Construir um catálogo
E
assim, paulatinamente, sem que quase se dê por isso, vai sendo
construído um catálogo infanto-juvenil em português, onde cabem
tantos os mais óbvios Bia e o Unicórnio, Olivia ou
Adele... quanto este
Mausart ou, num
registo similar, Branco em Redor.
Caravana do Oeste, Sioux, Bonanza,
Mascarilha, Buffalo Bill... foram
algumas das muitas revistas de BD dedicadas aos heróis do velho
Oeste, que encheram os quiosques nas décadas de 1970 e 1980. E
títulos marcantes do jornalismo infanto-juvenil nacional, como O
Mosquito, Cavaleiro Andante, Tintin ou Mundo de Aventuras,
tiveram sempre nas suas páginas lugar para os heróis de tiro
certeiro. A última, aliás, durante alguns anos, na década de 1960,
chegou a publicar exclusivamente histórias daquele género.
Depois, as revistas foram desaparecendo e dando
lugar aos álbuns e na BD - como no cinema e noutros géneros
narrativos - decresceu o interesse por esta temática.
Memória(s)
a dois tempos
Volto
ao tema da memória que me serviu de mote há algumas semanas e que previa na altura se
prolongasse por mais alguns textos mas, o multiplicar de edições e
das consequentes leituras acabou por adiar a análise aos dois livros
que proponho hoje.
Neles,
a memória funciona a dois tempos.
Família
Sei
de há muito que uma das razões para apreciar/seguir uma série tem
a ver com a afinidade que conseguimos estabelecer com os seus
protagonistas - e raramente por razões que a lógica explica
cabalmente. [Como (me) acontece também no que à música diz
respeito, por exemplo...]
Pessoalmente,
no que aos super-heróis (actuais)
diz
respeito, Miles
Morales é
um dos (poucos) exemplos que posso apresentar.
Estabilidade
Funcionando
por arcos contidos - mas com uma saudável e desejável continuidade;
não poderia ser de outra forma...
- Alix
Senator, que a Gradiva está a editar a bom ritmo, continua a afirmar-se como uma interessante série de aventuras, no
melhor espírito franco-belga.
Poderá
não surpreender muito - embora as surpresas ocorram aqui e ali - mas
também dificilmente desilude pois quem o procura, sabe o que
esperar.
A paciência do
predador
Entre o aproveitamento do momento ou as
coincidências em que a vida é fértil, a verdade é que, directa ou
indirectamente, a Rússia continua a aparecer na banda desenhada. A
par da óbvia biografia A Rússia de Putin, em poucos
dias tivemos o gulag siberiano como local de acção em LittleTulip e, distribuído a partir de hoje pela G. Floy, surge este Sara.
Ambientado no início da década de 1940,
durante o segundo e rigoroso Inverno do cerco das forças do eixo a
Leninegrado, é uma história de guerra - porque é durante a guerra
que ela se passa e é guerra que ele narra - mas é-o muito menos do
que um rápido folhear ou uma leitura descuidada poderão fazer
intuir.