“A guerra solitária
do Justiceiro contra o crime organizado continua! Gravemente ferido depois de os homens de Ma Gnucci terem descoberto o seu esconderijo,
Frank vai precisar das suas forças todas para levar a batalha à sua inimiga
odiada. E ainda que consiga, ele vai enfrentar um desafio sem precedentes sob a
forma da mais recente contratação de Ma Gnucci: um enorme e imparável assassino conhecido apenas como O Russo!”
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28/11/2016
12/09/2012
Heróis Marvel #10
Justiceiro - Diário de Guerra
Carl Potts (argumento)
Jim Lee (desenho)
Levoir+Público (Portugal, 06 de Setembro de 2012)
170 x 260 mm, 208 p., cor, cartonado
8,90 €
Resumo
Este volume compila as revistas “Punisher War Journal 1-8”, originalmente
publicadas em 1989, nas quais há a destacar três narrativas principais: a
evocação da morte da família de Frank Castle às mãos de traficantes de droga; o
seu confronto com um ex-companheiro do Vietname, apostado em matar todos os
sobreviventes da sua companhia e uma inusitada ida a África para combater caçadores
furtivos que procuram os últimos dinossauros e que inclui um confronto com
Wolverine.
Desenvolvimento
Confesso que este era um dos volumes da colecção Heróis
Marvel que mais curiosidade me despertava, não só pelo pouco que conhecia do
Justiceiro, mas também porque tenho alguma empatia com relatos protagonizados
por vigilantes, embora descarte completamente a sua existência na vida real.
E a verdade é que as minhas expectativas foram satisfeitas,
e com um bónus: o facto de estas histórias, publicadas numa revista editada em
simultâneo com o título do herói, vocacionadas para uma faixa etária superior à
dos habituais consumidores de comics, evocarem o seu passado – explicando a
origem da sua cruzada contra os traficantes de droga em particular e a sua
experiência (traumática) no Vietname - em paralelo com as histórias narradas na
“actualidade”.
Para isso, nos dois primeiros números, Potts construiu uma
narrativa a dois tempos, com a evocação do assassinato da família de Frankl
Castle (vítimas colaterais por se encontrarem no sítio errado, à hora errada)
narrada num registo gráfico e cromático diferente, a decorrer na última tira de
cada prancha, em simultâneo com a narrativa principal.
Pessoalmente, dispensava, é verdade, os comics #6 e #7, em
que o Justiceiro se vê a braços com Wolverine e dinossauros (!) numa selva
africana (!), cuja história, auto-conclusiva, surge deslocada do registo
original do herói, pela localização da acção e pela temática. E descartaria
também a última narrativa – em que as pontas soltas são mais do que as
respostas dadas, numa clara ilustração do motivo porque os comics de
super-heróis nunca tiveram a minha preferência: o interminável encadeamento de
histórias e o distorcer até ao exagero de realidades que pareciam outras, com
os simples merceiros da rua onde Castle tem um dos seus esconderijos a
transformarem-se em agentes não sei bem de quê, com ramificações com uma
qualquer seita oriental...
Apesar disto, os dois relatos iniciais (correspondentes aos
comics #1 a #5), compensaram largamente o investimento, pois revelaram-me o Justiceiro que eu esperava:
duro, violento, acima da lei e dos trâmites legais, não invencível (mas quase),
assentando a sua acção na colaboração tecnológica de Microchip e nas armas que
ele vai desenvolvendo. O segundo arco, em que o seu passado no Vietname é evocado,
está especialmente bem escrito, combinando o habitual registo híper-violento
com a cobertura pela imprensa e o suspense quanto às motivações e identidade do
assassino dos seus companheiros de pelotão, com uma crítica dura e implícita
(já presente no relato inicial) quanto aos métodos e às relações dos EUA com
impérios assentes no dinheiro da droga.
Este volume tem ainda o atractivo de mostrar o primeiro
trabalho de fôlego para a Marvel de um tal Jim Lee, futura estrela da Casa das
Ideias, num registo de traço duro e agressivo – que quase página a página - que
acentua o lado violento (e de certa forma adulto) do Justiceiro.
A reter
- A evocação da origem e motivações de Frank Castle para se
transformar no Justiceiro, o que permite fruir integralmente da leitura deste
tomo mesmo por quem nunca ouviu falar desta personagem Marvel.
- A qualidade dos primeiros dois arcos.
- A estreia “a sério” de Jim Lee.
- A edição, cartonado, com bom papel e impressão, por um
preço acessível.
Menos conseguido
- Os exageros registados a partir do comics #6, com a
inclusão de Wolverine, dinossauros e seitas orientais…
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