Sei
de há muito que uma das razões para apreciar/seguir uma série tem
a ver com a afinidade que conseguimos estabelecer com os seus
protagonistas - e raramente por razões que a lógica explica
cabalmente. [Como (me) acontece também no que à música diz
respeito, por exemplo...] Pessoalmente,
no que aos super-heróis (actuais)
diz
respeito, Miles
Morales é
um dos (poucos) exemplos que posso apresentar.
Funcionando
por arcos contidos - mas com uma saudável e desejável continuidade;
não poderia ser de outra forma...
- Alix
Senator, que a Gradiva está a editar a bom ritmo, continua a afirmar-se como uma interessante série de aventuras, no
melhor espírito franco-belga.
Poderá
não surpreender muito - embora as surpresas ocorram aqui e ali - mas
também dificilmente desilude pois quem o procura, sabe o que
esperar.
Entre o aproveitamento do momento ou as
coincidências em que a vida é fértil, a verdade é que, directa ou
indirectamente, a Rússia continua a aparecer na banda desenhada. A
par da óbvia biografia A Rússia de Putin, em poucos
dias tivemos o gulag siberiano como local de acção em LittleTulip e, distribuído a partir de hoje pela G. Floy, surge este Sara. Ambientado no início da década de 1940,
durante o segundo e rigoroso Inverno do cerco das forças do eixo a
Leninegrado, é uma história de guerra - porque é durante a guerra
que ela se passa e é guerra que ele narra - mas é-o muito menos do
que um rápido folhear ou uma leitura descuidada poderão fazer
intuir.
A
Rússia de Putin - A ascensão de um ditador"
é o título de uma biografia em banda desenhada do presidente russo,
disponível desde
há alguns dias nas
livrarias nacionais. Da
autoria de Darryl Cunningham, aproveita o actual mediatismo do
político, devido à invasão da Ucrânia pelas tropas russas, para
traçar o seu percurso desde os pátios
repletos de lixo e ratazanas em Leningrado, onde cresceu, até 2020,
em plena epidemia da Covid-19.