o seu conteúdo é o seguinte:
1. Livro: Clássicos 1
A saga A Long
Time Ago, publicada pela Marvel a partir de 1977, recupera as primeiras
aparições das personagens de Star Wars no mundo da banda desenhada.
Esta série revive a emoção das aventuras galácticas originais e amplia-as com
novas personagens e situações que nunca apareceram nos filmes, para deleite dos
fãs da saga.
• STAR WARS
• SEIS CONTRA A
GALÁXIA
• A ESTRELA DA MORTE!
• LUTA CONTRA DARTH
VADER
• OLHEM, AS LUAS DE
YAVIN!
• SERÁ ESTE… O ÚLTIMO
EPISÓDIO?
• NOVOS PLANETAS,
NOVOS PERIGOS
• OS OITO CAMPEÕES DE
ADUBA-3
• CONFRONTO NUM MUNDO
DESOLADO!
• O COLOSSO DO MUNDO
SUBTERRÂNEO
• BUSCA ESTELAR!
04/01/2013
Aú, o capoeirista
Flávio Luiz
Papel A2
(Brasil, Outubro de 2008)
220 x 300 mm, 48 p., cor, cartonado
R$ 40,00
Resumo
Aú é um jovem praticante de capoeira que, para
ajudar uma vizinha, acaba por ter de enfrentar um bando de mafiosos, igualmente
responsáveis pelo rapto de uma amiga sua.
Desenvolvimento
Uma das boas descobertas que fiz (que se me impôs!)
em 2012 foi, sem dúvida, Flávio Luiz, um dos mais europeus (?) dos autores de
BD brasileiros.
Europeu no traço, entenda-se, uma linha clara
ágil e dinâmica, de cores planas e fortes, assumidamente inspirada nalguns dos
grandes criadores da revista belga “Spirou”, mas trabalhada e desenvolvida de
forma personalizada.
Europeu no traço, escrevi, mas bem brasileiro
nas temáticas que aborda nas suas bandas desenhadas.
Depois do explosivo “O Cabra” (cronologicamente posterior a este “Aú, o capoeirista”, mas que eu li
primeiro), uma BD de ficção-científica protagonizada por um cangaceiro em luta
com os coronéis do ano 3000, este livro casa uma aventura juvenil, directa e
divertida (e nenhum destes adjectivos é pejorativo…) com aquela arte marcial
tipicamente brasileira.
Sem forçar a nota e sem artificialismos, o
protagonista utiliza a capoeira quer para impressionar a turista que se tornará
sua companheira de aventura - e que se apaixona pelo Brasil, antes de o fazer (?)
pelo herói – quer para enfrentar os bandidos que a raptam depois de tentarem à
força a compra de um imóvel bem situado no centro da cidade de Salvador, na Bahia,
que serve de pano de fundo à acção.
Ao lado de Aú, encontramos (entre amigos e adversários) uma boa galeria de
personagens secundárias (a descobrir no site do protagonista) que, pela sua consistência
acabam por esvaziar e mesmo colocar um pouco em causa aquele que deveria ser o
herói, sendo este um daqueles casos típicos em que são necessárias mais aventuras (a segunda já está a caminho...) para desenvolver o seu carácter e justificar alguns dos laços que se adivinham entre
ele e outros protagonistas.
Tal como em “O Cabra”, Flávio Luiz mostra um perfeito
domínio da técnica narrativa aos quadradinhos com a planificação a conduzir o
leitor ao ritmo desejado e com o traço enganadoramente simples (e aqui ainda
com alguma rigidez pontual, já desaparecida em obras posteriores) a sustentar
algumas boas opções gráficas. E que, refira-se, por tudo isto, merecia uma colorização
mais cuidada.
Nota final
A tudo isto, Flávio Luiz juntou a vontade de
concretizar o seu sonho de ser autor de BD – e tem tudo para se “encaixar” na “Spirou”
que claramente admira – não se importando de avançar para a auto-edição de um
álbum (no formato bem europeu, cartonado, com 48 páginas) com uma tiragem de 2
mil exemplares, capaz de fazer corar de vergonha as editoras portuguesas.
Mas, sendo edição de autor, tem distribuição limitada, sendo mais fácil encomendá-lo directamente ao autor, que promete autografar cada exemplar!
Leituras relacionadas
Aú,
Flávio Luiz Nogueira,
opinião,
Papel A2
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