19/11/2013

As Vendas do Pedro - Manga

Ao longo dos muitos anos que levo ligado à banda desenhada, por diversas razões (ofertas sem possibilidade de troca, compras em duplicado, substituição por edições mais recentes, mais completas ou em português...) acumulei revistas, livros, figuras e selos repetidos.
Para libertar espaço, estou agora a disponibilizá-los a quem me costuma ler. Salvo indicação em contrário, as edições encontram-se em bom estado.
Eis as minhas propostas de hoje:

Shogun Mag #1

180 x 250 mm, 308 p., pb

2,50 €

Shogun Mag #2

180 x 250 mm, 308 p., pb

2,50 €

Shogun Mag #3
180 x 250 mm, 308 p., pb
2,50 €

Shogun Seinen #1
150 x 205 mm, 308 p., pb
2,50 €

Mision Tokyo Magazine #1
240 x 300 mm, 106 p., cor
2,50 €

B'sLog #1
165 x 225 mm, 600 p., pb
2,50 €

B'sLog #2
165 x 225 mm, 600 p., pb
2,50 €

B'sLog #3
165 x 225 mm, 600 p., pb
2,50 €
  
Ao preço indicado, deverá ser acrescentado o valor dos portes, em função da modalidade a combinar com o comprador.
Quem estiver interessado nalguma das revistas atrás mostradas, deverá indicá-lo no espaço dos comentários, ficando a revista (ou o lote de revistas) reservado durante 48 horas. De seguida, deverá confirmar esse interesse para o e-mail pedro.cleto64@gmail.com.
Após combinarmos a modalidade de envio do(s) livro(s), indicarei o NIB para onde deve ser feito o pagamento, ficando as edições reservadas durante 48 horas. Passado esse período voltará a ficar disponível para outros interessados.

Ver outras Vendas do Pedro aqui.

18/11/2013

Mickey Mouse zarpou há 85 anos






A 28 de Novembro de 1928, um rato chamado Mickey embarcava num pequeno barco a vapor para a primeira de muitas viagens animadas que fariam dele uma das personagens mais conhecidas em todo o mundo.

Era a ante-estreia de Steamboat Willie, um dos primeiros filmes com o som sincronizado com a animação, a partir do qual Walt e Roy Disney estabeleceriam o seu império de entretenimento familiar.
Segundo a lenda, Mickey Mouse – que esteve para se chamar Mortimer - terá sido esboçado por Walt Disney numa viagem de comboio, após saber que o seu antigo patrão ficara com os direitos das suas criações Alice (que combinava animação e actores de carne e osso) e Oswald, The Lucky Rabbit, por não existir nenhum contrato escrito sobre a sua autoria. Lição que Disney aprendeu e aplicaria com mão de ferro nas décadas seguintes em relação aos seus colaboradores.
Curiosamente, no genérico, é apresentado como um “Walt Disney Comic”, por Ub Iwerks, reconhecendo de alguma forma o trabalho gráfico do seu assistente que, segunda a história, foi o criador gráfico do rato e o primeiro responsável pelas suas aventuras em banda desenhada nos jornais norte-americanos, a partir de 1930.
Um ano antes, Mickey já era a estrela de Plane Crazy, outra animação produzida por Disney, mas a sua estreia foi posterior, por ser um filme mudo.
Em Steamboat Willie, animação a preto e branco, com pouco mais de 7 minutos e uma música que fica no ouvido, Mickey é o piloto de um pequeno barco a vapor, pertença de um prepotente capitão (que de certa forma antecipa João Bafo-de-Onça) e onde pretende embarcar uma certa Minnie Mouse.
A pouco ortodoxa ordenha de uma vaca, a utilização de animais como instrumentos musicais, a falta de pudor com a lingerie de Minnie e o mascar de tabaco do capitão, se tornam este filme politicamente incorrecto à luz das (infelizes) regras hoje em vigor, fazem dele também uma animação que se mantém fresca e muito divertida, mesmo 85 anos depois da sua estreia.

(Versão expandida do texto publicado no Jornal de Notícias de 18 de Novembro de 2013)

17/11/2013

Os muitos rostos de Robin Hood







A 8 de Novembro de 1973 a Walt Disney Company estreava Robin Hood, uma adaptação de uma das mais conhecidas lendas do imaginário popular, protago-nizada por animais antropomórficos.
Juntava assim mais um rosto, aos muitos que já tinha assumido esse herói lendário no cinema, na TV e na banda desenhada.

Nesse filme, o 21.º dos clássicos animados da Disney, Robin e Marion eram raposas, o príncipe João um leão, o xerife de Nothingham um urso, tal como João Pequeno. Um galo como narrador, galinhas, coelhos e rinocerontes também faziam parte do elenco, que contava com as vozes de Brian Bedford (Robin), Peter Ustinov ou Alan Devine.
A história basicamente era a mesma que alimenta o imaginário popular pelo menos desde o século XV, data da primeira referência a Robin Hood e os seus Merry Men (alegres companheiros). Ambientada no condado de Nothingham, governado pelo Príncipe João, aproveitando a ausência nas cruzadas do legítimo rei, Ricado Coração de Leão, narra a luta de Robin Hood, a partir da floresta de Sherwood, com um grupo de homens que incluía João Pequeno e o frei Tuck, contra as injustiças cometidas pelo príncipe regente. Admirado pela população, por “roubar aos ricos para dar aos pobres” – lema inexistente nas primeiras versões… - exímio na utilização do arco e da espada, tem no xerife de Nothingham o seu maior adversário e na bela Marion o objecto da sua paixão.
Aquele filme não era, no entanto, a primeira abordagem da Disney à lenda, pois já nos anos 30, Floyd Gotfredson tinha provocado um encontro de Mickey Mouse com o arqueiro, nas páginas dominicais dos jornais norte-americanos. Intitulada The Robin Hood Adventure, foi publicada na primeira versão portuguesa da revista Mickey, em 1936.
Outra versão animada do herói de Sherwwod, Robin Hood and his Merry Mouse (2012), coloca Tom e Jerry na época medieval em auxílio do justiceiro, que já tinham visitado em 1958. Bugs Bunny, Daffy Duck, Mister Magoo, Marretas, Schtroumpfs, Super Mario ou Ren e Stimpy são outros heróis de animação que se cruzaram com Robin.

A primeira versão cinematográfica é bastante mais antiga, e foi feita em Inglaterra, em 1908. Filme mudo intitulado Robin Hood and his Merry Men, foi dirigido por Percy Stow.
Numa lista que conta mais de meia centena de adaptações, entre versões cinematográficas e televisivas, há três que se destacam naturalmente. Robin Hood (1922), dirigido por Allan Dwan, alia ao protagonismo de Douglas Fairbanks, o facto de ter sido o primeiro filme com direito a ante-estreia em Hollywood.
O mais famoso e aclamado, é The Robin Hood Adventures, graças ao protagonismo de Errol Flynn, que se tornou quase a ‘imagem oficial’ do justiceiro de Sherwood. Dirigido por Michael Curtiz é um dos clássicos intemporais da 7.ª arte, com presença recorrente nas listas dos melhores 100 filmes de sempre.
Mais recentes são Robin Hood: Prince of Thieves (1991) a versão de Kevin Reynolds mal recebida pela crítica, protagonizada por Kevin Costner, que contava no elenco com Morgan Freeman e Sean Connery, e Robin Hood (2010), de Riddley Scott, com Russell Crowne e Cate Blanchett.
Numa aproximação diferente, surge Robin Hood: Men in Thights (1993), com o humor nonsense de Mel Brooks.

Quanto à banda desenhada, também não ficou indiferente ao potencial do lendário herói e ele foi mesmo a primeira personagem recorrente da futura DC Comics, em Janeiro de 1938, meses antes de surgir o Superman, escrito e desenhado por Sven Elven.
Em histórias que envolvem viagens do tempo ou dimensões paralelas, diversos dos super-heróis da DC, como Superman, Batman, Arqueiro Verde, Mulher Maravilha ou a Liga da Justiça encontraram-se com o justiceiro da floresta de Sherwwod, auxiliando-o na sua cruzada. Este último teve também uma pequena participação em Fables, uma série da Vertigo que retoma personagens lendários ou de livros infantis, colocando-os nos EUA nos nossos dias, dotados dos piores defeitos do ser humano.
Em termos europeus, desde a década de 1940 que sucessivas versões foram criadas em Inglaterra, tendo algumas surgido em Portugal em títulos como Mundo de Aventuras, Condor, Cavaleiro Andante, Tigre ou Falcão e mesmo na revista Robin dos Bosques, na década de 1970.
Em França, onde o português Edurado Teixeira Coelho se distinguiu com esta personagem (ver caixa), referência também para Robin da Mata, a sátira bem humorada criada por Bob de Groot e Turk em 1969, que a revista Tintin publicou entre nós.
Pela floresta de Sherwood pesseou também o grande mestre português Eduardo Teixeira Coelho (1919-2005), dotado de um traço clássico e vigoroso, durante o período ‘francês’ da sua longa e notável carreira, quando desenhou mais de meia centena de episódios de Robin du Bois, a partir de argumentos de Jean Olivier.
Originalmente publicados na revista Vaillant, entre 1969 e 1975, foram em grande parte editados no nosso país no Mundo de Aventuras, tendo alguns deles merecido também traduções noutros países.

(versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 8 de Novembro de 2013)


16/11/2013

Paulo e Susa Monteiro na Mundo Fantasma

Histórias da Planície
Data: 16 de Novembro de 2013 a 5 de janeiro de 2014
Local: Galeria Mundo Fantasma, loja 509/510, Centro Comercial Brasília, Avenida da Boavista, 267, Porto
Horário: de 2ª a sábado, das 10h às 20h: Domingos e feriados, das 15h às 19h

A Inveja é Uma Coisa Muito Feia

Eu e a Susa vivemos e trabalhamos juntos há muito tempo. Não é por isso de estranhar que haja muitos pontos de contacto entre as nossas histórias e o nosso desenho. Afinidades que podem ser encontradas na utilização dos materiais, na expressão do próprio traço, e até nas temáticas que escolhemos (a solidão, o amor). Mas essa aparente “harmonia” fica-se por aqui. 
A Susa desenha como quem respira: desenha directamente, sem esboço, quase sempre sem saber o que vai surgir no papel. O desenho vai-se revelando aos poucos, vai-se mostrando. E muitas vezes também acaba por a surpreender. É como se o desenho vivesse dentro dela. Só tem que o deixar correr pelo lápis e desaguar na folha branca…
Comigo é ao contrário: desenhar é sempre penoso e cansativo! Tenho uma imagem na cabeça e é essa imagem que persigo. Horas a fio! Faço esboços, esboços e esboços. Rasgo, deito fora, encho o caixote do lixo com papéis. Para chegar ao desenho é sempre uma luta esgotante e muitas vezes um processo doloroso. É quase obsessivo! Nunca nada está bem! E saio muitas vezes de casa para não rasgar o que já está feito!
Quem vê as nossas pranchas juntas, como nesta exposição na Mundo Fantasma, não imagina que tentemos chegar ao mesmo objectivo através de caminhos tão diferentes. Há tantos pontos de contacto no nosso trabalho... Bom, na verdade também nos complementamos a desenhar. Mas pelo oposto: Ela encontra. Eu procuro. 

E procuro, e procuro… Que inveja!
Paulo Monteiro

Susa Monteiro
Nasceu em Beja em 1979, cidade onde reside. Estudou Realização Plástica do Espectáculo na Escola Superior de Teatro e Cinema em Lisboa, e Cinema de Animação no CITEN. Trabalhou durante vários anos como figurinista e aderecista para o teatro e o cinema. 
Em 2002 integrou o Colectivo Toupeira, passando a dedicar-se principalmente à banda desenhada e à ilustração. Em 2005, com a criação da Bedeteca de Beja, passou a colaborar com todas as iniciativas da instituição, fazendo ainda a direcção adjunta do Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja. É também a responsável pela linha gráfica da Bedeteca e do Festival.
Tem publicado bandas desenhadas curtas nos fanzines Venham +5 e Efeméride (Portugal), Barsowia (Espanha) e Café Espacial (Brasil) e publicou os livros A Carga (Bedeteca de Beja, 2008) e Jorge Palma (Editora Tugaland, 2009). Participou ainda nos livros colectivos Vencer os Medos, com argumento de João Paulo Cotrim (Assírio & Alvim, 2008) e Portimão – Como se faz uma cidade (Câmara Municipal de Portimão, 2010).
Fora da área da banda desenhada, ilustrou os livros Breviário das Almas, de Joaquim Figueira Mestre (Oficina do Livro, 2009), Cartas Portuguesas, de Soror Mariana Alcoforado (Cocas Produções, 2011), Uma História de Amor no Casal da Eira Branca, de Tomás Vasques (abysmo, 2012), e Sem óculos cor-de-rosa, de Ana Paula Figueira (Calendário de Letras, 2013). Participou também no livro colectivo Sérgio Godinho e as 40 ilustrações (abysmo, 2011).
Desde o início de 2008 que ilustra a crónica de António Lobo Antunes para a revista Visão, desenhando também regularmente para os jornais Público e Diário do Alentejo. 
Entre as muitas exposições que realizou ou em que participou, destacam-se as seguintes: Ilustra 33 (XV Festival CCP, Lisboa, 2013), Sérgio Godinho e as 40 Ilustrações (4 A Fábrica, Lisboa, 2011 – e em itinerância pelo país), Tinta Nos Nervos (Museu Colecção Berardo, Lisboa, 2011), Salão Europeu de Banda Desenhada de Bucareste (Roménia, 2011), Cor – 15 Ilustradores Portugueses (Ar.Co /Casa da Cerca / Centro Português de Serigrafia, Lisboa, 2008), Susa Monteiro (IV FIBDB, Beja, 2008), e 17 Autores Portugueses Contemporâneos (17º FIBDA, Amadora, 2006).

Entre outros prémios, venceu em 2011 o Prémio Stuart de Desenho de Imprensa, com um trabalho realizado para o Diário do Alentejo. Foi também nomeada em 2012 para os Troféus Central Comics - HD: Melhor Artista Nacional 2001-2012.
Neste momento Susa Monteiro encontra-se a preparar a exposição Um T-0 Com Vista Para o Esgoto – 167 Desenhos, que terá lugar na Bedeteca de Beja. Prepara ainda 3 álbuns de desenho, com base nos trabalhos expostos, a publicar em 2014 (edição de autor).

Paulo Monteiro
Nasceu em Vila Nova de Gaia em 1967. A partir dos 13 anos começou a ilustrar fanzines de poesia, cartazes e murais. Em 1987 matriculou-se em Letras, na Universidade de Lisboa. Durante esse período estudou Pintura e Cenografia para Teatro. Quando se licenciou, em 1991, foi viver para Beja, no Sul, onde ainda vive.
Teve (e tem) interesses e actividades muito diferentes: trabalhou nas vindimas, passou filmes de Buster Keaton e Charlie Chaplin de terra em terra, escreveu para a rádio e para os jornais como jovem jornalista, trabalhou no Cais Marítimo de Alcântara (Lisboa), compôs músicas, tocou guitarra em casas de repouso para idosos, foi professor de Geografia e Ciências da Natureza, fez cenários e figurinos para teatro, fez teatro de sombras chinesas e teatro de fantoches, participou em escavações arqueológicas, etc., etc. Também fez a curadoria de dezenas de exposições de escultura, ilustração, pintura antiga e contemporânea, etc.
Escreveu e publicou três fanzines de poesia: Poemas (1988), Poemas a andar de carro (2003) e Poemas Japoneses (2005).
Desde 2005 que faz a direcção da Bedeteca de Beja e do Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, por onde têm passado alguns dos mais excitantes autores de banda desenhada da actualidade como Craig Thompson, Dave McKean, David B., Fábio Moon e Gabriel Bá, Lorenzo Mattotti, Lourenço Mutarelli, Miguelanxo Prado, entre muitos outros.
Viaja regularmente pelo Sul de Portugal visitando escolas em pequenas vilas e cidades para falar de banda desenhada.
Foi também a partir de 2005 que se começou a dedicar essencialmente à banda desenhada, como autor…
A partir dessa altura publicou várias histórias em Portugal (Venham + 5, Café e Cigarros, Efeméride, BDLP), no Brasil (Café Espacial), na Colômbia (Comic Road) e em Espanha (Barsowia).
Em 2010 publicou o seu primeiro livro, O Amor Infinito que te tenho (Edições Polvo), editado também em Espanha (Edicions de Ponent), França (Six Pieds Sous Terre), Polónia (Timof Comics), e brevemente no Brasil (Balão Editorial), no Reino Unido (Blank Slate Books) e na Sérvia (Komiko).
O livro ganhou o Prémio Melhor Álbum Português Amadora BD 2011, e o Prémio Melhor Publicação Independente Central Comics 2011. Encontra-se neste momento nomeado para o Prémio Sheriff d’Or 2013 - Librairie Esprit BD, em França.
Tem realizado e participado em várias exposições ou mostras principalmente em Portugal, mas também no Brasil, Espanha, França, Itália, Polónia e Roménia.
Neste momento encontra-se a trabalhar no seu segundo livro, que deverá estar pronto no final de 2015.
Tem um filho: Manuel…

(Texto da responsabilidade da organização)

15/11/2013

Le Temple du Soleil





Les nouvelles aventures de Tintin et Milou
Hergé
Casterman
França, 2003
287 x 232, 80 p., cor, cartonado com caixa arquivadora brochada
19,80 €


A reter
- O regresso, sempre feliz e de descoberta, a uma das melhores histórias escritas e desenhadas por Hergé.
- A possibilidade de reler a primeira versão de “Le Temple du Soleil”, tal como os leitores da revista Tintin o descobriram – extasiados, acredito – desde o seu primeiro número, com o mesmo colorido e o mesmo formato à italiana - embora numa edição (compreensivelmente) com dimensões bem menores…
- O poder comparar esta versão, publicada em prancha dupla nas páginas centrais da revista, com a versão padrão em álbum e descobrir os cortes que suprimiram vinhetas e sequências equivalentes a 16 pranchas.

14/11/2013

Aventuras de Dog Mendonça e PizzaBoy apresentadas hoje no Porto















O português Filipe Melo (argumentista) e os desenhadores argentinos Juan Cavia e Santiago Villa, estarão hoje no Porto, na FNAC de Santa Catarina, às 17 horas, para apresentarem As Fantásticas Aventuras de Dog Mendonça e PizzaBoy III – Requiem.

13/11/2013

J. Kendall #100 - Um corpo que cai

Aventuras de uma criminóloga









Giancarlo Berardi e Lorenzo Calza (argumento)
Giorgio Trevisan (desenho)
Mythos Editora (Brasil, Março de 2013)
135 x 178 mm, 132 p., pb, brochado, mensal
R$ 9,90 / 4,50 €


Qualquer revista de banda desenhada (o que me ocupa agora, enquanto autor deste blog) que atinja o número 100 (o #200, #500, #1000, 10 anos…) deveria ter/ser uma festa.
Pelo percurso feito, pela empatia com os leitores que isso representa, pelo acto de resistência que nos nossos dias constitui continuar a editar BD em papel nos quiosques e bancas. E, no caso de J. Kendall, pela inegável qualidade da série o que, no entanto (comprensivelmente?) não faz dela um sucesso de público…
Por razões que a editora explicou em devido tempo (aquando da distribuição no Brasil) - que uns aceitarão e outros não – a centésima investigação de Julia Kendall, actualmente distribuída em Portugal, ficou em parte privada desse tom festivo pela não inclusão da cor – quebrando a tradição Bonelli e frustrando a expectativa de muitos leitores.
Pessoalmente até a dispenso. Porque a cor Bonelli não é geralmente das mais conseguidas – embora no caso de Julia #100, surja bem mais interessante do que é habitual (como pode ser comprovado aqui). E, principalmente, porque esta banda desenhada, parece-me, foi pensada a preto e branco e é assim que o traço de Trevisan, apesar de algumas oscilações, é mais valorizado…
Mas também entenderei aqueles que queriam a cor para marcar a diferença para as edições normais e como sinónimo da tal festa que o acontecimento merecia.

Seja como for, o fundamental será que esse carácter festivo não abafe o fundamental, ou seja, no caso presente, mais uma investigação de Julia Kendall, a criminóloga de Garden City, no fundo aquilo que todos nós procuramos mensalmente nas edições de J. Kendall.
Curiosamente – ou talvez não – o caso presente decorre maioritariamente num local (que já foi mais) festivo, o circo, o que serve para evocar memórias em Julia (e em muitos dos leitores?) nem todas agradáveis, mas consequentes na consolidação do universo que Beradi tem vindo a construir para ela, coerentemente, edição após edição.
Com um ponto de partida invulgar – um pedido de investigação recusado por Julia, o que terá consequências funestas… - não sendo, possivelmente, dos relatos mais conseguidos da série, apresenta, no entanto, a habitual construção com narrativas em paralelo, personagens conseguidas e um final que ao mesmo tempo surpreende e toca, pela forma como coincidências (extraordinárias) por vezes podem mudar a(s) vida(s).

Comix #50 nas bancas


Parabéns a vocês!!!
A Comix chegou ao seu número 50!!!
São por isso inúmeras as razões para celebrar.
Temos então os sobrinhos de Mickey a abrir a festa com uma aventura sobre o skate com Chiquinho e Francisquinho e os banzai skaters! Junta-te a esta aventura radical!!!
E há alguém que não se vai esquecer certamente do aniversário do primeiro ano de edições BD Disney… É a Margarida! É que a nossa pata favorita aponta tudo no seu calendário! Até que… Margarida tem que lidar com a perda do seu calendário e adivinhar que data importante se avizinha… Não percas então a história Margarida e a pontualidade imprecisa!!!
Estas e muitas outras histórias aos quadradinhos na tua revista de BD preferida!!!

(texto da responsabilidade da editora)
  


12/11/2013

Bonelli em Novembro

(Mythos Editora)

J. Kendall – Aventuras de uma criminóloga #100 

Mágico Vento #129

Tex #491 

Tex Colecção #283 

Tex Gigante #26 – As Hienas de Lamont 

Zagor #144 

Zagor Extra #108

11/11/2013

Super-Heróis DC Comics #18 - Batman - Outros Mundos



Gotham by Gaslight
Bryan Agustin (argumento)
Mike Mignola (desenho)
Red Rain
Doug Moench (argumento)
Kelley Jones (desenho)
Legends of the Dark Knight # 54: Sanctum,
Dan Raspler (argumento)
Mike Mignola (argumento e desenho)
Levoir/Público
Portugal, 7 de Novembro de 2013
170 x 260 mm, 176 p., cor, cartonada
8,90 €


1. Pessoalmente preferia que cada voluma desta colecção tivesse apenas uma só história.
2. Percebo perfeitamente a opção por mais – é necessário um número de páginas constante por volume, uma vez que o preço dos diferentes tomos é fixo…
3. … e respeito também as associações que foram feitas em função de protagonistas ou temáticas…
4. … embora tenha sentido nos volumes em que tal aconteceu – Joker, Mulher Maravilha, neste Batman – que essas associações nem sempre funcionam na plenitude e podem mesmo realçar as diferenças (inevitáveis) inerentes, em desfavor do que cada narrativa tem de mais interessante.
5. Mas vamos esquecer esta introdução – não mais do que um desabafo – e olhar para os três contos incluídos neste Batman - Outros mundos, unidos pela temática fantástica e de terror, pelo tempo da acção (final do século XIX, início do século XX) e pelo protagonismo do Homem-Morcego.
6. Oriundos da linha Elseworlds, que durante quase 20 anos (1989-2005) marcou recorrentemente o Universo DC, transportando as suas personagens principais para tempos e lugares que lhe eram estranhos…
7. …apresentam como principais curiosidades, nos dois primeiros casos, a oposição do cruzado de Gotham a Jack, o Estripador, e a Drácula…
8. …e no primeiro e terceiro a assinatura de Mike Mignola na arte.
9. Um Mike Mignola pré-Hellboy, ainda a meio caminho entre o desenho mais tradicional e o estilo estilizado que hoje lhe (re)conhecemos, mas já com pormenores bastante interessan tyes que deixavam intuir o seu brilhante futuro (ou pelo menos achamos isso hoje, em função do que depois conhecemos…)
10. Gotham by Gaslight, conto mais próximo do registo policial do que do de super-heróis, vale, também pelo tom de drama familiar, pelas diversas referências e citações espalhadas, pela forma como combina os universos de Batman e de Jack, o Estripador – mais próximos do que se poderia pensar -, pelos diversos estilos de escrita utilizados para fazer avançar a acção e pelo suspense que se mantém ao longo da história até ao desfecho final surpreendente, mas que a certa altura se consegue intuir.
11. Quanto a Red Rain, é uma história típica de vampiros, que surpreende pela forma como Batman é tratado, tendo mesmo que sofrer uma inesperada transformação para obter a vitória final esperada, enquanto divide o protagonismo com a bela Tanya, uma vampira que tanto surge deformada pelo traço de Jones e Jones III, como se revela aos olhos dos leitores em poses sensuais invulgares neste registo.
12. Sanctum, a narrativa mais curta que fecha o álbum, onde é aptente a influ~encia dos universos de H. P. Lovecraft, surge demasiado presa a um monólogo que sustenta mal um relato quase sem acção e foi para mim o gatilho que fez desencadear o desabafo com que abri este texto.
13. Ao contrário de outros volumes desta colecção, o todo vale sobretudo como curiosidade e como documento de experiências, umas vezes mais bem-sucedidas do que outras, que as décadas de 1980 e 1990 propiciaram na indústria dos comics de super-heróis. 

Inauguração do Parque da BD - Turma da Mônica / Maurício de Sousa


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