05/02/2013

Bedeteca de Beja – Fevereiro


EXPOSIÇÕES

CARTAZES DA BEDETECA DE BEJA
De 8 de Fevereiro a 30 de Março
Depois de mais de 7 anos de programação ininterrupta e de muitas dezenas de exposições realizadas decidimos tirar do baú das recordações alguns dos cartazes que fizeram maior sucesso entre nós. Uma boa ocasião para rever o trabalho de André Diniz, Carlos Apolo Martins, Carlos Páscoa, Dave McKean, José Feitor, Lobato, Luís Henriques, Susa Monteiro, Vilas e muitos outros.
Local: Sala de Vidro (rés-do-chão, ala esquerda)

MARIANA ALCOFORADO
De 15 de Fevereiro a 30 de Março
Exposição de Ilustração com Matisse, Milo Manara, Modigliani e outros autores que se debruçaram sobre as famosas Cartas Portuguesas, da freira de Beja
Local: Cafetaria




O MORRO DA FAVELA E OUTRAS HISTÓRIAS
Até 28 de Fevereiro
Exposição de Banda Desenhada de André Diniz
Local: Galeria Central (1º andar)

AVENIDA MARGINAL
Até 28 de Fevereiro
Exposição coletiva de Banda Desenhada com Afonso Ferreira, André Valente, Catarina Gil, Daniela Viçoso, Diogo Campos, Fábio Araújo, Fernando Madeira, Filipe Cardoso, Lucas Marques, Luís Nogueira, Luís Silva, Pedro Horta e Silvestre Francisco (Véte), entre muitos outros.
Local: Galeria de Madeira (rés-do-chão, ala esquerda)
Organização: CMB (Bedeteca de Beja) / Laboratório de Arte e Comunicação Multimédia do Instituto Politécnico de Beja / Flávia Carvalho / Marco Silva / Paulo Fino

ARTISTAS DO METAL
Até 28 de Fevereiro
Exposição de Ilustração para capas de discos de vinil da coleção particular de Nuno Fonseca, com trabalhos de Derek Riggs (Iron Maiden), Steve Huston (Dio), Ken Kelly (Manowar), John Blanche (Sabbat) Jean Delville (Morbid Angel), Sean Rodgers (Nuclear Assault), David Heffernan (Anthrax), Joe Petagno (Motorhead), Phil Lawvere (Kreator), Edward J. Repka (Megadeth), Kev Walker (Toranaga), Paul R. Alexander (Assassin), Eric Phillipe (Thanatos), Michael R. Whelan (Sepultura), Sebastian Krüger (Tankard), William Benson (Testament), Thomas Holm & Thorbjorn Jorgenson (King Diamond), John Martin (Angel Witch), Greg Hildebrandt (Black Sabbath) e Thomas Holm (Mercyful Fate)
Local: Galeria da Entrada (rés-do-chão)

CAVALEIRO ANDANTE
Até 30 de Março
Exposição Bibliográfica da revista Cavaleiro Andante (1952 / 1962)
Local: Galeria da Bedeteca (1º andar)



CONVERSAS

O AMOR NO CINEMA E NA BANDA DESENHADA
por Paulo Monteiro
Dia 7, quinta-feira, das 21h30 às 22h30
Uma conversa acompanhada por muitas imagens, no mês em que se celebra o Amor em Beja…
Local: Bedeteca de Beja (1º andar, ala esquerda)




CINEMA E BANDA DESENHADA
Na terceira quinta-feira de cada mês…

NOITE DE FICÇÃO CIENTÍFICA
Dia 21, quinta-feira, às 21h30
Conversa sobre John Wagner e Carlos Ezquerra, os autores do célebre personagem de banda desenhada Judge Dredd, um juiz com métodos muito especiais. Exibição do filme JUDGE DREDD (1995), de Danny Cannon, com Sylvester Stallone e Max von Sydow (que vimos ainda há pouco na Bedeteca no papel de Ming)
Apresentação de Paulo Monteiro
Local: Bedeteca de Beja (1º andar, ala esquerda)
Entrada livre


LIVRO DO MÊS NA BEDETECA
HABIBI, de Craig Thompson
Craig Thompson é um dos nomes mais relevantes da banda desenhada mundial (esteve entre nós em 2009). A sua última obra, Habibi, levou 8 anos a fazer, e conta a história de Dodola e Zam, dois escravos fugitivos num país imaginário. Uma obra complexa e com múltiplas leituras que se tornou um best-seller (disponível para consulta em francês)

CLUBES

LEMON STUDIO – CLUBE DE MANGÁ
Horário: sextas-feiras, das 16h00 às 18h30
Frequência livre
Local: Bedeteca de Beja (1º andar, ala esquerda)
Organização: Lemon Studio
Apoio: CMB (Bedeteca de Beja)


ATELIÊS

ATELIÊ DE BANDA DESENHADA OURIÇO-DE-MAR
(dos 8 aos 12 anos)
De 2 de outubro a 25 de Junho
Com Paulo Monteiro
Horário: terças-feiras, das 18h30 às 20h00
Frequência livre
Local: Bedeteca de Beja (1º andar, ala esquerda)
Organização: CMB (Bedeteca de Beja)




ATELIÊ DE BANDA DESENHADA TOUPEIRA
De 4 de outubro a 27 de Junho
 (a partir dos 13 anos)
Com Paulo Monteiro
Horário: quintas-feiras, das 18h30 às 20h00
Frequência livre
Local: Bedeteca de Beja (1º andar, ala esquerda)
Organização: CMB (Bedeteca de Beja)


ATELIÊ DE DESENHO E PINTURA
Até 26 de Junho
Com Ana Lopes
Horário: segundas e quartas-feiras, das 19h30 às 21h15
Número limite de inscrições: 10
Mensalidade: 20 euros
Inscrição: 5 euros
Local: Sala de Desenho
Organização: Associação Pegada no Futuro
Parceria: CMB (Casa da Cultura)

ATELIÊ DE ILUSTRAÇÃO CIENTÍFICA I E II
Até 27 de Junho
Com Ana Lopes
Horário: terças e quintas-feiras, das 19h30 às 21h15
Número limite de inscrições: 10
Mensalidade: 20 euros
Inscrição: 5 euros
Local: Sala de Desenho
Organização: Associação Pegada no Futuro
Parceria: CMB (Casa da Cultura)

ATELIÊ DE ILUSTRAÇÃO (EDITORIAL / INFANTIL)
Até 26 de Junho
Com Ana Lopes
Horário: segundas e quartas-feiras, das 21h30 às 23h15
Número limite de inscrições: 10
Mensalidade: 20 euros
Inscrição: 5 euros
Local: Sala de Desenho
Organização: Associação Pegada no Futuro
Parceria: CMB (Casa da Cultura)


OUTROS SERVIÇOS

CEDÊNCIA DE ESPAÇOS PARA ATIVIDADES
Apoio e cedência de espaços, a escolas e outras instituições, para a realização de reuniões e eventos na área da banda desenhada ou da ilustração

APOIO A ALUNOS E PROFESSORES
Apoio a alunos e professores para a realização de exposições ou outros projectos específicos na área da banda desenhada e ilustração


CONTACTOS E HORÁRIOS
BEDETECA DE BEJA
Edifício da Casa da Cultura
Rua Luís de Camões
7800 – 508 Beja
Telefone: 284 313 318
Telemóvel: 969 660 234
E-mail: bedetecadebeja@cm-bejapt
Horário: de terça a sexta-feira, das 14h00 às 23h00 Sábados das 14h00 às 20h00


PARCEIROS

APOIOS E PARCEIROS PARA A PROGRAMAÇÃO
Associação para a Defesa do Património Cultural da Região de Beja / Associação Pegada no Futuro / Lemon Studio / Museu Regional de Beja

PARCEIROS PARA A DIVULGAÇÃO NA NET
AS LEITURAS DO PEDRO / CENTRAL COMICS / DRMAKETE / KUENTRO / LEITURAS DE BD / NOTAS BEDÉFILAS

(Texto da responsabilidade da Bedeteca de Beja, com alteração para a grafia pré-Acordo Ortográfico da responsabilidade de As Leituras do Pedro)

04/02/2013

Entrevista com André Diniz


“Cresci muito como pessoa a fazer este livro."






Depois de inaugurar uma exposição de originais, ainda patente em Beja até 28 de Fevereiro, em trânsito para o Festival de BD de Angoulême que ontem terminou, André Diniz esteve de passagem pelo Porto.
Por isso, aproveitei para conversar com o criador de “Morro da Favela”, tendo como pretexto o lançamento, esta semana, do livro em Portugal, pela Polvo – obrigado Rui Brito pela informação - ficando a conhecer um pouco melhor um dos autores brasileiros de BD (ou HQ!) mais interessantes do momento.

As Leituras do Pedro – Quem é o André Diniz Fernandes?
André Diniz – Nasci no Brasil a 5 de Setembro de 1975 e faço quadrinhos desde antes de saber ler.
Comecei por editar fanzines, fotocopiados, ainda antes de haver Internet (!) e, no ano 2000, criei a Nona Arte, uma editora de uma pessoa só, lançando dois títulos: “Subversivos – Companheiro Germano”, desenhado pelo Laudo Ferreira, e “Fawcet”, com arte de Flávio Colin. Este último foi marcante, não só pela colaboração com o mestre Colin, mas também porque teve uma boa receptividade e conquistou vários prémios.
Nestes dois livros apenas escrevi os argumentos. Sabia desenhar um pouco, já tinha feito algumas bandas desenhadas, mas sentia que para fazer algo a sério tinha que entregar o desenho a outros autores.
Depois, criei um site cuja intenção era divulgar os meus trabalhos, comecei a incluir obras de outros autores, esgotadas ou de pouca circulação e quando parei, já tinha mais de 450 obras aos quadradinhos.
Com outras obras que fui editando, quando o mercado brasileiro despertou para os quadradinhos, o meu trabalho já era conhecido. Em 2005, quando saiu o meu primeiro livro por um editor “de verdade”, já tinha ganho 12 prémios!
Desde então não editei mais nada sozinho e não sinto nenhuns remorsos!

ALP – “Morro da Favela” é a biografia do fotógrafo Maurício Hora. Como surgiu esta ideia?
AD – Tudo começou durante um almoço em casa da minha mãe, onde comentei que havia muita gente com vidas interessantes que ninguém conhecia e que gostava de fazer a biografia de alguém assim.
Um cunhado meu disse que conhecia o Maurício Hora, fez um apanhado do percurso dele e fiquei bastante curioso. Telefonei-lhe, apresentei-me e disse-lhe de imediato, pelo telefone, que gostava de contar a vida dele em BD. Fez-se um silêncio… e ele aceitou.
A partir daí, encontramo-nos várias vezes. No Rio de Janeiro, em qualquer sítio há uma favela, vê-se uma favela, mas quase ninguém as conhece de verdade. O Maurício levou-me à “sua” favela – Morro da Providência – várias vezes e descobri coisas boas e coisas más.
A primeira grande surpresa foi ver na favela tantas pessoas armadas como geralmente se vêem pessoas ao telemóvel. Mas, ao mesmo tempo, também descobri que a favela é quase como uma grande família! Claro que nas famílias, às vezes um cunhado mata outro (risos)!
Hoje, entendo perfeitamente que alguém diga que habita numa favela e não quer sair de lá. O Maurício tem uma visão única. A visão de alguém de dentro, mas também a de quem está fora da favela.
Quando escolhi a favela como cenário, não queria que fosse mais uma história de violência, embora soubesse que era impossível eliminá-la completamente…

ALP – Que aspectos o marcaram mais durante a criação de “Morro da Favela”?
AD – Houve muitos. Um dos que mais me marcou, foi quando percebi que ia narrar algo que ninguém poderia imaginar em ficção, quando o Maurício me contou o episódio em que teve de ensinar fotografia a 50 pessoas que não tinham máquinas fotográficas e saiu com elas pela favela, a fazerem enquadramentos com os dedos (forma um rectângulo com os polegares e os indicadores para exemplificar). Ninguém se lembrava de algo assim!
Também me tocou o episódio das visitas que fazia ao pai quando era criança. Comecei logo a imaginar uma cena terrível, numa prisão suja e degrada, com homens mal-encarados e afinal aquelas eram as melhores recordações de infância do Maurício. Ia ver o pai, havia muitas famílias a fazer visitas, brincava com as outras crianças, havia bolos, doces, coisas boas… Era uma verdadeira festa!
Muita da capacidade de emocionar que o livro tem deve-se ao Maurício.
Cresci muito como pessoa a fazer este livro.

ALP – Qual foi a reacção do Maurício Hora à obra pronta?
AD – Ele só quis ver no fim, mas tínhamos um acordo: o que ele não quisesse eu tirava. Na verdade, pouco foi alterado: uma página de que ele não gostou e uma ou outra fala…
Quando terminei entreguei-lhe o livro e fiquei à espera dos comentários. O tempo começou a passar, o editor queria o livro para mandar para a gráfica e nada. Pensei: não gostou. Ganhei coragem e falei com ele. Disse-me que não conseguia ler ais de 2 ou 3 páginas sem desatar a chorar, por sentir que tudo era tão fiel ao que ele tinha vivido.

ALP – O facto de desenhar em “negativo” foi uma opção por se tratar da biografia de um fotógrafo ou foi apenas uma questão estética?
AD – A partir de 2008, comecei a desenhar também. Esqueci tudo o que tinha feito para trás e tentei descobrir qual seria o meu estilo, o traço que mais se adequava ao que eu queria contar.
Tenho a mão muito pesada, parte bicos com facilidade, sinto uma certa dificuldade em trabalhar linhas curvas, delicadas… Procurei influências que me servissem: arte africana, cubismo… Demorei seis meses neste processo, algo bem obsessivo… Foi algo marcante que em grande parte definiu o que hoje. Agora, no cartão de visita, até já escrevo “ilustrador”. E até já fiz trabalhos de ilustração.
Passando ao “Morro da Favela”, como no fim do livro iam ser incluídas fotografias do Marcelo Hara, não quis retratar a favela com um traço rigoroso e realista. Aliás, desenhar uma favela é óptimo para quem não sabe perspectiva. Há edifícios inclinados para um lado, outros para o outro…
Para mostrar o lado rústico, rude daquele local, precisava de um traço assim, anguloso. A questão do “negativo” acabou por surgir durante as pesquisas que fiz, naturalmente, e depois de experimentar algumas páginas optei por ele.

ALP – Já tem o distanciamento necessário para olhar para o Morro da Favela de modo crítico? O que mudaria nele?
AD – Ainda não! Para já não mudaria nada! Mas se daqui a cinco anos continuar a achar o mesmo, haverá algo de errado, quererá dizer que não evoluí nada!

ALP – Depois das edições inglesa e francesa, segue-se a portuguesa. Houve algumas mudanças em relação ao original brasileiro?
AD - O texto é o mesmo, as únicas alterações são a capa, que é nova, e a inclusão de ilustrações que pedi a alguns amigos brasileiros: os gémeos Marcelo e Magno Costa, José Aguiar, Laudo Ferreira, Pablo Mayer, Ricardo Manhães e Will.
Editar em Portugal é muito importante para mim. Estou muito feliz, sinto-me como um fã da Marvel ou da DC Comics que consegue publicar nos Estados Unidos. Quando comecei a interessa-mer mais por quadradinhos li muitas edições portuguesas: a revista “Selecções BD”, álbuns da Meribérica, Astérix, Lucky Luke… que era preciso desencantar nos sebos, a bom preço… Também li revistas portuguesas como a “Grande Reportagem”, que me deslumbrava, pois na época não havia nada semelhante no Brasil.

ALP – Como estão os quadradinhos no Brasil?
AD – Eu estou a viver coisas que nunca imaginei possível!
Há mudanças no Brasil que acredito que vieram para ficar: a forma de ver os quadradinhos, a atenção da comunicação social, a existência de uma secção de BD em quase tidas as livrarias…
Há editoras só de quadradinhos, há grandes editoras com selos de quadradinhos… Mesmo editoras que nunca publicaram BD, estão abertas a propostas de quadradinhos que se ajustem à sua linha editorial.
Por outro lado, nos últimos anos o governo federal passou a incluir nas listas de livros a distribuir pelas bibliotecas, livros de quadradinhos. Para editores e autores isso é muito bom. Um livro seleccionado garante uma tiragem de 15 a 30 mil exemplares, o que é muito bom!

03/02/2013

Angoulême 2013: o palmarés


Grande Prémio de Angoulême
Willem

Grande Prémio Especial 40 anos
Akira Toriyama

Melhor Álbum
Quai d'Orsay Volume Two: Chroniques diplomatiques
Christophe Blain and Abel Lanzac
Dargaud

Prémio Especial do Júri
Le Nao de Brown
Glyn Dillon
Akileos

Prémio do Público
Tu mourras moins Bête - Tome 2
Montaigne Marion
Ankama

Melhor Série
Aama, Vol. 2
Frederik Peeters
Galimard

Prémio Revelação
Automne
Jon McNaught
Nobrow

Prémio do Património
Krazy Kat (1925-1929)
George Herriman
Les revêurs

Prémio Fauve Policial SNCF
Castilla Drive
Anthony Pastor
Actes Sud/L'an 2

Prémio da BD Alternativa
Dopu Tutto
Max
Éditions Misma

Leituras a fazer

Edições publicadas recentemente, um pouco por toda a parte,
que eu gostava de ter.
E que nalguns casos até já tenho!

Topolino - 80 anni insieme
Walt Disney Company Italia

Pécau, Duval, Blanchard e Fab
Delcourt Éditions

Jean-Marie Charlier e Jean Giraud
Dargaud

Serge Clerc
Dupuis

Editora Abril Jovem

Spirou par Rob-Vel
L'Intégrale 1938-1943
Dupuis

The Golden Age of DC Comics
Paul Levitz
Taschen


Lucky Luke volta ao Público



O Público lança a colecção Lucky Luke, em edição de capa mole, a partir de 6 de Fevereiro. 
Uma colecção que engloba 15 das primeiras aventuras criadas para Lucky Luke, nunca antes editadas pelo jornal.
Os títulos que se podem encontrar nesta colecção já não estão há diversos anos no mercado, fazendo desta colecção uma oportunidade única de recolher algumas das mais emblemáticas aventuras do herói que dispara mais rápido que a sua própria sombra.
Todas as Quartas, por mais 4,95€, com o Público.

O primeiro volume é “Lucky Luke contra Pat Poker”.
Nas duas aventuras dos primórdios da série (Nettoyage à Red-City e Tumulte à Tumbleweed) que compõem este álbum, Lucky Luke e Jolly Jumper enfrentam um jogador de póquer sem escrúpulos. Pat Poker domina pelo medo Red-City e o herói é chamado a restabelecer a lei e a ordem.
Uma missão idêntica leva-o em seguida a Tumbleweed, onde um brutamontes aterroriza os habitantes e os poucos forasteiros que por ali passam. Lucky Luke reencontra Pat Poker, que se tinha refugiado na cidade e se associara a Angel Face para enfrentar o herói. O estratagema de nada lhes serve, pois acabam ambos na prisão.

(Textos da responsabilidade do Público)




02/02/2013

Tiago Manuel na Centésima Página


Data: 2 de Fevereiro a 31 de Março
Local: Livraria Centésima Página, Avenida Central, 118-120, Braga
Horário: de 2ª a sábado, das 9h às 19h30; Domingos e feriados, das 10h às 19h30
O artista plástico Tiago Manuel vai estar hoje em Braga, na Livraria Centésima Página, a partir das 17h, para inaugurar uma exposição de originais do livro “Sai do meu filme”.
Na ocasião, Adolfo Luxúria Canibal fará a leitura de alguns excertos desta obra, editada pela Calendário de Letras e pela Associação AO NORTE em 2010, para comemorar os quinze anos de vida associativa desta última, no âmbito da programação dos Encontros de Cinema de Viana.
O livro abre com um conto, baseada nas memórias de infância do autor, que coloca em lados opostos, apesar dos pontos de contacto entre ambos, o sagrado da missa e o profano do cinema, para depois desenvolver em banda desenhada uma viagem de tom fantástico que explora os meandros da criação e onde se vão cruzar o imaginário infantil com a realidade adulta.
Tiago Manuel nasceu em 1955, em Viana do Castelo, estudou com os mestres Aníbal Alcino e Júlio Resende, e tem desenvolvido a sua actividade artística em diversas áreas: pintura, banda desenhada (assinada sob diversos pseudónimos, consoante o estilo gráfico adoptado) e ilustração para revistas, jornais, cartazes de cinema e capas de livros.
A exposição dos originais de “Sai do Meu Filme” ficará patente na livraria bracarense Centésima Página, na Avenida Central, 118, até 31 de Março.

(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 2 de Fevereiro de 2012)



O Hábito Faz o Monstro

Lançamento


01/02/2013

Pink Daïquiri

Clémence/Alixia















Laurent Habart e Mélanie Théry (argumento)
Júlia Bax
(desenho em Alixia)
Amanda Grazini
(desenho em Clémence)
Le Lombard
(França, Fevereiro de 2013)
222 x 295 mm, 104 p., cor, cartonado
19,99 €


Resumo
Enquanto a loura Clémence procura o amor da sua vida, a morena Alixia, procura o homem que a faça atingir o primeiro orgasmo.
Amigas inseparáveis, sem segredos entre si e companheiras de apartamento, tudo vai ser colocado em causa, quando, no mesmo dia, encontram o que há tanto tempo procuravam. Com um senão: o cliente por quem Clémence se apaixona e o desconhecido que Alixia, bêbada, encontra num bar e com quem passa a noite, são uma e a mesma pessoa: Andries.

Desenvolvimento
Se o enredo descrito não é propriamente original, o trunfo de Pink Daïquiri é a forma como a história está construída.
Ou melhor, a forma como “as histórias” estão construídas pois estamos em presença de um álbum duplo, com duas capas e duas entradas. Mas só uma história, narrada (e vista pelo leitor) sob dois pontos de vista diferentes: o das suas protagonistas (e também o das suas desenhadoras - ambas brasileiras! - pois as cenas comuns estão planificadas de forma diversa, sendo interessante comparar as opções tomadas por uma e outra).
Faltará apenas, a possibilidade de desdobrar cada narrativa por episódios, para os “remontar” como uma única história mais longa.
Nesta impossibilidade, há que escolher uma das entradas do álbum, e acompanhar os avanços e recuos sentimentais do quotidiano de Clémence e Alixia. Depois, terminada a primeira leitura, voltar o livro e (re)descobrir a versão (e a visão) da sua parceira, que vai complementar, expandir e explicar aquilo que o leitor já sabia, intuíra ou (só) descobre nesta segunda leitura.
O enredo, embora com tom de novela e (inevitável) final (comum) feliz, tem tudo para agradar a um público mais vasto e exigente, pois está escrito de forma consistente e credível, bem desenvolvido nos sucessivos avanços e recuos por que passam as vidas sentimentais de uma e outra e traça um retrato bem estruturado das duas heroínas.
Ao mesmo tempo, permite vislumbrar diversos aspectos dos relacionamentos existentes na sociedade actual, principalmente do ponto de vista feminino, contrabalançando a ascensão profissional e social das mulheres com o (des)controle dos seus sentimentos e relações.
Apesar de poder ser considerado graficamente uma obra uniforme, cada um dos relatos é facilmente distinguível e leva a marca pessoal das duas desenhadoras que deram corpo e volume às protagonistas de “Pink Daïquiri”. Estas estão bem definidas em termos de visual, estilo, gostos, desejos e aspirações, o que contribui para reforçar o impacto da história contada a duas vozes. Que, apesar das proximidades – até afectivas – mostra também como, tantas vezes, a verdade pode ser relativa.

A reter
- A forma diferente como a história está contada, em duas versões complementares, o que enriquece e torna apetecível um enredo já conhecido.
- A visão bem feminina da ascensão social e profissional das mulheres transportada (?) para esta BD pelas três autoras envolvidas no projecto, Mélanie Théry e Amanda Grazini (que abraçam o seu primeiro grande projecto em BD) e Julia Bax ex-desenhadora dos… X-Men!
- O dossier (duplo) existente no final de cada um dos relatos, com explicações e exemplos da forma como o álbum foi trabalhado pelo seu quarteto autoral.

Menos conseguido
- O previsível final que, mesmo podendo ser considerado secundário no contexto e na forma do projecto, é sempre fundamental quando se conta uma história.


Melhores Leituras - Janeiro 2013


Tsugumi Ohba e Takeshi Obata
Devir

Tsugumi Ohba e Takeshi Obata
Devir

Frederik Peeters
Devir

Pascal Rabaté  e Simon Hureau
Futuropolis

Zidrou e Benoit Springer
Dargaud

Esta listagem diz respeito apenas às leituras que efectuei pela primeira vez este mês.

31/01/2013

O Comboio das Cinco










Luís Afonso
Abysmo (Portugal, Dezembro de 2012)
120 x 170 mm, 86 p., brochado com sobrecapa
9,00 €



Resumo
Na sequência de uma discussão com a sua mulher, Madalena, Fragoso perde o controle do carro em que seguem, que acaba por se despistar.
Sofrendo apenas o susto mas ficando sem meio de locomoção, uma vez chegados à (minúscula) povoação mais próxima, descobrem que o único comboio para Lisboa parte daí a sete horas, às cinco da madrugada.

Divagação
Todos (?) nós – quando muito jovens – sonhámos viver as aventuras dos heróis que líamos nos quadradinhos, ao seu lado ou em sua substituição. Mais tarde – quando a razão já deveria prevalecer – deixámos de querer ser como eles, para querer ser como os seus autores (e a verdade é que alguns – muito poucos… - o conseguem!).
O que não é habitual é o inverso: os heróis de BD quererem ser como os seus leitores ou os seus autores.
Mas é isso que se passa neste “O Comboio das Cinco”, com Lopes, o escritor pós-moderno criado por Luís Afonso para a “Grande Reportagem” e actualmente em publicação na “Sábado” (supostamente) a assumir as despesas da escrita.

Desenvolvimento
Escrita de Luís Afonso, aliás de Lopes, o escritor pós-moderno, que se revela directa, cativante e divertida, arrastando o leitor para acompanhar as desventuras de Fragoso, perdido no meio de nenhures, sem carro nem rede telefónica.
Pelo meio, entremeando o relato principal, qual tangente em relação a uma circunferência (e isto é uma “evidência de elevado conhecimento matemático”! – desculpem, não resisti, leiam o livro que entendem…) surgem duas outras histórias: a de Manuel Joaquim, carteiro e caçador, revoltado com os concursos que prometem mundos e fundos e não (re)compensam (a) ninguém e a das desavenças entre Serafim Augusto, presidente do Santa Bárbara FC, e Serafim Augusto, presidente da Junta de Freguesia de Santa Bárbara Bendita (sim, uma e a mesma pessoa!).
Tudo tratado com o humor, a ironia e o sarcasmo expectáveis pela obra aos quadradinhos de Luís Afonso (também pai do “Bartoon” ou do “Barba e Cabelo”), e que ainda atinge directamente o incauto leitor, tomado por ignorante, tantos são os avisos constantes das páginas deste belo livrinho sobre os indicadores de “qualidade literária”, “profundidade”, “frase batida” ou de “experiência de vida” que enriquecem o texto.
Como complemento da narrativa, Luís Afonso – desta vez ele próprio, – documenta – aos quadradinhos - os sucessivos encontros entre Lopes, o escritor pós-moderno, e um produtor cinematográfico, ainda durante o processo de construção do texto, com o propósito de adequar o relato ao futuro “filme baseado no livro, que será influenciado pelo filme”!


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