Não
foi Franz
Kafka
(1883
- 1924) quem
escreveu Uma
metamorfose iraniana
- mas podia ter sido. Aliás,
neste livro, as
alusões a
obras
- A
Metamorfose, O Processo -
do
escritor checoslovaco são evidentes
e tornam-se até
extremamente
incómodas pelo paralelismo evidente
entre a ficção de há século e meio e a autobiografia
contemporânea do
autor.
A 26 de Setembro de 1946, chegava aos quiosques belgas o primeiro
número de uma nova publicação para os jovens. Tinha por título
“Tintin” e seria um dos marcos da banda desenhada franco-belga.
A
existência de um verdadeiro mercado editorial e, por consequência,
de uma verdadeira indústria de banda desenhada (no melhor sentido do
termo), para lá da diversificação permite também a especialização
em segmentos específicos. É
o caso, por exemplo, das biografias históricas que, tendo por base
numa sólida pesquisa que garante a veracidade da informação
disponibilizada, proporcionam bandas desenhadas na completa acepção
do termo.
Reconheço
em mim algumas fraquezas, enquanto leitor de banda desenhada. São
histórias ou séries que, por razões inexplicáveis, me seduzem,
apesar de
reconhecer nelas limitações evidentes. Tounga,
de Édouatd
Aidans (1930-2018),
é uma delas, por isso não resisti quando a colecção integral me
apareceu à frente a preço muito
convidativo.
Joe Matt, autor norte-americano de banda desenhada faleceu dia 18,
contava 60 anos. Nascido a 3 de Setembro de 1963, em Landsdale, na Pensilvânia, no
seio de uma família de classe média dos subúrbios, com mãe
doméstica, três filhos e um pai com emprego incerto, origens que
reflectiu de forma hiperbolizada na sua obra.