A
conhecida expressão “espaço branco [ou vazio] entre as vinhetas”
define de forma extremamente feliz a magia desta arte narrativa que,
na sua essência, vive da forma como o leitor preenche mentalmente
esse espaço para sequenciar a narrativa, ‘adivinhando’ o que
decorre entre cada duas vinhetas. Tentando
fazer uma transposição do conceito, posso escrever que o livro
Conversas
de Banda Desenhada
tenta preencher o que existe por detrás das vinhetas, ou seja, dar a
conhecer um pouco de quem são os criadores de histórias aos
quadradinhos.
Em
anos recentes, tem-se falado - e escrito - recorrentemente como o
mercado português de banda desenhada tem crescido. Por um lado, na
quantidade, que é visível
nas estantes e nas
bolsas vazias
de
quem compra BD; por outro, na qualidade, que é inegável, de obras e
edições. E, num terceiro aspecto não menos importante, na
diversificação de públicos, tendo acabado de vez - penso eu - a
velha ideia de que há em Portugal um pequeno núcleo de leitores de
BD que compra tudo. O
recente Amadora BD mostrou este mesmo mercado a dar mais um salto em
frente, ao serem propostas obras que recuperam clássicos nacionais
ou que reflectem sobre a BD - nacional, mas não só...