Zidrou, Zidrou...
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10/06/2021
Clifton #22+Bouffon
Se um acontecimento inesperado obrigasse a cingir as minhas leituras futuras a um único argumentista, actualmente Zidrou tinha muitas hipóteses de ser o escolhido. As razões: a variedade e heterogeneidade das suas abordagens, num leque temático vasto e diversificado, sempre com um nível de excelência considerável, especialmente quando se trata de obras originais.
05/11/2021
A Fera
E se...
E
se o Marsupilami, em vez de ser o animal amigável e divertido que
todos nós conhecemos graças ao génio de André Franquin, fosse na
verdade - de forma compreensível e natural - uma fera selvagem
(quase) incontrolável?
Este
enredo, imaginado por Frank Pé e depois maravilhosamente escrito por
Zidrou para o desenho sublime daquele,
proporciona-nos outra das grandes leituras do ano e uma soberba
homenagem a (uma das maiores criações de) um génio da BD.
21/11/2018
L'Obsolescence programmée de nos sentiments + Natures Mortes
Por
estes dias - leia-se antes anos - um dos argumentistas que se tornou
incontornável é o francês Zidrou. Que, enquanto o outro coelhinho
dura, dura, dura..., ele escreve,
escreve, escreve…
Leituras relacionadas
Dargaud,
Jongh,
opinião,
Oriol Hernández,
Zidrou
12/01/2023
Hollywoodland #1
O outro lado dos sonhos
Com
o nome de Zidrou como chamativo era impossível passar ao lado deste
Hollywoodland,
uma obra em dois tomos que pretende assinalar o centenário - em
Julho deste ano - do
célebre letreiro (curiosamente
criado para publicitar um projecto imobiliário que não se
concretizou) que
todos já
vimos vezes sem conta em filmes - e alguns ao vivo…?
É
um conjunto de pequenas crónicas irónicas e mordazes sobre os
sonhos anseios e falhanços daqueles que se aproximavam da Meca do
cinema, esperando tornar-se astros brilhantes por
lá.
Leituras relacionadas
Eric Maltaite,
Fluide Glacial,
opinião,
Zidrou
02/10/2015
L’Indivision
Martin e Virginie amam-se. Vivem desde o fim da adolescência
uma relação intensa mas que está condenada a ser vivida às escondidas. Porque Martin e Virginie são irmãos.
Leituras relacionadas
Futuropolis,
Springer,
Zidrou
20/08/2015
Descansa em paz, Ric Hochet!
Um dia depois de ter chegado ao fim a colecção Os Piores Inimigos de Ric Hochet,
disponibilizada pela ASA e pelo jornal Público ao longo das últimas 12 semanas,
volto ao seu início e àquele que foi, sem dúvida, o álbum mais interessante
desta parceria.
Leituras relacionadas
ASA,
Liemt,
Público,
Ric Hochet,
Zidrou
15/05/2020
Ric Hochet #4: Tombé pour la France
Tenho repetidas vezes elogiado aqui Zidrou - um dos meus argumentistas de referência e presença regular neste blog - mas há duas coisas que não lhe perdoo em relação a Ric Hochet: a (tentativa de) modernização do jornalista/detective imaginado por Duchateau e Tibet e a escolha/aceitação (continuada) de Van Liemt como seu desenhador.
Leituras relacionadas
Dargaud,
Liemt,
opinião,
Ric Hochet,
Zidrou
14/02/2020
La Peau de L’Ours #2
E, com
surpresa, Zidrou - uma presença cada vez mais recorrente neste blog… - regressa a La
Peau de L’Ours.
Com
surpresa porque, o (agora) primeiro volume era uma história fechada
e auto-conclusiva - tal como esta continuação, que não o é.
Leituras relacionadas
Dargaud,
La peau de l'Ours,
opinião,
Oriol Hernández,
Zidrou
20/12/2022
A Adopção
Histórias que (não) acabam bem
“Todos sonhamos com histórias que acabam bem”, lê-se a certa altura em A Adopção, mas, raramente, sabemos o que é ‘acabar’ e o que é ‘bem’. E temos tendência para procurar a felicidade nos outros, no acessório, no que está longe, como se aquilo que nos rodeia, que está mesmo à nossa beira não pudesse suprir - e de forma bem mais consistente - “esta esperança, esta cegueira” - a tal ‘felicidade’ - que é “a força da humanidade”.
Leituras relacionadas
Adopção,
Ala dos Livros,
Arno Monin,
opinião,
Zidrou
03/03/2017
Les Beaux Étés #2
Reencontro feliz
Completamente seduzido por Caps
au Sud, primeiro tomo de Les Beaux Étés,
avancei receoso para o segundo, pois na minha mente ecoava o receio de “… um magnífico one-shot…” originar uma
pífia continuação.
Felizmente estava enganado.
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Dargaud,
Jordi Lafebre,
opinião,
Verões Felizes/Les Beaux Étés,
Zidrou
28/10/2014
Chlorophylle: Embrouilles a Coquefredouille
Já o escrevi várias vezes: a retoma de séries clássicas
franco-belgas por outros autores, se num primeiro momento é gratificante -
partindo do princípio que é fiel ao espírito e às ideias do(s) seu(s) criador(es)
- com o tempo torna-se perniciosa por esvaziar o original e transformar a série
na soma (sempre menor) das sucessivas abordagens.
O melhor (mau) exemplo disto é Blake e Mortimer que há muito
deixou de ser a obra pessoal clássica (por excelência) de Jacobs, para ser a
soma dos contributos dele, mas também de Van Hamme, Ted Benoît, Yves Sente,
André Juillard, etc., etc…
A justificação deste intróito vem já a seguir.
Leituras relacionadas
Chlorophylle,
Godi,
Le Lombard,
Zidrou
13/05/2024
Lydie
Encher a alma e aquecer o coração
Esta história tem por cenário o Beco do Bebé com Bigode. A artéria não se chama assim, claro, mas quase todos esqueceram o barão que lhe deu nome, quando um vândalo de trazer por casa decidiu pintar um farfalhudo bigode no bebé da publicidade a um sabonete, que decora o muro no fundo da rua.
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A_Seita,
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Zidrou
21/11/2016
Les Nouvelles Enquêtes de Ric Hochet #2: Meurtres dans un jardin français
E, como muitos pensavam, a transformação numa série em curso do
que não devia ser mais do que uma bem conseguida homenagem a um dos heróis mais
populares da revista Tintin, revelou-se um grave erro.
Leituras relacionadas
Le Lombard,
Liemt,
Ric Hochet,
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20/05/2016
Un petit bout d’elles
Quando
on mélange du jaune et du noir, c’est toujours du noir qu’on obtient.
In Un petit bout d’elles
Romance, racismo e tradição dão as mãos numa história que denúncia uma prática abjecta mas ainda em vigor: a mutilação genital feminina.
09/04/2020
Le crime qui est le tien
Encontrar num mesmo livro dois dos autores que fazem parte das minhas leituras recorrentes, é uma daquelas felicidades que por vezes a banda desenhada nos oferece.
Por
um lado, Zidrou, o argumentista multifacetado, incapaz de uma
história menor ou mal escrita. Por
outro, Berthet, o meu ‘vício’ linha clara, cujo traço não
deixa de me surpreender e seduzir.
Por
isso, se à partida Le
crime qui est le tien já
era uma aposta ganha, a leitura só o veio confirmar.
07/09/2021
Verões Felizes #3
Banda desenhada de conforto
Se o conceito de ‘comida de conforto’ é hoje em dia recorrente e tem muitos adeptos, nunca ouvi falar de ‘Banda desenhada de conforto’. Mas ela existe e Verões Felizes, de que a Arte de Autor acaba de editar o terceiro díptico, é um bom exemplo deste conceito (inexistente).
Leituras relacionadas
Arte de Autor,
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opinião,
Verões Felizes/Les Beaux Étés,
Zidrou
03/02/2023
A(lguma da) BD que vamos poder ler em 2023
Como tem sido hábito todos os anos, fica um apanhado das edições já divulgadas que vão ser editadas em Portugal em 2023. Para o executar, para além do questionamento directo às editoras, foi também feita uma pesquisa online para tentar perceber os títulos já anunciados.
Este apanhado é acima de tudo um instrumento para servir de guia aos leitores, para poderem programar as suas compras... e leituras!
25/01/2013
Le Beau Voyage
Zidrou
(argumento)
Benoit Springer (desenho)
Dargaud
(França, 11 de Janeiro de 2013)
240 x 320 mm, 56 p., cor, cartonado
14,99 €
Resumo
Léa é animadora de programas televisivos de
gosto duvidoso e leva uma vida vazia preenchida com festas, provocações e
relações interesseiras ou de uma só noite.
A morte – inesperada - do pai vai obrigá-la a
parar, repensar a sua vida e remexer nas recordações que fizeram dela o que é
hoje, nem todas muito agradáveis.
Desenvolvimento
Apesar de todas as diferenças – claramente
visíveis a vários níveis – pela forma como a narrativa é introduzida (a morte
do pai) e por uma série de pontos comuns que é possível encontrar entre ambas
(o pai ausente, a relação lésbica, a reinterpretação das memórias), a leitura
de “Le Beau Voyage” evocou a que tinha feito há não muito tempo de “Fun Home –Uma tragicomédia familiar”.
Quero no entanto deixar claro que este livro tem vida própria e uma génese
completamente autónoma. Enquanto que “Fun Home” é a autobiografia de
Alison Bechdel, “Le Beau Voyage” teve como ponto de partida um desenho de uma
casa a chorar, feito por uma criança que Zidrou encontrou quando era animador.
A
ambiguidade e a infelicidade do desenho inspiraram-lhe (est)a história de Léa,
jovem adulta nascida para substituir o irmão que nunca conheceu, morto aos 7
anos, afogado na piscina da casa dos pais.
Com o pai, médico, sempre ausente, a quem a mãe
trocou por um vendedor de aspiradores, Léa cresceu numa família desagregada, profundamente
marcada pela morte do filho que nunca foi ultrapassada e detentora de um
terrível segredo que asfixiou toda e qualquer capacidade de exprimir afeição, criando
uma visão deformada do mundo, muito própria, onde sentimentos como o amor, a
capacidade de entrega, ou a dádiva surgiram quase sempre (apenas) como moeda de
troca.
O relato de Zidrou, desenvolvido em pequenos
episódios auto-conclusivos e autónomos, estruturados de forma não cronológica,
mas com um evidente fio condutor entre si, como quem constrói um puzzle vai-nos
desvendando progressivamente a origem das marcas traumáticas que Léa carrega e
que a transformaram no que é hoje. Pelo que realmente aconteceu, algumas vezes;
pela forma como ela viu ou sentiu acontecer, outras.
O tom sensível e tocante da banda desenhada é
acentuado pelo traço delicado de Springer, límpido, suave e despojado de
pormenores para que se evidenciem os sentimentos que comandam e definem a
história de Léa, narrada com a música de Bobby Lapointe como banda sonora.
14/09/2017
Clifton #23: Just Married!
Os heróis também
casam
Em tempos, na vida dos heróis, só havia certeza de duas
coisas: nunca morrem e nunca casam.
Há muito que esta situação mudou e, depois da vaga
casamenteira dos anos 70/80 e das mortes sucessivas que as histórias de
super-heróis tornaram banais, agora chegou a vez do fleumático coronel Clifton
ter que dar o nó.
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Turk,
Zidrou
28/06/2024
A Adopção - Ciclo II
Ilusões e desencantos do processo de adopção
Geralmente, associamos o conceito de série a histórias com protagonista fixo. No caso de A Adopção, cujo segundo volume português (correspondente ao segundo ciclo), Wajdia & Arrependimentos acaba de ser editado em português pela Ala dos Livros, os protagonistas mudam de ciclo para ciclo, mantendo-se apenas a temática de base: a adopção de crianças.
Leituras relacionadas
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